Comunidade REA promove encontro de cocriação em São Paulo

O movimento REA no Brasil completa 7 anos de vida em 2015. Nesse tempo tivemos vários avanços na área, entretanto, os desafios ainda são inúmeros, inclusive o de promover alguns encontros que extrapolem o mundo virtual. No dia 18/03 conseguimos realizar o primeiro encontro presencial do ano em São Paulo. Esse encontro de cocriação foi mediado pelo Instituto Educadigital (gestor regional do Projeto REA.br) e foi usada a abordagem do Design Thinking para prototipar possíveis soluções para alguns dos principais desafios da causa REA. Uma das grandes riquezas do encontro é que conseguimos reunir veteranos do movimento com pessoas recém chegadas a comunidade, além de os perfis de atuação serem bem amplos.

Devido ao curto período de tempo do encontro, nós optamos por trazer alguns desafios já elaborados e contextualizados e três grupos de pessoas trabalharam cada um deles, sendo:

1. Como podemos engajar mais pessoas na causa REA?

Todos os dias recebemos dezenas de novos membros na comunidade REA. Essa entrada acontece principalmente pelo Facebook em decorrência dos compartilhamentos dos membros, entretanto, notamos que poucas pessoas acompanham as postagens ou contribuem com links e opiniões.

2. Como podemos ampliar a cooperação entre pessoas da comunidade?

Uma característica de nossa comunidade é acompanhar os fatos e notícias sobre REA e Educação Aberta, entretanto, tivemos várias oportunidades de elaborar documentos e propostas em conjunto e a adesão normalmente é muito baixa. Como exemplos, podemos citar a carta aberta ao governador de São Paulo em decorrência do veto ao PL REA ou a força-tarefa de tradução do site REA para o inglês, situações chave em que não houve envolvimento da comunidade.

3. Como podemos levar a formação em REA para mais educadores pelo Brasil?

REA cria a oportunidade para uma mudança fundamental e transformadora: a alteração do consumo passivo de recursos educacionais, para o engajamento formal de educadores e alunos no processo criativo de desenvolvimento de conteúdo. Após a reformulação do site REA em 2014 e a abertura de um canal direto de solicitação de palestras e oficinas a demanda aumentou consideravelmente. Diversas prefeituras e universidades (tanto públicas, quanto particulares) de todo o Brasil entram em contato, mas acabamos não conseguindo realizar a maioria delas por questões logísticas e de custo.

4. Como podemos obter mais financiamento para nossas ações de advocacy?

Uma das grandes missões do projeto REA.br é prover inovação em política pública de educação, e para isso, conta com um financiamento internacional desde 2008. Todas as ações do projeto estão atreladas a esse orçamento que muitas vezes não é suficiente para cobrir todas as demandas previstas, como por exemplo, as viagens para dialogar com os políticos e a organização de eventos. No caso de não haver mais esse financiamento como poderíamos sustentar as nossas ações pelo país?

De maneira bem resumida segue alguns pontos das soluções imaginadas na prototipagem (os participantes do encontro fiquem a vontade para complementar/mudar/adaptar essas informações):

1. “Como podemos engajar mais pessoas na causa REA?” e “Como podemos ampliar a cooperação entre pessoas da comunidade?”

O grupo elaborou uma estratégia dividida em duas partes:

  • Ter a figura de um comunicador, mas isso não se viabilizaria sem um ambiente colaborativo para enviar mensagens, compartilhar calendário de eventos, algo que funcionasse como uma rede social.
  • Esse ambiente online acolheria as pessoas da comunidade, seria gamificado (tipo um waze do REA). Ofereceria possibilidades de associação entre pessoas que tem interesses comuns (se eu baixo um conteúdo do ambiente, o sistema me diz que as pessoas A, B e C também baixaram esse conteúdo). Esse espaço traria materiais, um calendário de eventos locais e online, ofereceria feedback, tentaria conectar pessoas de áreas de atuação diferentes mas que possuem interesses comuns e também poderia ser um espaço para propor encontros presenciais e online para troca de experiências.
encontro comunidade rea1

2. Como podemos levar a formação em REA para mais educadores pelo Brasil?

O grupo propôs um app de celular chamado “Professor Aberto”. Essa app traria conteúdo aberto e a possibilidade das pessoas contribuírem enviado novos materiais e elas escolheriam as licenças de uso. Uma das estratégias para explicar o REA para as pessoas seria, por exemplo, uma pessoa clica em uma imagem e quando ela escolhe fazer download apareceria uma explicação sobre REA e o que é possível fazer com aquela imagem. O grupo também pontuou inserir elementos de gamificação para estimular os professores, ser um ponto de encontro entre as pessoas.

3. Como podemos obter mais financiamento para nossas ações de advocacy?

O grupo propôs tentar colocar a pauta nos grandes meios de mídia para ganhar espaço com possíveis financiadores. Citaram como exemplo a força que ganhou o Marco Civil da Internet.

Esperamos conseguir realizar esses encontros com mais frequência e esperamos que pessoas que residem em outros estados do Brasil também se mobilizem para realizar essas reuniões e trocar experiências e tentar trazer novas ideias para os desafios. O pessoal do Paraná já se manifestou em relação a isso nas redes sociais 🙂

Como sugestão da Paula Ugalde, convido a todos para deixarem aqui o seu comentário para possíveis soluções para os desafios levantados.

Avante!

PS: Quem esteve presente e tem fotos de boa qualidade compartilhe! Como vocês puderam notar essas não estão boas.

REA no Brasil: o campo, os recursos e a apropriação em sala de aula

A pesquisa Recursos Educacionais Abertos no Brasil: o campo, os recursos e a apropriação em sala de aula foi realizada entre março e agosto de 2014 e teve por objetivo identificar os principais atores do campo dos REA no Brasil, assim como oportunidades e obstáculos para o uso e apropriação dos REA em língua portuguesa pelas comunidades Wikimedia e educacional do país.

Participe do debate e lançamento da pesquisa no dia 30 de setembro na Ação Educativa. Basta enviar seu nome completo, profissão e telefone para observatorio@acaoeducativa.org até 29 de setembro.

 

Políticas de Recursos Educacionais Abertos no Mundo

Em tempos de veto ao Projeto de Lei que previa REA no Estado de São Paulo, é interessante analisarmos o inquérito realizado pela UNESCO e Commonwealth of Learning (COL) e financiado parcialmente pelo William e Flora Hewlett Foundation, preparado durante o Congresso Mundial de REA (ver aqui e aqui) em junho/2012, para verificar o andamento de iniciativas e políticas públicas de REA pelo mundo.

Os questionários foram enviados aos Ministérios de Educação dos países da OCDE e da Commonwealth e também aos 195 estados membros da UNESCO.

Na América Latina e Caribe, participaram os seguintes países: Argentina, Bahamas, Belize, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, El Salvador, C. A., Grenada, Guatemala, Jamaica, Mexico, Paraguai, Peru, Saint Vincent and the Grenadines, St. Kitts and Nevis, Trinidad e Tobago, Uruguai.

 Na análise do relatório, o Brasil apresenta uma série de iniciativas:

  • Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE): armazena os objetos de acesso aberto produzidos pelo Ministério e por parceiros em todo o mundo. A maioria deles são liberados sob licenças Creative Commons.
  • Portal do Professor: permite aos professores criar e sugerir conteúdos que podem ser livremente acessados ​​e distribuídos. Existem incentivos para que o conteúdo seja reproduzido por outros professores e republicado no portal como um novo conteúdo.
  • TV Escola: cria e licencia material multimídia aberto dirigido a professores e alunos, embora não seja possível editar esses materiais.
  • Condigital: centra-se na produção de conteúdos digitais para as escolas de educação básica. O conteúdo está licenciado sob a Creative Commons como exigido pelo edital, que permite a tradução, edição e distribuição. O Ministério tem uma política de distribuição que beneficia os sistemas público e privado, como o conteúdo é armazenado em plataformas abertas.

Carolina Rossini, analisou alguns dos projetos listado em seu “Green-­Paper: The State and Challenges of OER in Brazil: From Readers to Writers?” publicado em 2010 e já chamava atenção para certa confusão sobre o entendimento do conceito e potencialidades dos Recursos Educacionais Abertos. O relatório da Unesco evidenciou o mesmo fenômeno, muitos projetos são orientados para permitir o acesso online a conteúdos educativos digitais, mas os próprios materiais  não estão explicitamente declarados como REA.

A pesquisa demonstra não parecer haver grande interesse em REA em todas as regiões do mundo, entretanto, a própria pesquisa despertou o interesse e a consciência dos REA em países que não conheciam o conceito.

Dadas as conclusões deste relatório, foram feitas as seguintes recomendações para serem consideradas em relação ao trabalho nessa área:

  • A Unesco e COL, reconhecem que é necessário um estudo mais aprofundado com os países. Principalmente, porque alguns países enviaram resposta após o prazo de fechamento desse relatório.
  • Vários países têm expressado explicitamente seu desejo de tornar-se mais envolvidos no movimento REA e desenvolver políticas públicas. Consequentemente, é útil estimular esse interesse enfatizando as experiências existentes em países que permitem aos usuários usar e acessar livremente materiais.
  • Pode ser útil realizar estudos sobre o panorama de REA em várias regiões, especialmente observando a sua eficácia, custo-efetividade e impacto para motivar e incentivar os países a adotar políticas e práticas. Também pode ser útil a criação de um repositório de pesquisa REA para permitir aos decisores políticos consultar os resultados.

Acesse: Survey on Governments’ Open Educational Resources (OER) Policies

Você apoia a Educação Aberta em São Paulo?

Assine a petição pelo PL REA, mais de 1000 pessoas já apoiaram!


Em dezembro passado, vários projetos de lei foram aprovados pelos deputados paulistas, entre eles, dois projetos de suma importância no que diz respeito ao acesso a materiais educacionais e a transparência nas escolas. O  PL 989/2011 (sobre Recursos Educacionais Abertos) e 1087/2011 (sobre transparência nas escolas) aguardam sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que possam ser implementados, e desde janeiro/2013, a sociedade civil vem se mobilizando para manifestar o seu apoio e solicitar que o governador sancione os projetos de lei.

Uma petição online foi colocada no ar em prol dos dois PLs e uma carta aberta foi elaborada pela comunidade REA Brasil e por coletivos e organizações brasileiras e internacionais ligadas aos Recursos Educacionais Abertos, apoiando o PL 989/2011 de autoria do dep. licenciado Simão Pedro (PT).

O governador Geraldo Alckmin deve se manifestar (vetar ou sancionar) em relação ao PL REA até dia 18/02, e por isso, pedimos o seu apoio nessa reta final!

Se você ainda não assinou a petição, corre lá deixe registrada a sua vontade! Se você já assinou, continue compartilhando!

Compartilhe a carta aberta da comunidade REA Brasil e a petição nas suas redes sociais. Tuíte usando as tags #reabr e #sancionaAlckmin!

O REA Brasil, o Observatório da Educação e Ação Educativa apoiam essa ação e convidamos todos vocês a serem protagonistas dessa campanha a favor do acesso ao conhecimento e da transparência.

Veja também: 

Pela construção coletiva de uma educação aberta no Estado de São Paulo

Carta Aberta da Comunidade REA Brasil ao Governador do Estado de São Paulo

Organizações brasileiras e internacionais pedem que Alckmin sancione lei sobre domínio público de materiais educacionais

Carta Aberta da Comunidade REA Brasil ao Governador do Estado de São Paulo

Assunto: Sanção ao Projeto de Lei Estadual 989/2011


Caro Governador Geraldo Alckmin,

A Comunidade Recursos Educacionais Abertos (REA-Brasil), apoiada por uma comunidade mundial, reconhece a importância da aprovação pela Assembleia Legislativa do Projeto de Lei 989/2011¹, que estabelece uma clara política em que materiais educacionais desenvolvidos ou adquiridos com financiamento público do Estado de São Paulo devem ser disponibilizados abertamente ao público, sob uma licença flexível de direitos autorais, como por exemplo, as licenças Creative Commons.

Segundo definição oficial da UNESCO, Recursos Educacionais Abertos (REA) são materiais de aprendizagem, ensino ou pesquisa que estão em domínio público ou sob uma licença aberta, que permite a livre utilização, adaptação e distribuição e de preferência em formatos abertos. Essa definição mais atual, datada de 2011, teve a participação da Comunidade REA-Brasil, que desde 2008 vem atuando pela causa no país.

Trata-se de uma causa em prol da igualdade de acesso ao conhecimento, direito à educação, estímulo à criatividade e inovação e melhor aproveitamento de recursos públicos.

Em junho de 2012, durante o Congresso Internacional de REA organizado pela UNESCO em Paris, os países participantes assinaram a Declaração REA de Paris, o que representa um grande passo a diante frente em um movimento que foi iniciado há 10 anos atrás, quando o termo REA foi adotado pela UNESCO.

O Brasil já vem sendo citado internacionalmente como referência na esfera de política pública, com a assinatura do Decreto 52.681/2011 durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab que instituiu uma política pública de REA na Secretaria Municipal de Educação. O PL REA Estadual foi elaborado a partir dos princípios desse decreto municipal.

Nós escrevemos neste momento para expressar o nosso profundo apoio e apelo para aprovação do Projeto de Lei nº 989/11 que almeja o estabelecimento de uma politica clara para Recursos Educacionais Abertos – um bem comum compartilhado e de alta qualidade. A aprovação dessa legislação impulsionara São Paulo a posição de líder global em educação, uso da Internet e inovação.

O projeto de Lei nº 989/2011 é uma política pública sólida, os contribuintes devem ter livre e inequívoco acesso aos recursos educacionais gerados pelo financiamento publico. Políticas similares foram aprovadas na Polônia, Canadá e Estados Unidos, e apenas na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA, aprovou o uso de licenças de direitos autorais aberto em materiais educativos.

Novamente, nós encorajamos você a apoiar esta importante legislação e ficamos a disposição para colaborar nessa caminhada.

1 Veja http://www.al.sp.gov.br/propositura?id=1040323

Comunidade REA-Brasil e assinantes abaixo

Assinantes/Signatories (Please, insert links of your organizations)
Instituições:

Ação Educativa, Brasil http://www.acaoeducativa.org.br/
Access to knowledge (A2K) Brasil – http://www.a2kbrasil.org.br
Alternative Law Forum, India, http://www.altlawforum.org/
Atopos – USP, Brasil
Basidia, Denmark
Brasiliana / USP
Casa da Cultura Digital, Brasil – http://www.casadaculturadigital.com.br/
Centro de Competência de Software Livre IME/USP, Brasil
Centro de Competência em Software Livre da USP, Brasil – http://ccsl.ime.usp.br
Creative Commons Brasil – http://creativecommons.org.br/
Creative Commons Corporation (HQ), Internacional – http://creativecommons.org
CTS/FGV – http://direitorio.fgv.br/cts/
Fundaccion Karisma, Colombia – http://karisma.org.co/
GEDAI/UFSC, Brasil – http://www.direitoautoral.ufsc.br/gedai/
GPOPAI-USP, Brasil – http://www.gpopai.usp.br/
Grupo Educação Aberta – (NIED-Unicamp), Brasil – http://www.nied.unicamp.br/
IDEC, Brasil – http://www.idec.org.br/
Instituto Educadigital, Brasil – http://educadigital.org.br/
Instituto Paulo Freire, Brasil
Lantec-UFSC, Brasil
Learning Development Institute (LDI). USA – http://www.learndev.org
NEDAC/UFRJ, Brasil – http://www.nedac.com.br
OCW, International
One Global Economy, Brasil – http://brasil.thebeehive.org
Open Knowledge Foundation, Brasil – http://br.okfn.org/
Open Science Federation, Internacional – http://opensciencefederation.org
OportUnidad Project http://oportunidadproject.eu
Projeto REA, Brasil – http://rea.net.br
Rede Colaborativa Stoa / USP, Brasil – http://stoa.usp.br
Safernet, Brasil – http://www.safernet.org.br/site/
SIbi – USP, Brasil
SOS Telemedicina para Venezuela http://sos.ucv.ve
Stichting eIFL.net (EIFL), The Netherlands – http://www.eifl.net
Stichting Vrijschrift, The Netherlands – http://www.vrijschrift.org
STOA-USP, Brasil – http://stoa.usp.br/
The Liberty e-Institute for Academic Development (e-LEAD) – http://eleadgroup.org
TransMediar/Universidade Federal de São Paulo – http://blog.pimentalab.net
UFBA, Brasil – https://www.ufba.br/
Universities Allied for Essential Medicines – http://essentialmedicine.org/
Wikimedia Brasil – http://br.wikimedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

Pessoas/People (You can also join our petition at
http://www.avaaz.org/po/petition/Educacao_Aberta_em_Sao_Paulo/?kmZsVdb )

Alice Maria Figueira Reis da Costa
Allan Rocha de Souza – UFRJ
Bianca Santana – rea.net.br e Instituto Educadigital (www.educadigital.org.br)
Boris N’DONG NGUEMA (http://www.eleadgroup.org/en/presidents-welcome/)
Cable Green – Creative Commons Corporation
Carolina Rossini – rea.net.br e carolinarossini.net
Claudio Noronha Filho
Cristiana Gonzales – GPOPAI/USP
Debora Sebriam – rea.net.br e Instituto Educadigital (www.educadigital.org.br)
Doinita Ariton, Danubius University of Galati, Romania dariton@yahoo.com or dariton@univdanubius.ro
Eduardo Magrani – CTS/FGV
Ewout ter Haar – USP
Fabio Kon
Héctor Arrechedera – Universidad Central de Venezuela
Henrique Z.M. Parra – TransMediar/Unifesp
Koichi Kameda – CTS/FGV, UAEM-Brasil
Lea Vidigal Medeiros
Lilian Starobinas – Comunidade REA Brasil
Luiz Antônio Floripes da Costa
Lully Posada from Colombia www.equinoxio.org
Marcelo Akira Inuzuka – LABORA/INF/UFG
Michael Carroll – American University Washington College of Law, Washington, DC
Mohamed ElGohary, The Workshops http://www.theworkshops-eg.com
Pablo Ortellado – GPOPAI/USP
Priscila Gonsales – rea.net.br e Instituto Educadigital (www.educadigital.org.br)
Roseli Zen Cerny
Sridhar Gutam, CISH, Lucknow, India <gutam2000@gmail.com>
Sridhar Gutam, Open Access India https://www.facebook.com/oaindia
Tel Amiel – http://educacaoaberta.org/rea/
Tiffiniy Cheng – Fight for the Future, Center for Rights

Pela construção coletiva de uma educação aberta no Estado de São Paulo

Dois importantes projetos de lei foram aprovados no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em dezembro de 2012: o PL 989/2011 (sobre Recursos Educacionais Abertos) e 1087/2011 (sobre transparência nas escolas). Ambos aguardam sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que possam ser implementados.

A comunidade REA Brasil, o Observatório da Educação e outros coletivos e diversas instituções que lutam e apoiam a educação aberta, estão convidando a todos para participar, assinar e compartilhar uma petição pela construção coletiva de uma educação aberta, democrática e de qualidade no Estado de São Paulo.

Como bem escreveu o Observatório da Educação, através de suas mídias sociais, “precisamos de um amplo e sonoro “SANCIONA, ALCKMIN”! São dois projetos de lei já aprovados na Alesp que podem representar melhoria efetiva na qualidade da educação de SP — e inspirar outros estados e municípios a adotarem políticas semelhantes… Por isso, estejam em terras paulistas ou não, conheçam as propostas que aguardam sanção (temos 1 semana!!!) e, se concordarem com a ideia, apoiem e façam circular para tod@s.”

Infográfico de Observatório da Educação – http://ow.ly/hhXLd

E você, apoia essa ideia? Então assine a petição e compartilhe a notícia: http://www.avaaz.org/po/petition/Educacao_Aberta_em_Sao_Paulo/

Como podemos dar uma “ajudinha” para o Alckmin sancionar a lei REA?

Vamos como comunidade, encontrar algum caminho para pressionar o governador Geraldo Alckmin? Pensei em duas possibilidades, mas outras sugestões são bem-vindas:

1. Uma petição (será que temos fôlego para conseguir várias assinaturas para apresentar ao governador? Poderíamos usar o avaaz (http://www.avaaz.org/po/).

2. Uma carta aberta assinada por membros da comunidade e outras pessoas que se sensibilizam com o tema?

Que outros caminhos poderíamos tomar?

Pra saber mais sobre o PL, mapeei a repercussão de quando foi aprovado: http://rea.net.br/site/aprovacao-do-pl-rea-estadual-repercussao-nacional-e-internacional/

Participem!

A crescente adoção de licenças abertas em livros didáticos

Em recente publicação, Cable Green – diretor de aprendizagem do Creative Commons, classifica a atual indústria do livro como “inchada e ineficiente”. Como exemplo, Green usa o estado de Washington nos Estados Unidos, onde aponta que o estado gasta US$ 130 milhões na compra de livros didáticos anualmente, totalizando um gasto médio de US$ 130 por criança a cada ano. Ele ainda chama a atenção para o fato do período de duração previsto para os livros que é de aproximadamente 5 anos, resultando que as crianças não podem ficar com os livros ou escrever neles. Esses livros estão disponíveis apenas no formato em papel e muitas vezes são entregues aos alunos com 7 a 10 anos de defasagem.

Como alternativa a esse modelo, Cable Green aponta uma solução simples. Ao invés de gastar 130 milhões de dólares por ano, o estado poderia realizar um investimento único de US$ 100 milhões. O governo poderia fazer um chamado aos professores/autores que quisessem participar, inclusive atraindo excelentes professores universitários e a condição seria ter um livro didático com licenças abertas (como as do Creative Commons), afinal, esse material didático é pago com o dinheiro vindo dos impostos dos contribuintes.

Baseado nesse novo modelo, a propriedade intelectual que resulta destas compras seria de propriedade do público e o estado custearia somente a atualização dos livros anualmente, investindo cerca de US$ 10 milhões por ano, o que significaria uma economia significativa de US$ 120 milhões anuais. Além de ser gratuito para download online, as escolas poderiam imprimir versões em papel por menos de US$ 5 por cópia. E talvez, mais importante que o próprio preço final, seria permitido às crianças permanecer com o livro.

As chamadas licenças Creative Commons comemoraram 10 anos em dezembro passado (2012). Embora o estado de Washington ainda tenha que adotar uma reforma referente as compras públicas de material didático para as escolas, vários governos, tanto nos Estados Unidos, como em outros países ao redor do mundo, estão avançando nessa discussão e implementado políticas baseadas nos Recursos Educacionais Abertos, para baratear o custo, aumentar o acesso e prover o uso mais eficiente do dinheiro público, rompendo com a indústria anacrônica do livro.

A filosofia por trás deste objetivo é simples, “o público deve ter acesso ao que é pago com dinheiro público”, diz Green. O slogan é “comprar um, obter um”. Se você comprar algo, você deve ter acesso a ele. No início de 2013, o Federal Reserve Bank de Nova York, anunciou que a dívida do empréstimo a estudantes chega a cerca de US$ 1 trilhão e uma contribuição significante para o crescimento desse montante tem sido o aumento do custo de livros.

No cenário brasileiro, o Município e o Estado de São Paulo são os grandes pioneiros em matéria de políticas públicas que garantam a economia aos cofres públicos através do bom uso dos impostos dos contribuintes e acesso da população ao material comprado pelos governos. Em 2011, a Secretaria de Educação Municipal via decreto, instituiu política de Recursos Educacionais Abertos, adotando licenças Creative Commons e conforme relatos do ex-Secretário de Educação, Alexandre Schneider, possibilitou a outras redes de ensino, normalmente pequenas e com pouco orçamento, a adotarem as obras disponibilizadas na internet a custo zero e sem burocrática, uma vez que, a autorização de distribuição já está na própria licença de uso escolhida.

Como relatamos exaustivamente aqui no site e nas redes sociais do Projeto Rea Brasil, no fim de dezembro de 2012, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou o PL 989/2011, que a exemplo do município, também instituiu a política de disponibilização de Recursos Educacionais comprados ou desenvolvidos por subvenção da administração direta e indireta no Estado de São Paulo. A lei agora precisa ser sancionada pelo governador, e por isso, é de máxima importância que todos nós membros da comunidade REA Brasil, estejamos atentos a essa questão. (Ver mais aqui e aqui).

Um relatório da California State Auditor, realizado em 2008, constatou que o custo médio anual de livros da faculdade era de até US$ 905 e os custos estão aumentando em quatro vezes a taxa de inflação. Segundo o relatório, os livros didáticos podem ter 60% dos custos totais dos alunos que cursam as faculdades comunitárias. Uma pesquisa revelou que 7 em cada 10 estudantes universitários irão evitar a compra de um livro texto por causa do alto preço.

A 20 Million Minds Foundation, uma organização sem fins lucrativos da Califórnia que defende e cria seus próprios livros com licenças abertas, estima que os alunos de faculdades da Califórnia sozinhos gastam 186 milhões de dólares por ano em livros didáticos, e prevê que a adoção de livros didáticos abertos poderia gerar um economia de até US$ 162 milhões.

Legisladores dos Estados Unidos, muitos lidando com orçamentos apertados, estão olhando para esses números. Ao longo dos últimos anos os organismos locais e nacionais, em um esforço para reduzir os custos, tem optado por adotar recursos educacionais abertos e os resultados até agora têm sido animadores.

No Brasil, o Gpopai (Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação – USP), realizou em 2008, um estudo sobre o acesso ao livro didático e ao livro técnico-científico no Brasil. O estudo constatou quero custo em 10 diferentes cursos na USP variava entre R$ 3.344,75 e R$ 5.810,46. Para mais de 70% dos estudantes, esse valor era superior à renda mensal de toda a família.

David Wiley, fundador da Open High School, é um dos pineiros do movimento de educação aberta. Entre os diversos projetos em que participa, desde 2010, ele trabalha com escolas públicas para introduzir um programa piloto de livros didáticos abertos para aulas de ciências do ensino fundamental e médio. As faculdades de ciências que participam do programa se reúnem uma vez por ano para examinar atuais opções de livros didáticos abertos para atualizar o material com o bojetivo de atender as suas necessidades. Lá, os distritos usam um serviço de impressão sob demanda, como CreateSpace da Amazon, para distribuir os livros para os alunos. Até agora, o programa piloto chegou a cerca de 6.000 alunos e a perspectiva é expandir para todos os 75.000 alunos.

No Brasil, especificamente na educação básica, temos a experiência do Projeto Folhas e do Livro Didático Público, implementada entre 2003 e 2010 no Estado do Paraná. O projeto Folhas foi basicamente um processo de formação continuada dos professores, por meio da produção colaborativa de textos de conteúdos pedagógicos, que constituíram material didático para os alunos e apoio ao trabalho docente. Devido a uma demanda da época (a compra de livros didáticos para o ensino médio), do Projeto Folhas acabou nascendo a ideia do Livro Didático Público.

Dean Florez, um ex-líder do Senado da Califórnia e agora CEO da Fundação 20 Million Minds, tem desempenhado um papel ativo na passagem de legislação específica em seu estado, que destinará 5 milhões de dólares para desenvolver livros abertos para os estudantes universitários. “A questão sempre foi simplesmente como fazer o corpo docente adotar esses livros, a adoção sempre foi a barreira”, diz ele.

Florez diz que os professores universitários estão cientes do aumento dos custos para os alunos (e provavelmente ficam irritados quando eles não compram os livros). Mais importante para eles é que os livros didáticos abertos tenham as mesmas características interativas e de qualidade dos livros que eles já estão acostumados. “Eles tem de ver todos os objetivos de aprendizagem, todos os tipos certos de gráficos, os diagramas que estão nos livros [tradicionais]”, diz ele.

Esse texto foi adaptado e contem tradução livre de The Growing Adoption of Creative Commons Textbooks, escrito por Simon Owens.

Aprovação do PL REA Estadual: Repercussão Nacional e Internacional

Post atualizado em 24/01/2013

Passados dois dias da aprovação do PL REA do Estado de São Paulo pelos deputados paulistas, as comunidades nacional e internacional comemoram essa grande conquista e muitas publicações na imprensa, blogs e mídias sociais começaram a surgir.

Site do Deputado Simão PedroAprovado PL 989/2011 de Simão Pedro sobre disponibilização de Recursos Educacionais Abertos

Site REAAprovado PL 989/2011 sobre disponibilização de Recursos Educacionais Abertos

UOL EducaçãoDeputados paulistas aprovam projeto de lei para disponibilizar recursos educacionais na internet

EstadãoAssembleia legislativa de SP aprova projeto de lei que prevê utilização livre de recursos educacionais

ARedeAlesp aprova projeto de lei para distribuição online de recursos educacionais

Todos pela EducaçãoDeputados paulistas aprovam projeto de lei para disponibilizar recursos educacionais na internet

Creative CommonsSão Paulo Legislative Assembly Passes OER Bill

InfoJusticeOER Law Passes in São Paulo, Awaits Governor’s Signature

Comunidade Open Educational Resources (UNESCO)OER is now a law in São Paulo state, Brazil!

Associação de Leitura do BrasilAprovado PL 989/2011 sobre disponibilização de Recursos Educacionais Abertos

Site do Deputado Paulo TeixeiraAprovado PL sobre disponibilização de Recursos Educacionais Abertos

PorVir – Deputados paulistas aprovam projeto de lei para disponibilizar recursos educacionais na internet

Folha de São PauloEducação aberta tem futuro para brasileiros

A2KAcesso aos Livros e Materiais Didáticos

Observatório da Educação – Projetos de educação aprovados na Alesp aguardam sanção de Alckmin

Observatório da Educação – Projeto aprovado em São Paulo institui política para compartilhamento e reutilização de materiais didáticos

Lista de emails da comunidade REA Brasil

Várias mensagens chegam todos os dias, vejamos algumas reações da comunidade REA Brasil.

Carolina Rossini, fundadora e ex-coordenadora do Projeto REA Brasil dá a notícia a comunidade.

Sueli Ferreira, diretora do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP.

Everton Zanella, Open Knowledge Foundation e autor do livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas.

Lilian Starobinas, Escola Vera Cruz e autora do livro Recursos Educacionais Abertos: Práticas colaborativas e políticas públicas.

Nas mídias sociais a notícia tem sido amplamente compartilhada

Alexandre Schneider, ex-Secretário Municipal de Educação de São Paulo e pioneiro na adoção de política pública sobre REA no Brasil, parabeniza o deputado Simão Pedro pelo Twitter.

O Deputado Federal Paulo Teixeira, responsável pelo PL Federal (em tramitação), também envia o seu recado taravés de sua página oficial no Facebook.

Secretaria da Educação de São Paulo.

Claudia Costin, Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro também divulgou a notícia em seu Twitter.

Pablo Ortellado, professor doutor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai), destaca a grande vitória do movimento REA no Brasil.

Marcos Wachowicz, do Grupo de Estudos de Direito Autoral e Informação (GEDAI) da Universidade Federal de Santa Catarina, também destaca a importância do PL REA.

Priscila Gonsales e Bianca Santana, coordenadoras do Projeto REA no Brasil parabenizam a comunidade REA Brasil nas redes sociais.

Sérgio Amadeu, sociólogo, representante da sociedade civil no CGI.br. Professor da UFABC. Pesquisador de cibercultura e membro da comunidade do software livre.

Open Knowledge Foundation Brasil.

Guilherme Varella, advogado do Idec na área de acesso à cultura e ao conhecimento e telecomunicações. Mestrando em Direito de Estado na USP e pesquisador em políticas culturais.

Abel Caine Fiji, OER Programme Specialist – UNESCO, divulga as boas novas para a comunidade internacional.

Creative Commons e Cable Green divulgam a notícia para a comunidade internacional.

Dean Florez, 20 Million Minds Foundation.

Vamos divulgar juntos?

Pessoal, todas as mensagens divulgadas nesse post são apenas algumas das coletadas até o momento. O site REA registra mais de 100 compartilhamentos diretos sobre a aprovação do PL REA.  A comunidade REA Brasil divulgou amplamente pelas redes sociais. Vamos continuar esse movimento juntos?

Publique no seu blog (e manda o link pra gente inserir aqui), tuite usando a tag #reabr e compartilhe pelo Facebook e Google Plus!