CCIA publica estudo sobre valor do fair use

“Indústrias que apoiam o fair use obtém melhores resultados”, afirma estudo publicado pela CCIA neste mês. Mesmo com a crise que rendeu várias demissões nos últimos dois anos, o lucro dessas empresas cresceu de 895 bilhões de dólares em 2002 para uma média de 1,2 trilhões em 2008 e 2009. O fair use (uso justo) é uma concessão nas leis de copyright para que materiais protegidos por ela possam ser utilizados para fins educacionais, por exemplo.

“Os Estados Unidos têm uma das mais fortes culturas de inovação e claras proteções para o fair use. Não é uma coincidência (…) Muito do crescimento sem precedentes das indústrias de tecnologia e comunicação podem ser creditados à doutrina do fair use. Essa pedra fundamental que alimenta a criatividade e a inovação deve ser protegida como parte de nosso plano de recuperação econômica”, afirma o presidente e CEO da CCIA, Ed Black. “Enquanto as medidas de reforço do copyright estão crescentemente sendo adicionadas à legislação e a acordos de negócios, é importante ter números que mostram por que o fair use é importante. Frequentemente ouvimos sobre o custo da pirataria sem também considerar o custo que existe para legitimar setores da economia dos EUA com medidas de reforço do copyright como a Protect IP Act“.

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Conferência mostra iniciativas REA nos EUA

Casos exemplares de REA foram apresentados e comentados por especialistas na área em uma web conferência no dia 22 de fevereiro. A Sharing Open Educational Resources: State Projects foi promovida por uma coalizão de instituições: a International Association of K-12 Online Learning, o Council of Chief State School Officers, a State Educational Technology Directors Association, e a EducationCounsel.
Participaram das discussões nomes reconhecidos no universo REA: Cable Green, da Washington State Board for Community and Technical Colleges, Gary Lopez, do Monterey Institute for Technology and Education e Jeff Mao,  diretor do Maine Learning Technology.

REA no Plano Nacional de Tecnologia Educacional dos EUA

O governo dos EUA publicou um Plano Nacional de Tecnologia no final de 2010, no qual oficializa um interesse de suporte a iniciativas de educação online e à produção e utilização de recursos educacionais abertos. O documento deste ano reflete claramente uma dedicação superior do governo Obama à causa, trazendo perspectivas otimistas para os próximos anos de seu mandato.

O Plano também assume o compromisso de elaboração de políticas públicas adequadas para garantir inclusive a credibilidade desses recursos, facilitando a colaboração interestadual no país e o trabalho de quem cria ou se utiliza de novos modelos de negócio na área educacional. Afirma a importância do apoio à pesquisa acadêmica sobre REA, para que sejam reconhecidas as necessidades e os ganhos adquiridos nas comunidades estadunidenses por conta do uso desses recursos.

Para mais informações, acesse a reportagem da Education Week, que contém também um link para o pdf com o Plano completo (em inglês).

EUA investe 2 milhões de dólares em Ensino Superior e menciona REA como ferramenta essencial

O governo americano anunciou um investimento de 2 bilhões de dólares em programas de formação superior. O valor deve ser aplicado já em 2011 e durante os próximos quatro anos em programas de no máximo 2 anos de duração que promovam o aumento do número de pessoas com nível superior de ensino nos Estados Unidos. A ideia é que esses programas sejam inovadores, e é neste ponto que se fala em REA no release oficial da medida:

“O incentivo proporcionará a instituições de ensino superior uma oportunidade de desenvolver formas inovadoras de materiais educacionais, incluindo (…) recursos educacionais abertos. Esses recursos ficariam disponíveis online gratuitamente, aumentando as oportunidades de aprendizagem para estudantes e trabalhadores”.

O anúncio foi feito pelo U.S. Department of Labor (o Ministério do Trabalho de lá), que trabalhará em parceria com o Ministério da Educação dos Estados Unidos, e o texto integral pode ser lido no site oficial do Dol (em inglês): http://www.dol.gov/opa/media/press/eta/eta20101436.htm.

Um semestre de vitórias para REA nos EUA

Nicole Allen, da Student PIRGs (Public Interest Research Groups), organização de estudantes universitários dos Estados Unidos, produziu uma lista de atualizações sobre o que aconteceu nos EUA no segundo semestre de 2010 em relação aos livros didáticos abertos e com preços de impressão acessíveis aos estudantes:

  • A nova lei federal, em vigor desde julho de 2010, prevê que as editoras liberem informações acerca dos verdadeiros preços dos livros dos estudantes ao se matricularem nos cursos. Nos Estados Unidos, antes da lei, isso não era divulgado, já que o aluno pagava um preço fechado por todo o conjunto de materiais e o próprio curso. E os valores são altíssimos: um livro de Física, por exemplo, pode custar até 225 dólares. Conhecendo os verdadeiros preços, os alunos podem buscar o mais barato e, tanto eles quanto seus professores, passam a ter mais consciência do abuso que isso representa. Além disso, as editoras devem explicar detalhadamente as mudanças ocorridas nas revisões das novas edições.
  • Ao longo do semestre, foram mais de 1300 adoções de livros didáticos abertos. Segundo pesquisa do PIRGs, o uso dessas publicações pode reduzir em até 80% os custos de um estudante universitário.
  • Foram ainda mais fortalecidos exemplos promissores de projetos que sustentam a possibilidade de publicação de livros didáticos abertos com qualidade: Flat World Knowledge, Writing Spaces, The Open Course Library.
  • Mais de 1500 lojas de campus universitários desenvolveram programas de empréstimo de livros, o que representa em média 60% de economia aos estudantes. As opções digitais de e-readers também contribuem com essa redução de gastos, mas levará mais tempo para ser signifcativa porque a maior parte das pessoas ainda prefere ler textos impressos. Além disso, os e-books ainda são caros.

Representante estadual legislativo de Washington defende princípios de REA

Reuven Carlyle, representante estadual legislativo de Washington, participou de uma vídeo conferência sobre educação e política organizada pelo Opencourseware Consortium em novembro de 2010. Carlyle, que em 2009 foi responsável por articulações que reverteram 3 milhões de dólares para incentivar a produção de conteúdo aberto em universidades e escolas técnicas de Washington, falou sobre políticas públicas estratégicas envolvendo o tema, propondo até mesmo um plano de ação. O princípio defendido por Carlyle é sempre o de que se deve poupar o dinheiro dos estudantes, que já pagam taxas para obter o ensino superior. Para isso, ele acredita que é necessário fazer com que os políticos percebam que conteúdo aberto não é apenas uma ideia boa, como também mais barata para o país.

Como diz o texto publicado no blog, “isso não é apenas uma estratégia; é uma quebra de paradigma. Quando se tratam de ferramentas políticas, você precisa mostrar o valor dos impostos. Acesso aberto para instituições públicas é um direito básico. Conteúdo aberto deve ser o modelo”.

Assista ao vídeo da apresentação de Reuven Carlyle no blog da OCWC: http://www.ocwconsortium.org/community/blog/2010/11/22/reuven-carlyles-webinar-video-is-online/

 

 

Experiências de politica pública para REA

Esta semana, dois eventos muito interessantes aconteceram nos EUA e foram transmitidos em forma de “webinar”.

O primeiro – “How to drive college costs down and quality up in TX and CA: Emerging textbooks solutions” – aconteceu na terça-feira, dia 16 de novembro, e focou soluções para a diminuição de preço de livros didáticos, ao mesmo passo em que a qualidade é mantida e aprimorada. Experiências dos estados da Califórnia e do Texas, nos EUA, foram discutidas, assim como novos modelos de negócio na área de publicação de livros didáticos e técnico-científicos. Foram palestrantes o Senador Dean Florez pela Califórnia, Dr. Charles Cook – vice-chanceler dos colégios comunitários de Houston, Texas, Eric Frank, president da Flat World Knowledge e Denins Passovoy, da Universidade de Texas em Austin.

Os temas discutidos foram a disparada de preços de livros universitários e didáticos, o impacto desses custos para estudantes, professores, instituições e governo; os esforços atuais na Califórnia e no Texas para a incorporação do livro didático aberto e de recursos educacionais abertos; os esforços de treinamento de professores no uso e elaboração de recursos educacionais abertos; e a possibilidade de redução de custos estudantis em quase 80 porcento, enquanto aumenta a qualidade, a acessibilidade e a inovação na educação. O seminário completo pode ser visto e ouvido aqui (em inglês). Outros webinars promovidos pela Flat World Knowldge podem ser vistos aqui.

Um dos exemplos de sucesso apresentados, e derivado da preocupação em relação aos altos custos de livros didáticos (nos EUA os preços de livros didáticos triplicaram na ultima década) e a necessidade de garantir o acesso dos estudantes a livros, foi a da Faculdade Comunitária de Cerrito (para uma versão mais completa, ver pagina 8 desta revista), que, desde 2008 adota livros didáticos abertos. Mas o beneficio não e somente a diminuição de custos para estudantes, mas também os benefícios para professores. Os livros, em suas versões digitais e online, funcionam como uma plataforma de trabalho que dá liberdade e controle sobre o conteúdo para o professor, aumentando a sua eficiência e motivação.

O segundo seminário – promovido pelo Open Couseware Consortium – aconteceu na quinta-feira, dia 18 de novembro, e contou com a apresentação de Reuven Carlyle, deputado estadual do estado de Washington, também nos EUA.

Naquele estado foi feita uma pesquisa de custos de livros diáaticos utilizados em 82% dos cursos com maior numero de estudantes (200.000 estudantes no total). Nesse sentido, cursos como o de história, biologia, matemática, entre outros foram abarcados na pesquisa. Deste estudo e outros complementares sobre a utilização de tecnologia para aprimorar a eficiência do aprendizado, gerou-se o “Plano Estratégico de Tecnologia” para aquele estado.

Esse plano liderou a mudança das compras públicas daquele estado de conteúdo proprietário para conteúdo aberto, garantindo ao estado e aos estudantes grandes economias. Para o Deputado Carlyle, a situação gerada foi de “win-win-win”, ou seja, alunos, professores e o os cidadãos que pagam impostos ganham. Para o estudante o ganho é claro: redução de custos relativos à sua educação, para os professores o ganho é relativo à ampliação de possibilidades de materiais, aprendizado e compartilhamento de técnicas de ensino, e para o contribuinte o ganho é a eficiência dos impostos, que acabam por ser investidos em um bem aberto a todos.

Nesse sentido o deputado apresentou uma iniciativa de investimento em recursos educacionais abertos e livros didáticos abertos que terá um custo de 750 mil dólares e gerará economias para aquele estado na faixa de 41 milhões de dólares. [1][2]

Adicionalmente, foi aprovada uma regulamentação naquele estado que determina que todo e qualquer financiamento pelo governo no desenvolvimento de recursos educacionais deve resultar em recursos educacionais licenciados abertamente à sociedade. Na concepção e justificação dessa regulação, o direito de acesso ao conhecimento por meio de recursos educacionais é considerado um direito básico daquela população. Parte da política que compreende o acesso ao conhecimento como uma questão de justiça social.

David Wiley no TED de Nova Iorque!

TED é uma pequena organização sem fins lucrativos dedicada à “espalhar ideias que valem a pena”. TED começou, em 1984, como uma conferência que reunia pessoas de três mundos: tecnologia, entretenimento, e design. Desde então, seu alcance vem tonando-se vez mais amplo.

Recentemente, na edição independente da cidade de Nova Iorque, o visionário e empreendedor de recursos educacionais abertos – David Wiley – proferiu uma incrível palestra (em inglês) sobre Educação Aberta.

Veja a seguir

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