Estudo conduzido por pesquisadores vinculados às duas instituições e também à Iniciativa Educação Aberta vai trazer recomendações para políticas de governança institucional das instituições públicas
Cátedra UNESCO em EaD e a UniRede iniciam estudo analítico sobre o panorama atual de adoção e regulação de tecnologias de IA nas instituições públicas de ensino superior (IPES) no Brasil. O objetivo é elaborar um referencial de recomendações para a construção de políticas, considerando recomendações já existentes no país e no exterior, revisão de literatura crítica sobre IA e ensino superior, bem como mapeamento de tecnologias que estão sendo utilizadas.
Com a adoção acelerada de serviços e tecnologias baseadas em IA – especialmente a IA generativa – nos espaços de ensino e pesquisa, novas formas de criação de conteúdo desafiam o papel da avaliação tradicional e provocaram novos debates sobre autoria, integridade da informação, bem como proteção de dados e desenvolvimento cognitivo de estudantes e professores. Trata-se de desafios universais que afetam diretamente a produção e o intercâmbio de conhecimento também no ensino superior.
O setor privado tem sido o principal vetor de avanço e promoção do uso de ferramentas de IA, em muitos casos sem o devido cuidado com direitos humanos essenciais, como privacidade e equidade. Muitos serviços de IA hoje são integrados de forma automática em plataformas privadas já adotadas por instituições públicas de ensino superior brasileiras (e.g. Google Workspace, Microsoft 365) e são utilizadas de maneira informal por alunos e professores (como ChatGPT). Embora já exista um projeto de Lei federal em tramitação com foco em medidas regulatórias, ainda é incipiente o debate interno nas universidades sobre a importância da elaboração de políticas institucionais de governança. Em vista disso e de sua atuação em prol da educação a distância, aberta e flexível, a Cátedra UNESCO de EaD, coordenada pelo professor Tel Amiel (UnB) convidou a UniRede para uma parceria de pesquisa que vai envolver também pesquisadores da Iniciativa Educação Aberta.
A publicação final, em formato de relatório ou guia de recomendações, está prevista para ser lançada em agosto de 2024.