Concurso da SaferNet premia iniciativas em REA

O Concurso InternÉtica 2011, organizado pela SaferNet Brasil, premiará educadores e estudantes que elaborarem os melhores recursos educacionais abertos – entre outras produções. A proposta do edital é a de mostrar o que tem sido feito “pelo uso ético e seguro da internet”: os professores podem contribuir com planos de aula e os estudantes, com “a aula que gostariam de ter”, como aparece no vídeo explicativo abaixo:[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ucsW4X5lQC8]

Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção da SaferNet (que acompanha a lista de discussão REA), nos concedeu uma pequena entrevista sobre a importância da contemplação de REA no edital.

Qual a importância, para vocês, de os resultados serem REA? E quais os objetivos que esperam alcançar com eles?

Para nós os temas cidadania, ética e segurança na Internet são considerados de grande interesse público na sociedade da informação. Como a proposta de REA é diretamente ligada aos Direitos Humanos e à educação, consideramos que precisamos concentrar esforços em materiais de amplo acesso e com mínimas restrições para compartilhamento, distribuição e adaptações. Para nós é vital que materiais educativos sejam gratuitos, e que possam ser adaptados aos mais diferentes contextos sócio-culturais brasileiros, o que já não é nada fácil mesmo com direito à derivação nos materiais. O fato de estimularmos as produções dos concursos em REA e CC ajuda a fortalecer esse espírito colaborativo e solidário das discussões em torno do REA e dos Direitos Humanos, que devem passear muito além dos interesses financeiros, da competitividade e da exclusão.

É a primeira vez que vocês emitem um edital contemplando REA?

Passamos a nos envolver mais diretamente com as discussões da comunidade REA no início de 2010. Como este é o primeiro concurso organizado e coordenado pela própria SaferNet, é sim a primeira vez que fazemos um edital com estes termos, mas certamente manteremos esta abordagem nas iniciativas futuras. Vale destacar que temos estimulado organizações parceiras a fazerem o mesmo.

Por que a escolha da licença CC-NC-SA?

A SaferNet licencia seus materiais de forma aberta desde sua fundação. Todos os conteúdos de http://netica.org.br/educadores e as cartilhas em http://www.safernet.org.br/cartilha estão em CC para facilitar a criação de derivados e a distribuição dos conteúdos em ações educativas.
Nós também desenvolvemos alguns softwares livres para operar nossos canais e a própria estrutura da Rede Nética é em SL (Noosfero), criação de nossos parceiros da Colivre –  Cooperativa de Tecnologias Livres.

As inscrições no concurso podem ser feitas até o dia 11 de abril. Acesse aqui o edital.

Workshop sobre conteúdo aberto

Voluntários das organizações OER Foundation, Wikieducator, OpenCourseware Consortium e Creative Commons prepararam um workshop sobre licenciamento aberto de conteúdo, que ocorrerá entre os dias 21 e 25 de março. Licenças livres, produção e remixagem de conteúdo educacional são as bases do curso, dirigido principalmente a educadores e financiado pela UNESCO.

Para se inscrever, clique aqui.

 

Uma revista em copyleft desde 2001

A revista Fórum, que nasceu em 2001 para cobrir a primeira edição do Fórum Social Mundial, completa dez anos em 2011. Desde a sua fundação, ela dispõe seus textos para reprodução livre. Em seu blog, o editor da revista, Renato Rovai, contou a história da publicação, paralelamente à do processo de discussão dos direitos autorais, da cessão de material em commons e da importância de uma visão ampla acerca do tema.
Leia aqui o texto completo.

Migrando para o software livre

O jornalista Luis Nassif publicou em seu blog um texto (de autoria de André Felipe) indicando links que apontam itens relevantes a serem considerados para uma migração tranquila do uso de softwares proprietários para livres.

Há indicações interessantes de casos de sucesso e de possíveis obstáculos, além de dicas específicas de medidas que empresas e órgãos públicos podem adotar no processo.

Texto de Lilian Starobinas sobre Direitos Autorais

A professora Lilian Starobinas, membro da comunidade REA, publicou em seu blog uma ótima reflexão sobre direitos autorais e a reforma da legislação que cuida disso no Brasil. Leia um trecho:

“(…) Alguém tem dúvida que Manuel Bandeira pertence à cultura brasileira? Pois há sobrinhos-netos que seguem atuando para serem regiamente remunerados a cada imagem ou poema seu que seja incluído numa nova obra – o que fez o poeta Lêdo Ivo, de 86 anos, membro da Academia,chamá-los de “herdeiros famélicos” e declarar que acredita que essas obras deveriam ser consideradas de “utilidade pública”.
Alguém acha que faz sentido a União da Ilha precisar pagar R$800 milpara cantar “Parabéns à você” na Marquês de Sapucaí?(…)”

Acesse o blog Discurso citado e leia o texto na íntegra.

80 ferramentas REA

Encontramos no site da Online Education Database uma lista com 80 ferramentas REA. Os links contém recursos disponíveis para utilização de qualquer pessoa, sendo que alguns possuem fóruns para que os usuários indiquem e produzam ferramentas, e todos permitem que sejam feitos ajustes nos recursos para adequação a determinada realidade. Recursos que não permitem nenhum tipo de colaboração ficaram de fora.

Aqui, você acessa a lista completa de ferramentas.

Menos tempo para preparar testes e provas

O FullMarks, criado pelo pesquisador sulafricano Mark Horner em outubro de 2009, é uma ferramenta que ajuda professores na geração de testes e provas. Por meio dele, os docentes trocam ideias e experiências online, sugerem questões para exames de diversas matérias e reúnem dados referentes aos resultados da aprendizagem para construir, juntos, análises do processo.



Mark também é co-fundador do OpenPress, criado em parceria com Steve Song, que oferece a impressão de conteúdo criado colaborativamente online por preços mais acessíveis.

Mark atua como pesquisador e idealizador de projetos em REA, e é apoiado pela Shuttleworth Foundation. Conheça os outros projetos dele aqui.

RoMEO tem versão em português

O RoMEO, base de dados que contém informações sobre a política de gestão de direitos autorais de editores e produtores de conteúdo em geral, tem uma versão em português desde o final do ano passado.

No sistema de busca do RoMEO é possível encontrar informações acerca da forma com que jornais, revistas e autores cadastrados licenciam seus conteúdos, além de uma lista de editores que possuem opções pagas de acesso aberto ao seu conteúdo, entre outros dados.



Acesse a página em português: http://www.sherpa.ac.uk/romeo/index.php?fIDnum=|&la=pt  

Maine, EUA: um modelo em tecnologia educacional com potencial em REA

O governo do estado do Maine, nos Estados Unidos, investe desde 2002 em um projeto que levou 33 mil laptops aos alunos de Ensino Fundamental. O contrato de 37 milhões de dólares assinado com a Apple na ocasião estendeu-se ao longo dos anos e ampliou-se em 2009 para suprir também o Ensino Médio. Hoje, quase todos os alunos desses níveis na rede pública têm seus laptops para uso individual.

Nesse contexto, o passo para o incentivo de recursos educacionais abertos não demorou a ser dado. Com mais dinheiro, proveniente então do governo federal, tornou-se possível para o Maine a dedicação a projetos em REA – tanto na pesquisa de recursos de qualidade quanto na criação de modelos para eles. Para fortalecer ainda mais esse cenário favorável, as escolas do Maine são livres para definir seu material educacional ao longo do ano – diferentemente das de outros estados, que devem seguir um modelo de planejamento padrão. E a equipe responsável por pensar em formas de inserir cada vez mais a tecnologia na escola tem ideias consistentes também no que diz respeito ao uso de REA.

Em entrevista dada ao Creative Commons dos Estados Unidos em dezembro, Jeff Mao e Bob McIntire, do Departamento de Educação do Maine, apresentaram parte de suas intenções nesse sentido, ainda não concluídas. Entre elas, estão a alteração do processo de troca de livros didáticos com a inclusão de recursos educacionais abertos online, que trazem uma dinâmica mais interessante à sala de aula, e o compartilhamento dos bons resultados (em REA) do Maine com outros estados.

Jeff ainda sugere que talvez as editoras de livros didáticos que aderirem à produção de recursos educacionais online passem por um desafio semelhante ao que encontrou a indústria fonográfica quando foi disponibilizado um sistema de compra de músicas avulsas: os alunos e professores podem se interessar apenas por um determinado capítulo – não mais pelo conteúdo completo produzido por elas.

Leia, na reportagem do Mashable (em inglês), uma lista completa de medidas necessárias para um projeto de sucesso como o do Maine:  http://mashable.com/2011/01/04/classroom-technology-education/