Amazon força Unglue.it a suspender publicação de ebooks com licenças Creative Commons

A plataforma de crowdfunding Unglue.it tem como propósito financiar a publicação online de títulos esgotados em licença Creative Commons. No modelo adotado por eles, o autor do livro estipula um determinado valor para que o livro passe a circular sem restrições. Quando uma campanha bate a meta estabelecida pelos detentores de direitos, a Unglue.it paga-lhes um valor estabelecido para licenciar o seu trabalho. Essas licenças tornam a edição livre e legal para todo mundo ler, copiar e redistribuir, em todo o mundo. 

No início de agosto, o site paralisou todos os projetos, pois recebeu a seguinte notícia: o seu sistema de pagamento, o Amazon Payments, não prestará mais serviços. Segundo o fundador do Unglue.it, o representante da Amazon disse que o problema não é o crowdfunding em si, pois Amazon Payments continua a trabalhar com o Kickstarter (outra plataforma semelhante).

Segundo uma matéria publicada na Wired, Amazon argumentou que o modelo da Unglue.it se diferencia de outras plataformas de crowdfunding e que a companhia não poderia dar suporte à esse modelo em função das particularidades do serviço. A Amazon não especificou qual era exatamente o problema.

No seu blog, os representantes do  Unglue.it estimulam as pessoas que acreditam no seu serviço e modelo de negócio a continuarem enviando sugestões de livros para relançamento e escreveram que um dia as pessoas se admirarão pelo fato de terem sido obrigadas a pagar pelos ebooks ao invés de ter livre acesso à eles!

Apesar da Amazon ter os obrigado a anular todas as autorizações pendentes, esse fato não afeta a publicação do ebook Oral Literature in Africa Campaign, produzido pela editora Open Book Publishers. Esse ebook está quase pronto para o lançamento e estará disponível sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) para usar, compartilhar, traduzir, remixar!

As redes sociais tem contribuído para que várias pessoas em todas as partes do mundo deixem seu apoio a iniciativa da plataforma crowdfunding!

Parece que novos modelos de negócio incomodam “muita gente” não?

Fontes:

Catarse –  Crowdfunding, Creative Commons e Amazon

Unglue.it – Open thread: Amazon forces Unglue.it to Suspend Crowdfunding for Creative Commons eBooks

Wired – Amazon Payments suspends contract of ebook crowdfunding platform Unglue.it

Uma vida 100% em código aberto: é possível?

Sam Muirhead criou desafio para mostrar ao mundo que o futuro aponta para uma sociedade tão livre quanto a própria internet


O cineasta neozelandês Sam Muirhead resolveu testar essa liberdade toda na vida offline. Ele vai passar um ano vivendo totalmente de produtos sem patente, sem copyright, sem qualquer tipo de barreira.

O próprio Sam é o primeiro a admitir: “Hoje, uma vida 100% em código aberto é impossível. Mas a ideia do projeto é exatamente mostrar as tentativas de atingir esse objetivo”. O conceito de código aberto, ou open-source, começou com a criação de softwares livres, programas de computador não-proprietários. Como o código é aberto, a ideia é que o público possa desenvolver uma versão melhor do software – desde que essa versão também seja livre. Não é difícil de supor que essa filosofia é um dos pilares do desenvolvimento tecnológico que trouxe a internet ao lugar que está hoje.

No site Year Of Open Source ele conta coisas como o árduo processo de criar uma cueca open-source. Veja entrevista com Sam e conheça suas ideias para o projeto:

O fundador do Linux disse que “no futuro todas as coisas serão open-source”. Você concorda?

Sam Muirhead: Não. Acho que um futuro com várias coisas open-source seria legal, mas não tenho certeza se essa teoria se aplica à todas as áreas da vida. A ideia do meu projeto é testar os limites do pensamento open-source. Eu diria que a expansão dessa filosofia é lógica, quase inevitável e muito positiva.

Quanto tempo irá levar até esse futuro chegar?

Sam Muirhead: Anos. Muitos, muitos anos. Mas o primeiro passo é contar para as pessoas que a ideia existe, divulgar diferentes modelos de compartilhamento, colaboração, fazer as pessoas entenderem os conceitos, as licenças e as possibilidades da cultura livre.

Você começou o desafio dia 1º de agosto, certo? Qual tem sido a parte mais difícil?

Sam Muirhead: Na verdade, conseguir informação confiável sobre o que é patenteado ou não tem se mostrado algo surpreendentemente difícil. O melhor jeito de descobrir se algo tem patente é copiá-lo, colocar no mercado e esperar para ser processado.

E o que você achou que seria particularmente difícil, mas está acabou que está sendo fácil?

Sam Muirhead: Usar Linux. Apesar da instalação propriamente dita não ter sido fácil, a mudança para o Ubuntu foi tranqüila. Meus únicos problemas com software são: não existe um equivalente ao Final Cut Pro (programa de edição da Apple) e meus amigos e familiares estão muito satisfeitos com o Skype e não pretendem mudar para Jitsi ou Empathy (comunicadores online sem patente) só para falar comigo!

Eu tenho que perguntar: como você está substituindo o papel higiênico?

Sam Muirhead: Esse é um dos itens de domínio público que eu continuarei a usar, mas também experimentarei uma alternativa open-source. Quer dizer, vou tentar fazer meu próprio papel através de um método de baixa tecnologia, mas talvez alguma parte do processo tenha que ser automatizada para facilitar que os outros o copiem.

Você está respondendo esse e-mail em um computador open-source? E os vídeos que você grava diariamente? Eles são feitos com uma câmera open-source? Existe esse tipo de coisa?

Sam Muirhead: Ainda não. CPUs abertas estão em desenvolvimento, mas não creio que estejam em um estágio maduro. Eu vou abordar esse obstáculo de duas maneiras diferentes: como o projeto tem pouca grana, não irei trocar meu MacBook, mas tentarei substituir todos os componentes possíveis por outras peças que sejam open-source. Também quero montar um computador do zero, bem básico, mas que me permita editar vídeos. Vou conversar com programadores e expert em eltrônica e hardware para ver como podemos resolver isso. Mesmo que seja algo com uma resolução tosca, com imagens em preto e branco, vale pelo teste. Em relação à câmera, eu não posso comprar a única câmera open-source do mundo, mas irei encontrar a equipe que a desenvolveu para filmar algumas coisas com ela.

Você está morando em Berlim, uma cidade conhecida por estar na vanguarda da cultura livre. Quais iniciativas que estão realizadas perto da sua casa têm te ajudado na sua rotina sem copyright?

Sam Muirhead: A maior ajuda está vindo do Open Design City, um laboratório hacker para a comunidade do design open-source. A rede FreiFunk disponibilizou sinal aberto de WiFi por toda Berlim e tem o instituto Naehinstitut que fica perto de casa e me ajuda com a confecção de roupas.

Você disse que quando não houvesse alternativa sem patente, você iria atrás da solução mais “compartilhável” possível. Você pode dar alguns exemplos?

Sam Muirhead: Nesse momento estou trabalhando com uma opção para cerveja. Ela tem sido produzida há mais de 11 mil anos, qualquer patente no processo de fabricação certamente já expirou, então as receitas não podem ter copyright. Cerveja é do domínio público. De qualquer maneira, existem 3 opções que se adéquam a minha proposta. A Free Beer é um rótulo open-source tanto na receita como no próprio conceito de marca, Premium Beer é uma marca sem fins lucrativos que disponibiliza aonde a bebida foi produzida e quais ingredientes foram usados: o modelo de negócios todo é liberado sob a licença Creative Commons para que os outros possam copiar. Tem também a Quartiermeister que usa o dinheiro da venda de cerveja para apoiar iniciativas locais. O mais legal é que os próprios consumidores que decidem aonde esse dinheiro deve ser investido, qual organização será ajudada.

Quando você começou a se interessar pela ideia de cultura livre?

Sam Muirhead: Foi há mais ou menos 4 anos quando passei a usar Open Office (espécie da pacote Office com código aberto) e Firefox. Mas foi o livro A Riqueza das Redes, do professor Yochai Benkler que despertou meu interesse de fato.

Você já teve que produzir algo com as próprias mãos?

Sam Muirhead: Nessas duas semanas eu criei pasta de dente e champanhe open-source. Também promovi um workshop sobre cuecas open-source. Nos próximos dias vou começar a fabricá-las.

Year of Open Source (CC Attribution-Sharealike) from Sam Muirhead on Vimeo.

Fonte: Revista Galileu

Lançamento da Universidade Fora do Eixo (UniFdE): Ano Letivo 2012/2013

A construção do conhecimento é prática intrínseca aos processos de produção e sobrevivência que envolvem o cotidiano dos seres humanos. É o que o homem desenvolve ao produzir as condições necessárias à sua existência, através do trabalho e onde cada agente envolvido é ao mesmo tempo aprendiz e formador, assimilando, compartilhando e gerando novas tecnologias sociais a partir da recombinação de informações. Partindo desses preceitos, a Universidade Livre Fora do Eixo – frente de formação constituída por coletivos e projetos da rede – lança neste mês seu ano letivo 2012/2013, considerando o vasto calendário do circuito cultural que marca o segundo semestre do ano.

Para a inauguração dos trabalhos, uma ampla agenda de atividades será realizada em agosto. Entre as ações, estão previstos encontro da Unicult – Universidade das Culturas – da qual a UniFdE faz parte – Observatórios, Diálogos, Conversas Infinitas, além de imersões temáticas,  missão e coluna internacionais, respectivamente, para o Peru e México, lançamento do site oficial, e outros.

A Universidade Livre Fora do Eixo tem como base primordial de trabalhos a troca de saberes gerada a partir da circulação, vivências e intercâmbios entre os coletivos da rede. Para ela, a união das diversas experiências, projetos e/ou ações realizadas por esses atores sociais formam um grande circuito de conhecimento, marcado fortemente por sistemas de qualificação e ampliação de repertórios. Dessa forma, as plataformas de percursos artístico-culturais assumem também um perfil de dinamizadores nas trocas de tecnologias, desempenhando o papel de conectoras da cultura independente e da formação livre.

Ao todo, centenas de ações são realizadas ao longo do ano dentro dos campi da UniFdE, que podem se constituir como espaços permanentes ou temporários. Os permanentes são baseados nas Casas Fora do Eixo e em sedes de coletivos, onde há programações periódicos, infraestrutura e ambientes cognitivos fundamentais onde se desenvolvem os métodos formativos. Os temporários se utilizam dos festivais, congressos e encontros organizados em cada cidade como fundamento de circulação desses processos.

Entre as metodologias desenvolvidas figuram a realização de Observatórios, Imersões, Encontros, Congressos, Vivências e Colunas, e também o lançamento de Tecs, Tutoriais, Cartilhas e Anuário digital, entre outros conteúdos, acessíveis a partir do Fora do Eixo Tec – a Wiki do Fora do Eixo. A Universidade Livre Fora do Eixo tem patrocínio da Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e Governo Federal. A empresa é parceira da ação na sistematização para conectar os campi e torná-los espaços ainda mais potentes.

Sobre a UniFdE

A UniFdE foi fundada oficialmente em 2010, a partir do aperfeiçoamento na sistematização das tecnologias sociais da rede. Compreendendo que as soluções geradas pelos coletivos para superar desafios locais eram, sobretudo, metologias e saberes construídos a partir de práticas cotidianas, o Fora do Eixo iniciou oficialmente as atividades de sua universidade. Desde então, mais de 70 colunas foram realizadas, 200 observatórios, 150 imersões envolvendo coletivos e parceiros, 50 encontros e mais de 600 vivências que aconteceram em Festivais, Casas e Pontos Fora do Eixo de todo o Brasil.

Agenda de Agosto

  • 08 de agosto: Lançamento da campanha de divulgação de início de ano letivo da Uni FdE
  • 09 de agosto: Lançamento da campanha de divulgação do campus Congresso Cone Sul (realização de imersões – Regional, Palco e Cone Sul)
  • 10 de agosto: Lançamento da campanha de divulgação dos Percursos do Circuito Mineiro de Festivais
  • 13 de agosto: Lançamento do site da Uni FdE
  • 14 a 19 de agosto: Realização da missão Peru
  • 15 a 19 de agosto: Realização das Imersões Regional Sul, Palco Fora do Eixo e Cone Sul no campus Congresso Cone Sul
  • 20 de agosto a 05 de setembro: Realização da coluna México
  • 22 a 25 de agosto: Realização de Percurso no campus avançado da Feira da Música

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UniFdE e Facebook

Entrevista com Talita Moretto

Talita Moretto é jornalista atuante em Educação.  Atualmente ela é responsável pela disciplina de Mídias Digitais em um curso de MBA em Marketing Digital e aborda Recursos Educacionais Abertos e licenças Creative Commons em suas aulas.

Para Talita, ” REA é o caminho para melhorar a educação de todos quanto à ética de uso e o bom senso, além de saber que é um material de qualidade diante de tantas coisas que encontramos sem curadoria na rede”.

Leia a entrevista completa aqui.

Talita Moretto

Jornalista atuante em Educação. Pós-Graduada em Tecnologias na Aprendizagem, coordenadora de Programa Jornal e Educação (Projeto Vamos Ler / Jornal da Manhã), professora de Mídias Digitais, colunista para o Portal Adital Jovem – Notícias da América Latina e Caribe, pesquisadora e especialista na aplicação de mídia e novas tecnologias na educação. É autora do blog Sala Aberta (salaaberta.com).

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Editora Combook e novos modelos de negócio

A Editora Combook chega ao mercado com a proposta de acesso aberto de suas obras e disponibiliza gratuitamente os dois primeiros lançamentos na versão digital (e-book), Fontes de Notícias e Agência de Comunicação, ambos de autoria do jornalista e diretor da editora, Aldo Antonio Schmitz.

Segundo ele, “a editora não tem fins lucrativos e adota o critério da maioria das revistas acadêmicas, de acesso livre para conteúdos científicos, por entender que o conhecimento deve ser universal e irrestrito”, lembrando que os avanços da tecnologia digital possibilitam compartilhar conhecimento de forma colaborativa e aberta.

Estreante no mercado editorial, a Combook publica livros paradidáticos voltados para professores e estudantes de graduação e pós-graduação de Comunicação Social, bem como profissionais do mercado, notadamente futuros e atuais jornalistas, assessores de comunicação e publicitários.

Há a opção da aquisição do livro impresso pelo preço de custo de impressão sob demanda, em torno de 10 reais, mais a remessa pelos Correios, diretamente no site da editora, onde se pode também baixar gratuitamente os e-books (versão digital em PDF).

Saiba mais sobre a iniciativa em Combook.

Quais os benefícios e oportunidades de Recursos Educacionais Abertos?

Concurso de vídeos destaca o potencial de Recursos Educacionais Abertos


Competição de vídeos promovida pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos,  Open Society Foundation e Creative Commons convidou o público a descrever os benefícios e oportunidades de Recursos Educacionais Abertos criados por professores, alunos e escolas. O concurso recebeu 60 vídeos e no mês de julho o grande vencedor foi anunciado.

1º Lugar

Why Open Education Matters from Blink Tower on Vimeo.


2º Lugar

Why Open Education Matters Submission – “Password: OER” from Laura Rachfalski on Vimeo.


3º Lugar

Além dos vencedores, todos os vídeos enviados estão disponíveis para visualização no site http://whyopenedmatters.org. Todos os vídeos são licenciados CC-BY, o que significa que todos os interessados podem distribuir, remixar, e criar obras derivadas, mesmo comercialmente, desde que se atribua o crédito aos criadores.

Unesp Aberta

A Universidade Estadual Paulista lançou no mês de junho o Projeto Unesp Aberta, que disponibiliza pela internet disciplinas livres como oportunidade de aperfeiçoamento de professores nas áreas de Humanas, Exatas e Biológicas.

A iniciativa oferece gratuitamente materiais didáticos digitais dos cursos de graduação, pós-graduação e extensão da Unesp elaborados em parceria com o Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da universidade.

Entre os materiais disponíveis na Unesp Aberta estão mais de 17 mil itens educacionais, como mapas, imagens, softwares e animações, 300 videoaulas, 300 textos e 138 livros digitais do selo Cultura Acadêmica, além do acervo da Biblioteca Digital – que reúne material pertencente ao sistema de bibliotecas da Unesp e de seus centros de documentação.

O acervo contempla ainda o material dos cursos da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e de cursos presenciais da Unesp que também utilizam as tecnologias digitais.

As disciplinas livres disponibilizadas integram a Rede São Paulo de Formação Docente (RedeFor), convênio da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com Unesp, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas para dar cursos de pós-graduação a professores da rede pública do Estado.

O projeto da Unesp prevê as inclusões de versões em inglês e espanhol, bem como a incorporação de recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição. O acesso ao material não dá direito a qualquer tipo de certificação de conclusão ou apoio educacional.

Fonte: Unesp Aberta e Fapesp

Análise dos termos de uso e opinião

É inegável que ações desse tipo somente enriquecerão o acesso ao conhecimento dando oportunidade de formação em diversas áreas do conhecimento a toda e qualquer pessoa que tenha acesso a Internet, entretanto, gostaria de destacar alguns pontos em relação aos termos de uso do material e os entraves já conhecidos por nós da comunidade REA em relação ao remix e criação de obras derivadas:

  • A menos que indicado como estando em domínio público, todo o conteúdo do site é protegido pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 (legislação sobre direitos autorais [copyright]) da República Federativa do Brasil. Os textos, as videoaulas, as animações/simulações, áudios, imagens, softwares educacionais, mapas e outros conteúdos de instrução fornecidos com os cursos oferecidos neste AVA são estritamente para uso pessoal.

Pode ser que alguns materiais disponibilizados permitam mais criatividade e liberdades aos usuários:

  • Certos documentos de referência, livros didáticos digitais, artigos e outras informações presentes AVA são usadas com a autorização de terceiros e o uso dessas informações está sujeito a determinadas regras e condições, que serão publicadas juntamente com o conteúdo

E a pergunta que fica é: se a UNESP, universidade pública, financiada com dinheiro público, tem em seu AVA parte de seu acervo de aulas baseado em materiais didáticos digitais dos cursos de graduação, pós-graduação e extensão, porque esse material está sob copyright ao invés de ser realmente disponibilizado livremente, com formatos e licenças abertas?

Qual a opinião de vocês membros da comunidade REA?

União Europeia: pesquisas financiadas com dinheiro público serão de acesso aberto

Acesso aberto a resultados de investigação impulsionará capacidade europeia de inovação


A Comissão Europeia delineou  medidas para melhorar o acesso à informação científica produzida na Europa. Um acesso mais amplo e rápido a documentos e dados científicos tornará mais fácil a investigadores e empresas aproveitarem as descobertas da investigação financiada por fundos públicos. Deste modo, a capacidade de inovação europeia receberá um forte impulso e os cidadãos poderão aceder mais rapidamente aos benefícios das descobertas científicas. A Europa obterá assim um melhor retorno para o seu investimento anual de 87 bilhões de euros em investigação e desenvolvimento.

Numa primeira etapa, a comissão tornará o acesso aberto a publicações científicas um princípio geral do Horizon 2020, o programa da União Europeia relativo ao financiamento de investigação e inovação para o período 2014-2020. A partir de 2014, todos os artigos produzidos com financiamento do Horizon 2020 terão de ser acessíveis, da seguinte maneira:

  • o editor facultará imediatamente o acesso online aos artigos (acesso aberto «gold»), podendo os custos iniciais de publicação vir a ser reembolsados pela Comissão Europeia; ou
  • os investigadores disponibilizarão os seus artigos por meio de um repositório de acesso aberto, no prazo máximo de seis meses após a publicação (doze meses para artigos no domínio das ciências sociais e humanas) (acesso aberto «green»).

A Comissão recomendou também que os Estados-Membros adotem uma abordagem similar para os resultados de investigação financiada pelos seus próprios programas nacionais. O objetivo é conseguir que, em 2016, 60% dos artigos de investigação financiada por fundos públicos na Europa sejam de acesso aberto.

A Comissão iniciará também um acesso aberto experimental aos dados recolhidos no âmbito de investigação financiada por fundos públicos (por exemplo, os resultados numéricos das experiências), tendo em conta preocupações legítimas relacionadas com os interesses comerciais dos financiadores ou com a privacidade.

Numa consulta pública realizada em 2011, 84% dos inquiridos disseram que o acesso à literatura científica poderia ser melhorado. Alguns estudos indicam que, sem um acesso rápido a literatura científica atualizada, as pequenas e médias empresas poderão necessitar de dois anos suplementares para lançar produtos inovadores no mercado. Um estudo financiado pela UE indicou que, atualmente, apenas 25% dos investigadores partilham os seus dados de forma aberta.

Neelie Kroes, Vice-Presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital, declarou, a este respeito: “Os contribuintes não deveriam ter de pagar duas vezes a investigação científica. E precisam de um acesso sem descontinuidades a dados brutos. Queremos elevar a divulgação e o aproveitamento dos resultados da investigação científica a um nível superior. Os dados científicos são o novo petróleo”.

Máire Geoghegan-Quinn, Comissária Europeia para a Investigação e a Inovação, afirmou: “Temos de dar aos contribuintes a justa remuneração pelo que pagam. O acesso aberto a documentos e dados científicos desencadeará importantes avanços dos nossos investigadores e empresas, impulsionando o conhecimento e a competitividade na Europa”.

Saiba mais: European Union

Concurso de monografias sobre direito autoral

 Que tal uma monografia sobre Recursos Educacionais Abertos para estimular o pensamento crítico?


A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, instituiu o Concurso Anual de Monografias sobre Direitos Autorais “Prêmio Otávio Afonso”, por meio da portaria nº 106, publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira (26).

O concurso é de abrangência nacional e de competência da Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura (DDI/MinC).

Sua finalidade é estimular o pensamento crítico sobre Direito Autoral nas diversas disciplinas acadêmicas, como por exemplo, economia, ciências jurídicas, ciências da informação e relações internacionais.

Os candidatos receberão prêmios, preferencialmente em dinheiro, e serão julgados por comissão constituída por pessoas de notória especialização ou reconhecimento público sobre o tema.

O concurso é direcionado a estudantes dos cursos de graduação superior ou pós-graduação (lato ou stricto sensu) reconhecidos pelo Ministério da Educação.

Fonte: Ministério da Cultura