Google usará remoções de material por infração de copyright como fator para diminuir ranking de sites

Atualização de algoritmos  rebaixará sites no resultado das buscas


O Google, postou no blog oficial de buscas da empresa a novidade de que mais um “sinal” foi criado para servir de critério na seleção de sites buscados.

“Lutamos para prover uma grande experiência para nossos usuários e, para isso, desenvolvemos mais de 200 sinais para assegurar que nossos algoritmos de busca entreguem os melhores resultados possíveis. A partir da próxima semana, vamos começar a levar em conta um novo sinal em nossa classificação de sites (ranking): o número de notificações válidas de remoção por infração de direitos autorais que recebemos para um determinado site”, escreveu Singhal.

Com isso, resumidamente, sites que tiveram que remover conteúdo por causa de notificações ou denúncias aparecerão mais embaixo nos resultados de buscas do Google.

“Essa mudança de classificação deve ajudar os usuários a encontrar mais facilmente fontes legítimas e com conteúdo de qualidade, como, por exemplo, uma canção encontrada no site de música da NPR, um programa de TV no Hulu ou uma nova música do Spotify em stream”, explicou.

Desde que o Google reformulou seu critério de remoções por copyright, três anos atrás, o buscador vem recebendo cada vez mais denúncias de detentores de direitos autorais sobre infrações on-line.

“Na verdade, agora estamos recebendo e processando um número maior de avisos diários de remoção por copyright do que em todo o ano de 2009. Foram mais de 4,3 milhões de URLs só nos últimos 30 dias. Vamos agora usar esses dados como um sinal para nossos rankings de busca”, complementou.

Singhal argumenta que apenas os detentores de direitos autorais sabem de fato se algo está autorizado, e só os tribunais podem decidir se um direito autoral foi infringido. Ele explica que o Google não pode determinar se uma página web em especial viola ou não a lei de direitos autorais.

EFF não gostou das mudanças

“A nova política do Google é opaca”, criticou a Electronic Frontier Foundation (EFF), entidade internacional sem fins lucrativos, sediada nos EUA, que luta pelos direitos digitais. A instituição meses atrás tinha aplaudido o Google por liberar estatísticas detalhadas sobre pedidos de remoção de conteúdo por parte de detentores de direitos autorais.

“Agora que sabemos como eles vão usar esses dados, ficamos menos entusiasmados”, confessou um porta-voz da EFF. “E há um aspecto particularmente problemático: estamos quase certos de que não haverá processo ou recurso para sites que tenham sido demovidos, no caso de falsos positivos”.

A EFF argumenta que pedidos de remoção de conteúdo nada mais são do que acusações de violação de direitos autorais. Nenhum tribunal ou outro árbitro pode confirmar a priori que as acusações são válidas, muito embora os proprietários de direitos autorais possam ser responsabilizados por má-fé nas acusações.

“Rebaixar resultados de pesquisa, efetivamente dizendo ao internauta que estes não são os sites que ele está procurando, é uma atitude drástica, especialmente se for tomada com base apenas em acusações. Tal medida dá aos detentores dos direitos autorais ainda mais de controle sobre o que vemos, ouvimos e lemos”, reclama a EFF.

Segundo a entidade, pelo menos a Google assevera que respeitará contra-notificações, e não rebaixará os resultados com base em remoçoes ainda em disputa jurídica.

“Mas isso é pouco. As políticas opacas do Google ameaçam não só sites legais, mas também minam nossa confiança em seus resultados de busca”, concluiu o amuado porta-voz.

Fonte:

O Globo – Google anuncia atualização de seus algoritmos de busca

EFF – Google’s Opaque New Policy Lets Rightsholders Dictate Search Results