Professores do RJ mergulham em oficina sobre Recursos Educacionais Abertos

*Texto de Giuliana Bianconi

Contato direto com os professores é algo que o Instituto EducaDigital (IED) adora.

A gente pensa e discute a educação acreditando que as conversas e práticas junto aos que estão no dia a dia das salas de aula são essenciais para não neglicenciarmos necessidades ou desconsiderarmos realidades e experiências diversas.

Esta semana começou, então, de uma forma muito bacana para a nossa equipe: dentro de uma escola, em contato intenso com professores. No Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais (GENTE), na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, o IED esteve para conduzir a oficina “Recursos educacionais abertos: material didático, produção colaborativa e autoria na era da informação”.

O que é um REA? Como tornar uma produção autoral um REA? Porque fazer REA? Qual a importância de compartilhar na cultura digital? Essas e outras questões foram discutidas e levadas à prática, por dois dias, com nove professores e a diretora da escola municipal, Márcia Roberto.

Por que na GENTE?

Na GENTE, conteúdo, método e gestão são pensados a partir da premissa de que o aluno deve estar no centro do processo de aprendizagem, e por isso tanto o espaço físico quanto as ferramentas tecnológicas foram pensados, na proposta pedagógica, para contribuir com a construção da autonomia deste aluno. A oficina foi ao encontro dessa proposta e discutiu o quanto a autonomia pode ser ampliada quando qualquer um “descobre” como encontrar recursos educacionais abertos na web, como encontrar conteúdos em licenças flexíveis e como produzir, também, para compartilhar.

Produtores de blogs e usuários da Educopedia – um grande repositório de recursos educacionais que serve de suporte para as aulas -, os professores participantes da oficina contaram que muitas vezes faziam uso de imagens da web mesmo sem ter a certeza de que estavam liberadas para uso ou remix. “Tudo na internet parece livre, mas a gente sabe que não é”, observou a professora de português Lúcia Lima.

Já o professor de história Gilberto Amorim pontuou que mesmo quando ele sabe que é livre, não sabe quando pode aprimorar, modificar. “Muitas vezes vejo a necessidade de aprimorar um recurso para a aula, mas nunca sei, de fato, o quanto é possível fazer isso”. A partir de execícios com as licenças CreativeCommons ficou mais claro, para todos, quais as diferenças entre “aberto” e “gratuito”. Entre “disponível” e “livre”.

A oficina também levou os professores a treinarem pesquisas avançadas em sites como Flickr, TinEye, Pixabay, Jamendo etc. Depois de ampliarem seus campos de busca e conhecerem mais sobre REA, seguiram para os próprios blogs e licenciaram sob CreativeCommons.

Acesse alguns dos blogs aqui:
Gente que brilha
Gente
Bloguinho EDI

Confira a apresentação da oficina:

Oficina REA na Universidade Federal do Paraná (UFPR)

No dia 4 de maio, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID da Universidade Federal do Paraná, promoveu o II Workshop de Novas Tecnologias aplicadas à Educação. Integraram a programação mesas redondas e oficinas, abordando os mais variados assuntos referentes à maneira como as novas tecnologias podem ser utilizadas para promover e qualificar as práticas educacionais.

Fui convidada para ministrar uma oficina sobre Recursos Educacionais Abertos. Estiveram presentes mais de 30 pessoas vindas das licenciaturas e do curso de Ciências Sociais e a grande maioria ouviu sobre o tema pela primeira vez.

Abordamos o conceito de REA, a cultura digital e a ética hacker, licenças e formatos abertos, análise de experiências brasileiras, políticas públicas e experimentações práticas de busca de material livre e escolha de formato e licença para alguns tipos de materiais criados por eles.

O debate foi além de REA e os participantes pontuaram que questões como a integração de tecnologia ao currículo são pouquíssimo exploradas nas licenciaturas, normalmente com uma disciplina semestral e sem conexão com o resto das disciplinas de curso.

Abaixo o guião da oficina que costumamos ministrar aos “iniciantes”. Bom remix!

Outros colegas (inclusive que fazem parte de nossa comunidade) também ministraram oficinas. Veja abaixo:

  • Renata Aquino (PUC-SP): O Uso de Tablets na Educação.
  • Monica Mandaji (PUC-SP): Web Rádio na Escola.
  • Neli Maria Mengali (PUC-SP/SEED-SP): Comunidades de Prática e S-Mobile: Olhares para integrar os recursos computacionais no currículo educacional e avaliar os níveis individuais e coletivos no aprendizado social.
  • José Erigleidson (Mackenzie): Blogs na Educação.
  • Débora Sebriam (Instituto Educadigital): Recursos Educacionais Abertos.
  • Patrícia Rodrigues (Teleaulaead): Corpo e Voz na Teleaula: Cuidados para Ministrar Aulas em Vídeo.
  • Maysa Brum Bueno (PUC-GO): Redes Sociais Digitais em Educação.
  • Cláudio Martin Rocha (UFPR): Usos da Lousa Digital.
  • Valdeni Franco (UEM): Geometrias Não-Euclidianas em Ambiente de Geometrias Dinâmicas.
  • Mirna Tonus (UFU): Fazendo Webjornalismo na Escola.

Oficina REA na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

A Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Educadigital promoveram essa semana a Oficina de Recursos Educacionais Abertos: material didático, produção colaborativa e autoria na era da informação, para gestores de informática educativa e diretores de DOT-P.

As  oficineiras já disponibilizaram o material utilizado. Você pode baixar aqui do REA Brasil e também na página da SME-SP.

Oficina REA no Educaparty

Aconteceu no Educaparty, dia 09/02, a Oficina Recursos Educacionais Abertos: como usar, criar e compartilhar, promovida pelo Instituto Educadigital (IED), liderada por Bianca Santana – Diretora de Educação do IED e da Casa de Cultura Digital e por Débora Sebriam do IED e do Projeto REA-Brasil. A oficina começou com uma dinâmica e com uma rodada de apresentações dos participantes e constatou-se que a maioria dos estados brasileiros estavam ali representados. A oficina também contou com a presença de integrantes da comunidade REA-Brasil, como Carolina Rossini, Tel Amiel e Andreia Inamorato.


Foto: http://flic.kr/p/brje6X

Na dinâmica inicial, Bianca Santana provocou os participantes a se posicionarem em uma linha de concordância ou discordância sobre a afirmativa: “autoria é sinônimo de propriedade”. A grande maioria dos presentes se posicionou contrário a afirmativa. Alguns se pronunciaram explicando que a Internet promove colaboração e que tais palavras não deveriam ser vistas como sinônimos. Já outros, afirmaram que o direito do autor deve ser reconhecido – com o que a todos concordaram. Um último participante trouxe conceitos, diferenciando propriedade de direito de autor, para este a propriedade vincula-se a bens materiais e não para bens imateriais.

Após a dinâmica inicial, o conceito REA da Unesco foi apresentado por Débora Sebriam e alguns dos presentes tomaram a palavra para ressaltar a necessidade de formatos abertos para a elaboração e compartilhamento de Recursos Educacionais Abertos.

As 6 licenças Creative Commons disponíveis e validadas juridicamente no Brasil foram apresentadas explicando-se o funcionamento de cada uma delas. Essa apresentação foi seguida pela discussão dos impactos de escolha de cada licença. No Commons do conhecimento o autor sempre existe, mas também se reconhece que muito do conhecimento produzido por aquele autor vem de uma construção sobre o conhecimento social.

Duas questões práticas foram colocadas ao grupo:

  • como escolher uma licença do Creative Commons
  • como utilizar ferramentas de busca avançadas, como a do Google, para encontrar materiais licenciados abertamente

Após a discussão inicial sobre o conceito e licenciamento aberto de materiais educativos, o grupo realizou um exercício prático no site do Creative Commons e decidiu-se licenciar um plano de aula hipotético. Após responder às duas perguntas básicas, a licença escolhida pelo grupo no exercício foi a CC-BY-NC-SA ( Atribuição – Uso não comercial – Compartilhamento pela mesma Licença) uma das licenças mais restritivas. Uma discussão foi iniciada sobre os impactos da licença, as dificuldades de interoperabilidade legal com outros projetos REA e a perda de oportunidade de ganhos indiretos com licencas como a CC-BY advindas do ganho de notoriedade, fato que resultou um repensar a licença, motivando as pessoas a escolherem licenças mais abertas.

O trabalho de Raffaela Traniello é um exemplo de criação REA. Rafaella é uma professora de ensino fundamental na Itália, que é um exemplo de professor autor. Ela estimula a criatividade, colaboração e o compartilhamento criando séries de animação com seus alunos sempre promovendo e fazendo uso de software livre e licenças Creative Commons.

Licenças e compartilhamento continuaram em pauta com uma reflexão sobre o conteúdo do Portal do Professor, Banco Internacional de Objetos Educacionais, Portal Domínio Público e Connexions.

Ao final, os participantes tiveram oportunidade de dar seu depoimento respondendo a pergunta: o que eu faço na minha prática cotidiano tem a ver com REA? Muitos educadores já compartilhavam suas obras criativas na web, entretanto muitos deles, não conheciam REA e as possibilidades de licenciamento abertos e saíram da oficina empolgados com a possibilidade de colher os frutos de publicar REA.

A oficina foi marcada pela participação constante dos presentes num debate aberto extremamente rico e foram presenteados com exemplares impressos do Caderno REA para professores e do folder REA.

A apresentação pode ser vista aqui.