Observatório Educação Vigiada: Lançamento

Lançamento do Observatório acontecerá em conjuto com o lançamento de dados inéditos sobre o capitalismo de vigilância na educação Sul Americana, no dia 09/09 (quinta-feira) as 16h00 (Brasília) no link: https://www.youtube.com/lavitsnetwork

Com a pandemia do COVID-19, instituições e redes de ensino de todo o mundo buscaram caminhos para manter professores, gestores e alunos conectados. Nessa busca, muitas redes e instituições fizeram adesão a serviços oferecidos de forma ‘gratuita’ por grandes empresas de tecnologia.

Divulgação - Cartaz - Observatório Educação Vigiada

A oferta de serviços de alto custo e disponibilidade na forma de filantropia ou doação faz parte de um fenômeno: a plataformização da educação. Serviços como Google Workplace for Education (antigamente conhecido como GSuite for Education, ou ainda, Google Classroom), Office/Microsoft 365 (também conhecido popularmente como ‘Teams’), e outros serviços com ‘marca’ e nome de governos (como àqueles oferecidos pela Mano/IP.TV), entraram no cotidiano de professores, alunos e responsáveis.

Em grande parte, esses serviços gratuitos não são alvo de deliberação coletiva, licitacao, ou ainda, de contratos específicos relacionados a prestacao de servicos. O uso ocorre por adesão aos termos da própria empresa fornecedora e/ou assinatura de termos de doação.  Além disso, as condicoes da adesão não são apresentadas de forma clara para as pessoas da comunidade escolar e/ou universitária que precisam fazer uso desses sistemas para ter acesso à educacao pública.

O Observatório Educação Vigiada (educacaovigiada.org.br) é uma ação da Inciativa Educação Aberta que tem como objetivo coletar e divulgar informações sobre a plataformização da educação pública e incentivar um debate na sociedade em relação aos seus impactos sociais e educacionais. Trata-se de um projeto de pesquisa científica iniciado em 2016 e, em 2020, foi apresentado à sociedade por meio de um  site próprio com dados sobre o Brasil, e, em 2021, com dados de países da América do Sul.

A plataformização da educação se intensificou durante a pandemia, mas não o fenômeno não é tão recente. Pesquisadores envolvidos no Observatório apontam a escassez de informações sobre a atuação de grandes empresas de tecnologia que oferecem serviços à educação, em especial aquelas que estão associadas ao chamado Capitalismo de Vigilância. São empresas cujo modelo de negócio se baseia  na coleta, tratamento e comercialização dos dados dos usuários de suas plataformas e serviços digitais (em “nuvem”). Os potenticias e documentados problemas com essas parcerias estão relacionados à privacidade, venda de dados, cruzamento de informações, dependência tecnológica, dentre outros.

Para endereçar a falta de informação o Observatorio faz uso de um software desenvolvido pelo CCSL/UFPA, utilizado para identificar o local de armazenamento dos e-mails oficiais de instituições e redes públicas de ensino. Assim, podemos dimensionar e mapear os acordos realizados com as empresas de tecnologia. Para  a validação qualitativa da eficácia do software,  foram feitos pedidos via Lei de Acesso a Informação às instituicoes educacionais (artigo no prelo).

Nossas pesquisas sobre a plataformização da educação pública e sua relação com o mercado de dados tiveram início em 2016, ainda como pesquisadores do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp) e do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED/Unicamp).

Em 2018, começamos a discutir as possibilidades metodológicas de coleta de dados sobre a atuação das grandes plataformas educacionais no país, que resultou na produção do script e na publicação do artigo “Coletando dados sobre o Capitalismo de Vigilância nas instituições públicas do ensino superior do Brasil” no VI Simpósio Internacional LAVITS.

Em 2019, com auxílio do Fundo de Resposta Rápida, da Derechos Digitales, pudemos fortalecer a coleta de dados e publicar a primeira versão do site, que resultou no mapeamento de 244 domínios de e-mail das instituições públicas de ensino superior e secretarias de educação estaduais no Brasil. Em 2020, com recursosda Iniciativa Educação Aberta, expandimos o projeto mapeando cidades brasileiras com mais de 500.000 habitantes. Já em 2021, com apoio da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (LAVITS) e em cooperação com pesquisadores da Fundación InternetBolívia.org, do Grupo de Investigaciónen Ingeniería de Software y Nuevas Tecnologías – GISNET-FUTCO – Colômbia e da Cátedra da UNESCO em Educação Aberta da Universidad de la República (Uruguai), mapeamos 550 domínios institucionais de e-mail de 448 instituições públicas de ensino superior em todos os países da América do Sul. 

O Observatório está aberto para incluir novos pesquisadores interessados sobre o tema. Pesquisadores são associados na medida em que, de forma ativa, contribuem para as metas do projeto, seja na coleta e análise de dados, na tradução e divulgação de resultados, dentre outros.

Equipe

Coordenação

Leonardo Cruz (UFPA)
Filipe Saraiva (UFPA)

Pesquisadores

André Oddone (IEA)
Carlos Victor Pontes (UFPA)
Luisa Antunes (UnB)
Dariana Salas (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
María Viola Deambrosis (Universidade de la República, Uruguai)
Nathália Larrea Montaño (InternetBolivia.org)
Priscila Gonsales (IEA/IED)
Sebastian Zapatero (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
Silvia Baldiris (UNIR/Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
Stephanny Lima (IEA)
Tel Amiel (UnB)
Thiago Pezzo (IEA)
Yuliana Puerta (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)

The launch of the Surveillance in Education Observatory will take place in conjunction with the release of groundbreaking data on surveillance capitalism in South American education on Thursday, September 9th at 4pm (Brasília) at: https://www.youtube.com/lavitsnetwork (in portuguese/spanish).

With the COVID-19 pandemic, educational institutions and networks around the world have sought ways to keep teachers, managers, and students connected. In this search, many networks and institutions have subscribed to services offered ‘at no cost’ by large technology companies.

Divulgação - Cartaz - Observatório Educação Vigiada

The offer of high-cost and high-availability services in the form of philanthropy or donation is part of a phenomenon: the platformization of education. Services like Google Workplace for Education (formerly known as GSuite for Education, or Google Classroom), Office/Microsoft 365 (also popularly known as ‘Teams’), and other services ‘branded’ and named by state governments (like those offered by Mano/IP.TV), have entered the everyday lives of teachers, students, and guardians.

For the most part, these ‘no cost’ services are not subject to collective deliberation, bidding, or specific contracts related to service provision. The use occurs by adherence to the terms of the supplying business and/or by signing donation agreements. In addition, the conditions of these partnerships are not clearly presented to stakeholders in the school and/or university community who need to use these systems to have access to public education.

The Surveillance in Education Observatory (educacaovigiada.org.br) is part of the Open Education Initiative, and aims to collect and disseminate information about the platformization of public education and encourage a debate in society about its social and educational impacts. It is a scientific research project started in 2016 and. In 2020 it made its online presence through its own website with data on Brazil, and in 2021 with data from countries in South America.

The platformization of education intensified during the pandemic, but the phenomenon is not recent. Researchers involved in the Observatory point out the scarcity of information about the mechanisms by which large technology companies offer services to education, especially those businesses associated with “Surveillance Capitalism”. These are companies whose business model is based on the collection, processing, and marketing of user data from their digital platforms and services (in the “cloud”). The potential and documented problems with these partnerships are related to privacy, data commercialization, information triangulation, technology dependence by the state and institutions, among others.

To address this problem the Observatory makes use of software developed by CCSL/UFPA, used to identify the storage location of official e-mail domains of public educational institutions and school systems. Thus, we can identify the scale and map agreements made by these entities with technology companies. For the qualitative validation of the software’s effectiveness, requests were made via the Access to Information Law (LAI, similar to FOIA in the United States, article forthcoming).

Our research on the platformization of public education and its relationship with the data market began in 2016, as researchers at the Laboratory for Advanced Studies in Journalism (Labjor/Unicamp) and the Center for Informatics Applied to Education (NIED/Unicamp).

In 2018, we began discussing the methodological possibilities for collecting data on the performance of large educational platforms in the country, which resulted in the production of the script and the publication of the article “Collecting data on Surveillance Capitalism in public institutions of higher education in Brazil” in the VI LAVITS International Symposium.

In 2019, with assistance from the Rapid Response Fund, from Derechos Digitales, we were able to strengthen data collection and publish the first version of the website, which resulted in the mapping of 244 email domains of public higher education institutions and state education secretariats in Brazil. In 2020, with resources from the Open Education Initiative, we expanded the project by mapping Brazilian cities with more than 500,000 inhabitants. In 2021, with support from the Latin American Network of Studies on Surveillance, Technology and Society (LAVITS) and in cooperation with researchers from Fundación InternetBolivia.org, Grupo de Investigaciónen Ingeniería de Software y Nuevas Tecnologías – GISNET-FUTCO – Colombia and the UNESCO Chair in Open Education at the Universidad de la República (Uruguay), we mapped and published 550 institutional email domains from 448 public higher education institutions in all South American countries.

The Observatory is open to include new researchers interested in the topic. Researchers are associated to the extent that they actively contribute to the goals of the project, be it in the collection and analysis of data, translation and dissemination of results, among others

Team

Coordination

Leonardo Cruz (UFPA)
Filipe Saraiva (UFPA)

Researchers

André Oddone (IEA)
Carlos Victor Pontes (UFPA)
Luisa Antunes (UnB)
Dariana Salas (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
María Viola Deambrosis (Universidade de la República, Uruguai)
Nathália Larrea Montaño (InternetBolivia.org)
Priscila Gonsales (IEA/IED)
Sebastian Zapatero (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
Silvia Baldiris (UNIR/Tecnológico Comfenalco, Colômbia)
Stephanny Lima (IEA)
Tel Amiel (UnB)
Thiago Pezzo (IEA)
Yuliana Puerta (Tecnológico Comfenalco, Colômbia)

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