Fórum ARede Educa: Recursos para um conhecimento livre e aberto

Fórum debate perspectivas da Educação Aberta


O Fórum ARede Educa recebeu educadores, gestores da área de educação, estudantes e empresários. Promovido pela Bit Social, em parceria com o Instituto Educadigital, foi uma iniciativa do portal ARede Educa. O tema dos Recursos Educacionais Abertos, foco do encontro presencial, vai ganhar um espaço de debates no portal, para estimular a troca permanente de saberes e experiências sobre a educação aberta.

A íntegra do evento foi divulgada pelo portal ARede Educa e montamos uma playlist no canal do REA.br do Youtube.



Tenha acesso as apresentações dos palestrantes e uma análise do evento no Portal ARede.educa.

REA: projetos, práticas e políticas internacionais

Pessoas, instituições e governos de vários países têm se motivado a defender a causa REA, que vai da educação básica ao ensino superior e chega ao âmbito das políticas públicas.


Publicado originalmente em ARede Educa • Por Débora Sebriam

Facilitar o acesso ao conhecimento, garantir a liberdade e a criatividade de produção de materiais e recursos didáticos e incentivar práticas de colaboração e compartilhamento. Essas características da Educação Aberta e dos Recursos Educacionais Abertos (REA) têm motivado pessoas, instituições e governos de vários países a defender essa causa, que vai da educação básica ao ensino superior e chega ao âmbito das políticas públicas. Quando falamos de implementação de políticas públicas de REA, a ideia é que o material didático produzido ou comprado pelos governos esteja acessível a toda a sociedade e permita o uso, a distribuição, o remix e o compartilhamento por meio de licenças e formatos mais flexíveis.

Nos Estados Unidos, Hal Plotkin esteve à frente da ousada política de REA do governo Barack Obama. Um dos grandes marcos da atuação de Plotkin foi impulsionar o programa de Livros Didáticos Abertos, livros elaborados e validados pela comunidade acadêmica e colocados livremente à disposição de alunos e da sociedade com licenças abertas do Creative Commons. Com essa iniciativa, milhares de alunos das Faculdades Comunitárias (Community College) passaram a ter acesso a livros que antes não podiam adquirir, devido aos altos preços. Em 2011, foi anunciado um investimento de 2 bilhões de dólares no programa Trade Adjustment Assistance Community College and Career Training Grant Program, o primeiro programa federal para alavancar REA e apoiar o desenvolvimento de uma nova geração de programas educacionais no ensino superior.

No estado da Califórnia, por exemplo, as compras públicas de livros já dão prioridade a recursos abertos. O governo estimou a adoção de materiais abertos no modelo REA das áreas de ciência e matemática para os quase 2 milhões de estudantes do ensino médio (high school), o que vai significar uma economia de 400 milhões de dólares. O estado de Washington decidiu desenvolver e publicar na internet gratuitamente e no formato de REA todo o seu material curricular, por meio do projeto Biblioteca de Cursos Aberta. Movimentos semelhantes estão acontecendo em estados como Utah, Ohio e Flórida.

A experiência que começou no ensino superior também se estendeu à educação básica após os 50 estados dos EUA terem aderido a uma estrutura curricular comum. Recursos Educacionais Abertos são identificados ou criados conforme as necessidades específicas dos professores e alunos. Em geral, cria-se uma lista de livros didáticos indicados, que inclui obras que são REA. Com isso, uma diretora de escola pode se ver diante da seguinte dúvida: “Posso comprar 5 mil desses por 12 dólares cada, ou posso comprar 5 mil desses que estão abertos na internet por talvez 4 dólares cada, ou, ainda, posso decidir imprimir eu mesmo por 2 dólares cada”. E essa decisão é dela, da escola. Com o dinheiro economizado, pode-se pagar mais aos professores, talvez dar mais benefícios, fazer classes menores. Existe também o portal K-12 OER Collaborative, uma iniciativa liderada por um grupo de onze estados estadunidenses, com o objetivo de criar recursos educacionais abertos de alta qualidade para as áreas de matemática e língua inglesa.

A Europa também traz experiências muito interessantes e diversos países iniciam a sua caminhada em prol da causa REA. Na Polônia, foi lançado em 2012 o Programa Digital School, que tem como objetivo aumentar as competências relacionadas às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nas escolas. Um dos quatro segmentos do programa é o “e-recursos”, que visa a criação de livros didáticos abertos, de uma plataforma nacional REA e a produção de ferramentas tecnológicas para a gestão escolar. Esse é o primeiro programa federal que apoia a criação e a adoção de recursos e livros abertos, tornando possível atualizá-los ano após ano e dando aos professores o poder de usar o conteúdo de formas inovadoras, remixando, adaptando e compartilhando livremente o material.

Em Portugal, único país europeu que também tem a língua portuguesa como idioma oficial, o Ministério da Educação apoia e desenvolve algumas iniciativas para incentivar a educação aberta e o livre compartilhamento de recursos, ainda que alguns apresentem licenças mais restritivas de uso. Destaca-se o GeoRede, o eduScratch e o Banco de Itens. Outra frente importante do país é o movimento de acesso aberto que se fortalece com a parceria entre governo e algumas universidades.

A Romênia anunciou um plano nacional estratégico para ser implementado entre 2013-2016. Esse plano visa a integração de tecnologias ao currículo e a adoção de REA, sendo apoiado pela iniciativa europeia de dados abertos.

O Reino Unido financiou um programa de REA (2009-2013), dirigido pela Joint Information Systems Committee e pela Higher Education Academy. Foram criados projetos-pilotos e lançada uma pesquisa sobre o uso dos REA. Atualmente, a Open University ocupa lugar de destaque rumo à abertura e ao uso de recursos educacionais abertos.

Em 2013, a Comissão Europeia anunciou o programa Open Education Europa (openeducationeuropa.eu), iniciativa voltada a implementar um portal europeu de REA com recursos em diferentes idiomas, que estarão disponíveis a alunos, professores e pesquisadores. O Creative Commons (CC) lançou o European Open Educational Resources Policy Project, uma coligação de especialistas internacionais associados ao CC para fortalecer a implementação de políticas de educação aberta em toda a Europa.

Duas grandes oportunidades para saber mais sobre REA e conversar presencialmente com especialistas da área é participar do Seminário Internacional Recursos Educacionais Abertos, em Brasília, e do Fórum ARede Educa, em São Paulo. Ambos os eventos ocorrem em agosto e são gratuitos. Participe!

*Débora Sebriam é mestre em Engenharia de Mídias para a Educação pela Euromime (Portugal, França e Espanha), é gestora de comunicação do projeto Recursos Educacionais Abertos-Brasil no Instituto Educadigital.

Fórum ARede Educa vai debater caminhos para uma educação inovadora

Publicado na ARede.educa

Encontro, gratuito e com emissão de certificado, terá palestras de especialistas em Recursos Educacionais Abertos (REA) internacionais e nacionais. As inscrições já estão abertas.


O Fórum ARede Educa, que terá como tema “Recursos para um conhecimento livre e aberto”, vai inaugurar um canal de reflexão e debate com a sociedade sobre materiais digitais de aprendizagem que podem ser utilizados e adaptados por qualquer interessado – os chamados Recursos Educacionais Abertos (REA).

O Fórum começa com um encontro presencial, dia 20 de agosto, em São Paulo (SP). A participação é gratuita e dará direito a um certificado para educadores, estudantes de pedagogia e licenciatura, gestores de instituições ou redes de ensino e demais profissionais da área de educação.

Depois do evento presencial, o debate vai permanecer on-line, em um espaço de trocas exclusivo do portal ARede Educa.

O movimento que estimula e apoia os REA é um dos principais agentes para uma transformação inovadora em escolas e universidades de todo o mundo, no Brasil inclusive. REA são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, fixados em qualquer suporte ou mídia, que estejam sob domínio público ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros.

No Fórum ARede Educa, serão compartilhadas práticas inspiradoras, nacionais e internacionais, que vão mapear os desafios e traçar as perspectivas para políticas públicas que consolidem os REA na educação brasileira.

Entre os destaques do Fórum, está confirmada a conferência de Hal Plotkin, consultor de políticas abertas do Creative Commons nos EUA, responsável pela implantação de políticas REA no Departamento de Educação do governo Barack Obama. Jan Gondol, responsável pelo Comsod Projetc, e representante do OpenGovPartnership, do qual o Brasil é signatário, tratá a experiência do Ministério do Interior da República Eslovaca.

Para enriquecer o debate com a plateia, estarão presentes ainda:

> Carolina Rossini, vice-presidente da Public Knowledge, conselheira consultiva do Instituto Educadigital;
> Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação;
> Débora Sebriam, coordenadora de comunicação do projeto REA.br no Instituto Educadigital;
> Nelson Pretto, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA);
> Silvia Sá, gerente de educação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente;
> Stavros Xanthopoylos, diretor-executivo do FGV Online e integrante do Open Education Consortium (OEC);
> Tel Amiel, coordenador da Cátedra da Unesco em Educação Aberta, colaborador do mapeamento internacional de REA.

Para Priscila Gonsales, diretora do Instituto Educadigital, falar de educação aberta é fundamental neste momento em que a sociedade está permeada pela cultura digital, quando todos podemos ser produtores de informação, conhecimento e cultura e não somente consumidores. “Recursos Educacionais Abertos permitem que as pessoas adaptem e reorganizem os mais diversos materiais para seu contexto regional, por exemplo. Valorizam a autoria de professores e alunos, proporcionando uma formação continuada e na prática. E, em termos de política pública, permitem que todo material educativo financiado com dinheiro público seja de fato público, disponível para os mais diversos usos”, explica.

O Fórum ARede Educa é uma realização da Bit Social, em parceria com o Instituto Educadigital. Tem o apoio cultural da Unibes Cultural. O evento terá 400 vagas, gratuitas, preenchidas por ordem de inscrição. O pré-cadastro pode ser feito aqui.

Confira o PROGRAMA e faça sua INSCRIÇÃO

Onde encontrar REA?

Você já ouviu falar sobre Recursos Educacionais Abertos (REA)? Mesmo que você responda não, de alguma forma deve estar envolvido com a filosofia desse movimento, seja como usuário ou como produtor de conteúdo.

A popularização da internet e o seu potencial para distribuir conteúdos facilitaram a produção e a disseminação de recursos educacionais digitais, e nos últimos anos, vimos experiências se proliferarem Brasil afora – principalmente pela iniciativa de governos, de instituições educacionais e de ONGs ligadas a educação.

Os REA nada mais são que materiais que visam apoiar o aprendizado. Pode ser um curso completo, um plano de aula, um game, uma imagem que você produziu em uma viagem, entrevistas, áudios, ou, ainda, a combinação de vários desses elementos. A diferença desses materiais para os que tipicamente encontramos na internet gratuitamente são as licenças de uso, que são flexíveis e dão ao autor o poder de escolher de que modo outras pessoas poderão usar esse material.

Uma das licenças mais usadas são as do Creative Commons, que oferecem uma opção para quem prefere ter alguns direitos reservados, em vez do famoso “copyright” (todos os direitos reservados). Esse tipo de licença está presente em buscadores como o Google e Bing, plataformas de vídeo como o Youtube e Vímeo, plataformas de distribuição de conteúdo como o Slideshare e Scribd, entre outros serviços conhecidos. Isso permite que qualquer usuário possa buscar um conteúdo aberto para utilizar sem correr riscos.

Sempre que você estiver à procura de algum recurso como um som, uma música, uma imagem, um vídeo, um software, um texto, um artigo, um infográfico para a sua aula, ou para o seu trabalho, lembre que existem alguns repositórios que podem ajudá-lo a encontrar o que você precisa e com a vantagem de oferecer recursos livres, ou seja, com licença aberta, que permite algumas liberdades, como a distribuição, o uso, o remix, a adaptação e a modificação.

A primeira análise sobre a situação dos REA realizada no Brasil foi feita pela pesquisadora Carolina Rossini, em 2010. Na época, foram identificados doze projetos educacionais que se aproximavam ou cumpriam o conceito REA estabelecido pela Unesco e sob os princípios da Declaração da Cidade do Cabo.

Entre as  iniciativas mapeadas estavam os repositórios do Ministério da Educação (MEC), que focam principalmente nos conteúdos da educação básica, como o Portal do Professor, o Rived, o Banco Internacional de Objetos Digitais e o Portal Domínio Público.  Porém, nem todo o acervo disponível nesses portais podem ser considerados REA, é preciso observar a licença de uso ou se o autor do material faleceu há mais de 70 anos.

Nos últimos três anos, os projetos se multiplicam e questões como licenciamento aberto estão um pouco mais claras, facilitando para o usuário identificar os recursos educacionais abertos. De parte de governos municipais e estaduais podemos citar o Currículo+, iniciativa do Programa Novas Tecnologias – Novas Possibilidades, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que traz sugestões de conteúdo digital como vídeos, animações, jogos digitais, simuladores, infográficos e áudios), a Educopedia (plataforma online colaborativa de aulas digitais), o Ambiente Educacional Web (traz conteúdos digitais registrados em licenças livres, softwares livres que auxiliam na produção de mídias e acesso a sites temáticos das disciplinas e dos temas transversais) e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (aprovou em 2011 uma lei que garante licenciamento aberto de todas as obras intelectuais produzidas com objetivos educacionais, pedagógicos e afins).

Algumas universidades brasileiras têm sido grandes contribuidoras para a disseminação do conceito de REA e também com a implantação de repositórios para compartilhar o conhecimento produzido. Na Unicamp, temos iniciativas como o Portal e-Unicamp (que traz vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professores da universidade e de acesso livre ao público), e recentemente, o lançamento da Cátedra Unesco de Educação Aberta (iniciativa que busca promover pesquisa e capacitação na área de educação aberta e recursos educacionais abertos, facilitando a colaboração entre pesquisadores e professores da área no Brasil e no mundo).

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), temos o Conteúdos Digitais (um repositório de recursos para o ensino e aprendizagem de matemática e estatística; é possível encontrar objetos digitais de ensino para uso online e offline, como softwares, experimentos e áudio). A UFF também faz parte do Projeto Oportunidad que pretende promover a adoção de práticas educacionais abertas e recursos educacionais abertos na América Latina como uma abordagem para desenvolver um espaço comum no ensino superior. Na USP, encontra-se a Biblioteca Brasiliana, que guarda um acervo bibliográfico e documental sobre assuntos brasileiros ímpar, no país e no mundo.

Algumas iniciativas institucionais de escolas particulares do município de São Paulo também estão contribuindo com a causa dos REA. O Colégio Dante Alighieri, o Colégio Porto Seguro e o Centro Educacional Pioneiro criaram seus repositórios institucionais e compartilham alguns dos seus recursos educacionais no formato de vídeos, imagens, áudios, apresentações, planos de aula, livros digitais, animações, jogos, que estão licenciados sob algumas das licenças do Creative Commons.
Para conhecer outras experiências brasileiras e internacionais visite o site REA.

Referências

Declaração de Cidade do Cabo para Educação Aberta: Abrindo a promessa de Recursos Educativos Abertos. Disponível em < http://www.capetowndeclaration.org/translations/portuguese-translation>.
Rossini, Carolina Almeida Antunes, Green-­Paper: The State and Challenges of OER in Brazil: From Readers to Writers? (February 8, 2010). Berkman Center Research Publication Nº. 2010-01. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=1549922

Produzir e compartilhar é só começar!

Voltam as aulas e, junto com elas, o desafio de trazer para a escola a cultura digital, tão presente na sociedade. Como as tecnologias digitais podem de fato estimular a inovação de espaços, tempos e formas de comunicação no ambiente educativo, motivando estudantes e educadores? Trata-se de uma questão não só do Brasil, mas de muitos países compromissados com a melhoria dos processos pedagógicos e com a qualidade da aprendizagem.

Segundo a pesquisa TIC Educação 2013,  46% dos professores da rede pública declararam utilizar computador e internet em atividades com os alunos na sala de aula – um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2012.  Esse dado contradiz aquele velho discurso da “resistência” dos professores. Ao contrário, mostra que o educador percebe cada vez mais a relevância do uso pedagógico das tecnologias digitais e, indo mais além, podemos supor que existe uma vontade de inovar, de romper paradigmas, apesar de todas as dificuldades cotidianas.

É importante frisar que o desejo por inovação não é de agora. Há mais de 25 anos, as primeiras pesquisas e iniciativas brasileiras na área já tinham esse objetivo. O Brasil, na vanguarda de muitos países na época, se destacou justamente por ter focado seus estudos iniciais em analisar as transformações cognitivas e estruturais que as tecnologias digitais poderiam proporcionar. Pesquisadores de universidades como a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Unicamp foram pioneiros em trazer a linguagem LOGO que estava sendo desenvolvida no Massachusetts Institute of Technology MIT (EUA), baseada na aprendizagem de programação pelas crianças. Para saber mais sobre esse contexto histórico, vale conferir as entrevistas com a educadora gaúcha Lea Fagundes, 84 anos, fundadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS, realizada pelo Instituto Educadigital.

Com o passar do tempo, algumas ideias desse período inicial se perderam. A maioria dos investimentos públicos em educação foi direcionada para compra de equipamentos (computadores, projetores e agora tablets) e de materiais educativos prontos baseados na mera transmissão de conteúdos, em detrimento de propostas de formação de docentes que pudessem estimular o trabalho colaborativo entre professores para refletir sobre o desenvolvimento de competências e habilidades para refletir, planejar e criar com tecnologias digitais.

Colaboração e a cooperação são valores cada vez mais fundamentais para a sociedade do século 21. A internet evidenciou uma rede de informação, conhecimento e cultura na qual cada indivíduo passa a ser potencial produtor. E, ao ser produtor, torna-se também autor. Uma produção educativa antes restrita à comunidade específica de uma escola agora pode estar disponível para o mundo, fazendo parte de uma construção coletiva de conhecimento que evidencie e valorize a diversidade cultural da humanidade.

Nesse contexto, a mesma pesquisa TIC Educação trouxe pela primeira vez um dado muito interessante sobre uso de conteúdos digitais que mostra uma tendência de conquistar autonomia na preparação de aulas e atividades. Na rede pública, 96% dos professores usam recursos educacionais disponíveis na internet para preparar aulas ou atividades com os alunos. Os tipos de recursos mais utilizados são imagens, figuras, ilustrações ou fotos (84%), textos (83%), questões de prova (73%) e vídeos (74%). O uso de jogos chega a 42%, apresentações prontas, 41%, e programas e softwares educacionais, 39%.

A pergunta que fica é: será que esses recursos digitais estão sendo usados em novas metodologias e práticas ou ainda reproduzem o formato de transmissão centralizada? Um ponto que a pesquisa destaca é a baixa quantidade de publicações de recursos educacionais por professores, ou seja, profissionais que são autores de conteúdos educacionais e que compartilham na rede. Apenas 21% dos professores de escolas públicas já publicaram na internet algum conteúdo educacional produzido para utilizar em suas aulas ou atividades com os alunos.

Se a criação já acontece, o próximo passo é compartilhar na rede e, de preferência como um Recurso Educacional Aberto (REA), usando uma licença livre, que permita reusos e adaptações por outros educadores. Dois ambientes abertos e gratuitos podem estimular essa atividade. Um deles é o site Escola Digital, de busca de objetos digitais disponíveis online, que oferece uma busca por licenças de uso, e na seção “Para Criar” reúne uma série de links para os usuários criarem seus próprios vídeos, jogos, infográficos, entre outros itens multimídia.

Agora, quem quiser participar de uma rede online de aprendizagem, aberta e gratuita, que conecta professores e alunos de todo o Brasil, precisa conhecer o Edukatu,  focado no consumo consciente, que traz trilhas lúdicas e espaço para escolas publicarem suas produções.
No próximo post, vamos falar mais sobre o que são os REA.

Para saber mais, acesse a nova edição do Panorama Setorial da Internet que discute as possibilidades trazidas pelos REA, explorando os dados da TIC Educação 2013.

Fonte: ARede.educa, coluna Livre Saber