Livro Didático Aberto para Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Está no ar o site do livro “Aprender para Contar: alfabetização de pessoas jovens e adultas”, de autoria de Bianca Santana, membro da comunidade brasileira de recursos educacionais.

“A educadora ou educador que agora pega este material também tem sua história com a EJA, suas experiências, pesquisas, leituras e vínculos afetivos. E essa riqueza, presente em cada alfabetizadora ou alfabetizador, permite adequar este livro às diferentes realidades e melhorá-lo cada vez mais. Apresentamos aqui um ponto de partida que certamente será ampliado com outras referências, ou reduzido em algumas situações, de acordo com as necessidades de cada turma. Este livro, portanto, é de todos nós. E ele está aberto, na internet, para ser melhorado, remixado e compartilhado livremente.”

O livro está dividido em três momentos: Estudo da Língua, Estudo da Matemática e Alfabetização Digital. Na versão online, é possível baixar o livro na íntegra ou consultar partes deles divididas em seções: Galeria de Textos, Galeria de Imagens, Temas, Atividades, Propostas de Conversa e Histórias de Vida.

 Copie, melhore, remixe e compartilhe: acesse aqui.

Lançamento do Livro Recursos Educacionais Abertos no Brasil

o Estado da Arte, Desafios e Perspectivas para o Desenvolvimento e Inovação


Será lançado no próximo dia 20/12, na sede do CETIC.BR (Centro de Estudos sobre a Sociedade da Informação), o livro o Estado da Arte dos Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil. A tradução dessa obra para a língua portuguesa tem o objetivo de contribuir para registrar parte da história do desenvolvimento dos REA no Brasil, e também o de ajudar a consolidar a importância do tema no país, permitindo uma maior compreensão da trajetória dos REA no contexto nacional e a disseminação e discussão de alguns conceitos e práticas da área encontrados nas iniciativas apresentadas.

O livro faz distinção entre repositórios de conteúdos digitais disponíveis na rede e gratuitos e os REA. Isso porque, de maneira quase que geral, a comunidade internacional envolvida com os REA entende que nem todo conteúdo educacional disponibilizado na rede é um REA. De acordo com a definição de REA adotada pela UNESCO, o recurso educacional precisa possuir uma licença de utilização que permita ao usuário certas práticas de uso sem o infringimento dos direitos autorais, como a cópia, o compartilhamento, a modificação e a sua distribuição, dependendo do tipo de licença escolhida pelo autor desse recurso. São também consideradas REA as obras que estão em domínio público, o que no Brasil ocorre 70 anos após o falecimento do autor.

O livro foi originalmente publicado em dezembro de 2011 pela UNESCO em Moscou, mas a tradução agora é publicada com uma licença aberta e está disponível para download em: http://goo.gl/rSCLfp.

REA e Redes Sociais: coaprendizagem e desenvolvimento profissional

“Recursos Educacionais Abertos e Redes Sociais: coaprendizagem e desenvolvimento profissional”, organizado pela Dra. Alexandra Okada da Open University tem como objetivo apresentar estratégias significativas fundamentadas em bases teóricas e práticas sólidas sobre como REA podem ser produzidos, reutilizados e disseminados para promover coaprendizagem – aprendizagem aberta colaborativa e também desenvolvimento profissional.

O conteúdo deste livro estará disponível em diferentes formatos: impressão, web e tablets, com capítulos em diferentes línguas: Português, Espanhol e Inglês. Cada capítulo apresenta componentes educacionais abertos – imagens, vídeos e mapas de conhecimento. Tudo sob licença aberta e disponível em repositórios públicos para serem reutilizados amplamente.

Webinars

Para lançamento do volume 3 (parte correspondente aos textos em português) estão programadas uma série de webinars que vão de 31/07 à 17/08.

31/07
13h00 – 14h30
Filosofia de Abertura (Participe agora!)
Cap. 2, 3 e 4
USP, UNESCO, Edutechi
FM: Andreia Santos
[F]: Paula Ugalde
02/08

14h00 – 15h00

EDVIRT, PRAPETEC
FM: Giselle Ferreira, Jose Valente
[F]: Jose Erigleidson
03/08

13h30 – 14h30

UAB-PT, ABACO
FM: Antonio Quintas
[F]: Filomena Moita
10/08

09h00 – 10h30

ICE, UNED, TIC
FM: Tel Amiel
[F]: Leonel Morgado
14/08

14h00 – 15h30

LEC, GPDOC, GRUPAR, Alpha
FM:  Marco Silva
[F]: Adelina Silva
15/08

14h00 – 15h30

MIDIAS, SENAC, GETED,
FM: Miriam Struchiner
[F]:  (?)
17/08
a confirmar
Colearn
FM: Nelson Preto,
Murilo Mendonça
[F]:  (?)

Saiba mais em: http://oer.kmi.open.ac.uk/

Compartilhar livro é direito

Texto de Pablo Ortellado – GPOPAI/USP

O fechamento do site Livros de Humanas, que indexava versões digitais de livros de humanidades para compartilhamento entre usuários, tem causado surpresa, indignação e controvérsia. Criado e mantido por estudantes universitários que não tinham meios econômicos para comprar livros, o site foi fechado após a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (que representa várias grandes editoras) ajuizar uma ação demandando a retirada dos livros e o pagamento de multa por supostos danos. Disputa judicial à parte, surpreendi-me com o fato de muitos colegas da comunidade acadêmica não estarem suficientemente esclarecidos sobre a profunda injustiça desta ação e não terem ainda notado a admirável coragem do jovem mantenedor do site em defender o seu projeto sob o risco de um grande ônus econômico.

Por isso, gostaria de listar, muito brevemente alguns fatos relevantes para se entender em toda a sua complexidade os conflitos entre o direito público de acesso às obras e o direito patrimonial de editoras e autores. Esses fatos foram levantados em diversos estudos realizados nos últimos anos pelo grupo de pesquisa que coordeno, o GPoPAI – Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação:

Os estudantes não têm meios econômicos para comprar os livros. A afirmação é trivial e de fácil comprovação empírica. Qualquer estudante pode somar os preços de livros de leitura obrigatória das bibliografias de curso de todas as disciplinas no decorrer de um ano. Em pesquisa mais sistemática que realizamos em 2008, o custo em 10 diferentes cursos da minha unidade na USP variava entre R$ 3.344,75 e R$ 5.810,46. Para mais de 70% dos estudantes, esse valor era superior à renda mensal de toda a família.

As bibliotecas não têm os meios econômicos para comprar os livros. Como os estudantes não têm nem remotamente os meios para comprar os livros necessários, poder-se-ia esperar que as bibliotecas o fizessem. Tomemos o exemplo acima, da minha unidade, apenas para fins de argumentação. Para simplificar o cálculo, podemos estimar um custo médio de aquisição anual de livros por aluno de 5 mil reais no varejo, ou de cerca de 3 mil reais no atacado (já que estamos falando de compras de grande escala). Supondo que os alunos pudessem comprar 30% dos livros, a aquisição dos 70% restante custaria à unidade 8,4 milhões de reais. Como nosso orçamento anual para a compra de livros é de cerca de 300 mil reais, a aquisição apenas dos livros de leitura obrigatória da graduação tomaria 28 longos anos de orçamento inteiramente dedicado – sem qualquer compra de livros de literatura complementar, de pesquisa ou de pós-graduação. Não preciso dizer que muito antes do final dos 28 anos, a literatura estaria completamente obsoleta.

Um terço da base bibliográfica está esgotada. Levantamento em 36 instituições e 6 diferentes áreas do conhecimento que fizemos na pesquisa de 2008, assim como levantamentos posteriores que realizamos em diferentes bibliotecas da USP mostram recorrente e homogeneamente, em todas as áreas do conhecimento, que de 25 a 35% dos livros requeridos pelas disciplinas estão esgotados – e, portanto, não podem ser adquiridos no mercado. Como não podem ser comprados, esses livros só podem ser utilizados se fazemos deles cópias reprográficas ou digitais.

A educação é um direito. O capítulo sobre limitações da nossa lei de direito autoral (9.610/1998) já prevê casos nos quais é permitido o uso de obras sem autorização e sem o pagamento de royalties para fins de interesse público. Os casos ali citados (art. 46) podem ser estendidos por analogia a outros, já que uma decisão recente do STJ considerou-os apenas exemplificativos. Além disso, o direito à educação (e os livros são meios essenciais para a educação) é um direito constitucional (art. 6).

A repressão às fotocópias e ao compartilhamento é predominantemente extrajudicial. Como um estudo recente coordenado pela Universidade de Columbia mostrou, o combate à pirataria nas “economias emergentes” é predominantemente extrajudicial. Esse combate consiste no fechamento das inciativas “piratas” e no confisco de materiais sem que o mérito das acusações de violação de direito autoral seja julgado no judiciário. Como há enorme desproporção de recursos entre a indústria do direito autoral e os acusados, toda a questão é resolvida com a atividade repressiva e/ou com a ameaça de judicialização (que os pequenos não conseguem enfrentar). Isso permite que os detentores de direito imponham sua visão sobre o direito autoral, frequentemente de maneira abusiva, sem que o público ou os supostos “piratas” tenham condições de defesa. É exatamente essa situação assimétrica que o mantenedor do site está corajosa e pioneiramente enfrentando.

Os livros científicos de humanas são financiados predominantemente com recursos públicos. O mercado de livros científicos de humanidades é financiado com recursos públicos de pelo menos quatro maneiras: 1) como nosso estudo de 2008 mostrou, 86% dos autores brasileiros dos livros adotados por cursos científicos de humanidades trabalhavam em regime de dedicação integral à pesquisa e docência quando a primeira edição do livro foi lançada, de maneira que o livro é um subproduto de uma atividade financiada exclusivamente com recursos públicos; 2) além do salário dos autores, os custos da pesquisa (laboratórios, bolsistas etc) que gerou o livro também são predominantemente públicos, já que o Brasil tem um padrão de financiamento público de pesquisa que oscila em torno de 90% dos recursos; 3) o setor livreiro tem imunidade tributária, cujos custos para o tesouro foram estimados em cerca de um bilhão de reais anuais; 4) cerca de 10% do mercado de livros técnico-científicos é de editoras públicas, principalmente universitárias. Isso significa que os custos de produção dos livros já foram pagos pelo público. No entanto, na interpretação da ABDR, este público deveria agora ser obrigado a comprar novamente aquilo que ele já pagou para produzir.

Os autores de livros não têm um interesse econômico relevante. Isso deveria ser autoevidente, mas nem sempre é. No levantamento que fizemos com um dos departamentos de humanidades melhor avaliado pela CAPES, estimamos em 100 reais o pagamento mensal de royalties dos autores pelos livros lançados durante o ano. No entanto, com exceção de um, todos os autores receberam apenas cópias dos livros, ao invés dos royalties. Se isso acontece no topo da pirâmide de prestígio acadêmico, os valores recebidos por autores da base da pirâmide tende a ser ainda mais irrelevante.

Se os estudantes precisam dos livros para assegurar seu direito constitucional à educação; se eles não têm os meios econômicos para comprá-los; se um terço dos livros está esgotado; se os livros são financiados majoritariamente com recursos públicos; se os autores não recebem royalties ou se os royalties são irrelevantes; se a ABDR é intransigente e usa do poder econômico para impor uma visão repressiva, unilateral e injusta do direito autoral – não seria o caso de apoiarmos o site Livros de Humanas e começarmos uma campanha contra os abusos da ABDR?

Fonte: GPOPAI

Livros, leitura e acesso na cultura digital

*Artigo de Bianca Santana e Priscila Gonsales publicado no Estadão em 04/06/2012.

Nem mesmo a desoladora média de 2,1 livros lidos por ano pelos brasileiros ou o fato de 75% da população do País nunca ter frequentado uma biblioteca chamam tanto a atenção na edição 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (*1) como os resultados em relação aos livros digitais.

Pela primeira vez, o estudo traz um panorama sobre o hábito de leitura de livros digitais. Um olhar pouco cuidadoso poderia apenas destacar que 46% dos entrevistados disseram que nunca ouviram falar de livros digitais (ou e-books, como enfatiza o questionário) e, consequentemente, proclamar que esse novo suporte para o livro, ou melhor, essa nova possibilidade de leitura, está ainda muito distante da realidade.

No entanto, uma análise qualitativa sobre os resultados vai trazer à tona algo que está nas entrelinhas. Se considerarmos o grupo que afirmou já ter lido livros digitais, vamos observar que 54% dos entrevistados disseram que gostaram muito da experiência, 40% gostaram pouco e 6% responderam que não gostaram.

Esse resultado é altamente positivo apesar de vir de um pequeno percentual (18%) que afirmou ter tido contato com o livro digital. Isso imediatamente nos instiga a pensar que existe sim um interesse e uma recepção até calorosa por parte de quem já experimentou. Quem não conhece, quer conhecer (25% ) e quem já usou, gostou e quer mais (34% vão ler mais livros digitais a partir de agora). Não seria esse público o que o mercado publicitário chama de early adopter (*2)?

Outro aspecto que merece uma reflexão mais aprofundada neste contexto é o conceito e de “livro digital”. Segundo a própria pesquisa:  “Ao falar de livros, estamos falando de livros tradicionais, livros digitais/eletrônicos, áudio livros, digitais-daisy, livros em braile e apostilas escolares. Estamos excluindo manuais, catálogos, folhetos, revistas, gibis e jornais”.

Trazer uma definição geral para “livro” é um avanço importante em relação às pesquisas de anos anteriores, no entanto, a mesma conduta poderia ter sido adotada para buscar definir o que se entende por livros digitais e/ou eletrônicos. Quando se fala em livro digital, o que mais vem à mente são os dispositivos eletrônicos de suporte à leitura, os chamados “e-readers” (*3). Um livro ou um jornal em um leitor eletrônico, como o Kindle (*4), por exemplo, retoma a ideia de um produto fechado, como o impresso, com uma temporalidade também delimitada como a edição mais recente ou, no caso do jornal, a edição do dia.

A maioria dos e-readers oferece navegação semelhante ao manuseio do papel, remete quase à mesma sensação de ler um livro ou um jornal impresso. No entanto, é fundamental refletir sobre o conceito de livro digital que devemos considerar no contexto da cultura digital em que estamos. Seria meramente uma reprodução do livro em papel? Um arquivo eletrônico PDF? Uma animação multimídia cheia de cliques?

As possibilidades de leitura propiciadas por computadores, tablets, celulares e outros dispositivos extrapolam o que chamamos de livro. Como uma mídia de convergência de infinitas tecnologias e linguagens, a internet permite que textos, imagens, tabelas, infográficos, vídeos, games e diversos aplicativos multimídia possam ser simultaneamente acionados para contar uma história, seja ela ficcional ou informativa, linear ou descontínua.

Arte Fora do Museu (*5), por exemplo, é um projeto digital sobre as obras de arte que estão nas ruas de São Paulo. Ele reúne informações em textos e fotografias, que poderiam estar em um livro, mas foram publicados online, agregando vídeos e georreferenciamento das obras. É pouco provável que alguém defina o Arte Fora do Museu como um livro digital ou um e-book. Mas muitos dos que navegaram por aquelas páginas leram tanto quanto fariam em um e-book sobre o mesmo tema. Além disso, o conteúdo de um projeto como este está distribuído pela rede, no YouTube, no Facebook, no Flickr, fazendo com que as informações sejam acessadas de muitas maneiras, fragmentadas, e que se alguém tiver interesse em se aprofundar no assunto, possa sempre ser levado à fonte original.

Os e-books e os PDF de impressos não aproveitam uma importante possibilidade trazida pelo digital: o hipertexto. O termo hipertexto, cunhado por Ted Holm Nelson nos anos 1960, significa, nas palavras de Sergio Amadeu da Silveira “uma escrita não sequencial, um texto que se bifurca e que permite ao leitor escolher o que deseja ler. São blocos de textos, conectados entre si por nexos que formam diferentes itinerários para os usuários”. O hipertexto coloca a possibilidade de os indivíduos aprofundarem conhecimento nos temas que os interessem de maneira livre e autônoma. Nesse sentido, as possibilidades abertas pela digitalização de conteúdos são potencializadas pela expansão do acesso à internet.

Antes, a veiculação da informação e do conhecimento estava vinculada a suportes materiais: livros, discos, CDs, apostilas, enciclopédias. Para disseminar informações era preciso ter acesso a esses recursos materiais, caracterizando um modelo de comunicação “de um para muitos”. A internet deu a todos o poder de criar, moldar e disseminar informações com a ponta dos dedos, abrindo a possibilidade de uma comunicação “de muitos para muitos”. O modo como produzimos e consumimos informação atualmente é muito diferente do que era no curto espaço de tempo de 20 anos atrás.Continue reading

Game Changers: Education and Information Technologies

O novo livro da Educause, “Game Changers: Education and Information Technologies” é um conjunto de capítulos e estudos de caso de faculdades e universidades.

“As instituições estão encontrando novos modelos e novas tecnologias que permitem repensar muitas das premissas da educação – local e tempo, créditos e credenciais, criação e compartilhamento de conhecimento.”

Destaque para os diversos capítulos dedicados ao tema conteúdo aberto.

É possível realizar download gratuito do livro em sua totalidade ou por capítulos.

Transformando a Wikipedia em livro

A PediaPress é uma ferramenta que permite a publição e impressão, sob demanda (printing on demand), de livros elaborados com artigos remixados da Wikipedia. Essa ferramenta permite que os “wiki books” tenham até 800 páginas em preto e branco ou coloridas e capas também customizadas, tudo escolhido pelo autor do remix. Todos os artigos publicados com a extensão especial indicada pela PediaPress podem virar livro. É um jeito legal de estender a produção colaborativa da wikipedia para além da tela do computador – o que pode ajudar tanto quem ainda não tem acesso à Internet, quanto os que ainda preferem ler e fazer pesquisas no papel.

Os resultados têm sido um bom exemplo para esse novo mercado que se abre aos interessados em publicar conteúdo aberto: em 2009, a PediaPress atendeu a pedidos em 53 países (incluindo o Brasil). Os livros custam a partir de 11 dólares e é possível ver um preview do resultado antes de fechar o pedido e comprar títulos já montados por outros editores, que estão no catálogo do site.

A PediaPress tem uma parceria com a Wikimedia Foundation e a Commonwealth of Learning, e uma parte dos lucros é direcionada à causa da primeira. Outra parte dessa parceria engloba o desenvolvimento de software de código aberto da ferramenta, que a PediaPress disponibiliza aqui.