Entrevista: grupo do Pará prepara TCC sobre Recursos Educacionais Abertos

A primeira entrevista de 2013 acaba de sair!

Maria do Socorro Braga Reis, José Pereira Smith Júnior e Joneson Rosa dos Reis são professores de escolas públicas no Estado do Pará e estão escrevendo o seu Trabalho de Conclusão de Curso na área de recursos educacionais abertos. Esse contato nasceu à partir do compartilhamento e da discussão trazida pelos componentes do grupo no Facebook do REA Brasil.

O primeiro questionamento foi Objetos de Aprendizagem e REA são a mesma coisa? Essa é uma boa pergunta para brincarmos nos comentários desse post, não é mesmo?

Acesse a entrevista completa aqui.

Um post e novas ideias borbulham (mesmo que no início)

O post da Maria do Socorro trouxe outros membros que também pretendem se debruçar na questão dos REA e em breve vão compartilhar conosco as suas experiências!

A Flávia Martins, por exemplo, tem objetivo até omomento apresentar e analisar a metodologia de objetos de aprendizagem como recursos educacionais aberto em ambientes formais e informais de aprendizagem on-line (com 3 cases inicialmente). O estudo está no início ainda, em fase de pesquisa de referências.

Já a Zil Araújo quer fazer o seu TCC sobre a importância e impacto de REA e Oas na Sociedade de Aprendizagem. E por fim, a Kassandra Camago Silva, que é da área de ciência da computação,  estará mais focada no desenvolvimento de tecnologias envolvidas.

Vamos ajudá-los nessa caminhada?

Maria do Socorro Braga Reis, José Pereira Smith e Joneson Rosa dos Reis

Maria do Socorro Braga Reis. Licenciada em Letras pela UFPA – 2002. Professora da rede pública estadual, lecionando Língua Portuguesa e Informática na Educação, no ensino médio na Escola Profª Yolanda Chaves, em Bragança-PA e Língua Portuguesa no ensino fundamental na escola Profª Rosa Athayde em Augusto Corrêa-PA.  Discente do 5º período (penúltimo) do Curso de Licenciatura em Computação UFRA/PARFOR. 2010/2 – Polo Capanema-PA

José Pereira Smith Júnior. Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual do Pará- 2005. Professor de ensino fundamental e médio da Secretaria de Estado de Educação nas escolas de Capanema-PA e Primavera-PA Discente do 5º período (penúltimo) do Curso de Licenciatura em Computação UFRA/PARFOR. 2010/2 – Polo Capanema-PA

Joneson Rosa dos Reis. Discente do 5º período (penúltimo) do Curso de Licenciatura em Computação UFRA/PARFOR. 2010/2 – Polo Capanema-PA atua como professor na sala de informática EMEF Padre Leandro Pinheiro em Quatipuru-PA, e também lotado na SEMED.


Entrevista concedida a Débora Sebriam em 03/2013

REA Brasil: Como e quando vocês descobriram os Recursos Educacionais Abertos?

Os REAs fazem parte da nossa rotina pedagógica, usamos o Linux Educacional 4.0 nas Salas de Informática, e que possui uma grande suíte de aplicativos, mas efetivamente começamos a usar a partir dos conteúdos das disciplinas da Licenciatura em Computação.

REA Brasil: Para vocês o que é REA?

Para nós os REAs são qualquer material que potencialize a construção da aprendizagem.

REA Brasil: Como surgiu a motivação para escrever um TCC sobre REA?

Surgiu a partir de pesquisas feitas na Disciplina Projeto Integrador I, onde fizemos uma coletânea de Objetos de Aprendizagem (OA), tipo Hagáquê, RIVED e muitos outros, que foi aplicado em nossa prática, o curso nos deu suporte para aprendermos programação, o Smith Júnior se aperfeiçoou em Java, então começamos a nos questionar sobre a possibilidade de criar OAs para atender a nossa realidade. Assim, foram surgindo os OAs, isso nos deu uma motivação maior para escrever sobre os OAs, e assim apresentar as nossas crias, claro que temos a professora Janaina Costa que acreditou na gente, e é nossa orientadora e faz muita diferença.

REA Brasil: Vocês estão desenvolvendo objetos de aprendizagem disponibilizados no blog http://jogoseducativoss.blogspot.com.br Quais os formatos desses Objetos de Aprendizagem? Vocês irão implementar licenças flexíveis, como as do Creative Commons?

Os nossos OAs são instrucionais, uns possuem áudio, bem simples. Assim que tivermos concluído o projeto, vamos sim disponibilizar os códigos, implementando uma licença no formato uso não comercial. Assim, poderão fazer adaptações. Ainda não chegamos a um consenso de como faremos. Mas a certeza que temos que os códigos serão disponibilizados de forma livre.

REA Brasil: Como vocês acham que o estudo de vocês pode contribuir para que mais professores adotem e criem REAs?

É interessante o uso dos REAs nas metodologias aplicadas em sala de aula, principalmente se pode ser executado em locais sem internet, fica ainda melhor. Por isso, nos preocupamos com a questão dos Objetos e Aprendizagem poderem ser carregados em qualquer mídia, por exemplo, funcionam muito bem no pen drive e nos Cds. Eles podem ser usados para a verificação da aprendizagem da aula dada. Estamos tendo experiências muito positivas quanto ao uso dos REAs em sala de aula. Estamos fazendo uma verdadeira peregrinação para disponibilizar os OAs para os professores, principalmente os das escolas do meio rural, lá tem computador, mas sem conexão com internet. Os professores estão utilizando no pen drive.

REA Brasil: O que diriam para os educadores que desejam começar a trabalhar por e com REA?

Hoje, temos que nos adaptar as mudanças que a tecnologia faz em nossas vidas, os alunos estão sedentos por metodologias diferenciadas, afinal eles são nativos digitais, faz parte da cultura deles, ser íntimos das tecnologias que transbordam a todo instante. A escola não pode ficar a margem disso tudo, os paradigmas mudaram, hoje somos mediadores do conhecimento, antes éramos os portadores, aliás, fazer uso dos recursos disponíveis, e não poucos já é uma exigência do contexto escolar, nós vemos que o cerco está se fechando, aqui no Pará todos os professores de ensino médio vão receber um Tablet. Este evento vai forçar a utilização dos REAs na educação. A Socorro, em 2011 executou um projeto com o 1º ano ensino médio onde os alunos catalogaram muitos REAs que poderia ajudar o professor a melhorar a sua metodologia com as ferramentas disponíveis na escola. O trabalho foi no Facebook e no Blog da Escola, o encarte foi impresso, na tentativa de cercar todas as possibilidades e também mereceu uma postagem no Portal do Professor (MEC). Um dos caminhos para potencializarmos os conteúdos passa pela inserção das tecnologias na escola. Quando isso acontecer efetivamente vamos ter um arsenal fantástico de  troca de saberes, onde a vivencia pedagógica não será mais unilateral.

Federação Educa Brasil (FEB)

Recebemos da Profª Rosa Vicari do Instituto de Informática da UFRGS e coordenadora de uma Cátedra Unesco, uma nova iniciativa de compartilhamento de objetos de aprendizagem.

O FEB – (Federação de Repositórios Educa Brasil), é um serviço experimental da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O FEB tem o propósito de organizar diversos repositórios em um sistema hierárquico chamado federação, que centraliza as informações contidas desses repositórios em um único portal. Portanto, o FEB fornece mecanismos para integrar vários repositórios de OAs, através da recuperação de seus metadados, tornando-os acessíveis por um sistema de busca global. O serviço destina-se basicamente a qualquer instituição educacional ou de pesquisa que deseje expandir o reuso e/ou compartilhar seus repositórios de OAs além da própria instituição que os criou.

A solução proposta pelo SE-FEB permite a inclusão de qualquer repositório de OAs desde que esses objetos – como slides, materiais didáticos, ou qualquer conteúdo digital – estejam mapeados em algum esquema de metadados. O sistema suporta nativamente os padrões de metadados Dublin Core, LOM e OBAA que são mapeados para o esquema de metadados adotado pela confederação, ou seja, para o padrão OBAA. Além disso, é possível incluir repositórios descritos em qualquer padrão de metadados. Neste caso, o mapeamento para OBAA será previamente cadastrado. Vale ressaltar que a solução manipula apenas os metadadados dos repositórios e não o conteúdo dos mesmos. Ademais, há uma ferramenta de sincronismo que atualiza periodicamente a confederação com seus repositórios, ou seja, o sistema periodicamente consulta seus repositórios consistindo seus dados – por exemplo, incluindo novos OAs detectados nos repositórios e/ou excluindo os que foram removidos. Já a ferramenta de busca permite o usuário pesquisar por objetos em todo os repositórios da confederação, ou apenas em um repositório em particular, onde no resultado da pesquisa são apresentados links aos OAs que atendem ao critérios da busca, informando também o repositório de origem desse objeto.

Parceiros

Atualmente o FEB possui 9 instituições parceiras, totalizando 12 repositórios em funcionamento.

  • UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    • LUME –  Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    • CESTA – Coletânea de Entidades de Suporte ao uso de Tecnologia na Aprendizagem
    • OBAA – Repositório de Objetos de Aprendizagem Baseados em Agentes
  • MEC – Ministério da Educação
    • BIOE – Banco Internacional de Objetos Educacionais
  • Fundação Biblioteca Nacional
    • BNDIGITAL – Biblioteca Nacional Digital Brasil
  • Fiocruz
    • ARCA – Repositório Institucional da Fiocruz
  • UFMA – Universidade Federal do Maranhão
    • Biblioteca de Teses e Dissertações
    • Portal de Periódicos
    • Publicações Científicas
  • IFRS – Instituto Federal do Rio Grande do Sul
    • Repositório do Campus Canoas
  • IFSUL – Instituto Federal Sul-Rio-grandense
    • ENGEO – Repositório de Objetos Educacionais para Engenharia Geotécnica
  • UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
    • Repositório Institucional
  • LACLO – Confêrencia Latinoamericana de Objetos e Tecnologias de Aprendizagem
    • Federação LaFlor – Latin American Federation of Learning Object Repositories

 Política de Acesso (o que posso consumir e como)

A infra-estrutura instalada pelo SE-FEB será principalmente utilizada para auxiliar no compartilhamento de Objetos de Aprendizagem (OAs) entre as instituições usuárias do serviço. Portanto, o conteúdo compartilhado engloba qualquer material de apoio ao processo de aprendizagem como conteúdo áudio visual, apostilas, tutoriais, artigos científicos, teses, dissertações, e similares, disponibilizados em algum formato digital, pelas instituições participantes. Os OAs são apresentados aos usuários através de um único ponto de busca que recupera informações sobre os objetos, entre elas os links, os quais propiciam acesso aos objetos, nos seus repositórios de origem. Vale lembrar que é responsabilidade do provedor de conteúdo/repositório a qualidade do material, as restrições de acesso e direitos autorais dos mesmos.