Iniciativa Latinoamericana de Livros Didáticos Abertos

Todo mundo que já passou ou passará pela universidade com certeza enfrentou o alto custo dos livros. Entre as maiores barreiras para o acesso e sucesso nas Instituições de Ensino Superior (IES) da América Latina estão os custos de ser um estudante universitário. Mesmo se não há mensalidade a ser paga, como é o caso da maioria das IES públicas na região, ou através de bolsas de estudos do governo nas IES privadas, outros custos são geralmente negligenciados, especialmente o custo dos livros didáticos, são reais impedimentos para potenciais e atuais estudantes de baixa renda.

No Brasil, o Gpopai (Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação – USP), realizou em 2008, um estudo sobre o acesso ao livro didático e ao livro técnico-científico no Brasil. O estudo constatou que o custo em 10 diferentes cursos na USP variava entre R$ 3.344,75 e R$ 5.810,46. Para mais de 70% dos estudantes, esse valor era superior à renda mensal de toda a família.

O Projeto Latin pretende resolver o problema do alto custo dos livros didáticos para o Ensino Superior na América Latina. As principais ações serão a criação e disseminação de uma Iniciativa de Livros Didáticos Abertos e Colaborativos para Ensino Superior adaptados especificamente para a região.

Essa iniciativa vai encorajar e dar apoio aos professores e autores locais a contribuir com partes ou capítulos individuais que poderiam ser reunidas em livros personalizados por toda comunidade. Os livros criados serão gratuitamente distribuídos para os estudantes em um formato eletrônico ou poderiam ser legalmente impressos a um baixo custo porque não haverá licença ou taxas a serem pagas para a sua distribuição. Essa solução também irá contribuir para criação de livros didáticos personalizados aonde cada professor poderá selecionar as seções apropriadas para seus cursos ou poderia adaptar livremente as seções existentes a suas necessidades. Além disso, os professores locais serão a fonte de conhecimento, contextualizado ao sistema de das Instituições de Ensino Superior da América Latina.

Professores e autores acadêmicos serão os principais usuários da solução proposta, no entanto os estudantes de baixa renda serão os principais beneficiários dos livros didáticos produzidos pela iniciativa disponíveis gratuitamente. Durante a implementação piloto da iniciativa que é uma das ações propostas deste projeto, espera-se que a solução ajudará 144 cursos em 9 universidades diferentes, com o total da população beneficiada de mais de 4500 estudantes em 6 meses. Os livros didáticos criados permaneceram livremente disponíveis para reuso, tradução, adaptação e edição.

São membros do projeto a Escuela Superior Politécnica del Litoral (ESPOL) – Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) – Universidad de la República (UDELAR) – Universidad Nacional de Rosario (UNR) – Universidad Autónoma de Aguascalientes (UAA) – Universidad Central de Venezuela (UCV) – Universidad Católica San Pablo (UCSP) – Universidad del Cauca (UNICAUCA).

Saiba mais: www.latinproject.org

Coleção de Obras Raras é disponibilizada

A Biblioteca Digital da Unicamp acaba de disponibilizar para consulta pública 43 títulos da Coleção de Obras Raras da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL). Dentre os volumes digitalizados, o mais antigo foi publicado em 1559. Outro destaque é uma obra que trata da história natural do Brasil, publicada em 1648 e que traz diversas ilustrações de plantas, animais e cenas de trabalho no campo. “Estamos muito satisfeitos em colocar esse material à disposição de um público mais amplo. Por serem raros, esses livros eram acessíveis a um número muito restrito de pessoas. Agora, qualquer interessado, a despeito do lugar do mundo onde ele esteja, poderá consultá-los gratuitamente”, comemora o coordenador da BC-CL, Luiz Atilio Vicentini.

De acordo com ele, a digitalização dos 43 volumes é resultado de uma parceria entre os sistemas de bibliotecas da Unicamp, USP e Unesp, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O trabalho foi realizado no Laboratório de Digitalização do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. “A digitalização desses 43 livros é o primeiro passo para a estruturação de um laboratório de digitalização na Unicamp, dentro do projeto de implantação da Biblioteca de Obras Raras [Bora]. Graças ao apoio da Fapesp, nós já adquirimos dois scanners, no valor de 83 mil euros, que devem entrar em operação em março e dar continuidade à digitalização das cerca de 4 mil obras raras do nosso acervo”, estima Vicentini.

Segundo ele, o trabalho feito pelos profissionais do Laboratório de Digitalização da USP foi de altíssima qualidade. Tanto é assim que é possível ao observador analisar detalhes das ilustrações presentes no livro, como as ranhuras das folhas de um cajueiro ou as “estampas” da pele de uma jararaca. “Quero agradecer à colaboração dos colegas da USP, que fizeram um serviço irretocável”, atesta Vicentini.

Entre as obras raras que já estão disponíveis para consulta na Biblioteca Digital da Unicamp, a “Coleção Brasiliana”, composta por volumes escritos por viajantes dos séculos XVI ao XIX, chama a atenção pela riqueza de detalhes das ilustrações. Segundo o coordenador da BC-CL, essas obras certamente gerarão grande interesse por parte de pesquisadores das áreas das artes, história, economia, política e sociologia, entre outras. “Com essa iniciativa, a Unicamp supre a comunidade científica nacional e internacional de mais um instrumento capaz de criar e disseminar o conhecimento”, define.

*Texto publicado em Unicamp Notícias em 22/02/2013

REA no Seminário “Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações”

O REA-Brasil participou no dia 25/11 do evento Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações promovido pelo PT.

Além do tema principal do evento, foram levantados tópicos de interesse da sociedade e, mais especificamente a Comunidade REA-Brasil, como o acesso à informação e ao conhecimento por todos e a contribuição dos cidadãos como novos produtores de conhecimento.

O Projeto REA apresentou documento de contribuição às discussões e contou com a intervenção de Débora Sebriam na plenária de entidades, que comentou sobre a causa REA e sua relevância para promover o direito de acesso à educação, principalmente aos bens educacionais desenvolvidos com financiamento público ou comprados pelo Estado com dinheiro público. Neste momento, foi reiterado o pedido de apoio da sociedade e dos decisores políticos para a aprovação dos projetos de lei propostos no Estado de São Paulo e também o Projeto de Lei Federal sobre REA, que determinam que todos os materiais devam ser acessíveis a todos por meio de licenças abertas.

Na cidade de Sao Paulo já existe uma política publica de REA em vigor, por meio do Decreto 52.681/2011. Esperamos que mais ações como essas sejam adotadas pelo Governo Federal, MEC e governos locais.