REA no Brasil: o campo, os recursos e a apropriação em sala de aula

A pesquisa Recursos Educacionais Abertos no Brasil: o campo, os recursos e a apropriação em sala de aula foi realizada entre março e agosto de 2014 e teve por objetivo identificar os principais atores do campo dos REA no Brasil, assim como oportunidades e obstáculos para o uso e apropriação dos REA em língua portuguesa pelas comunidades Wikimedia e educacional do país.

Participe do debate e lançamento da pesquisa no dia 30 de setembro na Ação Educativa. Basta enviar seu nome completo, profissão e telefone para observatorio@acaoeducativa.org até 29 de setembro.

 

Objetos educacionais para o ensino de Matemática

Material educacional em áudio, vídeo e animações com licenças livres estão disponíveis no Portal Dia-a-dia Educação, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED). Os objetos educacionais são produtos de uma ampla parceria, entre essa secretaria, a de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do mesmo estado, o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC) e as universidades Federal do Paraná (UFPR) e Estadual de Londrina (UEL). O trabalho é resultado de um edital lançado pelo MEC e está inserido no âmbito do Projeto Condigital.
Simuladores e experimentos matemáticos também estão disponíveis e, apesar de a maior parte do conteúdo ser livre, há materiais em copyright. É possível fazer downloads aquiaqui.
O Portal Dia-a-dia Educação é um espaço aberto para outras iniciativas de produção de materiais que possam ser acessados e utilizados por qualquer usuário.

Parceria entre MEC e Unicamp gera projeto de recursos educacionais abertos online

Quase 400 áudios, vídeos, softwares e experimentos de matemática estão disponíveis em um repositório da empresa Mais Educacional para quem quiser usar, e de graça. A produção dos recursos é resultado de um projeto que começou em 2008, financiado pelo MEC por meio de um edital lançado um ano antes, e foi levado adiante pelos professores Leonardo Barichello e Rita Santos Guimarães, prestadores de serviço da Unicamp. O público-alvo dos recursos do repositório são estudantes de Ensino Médio.

Leonardo e Rita resolveram, depois, abrir a Mais Educacional, empresa que presta serviços educacionais e ministra cursos e oficinas (inclusive online) para a formação continuada de professores. Algumas das oficinas, inclusive, utilizam os próprios recursos produzidos pelo projeto Matemática Multimídia (que faz parte de uma iniciativa maior liderada pelo MEC para oferecer recursos educacionais digitais no Portal do Professor) e exploram o uso de novas tecnologias na escola, campo ainda visto com receios por parte de alguns professores. O próprio Leonardo aponta as dificuldades que apareceram durante o desenvolvimento do material: “Na esfera educacional, os maiores desafios do projeto foram as mídias de áudio, pela falta de referências e experiências concretas, e o software, pela dificuldade em definir um caminho dentre tantas possibilidades oferecidas pela mídia. No roteiro dos vídeos, contamos com a contribuição da Sarah Yakhni, experiente inclusive em trabalhos de caráter educacional, o que facilitou muito as coisas”. Não é possível que qualquer pessoa publique conteúdo no repositório da Mais, mas  quem participa dos cursos e oficinas pode fazer isso ao final do processo.

Os recursos são diretamente relacionados a conteúdos específicos da disciplina, o que facilita a vida do professor no momento da definição dos objetos a serem explorados, mas não deixam de permitir a interdisciplinaridade. Um exemplo dado pelo próprio Leonardo é o vídeo “A Carta”, que trata de criptografia e traz dados técnicos a respeito, mas não deixa de contextualizar historicamente o seu surgimento e a sua utilização.

Os materiais criados pelo projeto Matemática Multimídia estão disponíveis em licenças abertas do Creative Commons. Entretanto, por exigência do MEC, os recursos educacionais financiados por eles estão licenciados da forma mais restritiva do Creative Commons: a chamada “atribuição-não comercial-compartilhe sob a mesma licença”, ou CC-BY-NC-SA.

A opção por uma licença aberta faz com que tais materiais sejam considerados recursos educacionais abertos em sua definição ampla, mas pode gerar barreiras futuras em relação à interoperabilidade legal dos mesmos, e até limitar a adoção de tais materiais por usuários. Isso porque uma licença CC que contenha a cláusula “compartilhe sob a mesma licença” determina a forma de  compartilhamento dos usuários daquele material e a cadeia de produção de materiais derivados. O software base desse projeto está licenciado por meio de uma licença GPL.

Vale ainda observar que um repositório foi construído com o uso da plataforma mediawiki, e que nele foram incluídos outros materiais não desenvolvidos pela Mais Educacional. Tais materiais (como os do CDME, da Universidade Federal Fluminense), têm suas próprias licenças abertas, detalhadas de acordo com cada autor.

“Todas as instituições que tenham interesse em usar e ajudar na divulgação deste material, por favor, entre em contato conosco, pois é de nosso interesse que esse material chegue até os professores de todo o Brasil, especialmente os da rede pública”, pede Leonardo.

Assista a um vídeo produzido pelo projeto Matemática Multimídia.

Para saber mais sobre cursos e oficinas da Mais Educacional, acesse http://www.mais.mat.br/.