FioCruz cria Política de Acesso Aberto

A Fiocruz cria sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, na qual reafirma seu compromisso com a democratização do conhecimento e do acesso à informação científica.

Essa política contribuirá para fortalecer os mecanismos de preservação da memória institucional e aumentar o acesso e o impacto da produção intelectual da Fiocruz, constituindo-se em um importante instrumento que promoverá, de forma organizada e reunida, a disseminação, acessibilidade e, consequentemente, visibilidade do conhecimento gerado na Instituição.

Seu Repositório Institucional (Arca) é o principal instrumento de realização dessa Política, atendendo ao objetivo de: reunir, hospedar, preservar, tornar disponível e dar visibilidade à produção científica da instituição. Dessa forma, é obrigatório o depósito no Repositório Institucional Arca das dissertações e teses defendidas nos Programas de Pós-graduação da Fiocruz e dos artigos produzidos no âmbito da Fiocruz publicados em periódicos científicos. Além de texto, o repositório pode conter imagem e áudio.

O Arca deverá ter capacidade de integração com sistemas nacionais e internacionais que possibilite automaticamente a inclusão e coleta da produção intelectual pertinente, observando em especial os protocolos e padrões definidos no modelo Open Archives Iniciative (OAI).

Em relação ao envio de arquivos, será adotado preferencialmente o autoarquivamento, quando os autores preencherão os metadados e farão o depósito do objeto digital. As bibliotecas e os gestores das comunidades atuarão como facilitadores no autoarquivamento.

Com a adoção da Política, a Fiocruz está sintonizada com o Movimento Internacional de Acesso Aberto ao Conhecimento, que conta hoje com o apoio de inúmeras universidades e institutos internacionais – tais como MIT, Harvard, Cornell, Universidade do Minho, University of California, Universidade de Lisboa, entre outras -, além de várias instituições no Brasil, como Ibict, USP, UNB, Bireme, UFBA, etc.

O debate sobre o acesso aberto no mundo amplia seu alcance, incluindo questões importantes como as tecnologias abertas, que facilitam a aprendizagem colaborativa e flexível, bem como ao compartilhamento das práticas de educação e de recursos educacionais abertos, importante ferramenta para a produção de conhecimento para o SUS.

Íntegra do Seminário em Educação Aberta, Sociedade e Tecnologia

Em maio participamos do Seminário em Educação Aberta, Sociedade e Tecnologia na Universidade de São Paulo para discutir o estado da arte da Educação Aberta no Brasil em termos de políticas, práticas e desenvolvimento inovador. Na ocasião, foi lançado o projeto e-Mundus e também foi dado início a um artigo que representa a posição brasileira na Educação Aberta internacional e nos debates sobre Recursos Educacionais Abertos que é adotado pelo eMundus.

Confira a íntegra do evento nos vídeos abaixo e acesse as fotos aqui.

Mesa REA no Evidosol/CILTEC Online já está disponível

No início de junho participamos do EVIDOSOL/CILTEC Online (XI Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e VIII Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia – 2014) – um dos primeiros eventos, no Brasil, a ser realizado totalmente em ambiente digital e sincrônico.

O objetivo de um evento como o EVIDOSOL é ampliar o debate em torno do diálogo entre linguagem e tecnologia, tendo como público-alvo alunos, professores, pesquisadores, comunidades de software livre e outros interessados no eixo temático do evento. Esse encontro é uma oportunidade para colocar em comunicação todos aqueles que têm como horizonte filosofias e práticas dinâmicas e solidárias na construção de alianças respeitosas entre os campos de conhecimento que envolvem as apresentações.

O registro da mesa redonda Recursos Educacionais Abertos já está disponível. Participaram do chat, Débora Sebriam (Instituto Educadigital/REA.br), Adriana Rocha Bruno (UFJF) e Daniel Pinheiro (UFBA). Consulte o registro completo aqui.

Os artigos foram publicados nos Anais desta edição e podem ser acessados neste link.

Atenção: esse post segue a licença original do site do evento – CC-BY-NC-ND.

 

Os bens comuns intelectuais e a mercantilização

A tese de doutorado “Os bens comuns intelectuais e a mercantilização” defendida essa semana por Miguel Said Vieira na USP já está disponível para download.

Resumo:

Esta tese investiga as relações entre os bens comuns intelectuais e a mercantilização, e os efeitos dessas relações, principalmente para o universo da educação. Seus objetivos centrais são: apresentar as principais teorias sobre bens comuns, e avaliá-las quanto à capacidade de detectar e equacionar essas relações, e quanto à adequação para abordar bens comuns intelectuais; analisar se bens comuns e mercantilização são incompatíveis, e até que ponto podem coexistir; verificando, em casos existentes de novos modelos de negócio que envolvem o compartilhamento de bens intelectuais, se a mercantilização pode surgir a partir de bens comuns intelectuais, e indicando, em caso positivo, se o “saldo” resultante de compartilhamento e mercantilização nesses diferentes modelos é socialmente positivo ou não. A análise da mercantilização é feita de uma perspectiva conceitual (baseada em Marx e Polanyi) e histórica, abordando a transição do feudalismo ao capitalismo (e sua relação com o cercamento dos bens comuns), a ascensão do neoliberalismo, e o avanço de mecanismos específicos de mercantilização de bens intelectuais (a propriedade intelectual e os sistemas de travas tecnológicas).A análise das teorias de bens comuns centra-se numa leitura crítica da corrente mais consolidada: a neoinstitucionalista, formada em torno dos trabalhos de Elinor Ostrom; avalia-se seus principais méritos (a refutação empírica da noção da “tragédia dos comuns”; e a identificação dos “design principles” frequentes em bens comuns longevos), pressupostos (como o individualismo metodológico e a teoria da escolha racional) e limitações (como “pontos cegos” em relação a poder e desigualdade, e a restrição à escala local). Discute-se ainda autores que apresentam abordagens alternativas, como aqueles mais próximos ao marxismo (e, em particular, Hardt & Negri), e as complementaridades e contrapontos que oferecem à corrente neoinstitucionalista, particularmente quanto às limitações nela identificadas. Em relação à aplicação dessas teorias a bens intelectuais, detecta-se a ampla influência da categorização econômica de bens (utilizada na corrente neoinstitucionalista), e argumenta-se pela necessidade de uma categorização mais dialética; recomenda-se ainda uma nova abordagem para o “princípio” das fronteiras. Discute-se as relações da educação com a mercantilização e os bens comuns, apontando os efeitos de ambos sobre as possibilidades de acesso e apropriação de bens intelectuais. Por fim, a tese apresenta e analisa cinco casos relacionados a novos modelos de negócio que envolvem compartilhamento de bens intelectuais. Conclui-se que em todos eles há a possibilidade de surgimento de mercantilização, de diversas formas, mas que o “saldo” resultante de mercantilização e compartilhamento varia; esses casos são, do melhor ao pior saldo: o crowdfunding (em que pode ocorrer mercantilização dos serviços de intermediação); o acesso aberto “ouro” (em que há mercantilização do espaço de publicação, que assume forma particularmente nociva nos “periódicos predatórios”); dois casos ligados à participação de empresas no desenvolvimento do software livre (o Android e os patches “ck”, em que os projetos podem ser direcionados — na gestão e pelo custeio — de modo a favorecer estrategias comerciais de empresas); e a publicidade comportamental online (em que ocorre uma mercantilização de segunda ordem: a da audiência).

Esse conteúdo e a tese de doutorado está licenciado por Miguel Said Vieira sob uma licença Creative Commons BY-NC-SA e publicada no blog Impropriedades Intelectuais.

UFPR é pioneira na valorização da produção de Recursos Educacionais Abertos

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da  CEPE, presidido pelo excelentíssimo Vice-Reitor Rogério Andrade Mulinari, aprovou a Resolução 10/14 – CEPE, que estabelece os critérios de avaliação para fins de promoção e progressão na Carreira do Magistério Superior na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Entre as novidades está o acréscimo de 25% na pontuação docente em atividades e produções acadêmicas publicadas como recursos educacionais abertos.

A iniciativa coaduna com a “Agenda Regional de Práticas Educacionais Abertas”, desenvolvida por meio de consulta a mais de 50 universidades na América Latina. Esta recomenda cinco diretrizes estratégicas para a abertura do acesso do conhecimento no Ensino Superior. Uma delas é a criação de estruturas organizacionais e procedimentos que estimulem a adoção de práticas e recursos educacionais abertos por meio de incentivos institucionais e reconhecimento promocional.

A Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional através da Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância – CIPEAD está implementando o “Programa Paranaense de Práticas e Recursos Educacionais Abertos – REA PARANÁ”, que tem por objetivo disseminar Práticas Educacionais Abertas (PEAs), incentivar a produção de Recursos Educacionais Abertos (REAs) e disponibilizá-los para a comunidade acadêmica da UFPR, UTFPR e para a comunidade em geral, via Web. O Programa coordenado pelos professores doutores Marineli J. Meier (UFPR) e Henrique  O. da Silva (UTFPR)  agrega inúmeros docentes das duas instituições que receberam  o incentivo da Gestão para a fase de implementação do Programa REA PARANÁ.

Acesse a resolução 10/14 do CEPE UFPR

Acesse a Agenda Regional de Práticas Educacionais Abertas

 

MIRA: Mapa de Iniciativas de Recursos Abertos

O projeto MIRA é resultado de uma chamada da Fundação Hewlett para a criação de protótipos para um mapa global para Recursos Educacionais Abertos. A chama por sua vez foi resultado de uma longa discussão virtual ocorrida ao final de 2012 para definir a necessidade e modelo para um mapa sobre REA. Nesta fase inicial 3 grupos foram selecionados para criar um protótipo funcional entre os meses de fevereiro-abril de 2014. O MIRA é o resultado de um desses projetos.

O projeto teve como objetivo não somente a produção de software, mas também de conteúdo. Buscamos identificar e mapear iniciativas relacionadas a REA em uma área pouco reconhecida por conta das línguas principais (português e espanhol, ao invés do inglês), da região geográfica (América Latina) e do nível educacional escolhido (ensino básico). Para este projeto, por conta de limitações de tempo, focamos nossas buscas em 24 países: Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Republica Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, e Venezuela.

Partindo dessa lista, desenvolvemos três linhas de trabalho paralelas: primeiro, o levantamento e sistematização de dados confiáveis; segundo, a definição de uma estrutura de organização dos metadados/vocabulário a serem coletados; e terceiro, a construção de um protótipo funcional do sistema de mapeamento.

Veja o resultado, a equipe e mais informações sobre o projeto em www.mira.org.br.

Fonte: Texto de Educação Aberta – CCBY

Professores criam plataforma para escrever e publicar livros gratuitamente

Preocupados com uma questão que afeta principalmente alunos dos países em desenvolvimento – o alto custo dos livros didáticos para o ensino superior -, os professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie Ismar Frango Silveira e Nizam Omar se juntaram a um grupo de docentes latino-americanos e desenvolveram uma plataforma para escrever e publicar livros gratuitamente. Já o professor de fotografia Neto Macedo, de Montes Claros, em Minas, incomodado com a linguagem técnica das publicações, escreveu sua própria apostila no Widbook, comunidade de escrita e leitura em formato de e-book.

Muitos professores adotam livros digitais em suas aulas, mas Silveira, Omar e Macedo deram um passo à frente: eles perceberam que poderiam publicar seus próprios livros sem o intermédio das editoras, sejam elas tradicionais ou digitais.

“Em muitas áreas do conhecimento, os livros são traduções e não se encaixam na realidade nacional. Alguns livros de Física, por exemplo, falam de trenós na neve. Isso é muito fora da realidade de um aluno brasileiro”, diz Silveira.

Foi tentando resolver o problema que, com professores de mais oito universidades, Silveira e Omar conseguiram um financiamento de R$ 2 milhões por meio de edital da União Europeia para projetos na América Latina e começaram o Latin America Open Text Books Initiative (LATIn).

Continue lendo em Estadão.

PS: Esse trecho faz parte de uma publicação do Estadão e não está licenciado em CC-BY. Continue lendo na fonte primária e respeite as regras de reprodução.

Como tornar um material um Recurso Educacional Aberto?

Turning a Resource into an Open Educational Resource” é uma animação que tenta ilustrar as etapas envolvidas na incorporação de licenças abertas em recursos educacionais abertos e traz algumas questões de direito autoral. O vídeo inclui nove etapas que vão desde determinar a autoria até definição de metadados e escolha de licenças de uso.

O contexto não é brasileiro, mas o conteúdo da animação é muito interessante e traz alguns aprendizados sobre REA e licenciamento aberto. A boa notícia é que recentemente, Priscila Gonsales, coordenadora do Projeto REA.br fez a tradução da legenda do material para o português.

Há algum tempo atrás, coletamos junto a comunidade REA sugestões para criarmos um vídeo REA em português e no contexto brasileiro e em breve iremos produzi-lo.

Para assistir com legenda em português ative-a na barra inferior.