USP executa maior nuvem educacional da América Latina em #SoftwareLivre

A ShapeBlue – uma empresa focada no Apache CloudStack, anunciou hoje que foi selecionada para ajudar a Universidade de São Paulo a expandir e melhorar sua enorme nuvem privada, migrando para a tecnologia de código aberto Apache Cloudstack. O projeto também envolve desenvolver um conjunto de novos recursos para a sua nuvem.

A USP é a maior universidade da América Latina, gradua mais doutores que qualquer outra no mundo e é a quinta em número de artigos científicos publicados. A USP é um dos institutos líderes em pesquisa contando com 100.000 estudantes, 6.000 professores e 17.000 funcionários.

Um pouco de história

Em 2012, a USP iniciou um processo de construção de um ambiente de nuvem privada para ajudá-la a superar o desafio de ter 150 ambientes de TI diferentes e uma crescente demanda por recursos computacionais e de armazenamento em seu dinâmico ambiente de pesquisas. A primeira versão da InterNuvem USP reduziu os 150 datacenters da universidade para apenas 6 e consolidou os ambientes corporativo, educacional e de pesquisas em um único com recursos consolidados que podem ser requisitados diretamente pelos usuários. O projeto inicial foi um grande sucesso e permitiu que a universidade reduzisse seus recursos físicos de armazenamento em 90%, embora os dados em si tenham crescido mais de 300%, possibilitando aumentar enormemente a eficiência operacional de TI.

Demanda por escala

A InterNuvem USP, tem sido um sucesso tão grande que possibilitou fornecer pelos próximos anos mecanismos que possibilitam aumentar sua escala rapidamente.

Cyrano Rizzo, diretor de datacenters na USP explica: “A InterNuvem USP já é um ambiente enorme mas as necessidades dos nossos departamentos exigem que escalemos a estrutura computacional em mais de 300% no próximo ano. Assim, tivemos que planejar cuidadosamente o futuro da plataforma tecnológica e ter certeza em escolher algo que seja ao mesmo tempo confiável e escalável, nos dando a agilidade que precisamos.

Anteriormente nós usávamos uma distribuição comercial do Apache Cloudstack que nos apresentou deficiências em relação ao desenvolvimento de novos recursos que necessitávamos além de ter um custo alto em escala. Ao mudarmos para uma plataforma de código aberto, poderemos desenvolver rapidamente quaisquer novas funcionalidades que necessitarmos e, em contra-partida, envolver-se diretamente com o desenvolvimento principal e manutenção. Isso nos liberta de ciclos de desenvolvimento guiados por motivos comerciais e nos permite focar no que realmente precisamos para o nosso ambiente.

O Apache Cloudstack foi a escolha natural pois é a base de nossa tecnologia comercial atual. Isto também significa que não teremos uma curva de aprendizado difícil na migração. Já estamos participando ativamente da Comunidade Apache CloudStack.

Desenvolvimento mais ágil de recursos

Além de aumentar enormemente a escala do ambiente, a ShapeBlue estará ajudando a USP a entregar novas e excitantes funcionalidades para seus usuários. Uma oferta de PaaS (baseada no projeto de código aberto Tsuru) será integrada e novos recursos irão permitir à USP confederar sua segurança com a comunidade acadêmica. A funcionalidade de rede será estendida para a Universidade e um mecanismo para rastrear financeiramente a estrutura da nuvem será desenvolvido.

Cyrano explicou que “migrar para a plataforma de código aberto  não tem como motivo principal seu custo. É sobre nossa habilidade de contribuir diretamente com os recursos que precisamos para a plataforma. O Cloudstack, como um projeto da Fundação Apache, é muito maduro e uma comunidade bem administrada. Nós apreciamos muito o fato deste projeto ser impulsionado pelos seus usuários e não por empresas de software. Um desenvolvimento baseado em interesses comerciais simplesmente não pode nos dar a agilidade que precisamos.”

Ajuda com conhecimento

De modo a realizar sua visão, a USP decidiu que precisava de um parceiro que pudesse prover a especialização profissional e experiência. Depois de uma licitação pública a ShapeBlue foi escolhida.

Cyrano diz: “Selecionamos através de processo licitatório a ShapeBlue para trabalhar conosco neste projeto. Estamos extremamente impressionados com seu conhecimento, profissionalismo e sua vasta experiência em implementar ambientes como o nosso. Não há outra empresa com este perfil.”

Marco Sinhoreli, Managing Consultant da ShapeBlue Brasil comentou “A InterNuvem USP é um dos maiores ambientes de nuvem privada do mundo. Estamos muito excitados por termos vencido esta licitação e de estarmos trabalhando com a USP neste projeto.

Para maiores informações:

www.usp.br
www.shapeblue.com
www.cloudstack.org
www.tsuru.io

Fonte: Software Livre

Onde encontrar REA?

Você já ouviu falar sobre Recursos Educacionais Abertos (REA)? Mesmo que você responda não, de alguma forma deve estar envolvido com a filosofia desse movimento, seja como usuário ou como produtor de conteúdo.

A popularização da internet e o seu potencial para distribuir conteúdos facilitaram a produção e a disseminação de recursos educacionais digitais, e nos últimos anos, vimos experiências se proliferarem Brasil afora – principalmente pela iniciativa de governos, de instituições educacionais e de ONGs ligadas a educação.

Os REA nada mais são que materiais que visam apoiar o aprendizado. Pode ser um curso completo, um plano de aula, um game, uma imagem que você produziu em uma viagem, entrevistas, áudios, ou, ainda, a combinação de vários desses elementos. A diferença desses materiais para os que tipicamente encontramos na internet gratuitamente são as licenças de uso, que são flexíveis e dão ao autor o poder de escolher de que modo outras pessoas poderão usar esse material.

Uma das licenças mais usadas são as do Creative Commons, que oferecem uma opção para quem prefere ter alguns direitos reservados, em vez do famoso “copyright” (todos os direitos reservados). Esse tipo de licença está presente em buscadores como o Google e Bing, plataformas de vídeo como o Youtube e Vímeo, plataformas de distribuição de conteúdo como o Slideshare e Scribd, entre outros serviços conhecidos. Isso permite que qualquer usuário possa buscar um conteúdo aberto para utilizar sem correr riscos.

Sempre que você estiver à procura de algum recurso como um som, uma música, uma imagem, um vídeo, um software, um texto, um artigo, um infográfico para a sua aula, ou para o seu trabalho, lembre que existem alguns repositórios que podem ajudá-lo a encontrar o que você precisa e com a vantagem de oferecer recursos livres, ou seja, com licença aberta, que permite algumas liberdades, como a distribuição, o uso, o remix, a adaptação e a modificação.

A primeira análise sobre a situação dos REA realizada no Brasil foi feita pela pesquisadora Carolina Rossini, em 2010. Na época, foram identificados doze projetos educacionais que se aproximavam ou cumpriam o conceito REA estabelecido pela Unesco e sob os princípios da Declaração da Cidade do Cabo.

Entre as  iniciativas mapeadas estavam os repositórios do Ministério da Educação (MEC), que focam principalmente nos conteúdos da educação básica, como o Portal do Professor, o Rived, o Banco Internacional de Objetos Digitais e o Portal Domínio Público.  Porém, nem todo o acervo disponível nesses portais podem ser considerados REA, é preciso observar a licença de uso ou se o autor do material faleceu há mais de 70 anos.

Nos últimos três anos, os projetos se multiplicam e questões como licenciamento aberto estão um pouco mais claras, facilitando para o usuário identificar os recursos educacionais abertos. De parte de governos municipais e estaduais podemos citar o Currículo+, iniciativa do Programa Novas Tecnologias – Novas Possibilidades, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que traz sugestões de conteúdo digital como vídeos, animações, jogos digitais, simuladores, infográficos e áudios), a Educopedia (plataforma online colaborativa de aulas digitais), o Ambiente Educacional Web (traz conteúdos digitais registrados em licenças livres, softwares livres que auxiliam na produção de mídias e acesso a sites temáticos das disciplinas e dos temas transversais) e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (aprovou em 2011 uma lei que garante licenciamento aberto de todas as obras intelectuais produzidas com objetivos educacionais, pedagógicos e afins).

Algumas universidades brasileiras têm sido grandes contribuidoras para a disseminação do conceito de REA e também com a implantação de repositórios para compartilhar o conhecimento produzido. Na Unicamp, temos iniciativas como o Portal e-Unicamp (que traz vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professores da universidade e de acesso livre ao público), e recentemente, o lançamento da Cátedra Unesco de Educação Aberta (iniciativa que busca promover pesquisa e capacitação na área de educação aberta e recursos educacionais abertos, facilitando a colaboração entre pesquisadores e professores da área no Brasil e no mundo).

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), temos o Conteúdos Digitais (um repositório de recursos para o ensino e aprendizagem de matemática e estatística; é possível encontrar objetos digitais de ensino para uso online e offline, como softwares, experimentos e áudio). A UFF também faz parte do Projeto Oportunidad que pretende promover a adoção de práticas educacionais abertas e recursos educacionais abertos na América Latina como uma abordagem para desenvolver um espaço comum no ensino superior. Na USP, encontra-se a Biblioteca Brasiliana, que guarda um acervo bibliográfico e documental sobre assuntos brasileiros ímpar, no país e no mundo.

Algumas iniciativas institucionais de escolas particulares do município de São Paulo também estão contribuindo com a causa dos REA. O Colégio Dante Alighieri, o Colégio Porto Seguro e o Centro Educacional Pioneiro criaram seus repositórios institucionais e compartilham alguns dos seus recursos educacionais no formato de vídeos, imagens, áudios, apresentações, planos de aula, livros digitais, animações, jogos, que estão licenciados sob algumas das licenças do Creative Commons.
Para conhecer outras experiências brasileiras e internacionais visite o site REA.

Referências

Declaração de Cidade do Cabo para Educação Aberta: Abrindo a promessa de Recursos Educativos Abertos. Disponível em < http://www.capetowndeclaration.org/translations/portuguese-translation>.
Rossini, Carolina Almeida Antunes, Green-­Paper: The State and Challenges of OER in Brazil: From Readers to Writers? (February 8, 2010). Berkman Center Research Publication Nº. 2010-01. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=1549922

Departamento de Biologia Celular da UFPR disponibiliza Recursos Abertos

Para contribuir com a aprendizagem em Ciências e Biologia o Núcleo de Ensino, Pesquisa Extensão do Departamento Biologia Celular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) produz materiais didáticos abertos como vídeos, materiais interativos, modelagem 3D e hipertextos voltados para o ensino fundamental e ensino médio.

Esses recursos possuem licenças Creative Commons, ou seja, permitem que o usuário possa usar, modificar, adaptar e remixar conforme as suas necessidades. Quem acessa o site também pode enviar sugestões de mudanças para a equipe do NUEPE.

Acesse o site aqui.

Hewlett Foundation e o futuro dos REA

O ótimo encontro anual da Hewlett Foundation tornou-se quase uma conferência sobre REA, na linha da OEC (Internacional), OE (EUA) e OER (Inglaterra). O enfoque é o encontro dos grupos e organizações que receberam algum apoio financeiro da Hewlett além de observadores e pessoas que trabalham nessa área. É uma das fundações que mais apoia o movimento REA, e o faz há muito tempo.

No encontro desse ano ficou claro um interesse no “mercado” e retornos financeiros como redução de gasto, por exemplo. Houve também demanda por pesquisas que possam demonstrar uma relação entre os recursos e o aprendizado dos alunos. A grande mensagem foi: “encontre um problema onde REA possa ser uma solução e ataque”. Estamos nos EUA e por aqui, a crise do ensino superior domina o discurso particularmente o alto custo de livros didáticos (veja a alternativa oferecida pelo OpenStax). Não por menos, o filme que vimos para fomentar uma discussão foi Ivory Tower.

Puxando a sardinha para o nosso lado, houve maior espaço dedicado a pensar nos grandes desafios internacionais e na necessidade de articulação global sobre o tema. Em um dos encontros discutimos a situação de refugiados, a necessidade de produção colaborativa e articulada de recursos, além de um renovado interesse em fomentar awareness (sensibilização), o que alguns já davam como ultrapassado. Nesse sentido, continuou a boa discussão em torno do OER World Map (mapa global REA, participamos com o MIRA e continuamos como parceiros estratégicos) que além de uma boa estrutura de dados básicos, terá um enfoque em histórias sobre pessoas, projetos e organizações ao redor do planeta. É uma ótima ferramenta para diversificar os exemplos e modelos que usamos para falar de REA (ainda) focados particularmente nos EUA, e em inglês.

É prudente a chamada por mais pesquisa e projetos que tenham maior foco e resultados mais claros; é um sinal de maturidade quando conseguimos identificar problemas específicos e apresentar evidências de sucesso. Ao mesmo tempo corre o risco de alimentar um ciclo vicioso em busca de grandes impactos de curto prazo. Mas estamos no coração do Silicon Valley onde há sempre um embate entre a ética e a eficiência. Por um lado precisamos criar, compartilhar e difundir REA simplesmente porque as práticas e modelos associados a REA estão alinhados a educação que queremos, mesmo que esse processo não seja eficiente, comparativamente. Podemos aprimorar nossas práticas enquanto “práticas abertas”, e não necessariamente em comparação com outro modelo mais eficiente. O foco excessivo em métricas leva a um grande risco, tão evidente na área de tecnologia educacional, da busca  por relações tênues entre o uso de recursos abertos e a melhoria do aprendizado (pra começar, vale ler um clássico. Quando o resultado não aparece, joga-se fora a iniciativa, mesmo que essa pudesse contribuir com outros objetivos. Esse não é, como nos demonstra a história, um caminho frutífero.

Foi também proposta uma discussão sobre os grandes temas da área, um rascunho chamado Foundations for OER Strategy Development. O documento está aí e disponível para comentários e sugestões (em inglês). É um resumo dos problemas, tensões e algumas sugestões para o movimento REA. Durante a discussão em grupo realizada no evento, questionamos o significado de um documento como esse. Precisamos, alguns perguntaram, de mais um documento de alto nível para apontar grandes problemas e questões? Dois documentos recentes apoiados pela Helwett seguem a mesma linha:

West, P. G., & Victor, L. (2011). Background and action paper on OER. The William and Flora Hewlett Foundation.

Atkins, D. E., Brown, J. S., & Hammond, A. L. (2007). A Review of the Open Educational Resources (OER) Movement: Achievements, Challenges, and New Opportunities. The William and Flora Hewlett Foundation.

Isso indica que ainda nos falta articulação e maturidade? Ou é um exercício de reflexão que precisa acontecer periodicamente?

*Tel Amiel é pesquisasor da UNICAMP, membro da comunidade REA Brasil, coordenador da Cátedra UNESCO em Educação Aberta e conselheiro do Instituto Educadigital.
*Esse texto foi publicado originalmente em Educação Aberta e possui licença CC-BY.

Brasil lança centro de pesquisa com modelo “Open Science”

Texto de Karina Toledo publicado em Agência FAPESP • Esse material não possui licença aberta

Identificar no genoma humano proteínas-chave para o desenvolvimento de novos medicamentos e descobrir como tornar plantas importantes para a agricultura mais resistentes à seca são os objetivos do recém-criado Centro de Biologia Química de Proteínas Quinases da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Apoiado pela FAPESP por meio do Programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), o centro funcionará em um modelo de open science (acesso aberto ao conhecimento), integrando a rede do Structural Genomics Consortium (SGC), uma parceria público-privada que reúne cientistas, indústrias farmacêuticas e entidades sem fins lucrativos de apoio à pesquisa.

“O SGC mantém outros dois centros sediados na Universidade de Oxford (Inglaterra) e na Universidade de Toronto (Canadá), ambos dedicados a estudar proteínas de importância biomédica. Aqui na Unicamp pretendemos, além de avançar nessa área, aproveitar o conhecimento e a tecnologia desenvolvida em parceria com a indústria farmacêutica para aprender também sobre biologia de plantas”, disse Paulo Arruda, professor de genética no Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador da nova unidade brasileira.

Diante de um cenário de mudanças climáticas, no qual os eventos extremos devem se tornar mais frequentes, a meta é descobrir como aumentar a produção agrícola e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de água.

Para isso, as pesquisas terão como alvo um grupo de enzimas conhecidas como quinases que, por serem responsáveis por regular importantes processos tanto no organismo humano como em plantas – entre eles divisão, proliferação e diferenciação celular –, são consideradas potenciais alvos para o desenvolvimento de drogas.

O acordo assinado na terça-feira em São Paulo prevê um aporte de US$ 4,3 milhões da FAPESP, além de US$ 1,9 milhão da Unicamp e outros US$ 1,3 milhão do SGC. Os resultados das pesquisas estarão disponíveis à comunidade científica mundial, sem o obstáculo imposto por patentes ou qualquer outro acordo de propriedade intelectual, como já ocorre nos outros dois centros de pesquisa do SGC.

De acordo com Arruda, as atividades do novo centro devem ter início em julho. A estrutura prevista para os primeiros cinco anos deve englobar entre 25 e 30 pesquisadores. “Mas sabemos que iniciativas como essas atraem bons estudantes e pós doutorandos, então pode até se tornar maior. Qualquer interessado em estudar o assunto, de qualquer instituição, poderá se juntar ao grupo”, disse.

Ao abrir a cerimônia de assinatura do acordo, o presidente da FAPESP, Celso Lafer, classificou a iniciativa como um “grande mutirão em prol do avanço do conhecimento” e destacou que ela poderá ajudar a encontrar novos fármacos para doenças como câncer e Alzheimer.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, disse que, desde o início das discussões para a criação do centro, a Fundação avaliou a proposta como “muito interessante”, pois engloba atividades consideradas especialmente importantes para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Estado de São Paulo.

“Oferece oportunidade de fomentar pesquisas que vão levar a resultados de alto impacto intelectual, social e econômico. Além disso, cria oportunidades de colaboração internacional para pesquisadores de São Paulo. Por último, cria a oportunidade para os pesquisadores paulistas trabalharem em parceria com empresas”, afirmou Brito Cruz.

Rede mundial

O SGC mantém atualmente colaboração com mais de 300 grupos de pesquisas em 40 países. Também conta com a parceria de dez dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo, entre eles GlaxoSmithKline (GSK), Novartis, Pfizer e Bayer, que contribuem não apenas com financiamento como também com expertise no desenvolvimento de ferramentas essenciais para entender o funcionamento das quinases, disse Aled Edwards, fundador e presidente do consórcio.

“A melhor forma de descobrir como uma quinase funciona é inventar uma pequena molécula, uma sonda química, capaz de se ligar especificamente à enzima-alvo e inibir seu funcionamento. Então você injeta em um animal e vê o que acontece. Mas cada uma dessas sondas químicas leva entre 18 meses a 2 anos para ser desenvolvida e o custo é muito alto”, disse Edwards.

Além de disponibilizar algumas sondas químicas já existentes em sua biblioteca de compostos, as farmacêuticas parceiras da iniciativa, como a GSK, ajudarão a desenvolver no centro da Unicamp nos próximos anos pelo menos 15 novas moléculas voltadas a investigar o funcionamento de quinases ainda pouco conhecidas pela ciência.

Segundo Edwards, o projeto genoma humano revelou a existência de mais de 500 tipos de quinases, mas até hoje apenas cerca de 40 foram bem estudadas.

“O modelo de financiamento de pesquisa em todo o mundo faz com que cientistas de todos os lugares trabalhem nos mesmo projetos. Nossa proposta é trabalhar com as quinases com as quais ninguém está trabalhando, pois acreditamos que lá encontraremos as novidades de grande impacto para o desenvolvimento de novas drogas. E congratulamos a FAPESP e a Unicamp por dividirem conosco o risco de trabalhar com o desconhecido”, destacou.

Presente à cerimônia de assinatura do acordo, o representante da GSK, Bill Zuercher, explicou que a parceria com o SGC e o modelo de inovação aberta representam para as empresas farmacêuticas uma esperança de reduzir a alta taxa de fracasso no processo de desenvolvimento de novas drogas. Atualmente, cerca de 96% dos candidatos a medicamentos não obtêm sucesso na etapa de ensaios clínicos e não chegam ao mercado.

“Uma das causas desse alto índice de fracasso é a escolha inapropriada do alvo inicial da droga. E esse não é um problema fácil de solucionar. Precisamos ampliar o conhecimento sobre a biologia fundamental e esse é o tipo de pesquisa que mesmo uma empresa grande como a GSK não é capaz de fazer sozinha. Levaria séculos para entender o funcionamento de todas as quinases”, disse Zuercher, encarregado de estruturar a parte de química medicinal no novo centro da Unicamp.

O vice-reitor da Universidade Estadual de Campinas, Alvaro Crósta, destacou que o SGC-Unicamp será o primeiro polo de pesquisa brasileiro criado dentro do paradigma da inovação aberta.

“Esse modelo se adequa muito bem às etapas iniciais de desenvolvimento de novos fármacos pelo imenso volume de moléculas a serem analisadas. Além do impacto muito significativo para a saúde pública, a iniciativa promoverá forte interação acadêmica entre docentes, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação com seus pares nas instituições parceiras. Certamente surgirão oportunidades de ampla colaboração, aumentando a presença e o impacto internacional das nossas atividades”, disse.

Também participou da cerimônia Wen Hwa Lee, ex-aluno da Unicamp que hoje atua como gerente de alianças estratégicas do SGC e foi um dos intermediadores da parceria.

Outra presença de destaque foi o pesquisador da Universidade de Oxford Opher Gileadi, que ficará no Brasil em tempo integral durante o primeiro ano de funcionamento do centro para ajudar a organizar seu funcionamento.

“A área de estudos com plantas será cheia de surpresas. Pegaremos os reagentes e os conhecimentos desenvolvidos para humanos e usaremos em plantas. O ponto de partida será aquilo que já esperamos que aconteça, mas, acredite, o mais interessante será o inesperado”, disse Gileadi.

Comunidade REA promove encontro de cocriação em São Paulo

O movimento REA no Brasil completa 7 anos de vida em 2015. Nesse tempo tivemos vários avanços na área, entretanto, os desafios ainda são inúmeros, inclusive o de promover alguns encontros que extrapolem o mundo virtual. No dia 18/03 conseguimos realizar o primeiro encontro presencial do ano em São Paulo. Esse encontro de cocriação foi mediado pelo Instituto Educadigital (gestor regional do Projeto REA.br) e foi usada a abordagem do Design Thinking para prototipar possíveis soluções para alguns dos principais desafios da causa REA. Uma das grandes riquezas do encontro é que conseguimos reunir veteranos do movimento com pessoas recém chegadas a comunidade, além de os perfis de atuação serem bem amplos.

Devido ao curto período de tempo do encontro, nós optamos por trazer alguns desafios já elaborados e contextualizados e três grupos de pessoas trabalharam cada um deles, sendo:

1. Como podemos engajar mais pessoas na causa REA?

Todos os dias recebemos dezenas de novos membros na comunidade REA. Essa entrada acontece principalmente pelo Facebook em decorrência dos compartilhamentos dos membros, entretanto, notamos que poucas pessoas acompanham as postagens ou contribuem com links e opiniões.

2. Como podemos ampliar a cooperação entre pessoas da comunidade?

Uma característica de nossa comunidade é acompanhar os fatos e notícias sobre REA e Educação Aberta, entretanto, tivemos várias oportunidades de elaborar documentos e propostas em conjunto e a adesão normalmente é muito baixa. Como exemplos, podemos citar a carta aberta ao governador de São Paulo em decorrência do veto ao PL REA ou a força-tarefa de tradução do site REA para o inglês, situações chave em que não houve envolvimento da comunidade.

3. Como podemos levar a formação em REA para mais educadores pelo Brasil?

REA cria a oportunidade para uma mudança fundamental e transformadora: a alteração do consumo passivo de recursos educacionais, para o engajamento formal de educadores e alunos no processo criativo de desenvolvimento de conteúdo. Após a reformulação do site REA em 2014 e a abertura de um canal direto de solicitação de palestras e oficinas a demanda aumentou consideravelmente. Diversas prefeituras e universidades (tanto públicas, quanto particulares) de todo o Brasil entram em contato, mas acabamos não conseguindo realizar a maioria delas por questões logísticas e de custo.

4. Como podemos obter mais financiamento para nossas ações de advocacy?

Uma das grandes missões do projeto REA.br é prover inovação em política pública de educação, e para isso, conta com um financiamento internacional desde 2008. Todas as ações do projeto estão atreladas a esse orçamento que muitas vezes não é suficiente para cobrir todas as demandas previstas, como por exemplo, as viagens para dialogar com os políticos e a organização de eventos. No caso de não haver mais esse financiamento como poderíamos sustentar as nossas ações pelo país?

De maneira bem resumida segue alguns pontos das soluções imaginadas na prototipagem (os participantes do encontro fiquem a vontade para complementar/mudar/adaptar essas informações):

1. “Como podemos engajar mais pessoas na causa REA?” e “Como podemos ampliar a cooperação entre pessoas da comunidade?”

O grupo elaborou uma estratégia dividida em duas partes:

  • Ter a figura de um comunicador, mas isso não se viabilizaria sem um ambiente colaborativo para enviar mensagens, compartilhar calendário de eventos, algo que funcionasse como uma rede social.
  • Esse ambiente online acolheria as pessoas da comunidade, seria gamificado (tipo um waze do REA). Ofereceria possibilidades de associação entre pessoas que tem interesses comuns (se eu baixo um conteúdo do ambiente, o sistema me diz que as pessoas A, B e C também baixaram esse conteúdo). Esse espaço traria materiais, um calendário de eventos locais e online, ofereceria feedback, tentaria conectar pessoas de áreas de atuação diferentes mas que possuem interesses comuns e também poderia ser um espaço para propor encontros presenciais e online para troca de experiências.
encontro comunidade rea1

2. Como podemos levar a formação em REA para mais educadores pelo Brasil?

O grupo propôs um app de celular chamado “Professor Aberto”. Essa app traria conteúdo aberto e a possibilidade das pessoas contribuírem enviado novos materiais e elas escolheriam as licenças de uso. Uma das estratégias para explicar o REA para as pessoas seria, por exemplo, uma pessoa clica em uma imagem e quando ela escolhe fazer download apareceria uma explicação sobre REA e o que é possível fazer com aquela imagem. O grupo também pontuou inserir elementos de gamificação para estimular os professores, ser um ponto de encontro entre as pessoas.

3. Como podemos obter mais financiamento para nossas ações de advocacy?

O grupo propôs tentar colocar a pauta nos grandes meios de mídia para ganhar espaço com possíveis financiadores. Citaram como exemplo a força que ganhou o Marco Civil da Internet.

Esperamos conseguir realizar esses encontros com mais frequência e esperamos que pessoas que residem em outros estados do Brasil também se mobilizem para realizar essas reuniões e trocar experiências e tentar trazer novas ideias para os desafios. O pessoal do Paraná já se manifestou em relação a isso nas redes sociais 🙂

Como sugestão da Paula Ugalde, convido a todos para deixarem aqui o seu comentário para possíveis soluções para os desafios levantados.

Avante!

PS: Quem esteve presente e tem fotos de boa qualidade compartilhe! Como vocês puderam notar essas não estão boas.

Escola Paulistana cria Repositório de Recursos Educacionais Abertos

O Centro Educacional Pioneiro é a mais nova escola de educação básica a lançar um repositório de Recursos Educacionais Abertos. O Pioneiro é um colégio que tem como tradição a produção de materiais pelo seu corpo docente e acredita na democratização do acesso ao conhecimento para todos. Dessa premissa nasceu a ideia do Pioneiro Digital, um repositório institucional para compartilhar os recursos educacionais produzidos por professores e alunos.

O caminho começou a ser trilhado em 2012 com um projeto piloto realizado com alunos do ensino médio. A escola aproveitou a dinâmica dos trabalhos coletivos associados ao estudo do meio e trabalhou com os alunos temas como a Educação Aberta e o licenciamento aberto de materiais educativos. Como resultado foram publicados livros de contos com licenças escolhidas pelos autores.

O Pioneiro Digital foi concebido como um recurso educacional aberto e redesenhado a partir de projetos já estabelecidos como Escola Digital, REA Dante e Porto OEC, um conceito hoje conhecido como remix. Para manter a proposta de ser um recurso aberto foi utilizada a plataforma WordPress, que é um software livre. Todos os materiais disponibilizados possuem uma licença aberta do Creative Commons, uma alternativa ao “copyright” que garante o direito autoral e algumas liberdades aos usuários finais que são definidas pelo próprio autor.

Para garantir a facilidade de uso, a pesquisa pode ser feita por palavras-chave, tipos de mídia, ou busca combinada com diversos filtros que podem ser selecionados de forma combinada para que você refine a sua busca.

O próximo passo da instituição é realizar formação com os professores para estimular a participação no ambiente. Enquanto isso, fica o convite para usar, remixar e compartilhar! Acesse: www.pioneiro.com.br/pioneirodigital

Fonte: Centro Educacional Pioneiro

UFPR realiza campanha de conscientização durante a Open Education Week

Com a distribuição de folders contendo informações sobre os Recursos Educacionais Abertos (REA), sua importância e os impactos sobre o ensino aprendizagem em todo o mundo, a UFPR participa hoje, às 11h30 no Restaurante Universitário do Centro Politécnico, da Open Education Week 2015, evento esse que prossegue até a próxima quinta-feira (12). As atividades de divulgação e conscientização da comunidade universitária serão realizadas sempre nos restaurantes dos vários campi da Instituição e em prédios como os da Reitoria e o histórico, na Praça Santos Andrade.

Além de divulgar a existência e ações desenvolvidas pelo Programa Paranaense de Práticas e Recursos Educacionais Abertos, desenvolvido pela UFPR em parceria com a UTFPR, o objetivo desta semana também é incentivar a produção de materiais para depois disponibilizá-los para a população em geral, via internet. A informação é da professora da UFPR, Marineli Meier, dirigente da Coordenadoria de Integração de Políticas de Educação a Distância (CIPEAD).

A docente explica que os REAs são materiais específicos de ensino, aprendizado e pesquisa disponíveis em qualquer suporte ou mídia. São de domínio público ou licenciados de maneira aberta, com permissão para que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. É fundamental que toda a comunidade universitária conheça e utilize esses recursos, ferramentas e práticas para melhorar o acesso e a eficácia educacional, destaca a dirigente.

Programação

Na programação da Semana Educacional Aberta está marcado a distribuição de material informativo para amanhã, terça-feira (10), às 07h30 na entrada do Campus Botânico e às 12h30 no RU Botânico. Na quarta-feira (11), às 07h30, receberão orientações dos integrantes do Programa, desenvolvido pela Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (Prograd), a comunidade universitária da Reitoria. Neste mesmo horário e também às 11h30 e às 18h30 a divulgação será feita na Praça no Prédio Histórico (Santos Andrade). Às 11h30 será a vez dos frequentadores do RU Centro conhecer e tirar dúvidas sobre os REAs. Na quinta-feira (12), às 11h30, os integrantes do Programa visitarão o RU Agrárias.

Fonte: UFPR Notícias

Produzir e compartilhar é só começar!

Voltam as aulas e, junto com elas, o desafio de trazer para a escola a cultura digital, tão presente na sociedade. Como as tecnologias digitais podem de fato estimular a inovação de espaços, tempos e formas de comunicação no ambiente educativo, motivando estudantes e educadores? Trata-se de uma questão não só do Brasil, mas de muitos países compromissados com a melhoria dos processos pedagógicos e com a qualidade da aprendizagem.

Segundo a pesquisa TIC Educação 2013,  46% dos professores da rede pública declararam utilizar computador e internet em atividades com os alunos na sala de aula – um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2012.  Esse dado contradiz aquele velho discurso da “resistência” dos professores. Ao contrário, mostra que o educador percebe cada vez mais a relevância do uso pedagógico das tecnologias digitais e, indo mais além, podemos supor que existe uma vontade de inovar, de romper paradigmas, apesar de todas as dificuldades cotidianas.

É importante frisar que o desejo por inovação não é de agora. Há mais de 25 anos, as primeiras pesquisas e iniciativas brasileiras na área já tinham esse objetivo. O Brasil, na vanguarda de muitos países na época, se destacou justamente por ter focado seus estudos iniciais em analisar as transformações cognitivas e estruturais que as tecnologias digitais poderiam proporcionar. Pesquisadores de universidades como a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Unicamp foram pioneiros em trazer a linguagem LOGO que estava sendo desenvolvida no Massachusetts Institute of Technology MIT (EUA), baseada na aprendizagem de programação pelas crianças. Para saber mais sobre esse contexto histórico, vale conferir as entrevistas com a educadora gaúcha Lea Fagundes, 84 anos, fundadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS, realizada pelo Instituto Educadigital.

Com o passar do tempo, algumas ideias desse período inicial se perderam. A maioria dos investimentos públicos em educação foi direcionada para compra de equipamentos (computadores, projetores e agora tablets) e de materiais educativos prontos baseados na mera transmissão de conteúdos, em detrimento de propostas de formação de docentes que pudessem estimular o trabalho colaborativo entre professores para refletir sobre o desenvolvimento de competências e habilidades para refletir, planejar e criar com tecnologias digitais.

Colaboração e a cooperação são valores cada vez mais fundamentais para a sociedade do século 21. A internet evidenciou uma rede de informação, conhecimento e cultura na qual cada indivíduo passa a ser potencial produtor. E, ao ser produtor, torna-se também autor. Uma produção educativa antes restrita à comunidade específica de uma escola agora pode estar disponível para o mundo, fazendo parte de uma construção coletiva de conhecimento que evidencie e valorize a diversidade cultural da humanidade.

Nesse contexto, a mesma pesquisa TIC Educação trouxe pela primeira vez um dado muito interessante sobre uso de conteúdos digitais que mostra uma tendência de conquistar autonomia na preparação de aulas e atividades. Na rede pública, 96% dos professores usam recursos educacionais disponíveis na internet para preparar aulas ou atividades com os alunos. Os tipos de recursos mais utilizados são imagens, figuras, ilustrações ou fotos (84%), textos (83%), questões de prova (73%) e vídeos (74%). O uso de jogos chega a 42%, apresentações prontas, 41%, e programas e softwares educacionais, 39%.

A pergunta que fica é: será que esses recursos digitais estão sendo usados em novas metodologias e práticas ou ainda reproduzem o formato de transmissão centralizada? Um ponto que a pesquisa destaca é a baixa quantidade de publicações de recursos educacionais por professores, ou seja, profissionais que são autores de conteúdos educacionais e que compartilham na rede. Apenas 21% dos professores de escolas públicas já publicaram na internet algum conteúdo educacional produzido para utilizar em suas aulas ou atividades com os alunos.

Se a criação já acontece, o próximo passo é compartilhar na rede e, de preferência como um Recurso Educacional Aberto (REA), usando uma licença livre, que permita reusos e adaptações por outros educadores. Dois ambientes abertos e gratuitos podem estimular essa atividade. Um deles é o site Escola Digital, de busca de objetos digitais disponíveis online, que oferece uma busca por licenças de uso, e na seção “Para Criar” reúne uma série de links para os usuários criarem seus próprios vídeos, jogos, infográficos, entre outros itens multimídia.

Agora, quem quiser participar de uma rede online de aprendizagem, aberta e gratuita, que conecta professores e alunos de todo o Brasil, precisa conhecer o Edukatu,  focado no consumo consciente, que traz trilhas lúdicas e espaço para escolas publicarem suas produções.
No próximo post, vamos falar mais sobre o que são os REA.

Para saber mais, acesse a nova edição do Panorama Setorial da Internet que discute as possibilidades trazidas pelos REA, explorando os dados da TIC Educação 2013.

Fonte: ARede.educa, coluna Livre Saber

Pesquisa da UFRGS mapeia software educacional livre

Iniciativa é inédita e destinada a professores da Educação Básica. Lançamento do projeto ocorre nesta quinta-feira, em evento na Faced

Um projeto da Faculdade de Educação disponibiliza à comunidade o resultado de um trabalho de coleta e sistematização de dados de mais de 300 programas destinados ao ensino. A ideia é a de que professores da Educação Básica acessem a Tabela Dinâmica Software Educacional Livre, online, e consultem os programas que podem ser empregados em sala de aula, para aprendizagem de diversas matérias, como Biologia, Física, Geografia, Matemática, Química, entre outras.

A iniciativa é coordenada pelo professor Paulo Francisco Slomp, que explica que a ferramenta está organizada para que os usuários possam encontrar facilmente o que necessitam. “A tabela está configurada para que seja exibido o ordenamento alfabético das áreas do conhecimento. Assim, professores de uma determinada disciplina poderão facilmente visualizar o objeto de seu interesse através da diferenciação das áreas através de cores”, completa. Além disso, os interessados também podem reordenar os dados conforme a faixa etária dos alunos, de acordo com o nível de ensino – Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior.

Todos as ferramentas mapeadas pelo projeto são do tipo software livre, que tem como característica fundamental o fato de a licença disponibilizar o código fonte para que possa ser modificado pelos usuários. “Assim, o conhecimento utilizado para produzir o programa se torna público, o pensamento e o raciocínio utilizados em sua produção passam a fazer parte do acervo de conhecimentos da humanidade”, ressalta Slomp. Outra vantagem é que 99% softwares de código aberto são gratuitos, o que também contribui para a democratização desses recursos.

Colaboração social

Para possibilitar a colaboração direta da comunidade, a Tabela Dinâmica Software Educacional Livre tem uma versão wiki na web. Deste modo, qualquer usuário que queira contribuir com o projeto pode adicionar novos programas à lista sem necessidade de pedir autorização aos idealizadores. “Professores, alunos e demais internautas podem consultar as informações disponibilizadas na tabela e podem também alterar seu conteúdo sem a necessidade de solicitar permissão, corrigindo diretamente eventuais erros e imprecisões e adicionando conteúdo”, ressalta o pesquisador.

Outras línguas

Para expandir o trabalho a comunidades de outros países, versões da tabela em outras línguas estão sendo disponibilizadas. Acesse em inglês, em espanhol, em francês, em italiano e em alemão.

Palestra de lançamento

O lançamento do projeto será realizado em palestra nesta quinta-feira, 5 de fevereiro, às 18h30min, na Faculdade de Educação, sala 101 (térreo). O evento é gratuito e aberto ao público, sem necessidade de inscrições prévias. A tabela dinâmica é parte integrante do projeto Software Educacional Livre na Wikipédia e foi realizado com o apoio dos editais 18 e 19 da Secretaria de Educação a Distância SEAD/UFRGS.

Contatos pelo telefone 51 3308.3266.

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Fonte: UFRGS
Crédito Imagem Destaque: Thiago Cruz