Será que um dia os governos irão apoiar REA como política pública?

O Projeto REA.br, a comunidade REA Brasil, os entusiastas e defensores dos recursos livres e da educação aberta, todos nós sonhamos com o dia em que os governos terão a coragem de começar a integrar políticas públicas que visem a adoção de Recursos Educacionais Abertos e práticas abertas na Educação.

Por que isso seria legal? O que eu ganho com isso? O que o governo ganha com isso? O que as empresas (perdem) podem ganhar com isso?

– Imagine que as pessoas que estão fora das escolas também teriam acesso aos materiais para estudar quando quiser e no local que escolher.

– Imagine que independentemente do hardware e do software que você tenha, o acesso está garantido pra você, afinal os formatos serão livres.

– Imagine que ao invés de ser obrigado a usar um sistema específico da empresa X, Y ou Z os professores sejam convidados a participar dos processos de autoria de material didático.

– Imagine um Estado que atue contra a escassez e promova o acesso democrático ao conhecimento e à cultura para todos os cidadãos brasileiros.

– Imagine um Estado que finalmente opte por fazer bom uso do dinheiro público, ao invés de engordar os cofres de empresas privadas.

– Imagine empresas do mercado editorial que ao invés de continuar com uma política retrógrada de atuação, que trabalha para prender o conhecimento e oferece-lo ao menor número de pessoas possível, resolva ganhar e experimentar novos modelos de negócio. O mercado fonográfico está aí pra provar que não sou louca ao escrever isso…

De fato, existem várias respostas para essas perguntas e todas elas nos levam a crer que o impacto pedagógico da adoção dos REA seria potencialmente positiva para a população, para os governos e também para as empresas. Então, por que não?

Ao invés disso, as notícias dos portais governamentais e dos grandes jornais brasileiros trazem as chamadas:

São uma série de ações que amarram os usuários a certos softwares, que não dão possibilidade de autoria, que continuam colocando os professores no papel de consumidores de informação/software/livro digitalizado, que não estarão disponíveis para todos.

No caso da parceria MEC-Amazon anunciada mês passado, pudemos mapear algumas reações na internet. Como bem lembrou uma professora membro de nossa comunidade, porque o MEC não faz parceria com Projeto Latin de livros didáticos abertos? Ou não adota algo semelhante ao Projeto Folhas do Paraná?

Quais são de fato os reais interesses dos governos e das pessoas que o compõem ao insistirem somente na parceria com grandes empresas? Será que um dia os governos irão apoiar REA como política pública?

Sobre a parceria MEC-Amazon, leia também:

Gabriela Dias – Amazon e MEC: um divisor de águas?

André Ferreira Machado – MEC empurra mais um serviço proprietário para professores

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