Escola Digital facilita a busca por Recursos Educacionais

Escola Digital é uma plataforma gratuita e aberta de busca que já conta com mais de 1,5 mil objetos e recursos digitais voltados a apoiar processos de ensino e aprendizagem dentro e fora da sala de aula. O site foi criado com o objetivo de facilitar o acesso de educadores, escolas e redes de ensino a materiais educativos de base tecnológica, de forma a enriquecer e dinamizar as práticas pedagógicas.

A plataforma é uma iniciativa do Instituto Inspirare e do Instituto Natura, construída com a colaboração do Instituto Educadigital, da TIC Educa e da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. O projeto teve início com um vasto mapeamento, que envolveu entrevistas com educadores, empreendedores e especialistas, pesquisa online e uma chamada pública nacional. O processo foi intensificado com a colaboração de professores da rede estadual de São Paulo especialistas em currículo.

A Escola Digital funciona como um buscador de recursos digitais já existentes criados por produtores de conteúdo, o grande diferencial da plataforma é oferecer, de forma mais intuitiva, a busca pelos recursos que podem ser utilizados como ferramenta pedagógica. Além das categorizações habituais como disciplina, série, temas curriculares e também pelo tipo de mídia: vídeos, áudios, softwares etc, é possível refinar a pesquisa por disponibilidade, licenças de uso, acessibilidade, idioma, recursos pagos e gratuitos.

O projeto foi concebido como um recurso educacional aberto (REA) e pode ser utilizado, reproduzido ou mesmo adaptado por qualquer pessoa ou organização interessada.

O site também indica recursos digitais capazes de apoiar a criação de novos objetos de aprendizagem, o trabalho com temas transversais e a realização de projetos na comunidade, entre outras possibilidades educativas.

A plataforma deve continuar ampliando o seu acervo, por meio da contribuição dos próprios usuários, que poderão enviar sugestões de objetos, preenchendo um formulário disponível no site.

Navegue e colabore com a aumento do acervo: http://escoladigital.org.br/

Portal e-Unicamp disponibiliza conteúdo aberto

Lançado oficialmente há dez dias e com ampla divulgação na imprensa, o Portal e-Unicamp promete compartilhar o conhecimento gerado na universidade livremente à todas as pessoas.

O e-Unicamp foi desenvolvido com o intuito de impulsionar o uso de tecnologias educacionais que permitem a criação de novos relacionamentos entre professores, alunos e a comunidade em geral, visando a instigar a aprendizagem e disseminar o conhecimento a todos de forma simples e gratuita.

Não é preciso um login para ter acesso aos conteúdos e o site disponibiliza vídeos, animações, simulações, ilustrações e aulas, materiais criados pelos próprios professores da Unicamp.

A grande inovação da Unicamp em relação ao Unesp Aberta e ao e-Aulas da USP, é disponibilizar todos os materiais ou informações sob licenças flexíveis do Creative Commons, a CC-BY-NC-SA (use, copie, distribua, adapte, remixe – desde que – você atribua autoria, não faço uso comercial e compartilhe o material criado sob a mesma licença)

O grande “C” (copyright) na home do site, sem dúvida confunde, e pode gerar interpretações diferentes do que o objetivo do projeto deseja e comunica. Nenhum dos conteúdos testados por nós em todas as categorias disponíveis (imagem, animação e vídeo) acompanha indicativo de licença. Somente quem lê os termos de uso “descobre” o que pode ou não fazer com os conteúdos, fato que com certeza, dificulta a compreensão de quem acessa sobre as condições de uso.

O portal também disponibiliza a ferramenta de autoria ToolDo – software livre, que proporciona a criação de conteúdo multimídia organizado hierarquicamente em aulas, tópicos e páginas, oferece recursos que contribuem para a ampliação das possibilidades de ensino e aprendizagem. Tais recursos podem ser acessados e utilizados via Internet, sem necessidade de instalação de algum software específico. O produto final gerado é um endereço web de exibição do conteúdo, cuja navegação é fácil e dinâmica. Lembrando que somente os professores com vínculo institucional poderão utilizar o Portal e-Unicamp para publicar materiais didáticos.

Esperamos que a Unicamp facilite cada vez mais a compreensão do usuário em relação ao conteúdo aberto, e que além de licenças abertas, os formatos de conteúdo também sejam considerados.

Será que mais universidades adotarão esse modelo mais aberto? Vamos esperar pra ver!

Maine, EUA: um modelo em tecnologia educacional com potencial em REA

O governo do estado do Maine, nos Estados Unidos, investe desde 2002 em um projeto que levou 33 mil laptops aos alunos de Ensino Fundamental. O contrato de 37 milhões de dólares assinado com a Apple na ocasião estendeu-se ao longo dos anos e ampliou-se em 2009 para suprir também o Ensino Médio. Hoje, quase todos os alunos desses níveis na rede pública têm seus laptops para uso individual.

Nesse contexto, o passo para o incentivo de recursos educacionais abertos não demorou a ser dado. Com mais dinheiro, proveniente então do governo federal, tornou-se possível para o Maine a dedicação a projetos em REA – tanto na pesquisa de recursos de qualidade quanto na criação de modelos para eles. Para fortalecer ainda mais esse cenário favorável, as escolas do Maine são livres para definir seu material educacional ao longo do ano – diferentemente das de outros estados, que devem seguir um modelo de planejamento padrão. E a equipe responsável por pensar em formas de inserir cada vez mais a tecnologia na escola tem ideias consistentes também no que diz respeito ao uso de REA.

Em entrevista dada ao Creative Commons dos Estados Unidos em dezembro, Jeff Mao e Bob McIntire, do Departamento de Educação do Maine, apresentaram parte de suas intenções nesse sentido, ainda não concluídas. Entre elas, estão a alteração do processo de troca de livros didáticos com a inclusão de recursos educacionais abertos online, que trazem uma dinâmica mais interessante à sala de aula, e o compartilhamento dos bons resultados (em REA) do Maine com outros estados.

Jeff ainda sugere que talvez as editoras de livros didáticos que aderirem à produção de recursos educacionais online passem por um desafio semelhante ao que encontrou a indústria fonográfica quando foi disponibilizado um sistema de compra de músicas avulsas: os alunos e professores podem se interessar apenas por um determinado capítulo – não mais pelo conteúdo completo produzido por elas.

Leia, na reportagem do Mashable (em inglês), uma lista completa de medidas necessárias para um projeto de sucesso como o do Maine:  http://mashable.com/2011/01/04/classroom-technology-education/