UNESCO adota nova política de acesso aberto

A UNESCO vai passar a disponiblizar as suas publicações digitais gratuitamente e com a adoção de uma licença aberta.

Após a decisão do Conselho Executivo da Organização, em abril, a UNESCO tornou-se o primeiro membro da Organização das Nações Unidas a adotar tal política de acesso aberto para as suas publicações. A nova política significa que qualquer pessoa será capaz de transferir, traduzir, adaptar, distribuir e compartilhar publicações e dados da UNESCO.

Segundo Janis Karklins, Diretor Geral de Comunicação e Informação da UNESCO, os pesquisadores de todo o mundo, mas especialmente dos países menos desenvolvidos e em desenvolvimento se beneficiarão dessa política de acesso livre ao conhecimento. “A nossa nova política permitirá aumentar a visibilidade, acessibilidade e distribuição rápida de nossas publicações”,  completa ele.

Ao adotar esta nova política editorial, a UNESCO alinha a prática para o seu trabalho de política em favor do acesso aberto e reforça o seu compromisso com o acesso universal à informação e ao conhecimento.

A partir de julho de 2013, centenas de publicações da UNESCO estarão disponíveis para os usuários através de um novo repositório de acesso aberto com uma interface multilíngue. Todas as novas publicações serão lançadas com uma licença aberta. A UNESCO também vai buscar formas de aplicar a nova política para as obras já publicadas.

Ao defender o acesso aberto para as suas publicações, a UNESCO reforça o objetivo fundamental de uma organização intergovernamental – garantir que todo o conhecimento que ela cria seja disponibilizado para o público.

O texto completo da nova política está disponível no site da UNESCO.

Fonte: UNESCO to make its publications available free of charge as part of a new Open Access policy

Projeto REA participa de Diálogo Virtual na América Latina

O projeto REA Brasil participou durante duas semanas do Diálogo Virtual sobre Recursos Educacionais Abertos. Fomos convidados a produzir vídeos e para auxiliar na mediação dos fóruns fechados voltados aos governos e Instituições/ONGs, e também, no fórum voltado para o público geral visando aumentar a conscientização sobre REA na América Latina.

Nos fóruns fica claro a confusão existente entre REA e conteúdos distribuidos “gratuitamente” na web. A discussão sobre propriedade intectual e produção de REA ganhou vários tópicos entre os participantes. Os MOOC´s, qualidade e avaliação de REA também foram temas recorrentes.

O acesso aos conteúdos dos fóruns estão disponíveis somente aos que se inscreveram e possuem login/senha. Os vídeos estão publicados no Youtube.

Seminário REA no Ensino Superior: desafios e oportunidades

Participamos na semana passada (13/05) do Seminário Recursos e Práticas Educacionais Abertas no Ensino Superior: desafios e oportunidades realizado pelo PPGE da UFF no âmbito do projeto OportUnidad.

A plateia, formada por professores de educação básica e universitários, teve a oportunidade de se aprofundar nas questões que permeiam os REA, como a propriedade intelectual e autoria, as oportunidades de pesquisa na área dos REA, assim como, conhecer experiências práticas apresentadas nos dois paineis do dia.

Durante o evento aconteceu o lançamento oficial do Compêndio Recursos Educacionais Abertos: casos da América Latina e Europa na Educação Superior, documento desenvolvido em colaboração entre especialistas, pesquisadores e tomadores de decisão de mais de 10 universidades, a fim de fornecer uma perspectiva global do movimento REA.

Na participação do projeto REA Brasil no painel REA: experiências de sucesso, abordamos a parte de políticas públicas e alguns projetos que nasceram de políticas institucionais, além de falar do livro REA. Você encontra um guia dos projetos abordados aqui.

As apresentações e indicações de referências citadas pelos palestrantes e membros das mesas-redondas podem ser acessadas abaixo.

Encontro Public Library of Science (PLOS) na USP

Editores da PLOS se reunem com pesquisadores brasileiros

Os encontros da próxima semana (16 e 17 de maio), pretendem abordar o processo de publicação em Acesso Aberto, os avanços na questão dos dados abertos e a importância dessas transformações para a ciência e medicina, além de orientações sobre como publicar com a Public Library of Science (PLOS) e tornar-se revisor e editor das suas revistas.

A PLOS, editora científica sem fins lucrativos, foi criada no início dos anos 2000 com o objetivo de publicar revistas de acesso livre e de alta qualidade. O modelo de negócio da editora PLOS é baseado em taxas de publicação cobradas dos autores e acesso gratuito para os leitores de todo o mundo. Os direitos autorais (copyright) dos artigos permanecem com os autores, que deverão somente concordar com a distribuição gratuita pela Internet pela PLOS.

Palestrantes:  Cory Mann e Gina Alvino

Dia 16 às 10h – Palestra no anfiteatro novo do Instituto de Medicina Tropical – Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar 470, térreo.

Chamada: A PLOS Pathogen gostaria de ter uma maior inserção de pesquisadores da América Latina em seus quadros de editores. Venha discutir!

Dia 17 das 9h30 às 12h – Auditório da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) – Av. Prof. Mello de Morais, 65 – Cidade Universitária – São Paulo – Inscrições Online http://bit.ly/12LO2s1

Chamada: PLOS e a comunidade internacional; as vantagens de publicar em Acesso Aberto para a saúde pública e a pesquisa biomédica.

Após os encontros, durante as tardes a equipe da PLOS visitará grupos de pesquisa para conhecer melhor como trabalham pesquisadores brasileiros e entender como colaborar conosco. Interessados em recebê-los entrem em contato com Ale Abdo pelo email: abdo@usp.br

Para mais informações:
SIBi http://bit.ly/18Zp6k9
Ciência Aberta http://bit.ly/12liKtn
 

Universidade Federal do Pará sedia evento sobre conhecimento aberto

O seminário sobre Conhecimento Aberto na Universidade pretende reunir acadêmicos, profissionais e a comunidade externa para a discussão sobre licenças livres na produção acadêmica, incluindo a discussão sobre softwares livres e o reaproveitamento do lixo eletrônico na Universidade, sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) e sobre o financiamento público de pesquisas e transparência de dados, relacionando com o debate sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.

O intuito do evento é iniciar uma discussão crítica sobre o conhecimento produzido dentro e fora da Universidade e a sua divulgação científica, além da questão da apropriação de softwares livres na Universidade, com vistas ao estabelecimento de parcerias para ações posteriores resultante das discussões.

O Projeto REA Brasil estará por lá!

Onde e quando?
Universidade Federal do Pará
Auditório do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA)
Horário: 8h às 18h
Endereço: Cidade Universitária José da Silveira Netto, Setor Profissional, Av. Perimetral, n.º 1, bairro do Guamá, Belém/PA.
 
Como faço a minha inscrição?
Acesse a página oficial do evento e siga as instruções. O evento é gratuito!

Portal e-Unicamp disponibiliza conteúdo aberto

Lançado oficialmente há dez dias e com ampla divulgação na imprensa, o Portal e-Unicamp promete compartilhar o conhecimento gerado na universidade livremente à todas as pessoas.

O e-Unicamp foi desenvolvido com o intuito de impulsionar o uso de tecnologias educacionais que permitem a criação de novos relacionamentos entre professores, alunos e a comunidade em geral, visando a instigar a aprendizagem e disseminar o conhecimento a todos de forma simples e gratuita.

Não é preciso um login para ter acesso aos conteúdos e o site disponibiliza vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professores da Unicamp.

A grande inovação da Unicamp em relação ao Unesp Aberta e ao e-Aulas da USP, é disponibilizar todos os materiais ou informações sob licenças flexíveis do Creative Commons, a CC-BY-NC-SA (use, copie, distribua, adapte, remixe – desde que – você atribua autoria, não faço uso comercial e compartilhe o material criado sob a mesma licença)

O grande “C” (copyright) na home do site, sem dúvida confunde, e pode gerar interpretações diferentes do que o objetivo do projeto deseja e comunica. Nenhum dos conteúdos testados por nós em todas as categorias disponíveis (imagem, animação e vídeo) acompanha indicativo de licença. Somente quem lê os termos de uso “descobre” o que pode ou não fazer com os conteúdos, fato que com certeza, dificulta a compreensão de quem acessa sobre as condições de uso.

O portal também disponibiliza a ferramenta de autoria ToolDo – software livre, que proporciona a criação de conteúdo multimídia organizado hierarquicamente em aulas, tópicos e páginas, oferece recursos que contribuem para a ampliação das possibilidades de ensino e aprendizagem. Tais recursos podem ser acessados e utilizados via Internet, sem necessidade de instalação de algum software específico. O produto final gerado é um endereço web de exibição do conteúdo, cuja navegação é fácil e dinâmica. Lembrando que somente os professores com vínculo institucional poderão utilizar o Portal e-Unicamp para publicar materiais didáticos.

Esperamos que a Unicamp facilite cada vez mais a compreensão do usuário em relação ao conteúdo aberto, e que além de licenças abertas, os formatos de conteúdo também sejam considerados.

Será que mais universidades adotarão esse modelo mais aberto? Vamos esperar pra ver!

Oficina REA na Universidade Federal do Paraná (UFPR)

No dia 4 de maio, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade Federal do Paraná, promoveu o II Workshop de Novas Tecnologias aplicadas à Educação. Integraram a programação mesas redondas e oficinas, abordando os mais variados assuntos referentes à maneira como as novas tecnologias podem ser utilizadas para promover e qualificar as práticas educacionais.

Fui convidada para ministrar uma oficina sobre Recursos Educacionais Abertos. Estiveram presentes mais de 30 pessoas vindas das licenciaturas e do curso de Ciências Sociais e a grande maioria ouviu sobre o tema pela primeira vez.

Abordamos o conceito de REA, a cultura digital e a ética hacker, licenças e formatos abertos, análise de experiências brasileiras, políticas públicas e experimentações práticas de busca de material livre e escolha de formato e licença para alguns tipos de materiais criados por eles.

O debate foi além de REA e os participantes pontuaram que questões como a integração de tecnologia ao currículo são pouquíssimo exploradas nas licenciaturas, normalmente com uma disciplina semestral e sem conexão com o resto das disciplinas de curso.

Abaixo o guião da oficina que costumamos ministrar aos “iniciantes”. Bom remix!

Outros colegas (inclusive que fazem parte de nossa comunidade) também ministraram oficinas. Veja abaixo:

  • Renata Aquino (PUC-SP): O Uso de Tablets na Educação.
  • Monica Mandaji (PUC-SP): Web Rádio na Escola.
  • Neli Maria Mengali (PUC-SP/SEED-SP): Comunidades de Prática e S-Mobile: Olhares para integrar os recursos computacionais no currículo educacional e avaliar os níveis individuais e coletivos no aprendizado social.
  • José Erigleidson (Mackenzie): Blogs na Educação.
  • Débora Sebriam (Instituto Educadigital): Recursos Educacionais Abertos.
  • Patrícia Rodrigues (Teleaulaead): Corpo e Voz na Teleaula: Cuidados para Ministrar Aulas em Vídeo.
  • Maysa Brum Bueno (PUC-GO): Redes Sociais Digitais em Educação.
  • Cláudio Martin Rocha (UFPR): Usos da Lousa Digital.
  • Valdeni Franco (UEM): Geometrias Não-Euclidianas em Ambiente de Geometrias Dinâmicas.
  • Mirna Tonus (UFU): Fazendo Webjornalismo na Escola.

Meedan: conectando conhecimento entre diferentes culturas e idiomas

Compreender distintas culturas, trocar ideias, informações e conhecimentos entre diferentes idiomas, essa é a ideia do Meedan! Para entender melhor o trabalho dessa organização e sua relação com os Recursos Educacionais Abertos, conversamos com Caio Almeida, brasileiro, engenheiro de software que faz parte do time.

REA Brasil: O que é Meedan e como vocês atuam? Qualquer pessoa interessada pode contribuir?

Caio Almeida: o Meedan é uma organização sem fins lucrativos que atua com tecnologia social e tem base em São Francisco, Estados Unidos. A missão do Meedan é promover a compreensão entre culturas distintas e colaboração, fornecendo tecnologias avançadas para troca de ideias, informações e conhecimentos entre idiomas, com foco primário em inglês e árabe.

Os times de engenharia e design do Meedan trabalham para desenvolver ferramentas de código aberto para conectar conteúdos entre idiomas distintos, enquanto o time de programa do Meedan trabalha para implementar estas tecnologias com organizações parceiras trabalhando em jornalismo em novas mídias e recursos educacionais abertos.

REA Brasil: Quem pode fazer parte do Meedan? Qualquer pessoa interessada pode contribuir?

Caio Almeida: Atualmente o Meedan possui um time de colaboradores ao redor do mundo, e há sempre o interesse em atrair novos. Há várias formas de contribuir com o Meedan, seja através da tradução de conteúdo, criação de conteúdo, desenvolvimento de ferramentas, utilização das ferramentas, parceria para desenvolvimento de novos projetos ou promoção da causa e dos valores que a organização acredita e defende.

O Meedan mantém uma comunidade crescente de tradutores profissionais e voluntários. Os tradutores compartilham suas experiências e colaboram em traduzir textos sofisticados, além de mobilizar e recrutar novos voluntários para responder a eventos urgentes.

REA Brasil: Vocês tem diversos projetos, e entre eles, um projeto de Recursos Educacionais Abertos, como funciona esse projeto? Quem cria os recursos? Estão disponibilizados online para qualquer pessoa?

Caio Almeida: Permitir o acesso a recursos educacionais abertos é uma grande prioridade da organização. O projeto de recursos educacionais abertos é uma parceria do Meedan com outras organizações que compartilham do mesmo objetivo, como a Fundação Qatar Internacional, para criar uma comunidade sustentável para compartilhamento de recursos educacionais abertos em árabe.

Dentre as diversas iniciativas, pode-se citar o importante projeto Open Book, que é uma iniciativa para expandir o acesso a recursos educacionais abertos, livres e de alta qualidade, em árabe, com foco em ciência e tecnologia e aprendizado online. O objetivo deste projeto é criar recursos educacionais abertos em árabe e traduzir para este idioma recursos educacionais abertos existentes, além de disseminar os recursos sem custos através dos parceiros e suas plataformas, e oferecer suporte a governos, educadores e estudantes para que os recursos existentes sejam colocados em uso e para que possam desenvolver seus próprios REAs.

O Meedan também formou uma parceria com a Taghreedat (iniciativa voluntária para tradução de conteúdo árabe) para trabalhar conjuntamente na promoção da adaptação e tradução de recursos educacionais abertos para o idioma árabe. O foco da colaboração é a tradução de recursos educacionais abertos para o árabe e o aumento da disponibilidade destes recursos para usuários ao redor do mundo, em especial, estudantes.

Promovendo REA na sala de aula

Caio teve a oportunidade e o prazer de trabalhar em 2012 como engenheiro de software em projetos para promover o acesso a recursos educacionais abertos entre salas de aula e de professores para professores.

O primeiro foi o YALLAH 2.0 (sigla inglês para “Juventude Aliada para Aprender, Liderar E Ajudar”), um fórum de discussão online entre idiomas para os alunos participantes dos programas de intercâmbio de estudantes da Fundação Qatar Internacional (QFI). A ideia surgiu de dois alunos do programa, que visionaram uma comunidade de cidadãos globais, liderada por jovens, capazes construir ligações mais fortes com seus pares, superando as barreiras geográficas e culturais. Esta plataforma utiliza tradução automática de conteúdo, mas com possibilidade de alteração por usuários, e hospeda discussões moderadas sobre os mais diversos tópicos, nos idiomas inglês, português ou árabe, independentemente do idioma original em que foi escrito.

O outro projeto, foi o C2C (sigla em inglês para “De Sala de Aula para Sala de Aula”), plataforma educacional para a Fundação Qatar Internacional (QFI), uma comunidade online para educação global e aprendizado social, dedicada também a descoberta de recursos.

Conheça o Meedan

Acesse: http://meedan.org

Conheça Caio Almeida

Caio é engenheiro de software no Meedan, nasceu em Salvador, onde vive atualmente. Ele conheceu o mundo do software livre em 2005, antes de entrar na Universidade, e se apaixonou por ele. Ele se formou em Ciência da Computação na Universidade Federal da Bahia e atualmente faz mestrado na mesma instituição.

Caio colabora com alguns projetos de software livre como o Noosfero, Moodle, Inkscape, JavaScript e participa de eventos como o Moodle Moot, Conferência Web W3C,  Fórum Internacional de Software Livre, entre outros.

Caio gosta de desenvolver aplicações web interativas usando apenas JavaScript, padrões abertos e tecnologias abertas, mostrando que um mundo sem flash é possível.

Conhecimento colaborativo muda forma de material didático

Produção, compartilhamento, reutilização, divulgação. É assim o fluxo de funcionamento dos Recursos Educacionais Abertos, uma tendência no que diz respeito à confecção de materiais ditáticos. Em pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia da USP, o doutorando Carlos Henrique Jacob dedica-se a estudar as características do licenciamento flexível e suas possibilidades perante a lei brasileira.

Fotos e vídeos, que estão sob domínio público ou licenciados de maneira que possam ser alterados por terceiros para fins educacionais, são exemplos de Recursos Educacionais Abertos (REA). Jacob explica que uma fotografia, por exemplo, é um objeto educacional fechado, mas torna-se um REA quando seu licenciamento é modificado para permitir as intervenções e usos de casa autor.

Jacob enxerga muitas possibilidades para trabalhar com os REA tanto na odontologia quanto em outras áreas de estudo, pois o conhecimento passa a ser visto de forma global e interdisciplinar, não mais segmentado em disciplinas ou instituições. Ele explica: “Se os autores julgarem oportuno, um material produzido na Poli poderia ser utilizado na Faculdade de Odontologia e vice-versa”.

Licenças flexíveis

Essa ampla divulgação e compartilhamento pode gerar o questionamento sobre uma possível perda dos direitos autorais sobre cada material. O pesquisador explica que a lei atual é “boa e restritiva”. Desta forma, ela protege o autor, mas ainda não prevê o uso aberto da informação e como ela pode ser utilizada.

Jacob explica que, para sanar o problema, tem sido utilizada a Creative Commons, que permite a escolha do tipo de licenciamento desejado pelo autor. O Brasil foi o terceiro país a incentivar o uso da ferramenta, depois da Finlândia e do Japão. “Ao invés de abrir mão completamente dos direitos autorais, é possível escolher uma nuance de licença de acordo com a necessidade de cada um”. A ideia, portanto, é que se deixe claro para o leitor como pode ser feita a reprodução daquele material.

Entre as vantagens da Creative Commons está a construção da autoria e do conhecimento colaborativos, pois a ferramenta exige que, nos usos posteriores, sejam incluídos os autores que participaram da criação do material. Jacob vê o processo de forma bastante vantajosa para o professor e para a universidade, pois “se o material for bom, o autor terá uma rede de colaboradores cada vez maior, o que traz maior visibilidade para ele e para a escola”.

Assim, quanto mais aberto for o material divulgado pelo professor, aumentam-se as chances de ele ser reutilizado. Para o pesquisador, seria interessante a criação de um mecanismo de avaliação docente que se baseasse não apenas em sua produção acadêmica e científica, mas também na confecção dos materiais didáticos. “Seria um incentivo tanto para o professor se dedicar mais aos materiais de aula quanto para a escola, que teria um docente mais engajado”, explica.

Adaptar-se é preciso

Segundo Jacob, o advento da Internet exigiu que a mudança do jeito que registram-se informações. “Se antes as ondas sonoras de uma música eram guardadas fisicamente nos discos, agora tudo é desmaterializado numa sequência de zero e um”, compara.

A adaptação a esse novo sistema mostra-se bastante necessária, especialmente porque a tendência no ensino é que os REA e as ferramentas online sejam progressivamente mais utilizados. Para isso, no entanto, Jacob ressalta a necessidade de capacitar os professores para o contato com esses recursos. Paralelamente, a cultura do compartilhamento também deve ser difundida. “As pessoas precisam acreditar que tanto a atribuição da autoria a terceiros quanto a criação colaborativa são ações boas e adequadas”.

Publicado em Agência Universitária de Notícias – 25/04/2013 – Ano: 46 – Número: 149

Diálogo Virtual sobre Recursos Educacionais Abertos

O Portal Educacional das Américas da Organização dos Estados Americanos (OEA) irá realizar um diálogo virtual sobre REA na América Latina. O evento começa dia 29/04l e se estende até 10/05. Esse diálogo permitirá a participação de especialistas em educação, representantes de governos e da sociedade civil para compartilhar, analisar e discutir temas fundamentais relacionadas aos REA na região.

Na América Latina, o conceito de REA está em diferentes níveis de desenvolvimento e sua implementação enfrenta desafios diferentes, dependendo do contexto local e os atores envolvidos. Sem dúvida, esse diálogo é uma boa oportunidade para trocar experiências com colegas de países vizinhos.

O projeto REA Brasil participará dos fóruns fechados e também do aberto, voltado as pessoas interessadas em REA e com foco em aumentar a conscientização sobre REA na América Latina.

Como funciona?

  • Três fóruns de discussão destinado a órgãos políticos, instituições e organizações não-governamentais, e ao público em geral com interesse no tema e seu desenvolvimento na região. Estes especialistas serão moderados pelo Portal Educacional das Américas da OEA, com a colaboração da Universidad Santiago de Cali, Colômbia.
  • Uma série de apresentações por especialistas na área de Recursos Educacionais Abertos, transmitido ao vivo durante a semana. Estas apresentações serão abertas e incluirá uma sessão de perguntas e respostas para o público participante.

Como participar?

Todos os participantes serão distribuídos em diferentes fóruns de acordo com o seu perfil e experiência profissional.

Se você deseja participar do fórum de discussão voltada para o público em geral é preciso preencher esse fomulário. Para acessar o formulário, você precisa se cadastrar como usuário do Portal Educacional das Américas. Para se inscrever, clique aqui.

Os fóruns de discussão de representantes de governos e pessoas que atuam em instituições e ONGs relacionadas ao tema REA será fechado. Se você acredita que seu perfil profissional se encaixa em um destes fóruns, você pode enviar um email para portal@oas.org.