Um grupo de pessoas reuniu esforços e de maneira voluntária traduziu colaborativamente o livro “Copyleft – Manual de Uso“, publicado pela editora espanhola Traficante de Sueños.
O guia está dividido em 9 partes, sendo que seis são destinados a aplicação dos princípios nas mais diversas áreas do conhecimento (de aplicação das licenças compatíveis ao copyleft na distribuição/compartilhamento de música, audiovisual, livros, softwares e artes visuais), e os dois (últimos) são destinados a discussão política/filosófica do copyleft.
Usando a própria introdução do manual:
Já faz algum tempo que o termo copyleft saltou das margens do mundo da informática e se instalou em todos os âmbitos da produção intelectual. O copyleft se converteu na bandeira de um movimento cultural e político que reúne toda classe de criadores e trabalhadores intelectuais: músicos, escritores, programadores, artistas, editores, juristas, midialivristas e um longo etcétera que ameaça se instalar em cada rincão da sociedade.
No âmbito da programação [de computador], copyleft definia antes de mais nada um conceito jurídico. Assinalava que todo programa licenciado como software livre (aquele que está permitida a cópia, a modificação e a distribuição sem permissão) teria que permanecer sendo livre nas distribuições (modificadas ou não) do mesmo. O copyleft garantia assim que ninguém poderia se apropiar-se de um programa de software livre, pelo menos de acordo com a lei. Deste modo, parecia encarnar o slogan de 1968 de que “é proibido proibir”, e isso em um terreno tão impróprio como o campo jurídico!
De forma talvez abusiva, mas sem dúvida com uma efetividade social poucas vezes repetida, ocopyleft passou para o terreno dos bens culturais para designar precisamente o que no software livre era uma obviedade: a garantia de certas liberdades do público, a partir da própria arquitetura das leis que reconhecem invariavelmente ao autor a possibilidade de escolher, com plena liberdade, o modelo de distribuição e exploração de suas obras. Estas liberdades são: de cópia, distribuição – comercial ou não-comercial (aspecto que para muitos é a condição imprescindível para considerar um bem cultural como livre) – modificação e geração de obra derivada.
O manual traduzido está disponível no endereço copyleftmanual.wordpress.com e como diz o próprio site, você também pode ajudar a revisar e a divulgar, compartilhando o livro com quem conhecer. Afinal, a informação é livre para todas e todos.
Fonte: Baixa Cultura