Muitos de vocês que já participaram de algum encontro sobre REA ou simplesmente acompanham as discussões em nossa comunidade brasileira já devem ter nos ouvido falar dos “4Rs”, ou simplesmente, as 4 liberdades mínimas de um Recurso Educacional Aberto.
Do inglês, são eles (review, reuse, remix e redistribute):
• (Re)Usar: compreende a liberdade de usar o original, ou a nova versão por você criada com base num outro REA, em uma variedade de contextos;
• (Re)visar: compreende a liberdade de adaptar e melhorar os REA para que melhor se adequem às suas necessidades;
• (Re)mixar: compreende a liberdade de combinar e fazer misturas e colagens de REA com outros REA para a produção de novos materiais;
• (Re)Distribuir: compreende a liberdade de fazer cópias e compartilhar o REA original e a versão por você criada com outros.
Já faz 7 anos desde que esse pensamento dos 4Rs ganhou força e vem pautando algumas das definições de REA, uma vez que, eles dizem respeito as permissões concedidas aos usuários que acessam um REA.
David Wiley, em um excelente post e pautado pela situação do acesso aos livros no ensino superior dos Estados Unidos, em que mesmo em um contexto em que o papel vem sendo substituído nas universidades pela cópia digital, o acesso continua sendo restringido pelo mercado editorial, e portanto, um problema.
“Em um mundo onde os livros, artigos científicos e outros recursos educacionais podem ser copiados e distribuídos de imediato e, praticamente sem qualquer custo, o “compromisso de acesso” não parece ser mais uma barganha”, diz Wiley.
Ainda de acordo com David Wiley, não há futuro possível a curto ou a médio prazo, em que as editoras comerciais farão o que é economicamente e tecnicamente necessário para tornar o acesso possível para que os alunos realmente possuam o seu conteúdo de aprendizagem. Isto significa que qualquer avanço em direção a propriedade terá de vir do campo da educação aberta. E nesse contexto ele propõe pensarmos em um 5ºR, o “Retain”, ou guardar (em tradução livre).
Imagine o contexto em que se aluga livros técnicos-científicos, ou se tem uma assinatura digital com acesso garantido por tempo limitado de uma base de dados, empréstimo e etc. Muitas vezes não é garantido o direito ao usuário de guardar uma cópia do conteúdo para quando não estiver mais ligado a uma instituição de ensino, e nesse contexto, estou totalmente de acordo com Wiley, o 5ºR faz todo sentido.
Saiba mais: The Access Compromise and the 5th R