Vídeos do Simpósio REA já estão disponíveis

O Simpósio REA: Promovendo o acesso e o intercâmbio de conhecimento e lançamento oficial do livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas agitou a comunidade REA Brasil no final de maio. O simpósio aconteceu em São Paulo, foi totalmente aberto e transcorreu no clima de batepapo com muitas intervenções e troca de experiências dos presentes na Casa de Cultura Digital e também online através do Twitter e Facebook.

Se você não pode estar conosco presencialmente, agora já pode conferir tudo o que rolou por lá!


Mesa 1: REA e a educação brasileira
Alexandre Shneider, Bianca Santana, Nelson Pretto


Mesa 2: Políticas públicas, padrões, e licenças
Sergio Amadeu, Cristiana Gonzalez, Priscila Gonsales


Mesa 3: REA na educação básica
Mary Lane Hutner, Nelson Pretto, Tel Amiel


Mesa 4: REA na educação superior e não formal
Adriana Luccisano, Marcelo Akira, Andreia Inamorato

Veja também:

REA: Promovendo o Acesso e Intercâmbio de Conhecimento

Simpósio e lançamento do livro REA

I Workshop Recursos Educacionais Abertos: questões para globalização e localização

O I Workshop Recursos Educacionais Abertos: questões para globalização e localização, será parte do Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2012) e está focado na discussão sobre o uso e reuso de recursos digitais em ambientes formais e não formais de aprendizagem. O movimento, chamado de “Recursos Educacionais Abertos” (REA) tem se expandido rapidamente no mundo e no Brasil.

Recursos podem ser considerados “abertos” com base em dois princípios: 1) abertura legal, com o uso de licenças mais permissivas (como Creative Commons) e 2) abertura técnica, através de formatos e protocolos abertos ou especificados abertamente. Hoje encontramos alguns projetos no Brasil que disponibilizam recursos com licenças mais abertas com grande variedade na implementação dos mesmos. Com o crescimento da disponibilização de recursos em escala mundial pesquisadores têm começado a questionar o conceito de “abertura” e até que ponto estes recursos são, ou podem ser, efetivamente reutilizados, remixados e adaptados em diferentes contextos. Ou devemos sempre “criar” o novo?

Neste workshop, busca-se entender as peculiaridades do conceito de “remix” de recursos educacionais abertos, discutindo questões práticas (exemplos, projetos, atividades) bem como teóricas (modelos, dificuldades, impedimentos, catalisadores).

Um enfoque principal será dado às questões relativas a produção e trânsito de recursos entre diferentes grupos culturais, países, nacionalidades, comunidades e grupos linguísticos, buscando problematizar questões relativas à globalização e localização de recursos educacionais, em um mundo cada vez mais mediado e conectado.

Temas de interesse incluem (mas não estão restritos)

  • Desenvolvimento de processo e técnicas que facilitam o uso, revisão e remis de recursos abertos
  • Práticas REA em condições não-ideais
  • Práticas e recursos abertos em programas de formação docente
  • Como pensar em “cultura” em REA
  • Benefícios e limitações na localização de REA
  • Estudos de caso analisando práticas de remix/adaptação cultural e tradução de recursos
  • Desenvolvimento collaborativo em REA

O workshop está aberto para artigos resumidos e completos que falem sobre aspectos teóricos, práticos e experiências relacionadas a remix, adaptação, localização e cultura em REA. O envio de artigos pode ser feito até 05/10/2012. Para mais informações acesse Educação Aberta.

REA em Bagé e Ijuí – RS

REA: práticas colaborativas na web


Entre os dias 29 e 30 de agosto, o projeto REA Brasil participou e apoiou dois eventos regionais no Rio Grande do Sul, o Seminário Binacional Brasil-Uruguai sobre Modernização Tecnológica na Educação, em Bagé e o IX Seminário de Tecnologia Educacional – Cultura Digital: cenário para o diálogo escolar, realizado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Ijuí.

Em postagem pré-evento de Bagé, o gestor de mídias sociais do Gabinete Digital, Everton Rodrigues destacou o uso dos Recursos Educacionais Abertos (REA) como algo estratégico para potencializar o desenvolvimento de uma educação participativa. Os REA promovem a superação da educação broadcasting onde todos recebem o mesmo conteúdo independente da realidade local. “Livros didáticos financiados com dinheiro público devem ser licenciados de forma a permitir que professores e alunos possam adaptar os conteúdos à sua realidade local, transformando-se em co-autores dos materiais e conteúdos didáticos, desenvolvendo assim, uma consciência coletiva crítica”.

Os dois eventos contaram com a presença de grande público e em sua maioria ouviu pela primeira vez sobre REA . Os projetos de política pública REA tiveram destaque na fala das representantes do REA Brasil, além de vários projetos REA no Brasil. Houve também lançamento do livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas.

Copie, distribua, remixe, crie a sua própria formação REA usando o arquivo abaixo e confira algumas fotos dos eventos aqui.


Copyleft: manual de uso em português

Um grupo de pessoas reuniu esforços e  de maneira voluntária traduziu colaborativamente o livro “Copyleft – Manual de Uso“,  publicado pela editora espanhola Traficante de Sueños.


O guia está dividido em 9 partes, sendo que seis são destinados a aplicação dos princípios nas mais diversas áreas do conhecimento (de aplicação das licenças compatíveis ao copyleft na distribuição/compartilhamento de música, audiovisual, livros, softwares e artes visuais), e os dois (últimos) são destinados a discussão política/filosófica do copyleft.

Usando a própria introdução do manual:


Já faz algum tempo que o termo copyleft saltou das margens do mundo da informática e se instalou em todos os âmbitos da produção intelectual. O copyleft se converteu na bandeira de um movimento cultural e político que reúne toda classe de criadores e trabalhadores intelectuais: músicos, escritores, programadores, artistas, editores, juristas, midialivristas e um longo etcétera que ameaça se instalar em cada rincão da sociedade.

No âmbito da programação [de computador], copyleft definia antes de mais nada um conceito jurídico. Assinalava que todo programa licenciado como software livre (aquele que está permitida a cópia, a modificação e a distribuição sem permissão) teria que permanecer sendo livre nas distribuições (modificadas ou não) do mesmo. O copyleft garantia assim que ninguém poderia se apropiar-se de um programa de software livre, pelo menos de acordo com a lei. Deste modo, parecia encarnar o slogan de 1968 de que “é proibido proibir”, e isso em um terreno tão impróprio como o campo jurídico!

De forma talvez abusiva, mas sem dúvida com uma efetividade social poucas vezes repetida, ocopyleft passou para o terreno dos bens culturais para designar precisamente o que no software livre era uma obviedade: a garantia de certas liberdades do público, a partir da própria arquitetura das leis que reconhecem invariavelmente ao autor a possibilidade de escolher, com plena liberdade, o modelo de distribuição e exploração de suas obras. Estas liberdades são: de cópia, distribuição – comercial ou não-comercial (aspecto que para muitos é a condição imprescindível para considerar um bem cultural como livre) – modificação e geração de obra derivada.


O manual traduzido está disponível no endereço copyleftmanual.wordpress.com e como diz o próprio site, você também pode ajudar a revisar e a divulgar, compartilhando o livro com quem conhecer. Afinal, a informação é livre para todas e todos.

Fonte: Baixa Cultura

Google usará remoções de material por infração de copyright como fator para diminuir ranking de sites

Atualização de algoritmos  rebaixará sites no resultado das buscas


O Google, postou no blog oficial de buscas da empresa a novidade de que mais um “sinal” foi criado para servir de critério na seleção de sites buscados.

“Lutamos para prover uma grande experiência para nossos usuários e, para isso, desenvolvemos mais de 200 sinais para assegurar que nossos algoritmos de busca entreguem os melhores resultados possíveis. A partir da próxima semana, vamos começar a levar em conta um novo sinal em nossa classificação de sites (ranking): o número de notificações válidas de remoção por infração de direitos autorais que recebemos para um determinado site”, escreveu Singhal.

Com isso, resumidamente, sites que tiveram que remover conteúdo por causa de notificações ou denúncias aparecerão mais embaixo nos resultados de buscas do Google.

“Essa mudança de classificação deve ajudar os usuários a encontrar mais facilmente fontes legítimas e com conteúdo de qualidade, como, por exemplo, uma canção encontrada no site de música da NPR, um programa de TV no Hulu ou uma nova música do Spotify em stream”, explicou.

Desde que o Google reformulou seu critério de remoções por copyright, três anos atrás, o buscador vem recebendo cada vez mais denúncias de detentores de direitos autorais sobre infrações on-line.

“Na verdade, agora estamos recebendo e processando um número maior de avisos diários de remoção por copyright do que em todo o ano de 2009. Foram mais de 4,3 milhões de URLs só nos últimos 30 dias. Vamos agora usar esses dados como um sinal para nossos rankings de busca”, complementou.

Singhal argumenta que apenas os detentores de direitos autorais sabem de fato se algo está autorizado, e só os tribunais podem decidir se um direito autoral foi infringido. Ele explica que o Google não pode determinar se uma página web em especial viola ou não a lei de direitos autorais.

EFF não gostou das mudanças

“A nova política do Google é opaca”, criticou a Electronic Frontier Foundation (EFF), entidade internacional sem fins lucrativos, sediada nos EUA, que luta pelos direitos digitais. A instituição meses atrás tinha aplaudido o Google por liberar estatísticas detalhadas sobre pedidos de remoção de conteúdo por parte de detentores de direitos autorais.

“Agora que sabemos como eles vão usar esses dados, ficamos menos entusiasmados”, confessou um porta-voz da EFF. “E há um aspecto particularmente problemático: estamos quase certos de que não haverá processo ou recurso para sites que tenham sido demovidos, no caso de falsos positivos”.

A EFF argumenta que pedidos de remoção de conteúdo nada mais são do que acusações de violação de direitos autorais. Nenhum tribunal ou outro árbitro pode confirmar a priori que as acusações são válidas, muito embora os proprietários de direitos autorais possam ser responsabilizados por má-fé nas acusações.

“Rebaixar resultados de pesquisa, efetivamente dizendo ao internauta que estes não são os sites que ele está procurando, é uma atitude drástica, especialmente se for tomada com base apenas em acusações. Tal medida dá aos detentores dos direitos autorais ainda mais de controle sobre o que vemos, ouvimos e lemos”, reclama a EFF.

Segundo a entidade, pelo menos a Google assevera que respeitará contra-notificações, e não rebaixará os resultados com base em remoçoes ainda em disputa jurídica.

“Mas isso é pouco. As políticas opacas do Google ameaçam não só sites legais, mas também minam nossa confiança em seus resultados de busca”, concluiu o amuado porta-voz.

Fonte:

O Globo – Google anuncia atualização de seus algoritmos de busca

EFF – Google’s Opaque New Policy Lets Rightsholders Dictate Search Results

REA no Rio Grande do Sul

Projeto REA Brasil participará de 2 eventos no RS nos dias 29 e 30 de agosto.


A convite da organização do Seminário Binacional Brasil-Uruguai sobre Modernização Tecnológica na Educação, um espaço para possibilitar o diálogo e colaboração cultural, bem como o fomento às boas práticas digitais em ambas realidades, ocorrerá em Bagé palestra e lançamento do livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas.

Em Ijuí, o Núcleo de Tecnologia Educacional recebe palestra REA: práticas colaborativas na web durante o IX Seminário de Tecnologia Educacional – Cultura Digital: cenário para o diálogo escolar.

Você da comunidade REA que mora no Rio Grande do Sul, ajude-nos a divulgar e quem puder, apareça em Ijuí e Bagé para conversarmos!

Informamos que haverá livros REA a venda!

Guia aberto TIC na Educação do Cenpec

O Cenpec divulgou a primeira versão do Guia TIC na Educação – um orientador para os projetos do Cenpec,  produzido a partir das reflexões do Grupo de Discussão das TIC do Cenpec.


O guia, produzido pelo Núcleo TIC e Educação foi publicado em um ambiente wiki (http://guiadetic.cenpec.org.br), justamente para enfatizar que é um material aberto e que seja sempre complementado, atualizado e aperfeiçoado com a colaboração de profissionais do Cenpec.

O ambiente wiki, assim como a Wikipédia, possibilita que as pessoas colaborem, editando as páginas. Todas as edições ficam registradas em um histórico.

Há também uma versão em pdf (atualizada em julho 2012).

Boas edições!

Papo com Dados: Educação

Na próxima semana, (25/08 às 15h) acontece a segunda edição do Papos com Dados organizado pela Open Knowledge Foundation Brasil e pela Transparência Hacker! Desta vez o encontro será sediado na Ação Educativa e a conversa será sobre dados de educação.

No primeiro encontro foi abordado o tema “os maiores problemas de São Paulo”, especialmente sobre transporte, segurança e saúde. A ideia do evento é simples: conversar com especialistas que conheçam ou trabalhem com dados de educação para ter um panorama geral de quais são as informações disponíveis, como obtê-las e as possíveis dificuldades encontradas nesse processo.

O encontro pode servir de ponto de partida para a criação de aplicativos, matérias jornalísticas e, até mesmo, para a mobilização em torno da liberação de dados não disponíveis.

Local: Ação Educativa
Endereço: Rua General Jardim, 660
Horário: 15 horas
 

Saiba mais sobre a Ação Educativa aqui.

Fonte: OKF

Amazon força Unglue.it a suspender publicação de ebooks com licenças Creative Commons

A plataforma de crowdfunding Unglue.it tem como propósito financiar a publicação online de títulos esgotados em licença Creative Commons. No modelo adotado por eles, o autor do livro estipula um determinado valor para que o livro passe a circular sem restrições. Quando uma campanha bate a meta estabelecida pelos detentores de direitos, a Unglue.it paga-lhes um valor estabelecido para licenciar o seu trabalho. Essas licenças tornam a edição livre e legal para todo mundo ler, copiar e redistribuir, em todo o mundo. 

No início de agosto, o site paralisou todos os projetos, pois recebeu a seguinte notícia: o seu sistema de pagamento, o Amazon Payments, não prestará mais serviços. Segundo o fundador do Unglue.it, o representante da Amazon disse que o problema não é o crowdfunding em si, pois Amazon Payments continua a trabalhar com o Kickstarter (outra plataforma semelhante).

Segundo uma matéria publicada na Wired, Amazon argumentou que o modelo da Unglue.it se diferencia de outras plataformas de crowdfunding e que a companhia não poderia dar suporte à esse modelo em função das particularidades do serviço. A Amazon não especificou qual era exatamente o problema.

No seu blog, os representantes do  Unglue.it estimulam as pessoas que acreditam no seu serviço e modelo de negócio a continuarem enviando sugestões de livros para relançamento e escreveram que um dia as pessoas se admirarão pelo fato de terem sido obrigadas a pagar pelos ebooks ao invés de ter livre acesso à eles!

Apesar da Amazon ter os obrigado a anular todas as autorizações pendentes, esse fato não afeta a publicação do ebook Oral Literature in Africa Campaign, produzido pela editora Open Book Publishers. Esse ebook está quase pronto para o lançamento e estará disponível sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) para usar, compartilhar, traduzir, remixar!

As redes sociais tem contribuído para que várias pessoas em todas as partes do mundo deixem seu apoio a iniciativa da plataforma crowdfunding!

Parece que novos modelos de negócio incomodam “muita gente” não?

Fontes:

Catarse –  Crowdfunding, Creative Commons e Amazon

Unglue.it – Open thread: Amazon forces Unglue.it to Suspend Crowdfunding for Creative Commons eBooks

Wired – Amazon Payments suspends contract of ebook crowdfunding platform Unglue.it

Uma vida 100% em código aberto: é possível?

Sam Muirhead criou desafio para mostrar ao mundo que o futuro aponta para uma sociedade tão livre quanto a própria internet


O cineasta neozelandês Sam Muirhead resolveu testar essa liberdade toda na vida offline. Ele vai passar um ano vivendo totalmente de produtos sem patente, sem copyright, sem qualquer tipo de barreira.

O próprio Sam é o primeiro a admitir: “Hoje, uma vida 100% em código aberto é impossível. Mas a ideia do projeto é exatamente mostrar as tentativas de atingir esse objetivo”. O conceito de código aberto, ou open-source, começou com a criação de softwares livres, programas de computador não-proprietários. Como o código é aberto, a ideia é que o público possa desenvolver uma versão melhor do software – desde que essa versão também seja livre. Não é difícil de supor que essa filosofia é um dos pilares do desenvolvimento tecnológico que trouxe a internet ao lugar que está hoje.

No site Year Of Open Source ele conta coisas como o árduo processo de criar uma cueca open-source. Veja entrevista com Sam e conheça suas ideias para o projeto:

O fundador do Linux disse que “no futuro todas as coisas serão open-source”. Você concorda?

Sam Muirhead: Não. Acho que um futuro com várias coisas open-source seria legal, mas não tenho certeza se essa teoria se aplica à todas as áreas da vida. A ideia do meu projeto é testar os limites do pensamento open-source. Eu diria que a expansão dessa filosofia é lógica, quase inevitável e muito positiva.

Quanto tempo irá levar até esse futuro chegar?

Sam Muirhead: Anos. Muitos, muitos anos. Mas o primeiro passo é contar para as pessoas que a ideia existe, divulgar diferentes modelos de compartilhamento, colaboração, fazer as pessoas entenderem os conceitos, as licenças e as possibilidades da cultura livre.

Você começou o desafio dia 1º de agosto, certo? Qual tem sido a parte mais difícil?

Sam Muirhead: Na verdade, conseguir informação confiável sobre o que é patenteado ou não tem se mostrado algo surpreendentemente difícil. O melhor jeito de descobrir se algo tem patente é copiá-lo, colocar no mercado e esperar para ser processado.

E o que você achou que seria particularmente difícil, mas está acabou que está sendo fácil?

Sam Muirhead: Usar Linux. Apesar da instalação propriamente dita não ter sido fácil, a mudança para o Ubuntu foi tranqüila. Meus únicos problemas com software são: não existe um equivalente ao Final Cut Pro (programa de edição da Apple) e meus amigos e familiares estão muito satisfeitos com o Skype e não pretendem mudar para Jitsi ou Empathy (comunicadores online sem patente) só para falar comigo!

Eu tenho que perguntar: como você está substituindo o papel higiênico?

Sam Muirhead: Esse é um dos itens de domínio público que eu continuarei a usar, mas também experimentarei uma alternativa open-source. Quer dizer, vou tentar fazer meu próprio papel através de um método de baixa tecnologia, mas talvez alguma parte do processo tenha que ser automatizada para facilitar que os outros o copiem.

Você está respondendo esse e-mail em um computador open-source? E os vídeos que você grava diariamente? Eles são feitos com uma câmera open-source? Existe esse tipo de coisa?

Sam Muirhead: Ainda não. CPUs abertas estão em desenvolvimento, mas não creio que estejam em um estágio maduro. Eu vou abordar esse obstáculo de duas maneiras diferentes: como o projeto tem pouca grana, não irei trocar meu MacBook, mas tentarei substituir todos os componentes possíveis por outras peças que sejam open-source. Também quero montar um computador do zero, bem básico, mas que me permita editar vídeos. Vou conversar com programadores e expert em eltrônica e hardware para ver como podemos resolver isso. Mesmo que seja algo com uma resolução tosca, com imagens em preto e branco, vale pelo teste. Em relação à câmera, eu não posso comprar a única câmera open-source do mundo, mas irei encontrar a equipe que a desenvolveu para filmar algumas coisas com ela.

Você está morando em Berlim, uma cidade conhecida por estar na vanguarda da cultura livre. Quais iniciativas que estão realizadas perto da sua casa têm te ajudado na sua rotina sem copyright?

Sam Muirhead: A maior ajuda está vindo do Open Design City, um laboratório hacker para a comunidade do design open-source. A rede FreiFunk disponibilizou sinal aberto de WiFi por toda Berlim e tem o instituto Naehinstitut que fica perto de casa e me ajuda com a confecção de roupas.

Você disse que quando não houvesse alternativa sem patente, você iria atrás da solução mais “compartilhável” possível. Você pode dar alguns exemplos?

Sam Muirhead: Nesse momento estou trabalhando com uma opção para cerveja. Ela tem sido produzida há mais de 11 mil anos, qualquer patente no processo de fabricação certamente já expirou, então as receitas não podem ter copyright. Cerveja é do domínio público. De qualquer maneira, existem 3 opções que se adéquam a minha proposta. A Free Beer é um rótulo open-source tanto na receita como no próprio conceito de marca, Premium Beer é uma marca sem fins lucrativos que disponibiliza aonde a bebida foi produzida e quais ingredientes foram usados: o modelo de negócios todo é liberado sob a licença Creative Commons para que os outros possam copiar. Tem também a Quartiermeister que usa o dinheiro da venda de cerveja para apoiar iniciativas locais. O mais legal é que os próprios consumidores que decidem aonde esse dinheiro deve ser investido, qual organização será ajudada.

Quando você começou a se interessar pela ideia de cultura livre?

Sam Muirhead: Foi há mais ou menos 4 anos quando passei a usar Open Office (espécie da pacote Office com código aberto) e Firefox. Mas foi o livro A Riqueza das Redes, do professor Yochai Benkler que despertou meu interesse de fato.

Você já teve que produzir algo com as próprias mãos?

Sam Muirhead: Nessas duas semanas eu criei pasta de dente e champanhe open-source. Também promovi um workshop sobre cuecas open-source. Nos próximos dias vou começar a fabricá-las.

Year of Open Source (CC Attribution-Sharealike) from Sam Muirhead on Vimeo.

Fonte: Revista Galileu