Duda Library

Esta semana conversamos com Duda Nogueira, criador e gestor do Duda Library, um software livre que mapeia, indexa, armazena e redistribui Recursos Educacionais Abertos promovendo o uso educativo em escolas com pouca ou nenhuma conexão com a Internet.

De acordo com Duda Nogueira:


O objetivo do Duda Library é: mapear, indexar e redistribuir REAs do mundo inteiro, disponibilizando-os de modo offline em escolas e comunidades com pouca ou nenhuma conexão com a Internet.

O Duda Library usa Software Livre como base (Python e Django), e também  é um Software Livre ele mesmo, uma vez que o código é aberto e está disponível. Por causa disso, ele pode (e deve!) ser compartilhado e instalado/explorado por empresas, escolas, comunidades, etc. É exatamente este o objetivo e, por isso, fazer este projeto como Software Livre faz todo o sentido.


Confira a entrevista completa aqui.

Projeto GNU renova foco em software livre na educação

O Projeto GNU anunciou no final de janeiro o relançamento de sua campanha de voluntariado em todo o mundo centrada no esforço de levar software livre para instituições educacionais de todos os níveis. Veja seção de educação aqui.

A equipe recém-formada do projeto é liderada por Dora Scilipoti – ativista do software livre. Sob sua liderança, a equipe desenvolveu uma lista de metas específicas para orientar o seu trabalho:

  • Detectar os casos atuais de instituições educacionais em todo o mundo que estão usando com sucesso software livre.
  • Mostrar exemplos de como software livre está sendo utilizado por instituições de ensino para melhorar os processos de ensino e aprendizagem.
  • Publicar artigos sobre o uso do software livre por instituições educacionais.
  • Manter um diálogo com professores, alunos e administradores de instituições educacionais para ouvir as suas dificuldades e prestar apoio.
  • Manter contato com outros grupos ao redor do mundo comprometidos com a promoção do software livre na educação.

O Projeto GNU e sua organização de acolhimento, a Free Software Foundation (FSF), enfatizam que os princípios do software livre são pré-requisito para qualquer ambiente educacional que usa computadores:

“As instituições educacionais de todos os níveis devem usar e ensinar com software livre porque é o único software que lhes permite cumprir as suas missões essenciais: disseminar o conhecimento humano e preparar os alunos para ser bons membros de sua comunidade. O código fonte e os métodos de software livre fazem parte do conhecimento humano. O software livre é compatível com a educação, o software proprietário proíbe a educação.

No artigo The GNU Education Project, Dora Scilipoti acrescenta insights sobre a filosofia de organização do projeto, contribuições atuais, e os progressos até o momento. De sua motivação básica para estar envolvida, ela ressalta: “como defensora do software livre e  professora, sempre senti que o Projeto GNU precisva abordar o assunto com profundidade, pois é no campo da educação que os seus princípios éticos encontram o terreno mais fértil para alcançar o objetivo de construir uma sociedade melhor. “

Enquanto a equipe de educação já compilou uma coleção de materiais úteis, eles também estão procurando mais colaboradores voluntários. As pessoas que querem ajudar, ou que tenham informações sobre exemplos de uso de software livre nas escolas, devem entrar em contato no education@gnu.org.

A equipe de educação também tem trabalhado em estreita colaboração com a equipe do GNU tradução para que novos materiais estejam disponíveis em vários idiomas. As pessoas interessadas em ajudar com o componente de tradução do projeto podem obter informação aqui.

Fonte: Free Software Foundation

Projeto de lei REA será analisado na Câmara

Na onda de boas notícias a serem comemoradas nesta semana de evento REA na ALESP, e como reconhecimento da importância da educação aberta para a sociedade brasileira, a Câmara dos Deputados irá analisar um projeto de lei que determina que obras educacionais financiadas por recursos públicos devem beneficiar a todos e estar disponíveis para uso por meio de uma licença aberta, como a do Creative Commons. O projeto também determina que o governo apoie o desenvolvimento de repositórios digitais federados e desenvolvidos com software livre, que permitam o arquivo, a publicação, a distribuição e o fácil acesso a tais materiais.

De iniciativa do Deputado Federal Paulo Teixeira, o projeto, especificamente, “dispõe sobre a política de contratação e licenciamento de obras intelectuais subvencionadas pelos entes do Poder Público e pelos entes de Direito Privado sob controle acionário de entes da administração pública.” O projeto também regulamenta o direito autoral das obras produzidas por funcionários públicos quando do exercício de sua função.

“Há muitos anos trabalho a questão de acesso ao conhecimento e entendo a Internet como instrumento fundamental a tal fim. Ao repensar a educação na era da sociedade do conhecimento, me deparei com o conceito de recursos educacionais abertos e percebi como nossa legislação não trabalha esta questão. O Brasil não pode ficar de fora deste debate, ainda mais porque nosso governo é um dos maiores financiadores de recursos educacionais, seja por meio de compras públicas, seja por meio de salários e bolsas de estudo e pesquisa, seja por meio de isenção de impostos em toda a cadeia produtiva de livros. Os números impressionam! Creio que todos, empresas e pessoas, que recebem tal montanha de dinheiro vindo dos cofres públicos, têm uma obrigação para com a sociedade: compartilhar o resultado de suas pesquisas e o desenvolvimento delas com a sociedade que o/a financiou, permitindo o uso livre de tal recurso educacional” – Deputado Paulo Teixeira

Para mais detalhes, leia o projeto, que também traz importantes  definiçoes sobre recursos educacionais abertos, licenças livres, entre outras.


Software livre em quadrinhos

Uma história em quadrinhos sobre software livre faz parte do livro Software livre para pequenas pessoas, do projeto Plantio Liberdade, que produz livros livres. O livro ainda não está pronto, mas é possível acessar uma prévia do material – e baixar a história em quadrinhos – no site do projeto. O conteúdo está licenciado em CC-BY e disponível em português, espanhol e inglês.

A iniciativa foi tomada pelo projeto argentino Gleducar, comunidade educativa livre, que é a responsável pela publicação.


REA na Declaração final de Educação do Fórum Social Mundial

Uma declaração produzida por organizações ligadas à educação, movimentos sociais e estudantis, entre outros grupos participantes do Fórum Social Mundial deste ano envolveu pelo menos dois pontos totalmente relacionados a REA. O Fórum ocorreu em fevereiro em Dacar, capital senegalesa.

O trecho em que aparecem as referências aos recursos educacionais abertos é o que convoca educadores e profissionais envolvidos com educação a “convidar as redes mundiais a oferecer acesso aos materiais educativos produzidos entre seus membros” e a “utilizar e expandir o software livre, a garantia de banda larga como direito fundamental das pessoas e o acesso livre ao conhecimento”.

Para ler toda a declaração, acesse http://fundacionses.blogspot.com/2011/02/declaracion-final-de-la-asamblea-de.html.

Migrando para o software livre

O jornalista Luis Nassif publicou em seu blog um texto (de autoria de André Felipe) indicando links que apontam itens relevantes a serem considerados para uma migração tranquila do uso de softwares proprietários para livres.

Há indicações interessantes de casos de sucesso e de possíveis obstáculos, além de dicas específicas de medidas que empresas e órgãos públicos podem adotar no processo.

Governo fortalece o modelo do software público

O Portal do Software Público brasileiro agora tem seu sistema institucionalizado. O Governo Federal publicou no Diário Oficial do dia 19 de janeiro a primeira Instrução Normativa referida a ele, fortalecendo-o e trazendo vários benefícios a desenvolvedores e aos mais de 100 mil usuários no Brasil e no exterior.

Será mais fácil a disponibilização de soluções no site, já que o processo burocrático se tornará mais ameno. Além disso, os softwares ganharão uma licença pública de marca, e consequentemente mais credibilidade. Se o MEC seguisse o mesmo caminho, os softwares encomendados por ele poderiam se tornar REA.

Veja a notícia completa no site do Ministério do Planejamento. A Instrução Normativa, na íntegra, está publicada no Portal do software público.

Unesco promove II Encontro Internacional Virtual sobre REA e Software Livre

Um encontro online para a divulgação e a troca de experiências relacionadas a Recursos Educacionais Abertos acontece desde o dia 8 de dezembro de 2010 e segue até 24 de janeiro de 2011. A iniciativa partiu da cátedra da Unesco de Gestão e Docência Universitária do Centro de Estudos para o Aperfeiçoamento da Educação Superior da Universidade de Havana (CEPES – UH), em Cuba, e tem o apoio de universidades espanholas, francesas e de comunidades de incentivo ao software livre.

As inscrições, feitas pelo portal da Universidade Virtual de Salud, em Cuba, outra apoiadora do encontro, aceitaram interessados em participar dos debates e também educadores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação com o intuito de apresentar trabalhos acerca dos temas. Os grupos de discussão foram divididos de acordo com cada assunto, sendo que o de REA aborda desde a conceituação do termo até o desenvolvimento da ideia pelo mundo, os desafios, a relação intrínseca com o software livre e mostra alguns casos.

Para se inscrever como participante ainda dá tempo e não é necessário pagar. Acesse http://aulauvs.sld.cu/course/category.php?id=50 e cadastre-se.

Sergio Amadeu discute REA

Sergio Amadeu discute a importancia de REA para gerar autonomia para professores e alunos, e afirma:


COM TECNOLOGIAS ABERTAS, professores podem pesquisar e recriar conteúdos para serem avaliados pelos estudantes, que também devem ser pesquisadores do que estudam. Sérgio Amadeu da Silveira


Leia na Revista ARede nº58 de maio de 2010!!


Paulo Freire escreveu que ensinar exige pesquisa. No livro Pedagogia da Autonomia, afirmou: “Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”. Todavia, estamos assistindo, nos últimos anos, um lamentável avanço dos sistemas privados de ensino que buscam transformar a Educação em algo semelhante a uma fábrica de salsichas.

Livros didáticos e “power points motivacionais” são vendidos com a finalidade alegada de “facilitar” a “vida do professor” e “elevar a qualidade de ensino”. Será que cumprem essa missão? Tudo indica que não. São textos úteis para sustentar um processo em que o professor não tem tempo para pesquisar e refletir sobre qual o melhor modo de envolver os seus alunos e construir processos de aprendizagem. Na realidade, os professores estão sendo cada vez mais afastados do processo de busca do conhecimento. Contraditoriamente, isso ocorre em um cenário de expansão das redes informacionais. Nunca foi tão viável estruturar pesquisas e organizar processos de compreensão da realidade.

Em um caminho oposto, para utilizar todo o potencial informacional, interativo e colaborativo das redes é que surgiu um movimento que defende a produção de recursos educaionais abertos, também conhecido por REA. Nos dias 14 e 15 de setembro de 2007, o Open Society Institute (OSI) e a Fundação Shuttleworth (do criador do Ubuntu) convocaram os defensores da Educação aberta para uma reunião na Cidade do Cabo, na África do Sul. Desse encontro, surgiu a “Declaração de Cidade do Cabo para Educação Aberta” .

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