REA no Plano Nacional de Educação

A cada 10 anos, no Brasil, um novo Plano Nacional de Educação (documento que determina as prioridades educacionais) é elaborado. O novo PNE (PL 8035/10) apresenta 10 diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas de estratégias específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas.

A sociedade civil contribuiu com propostas e a comunidade REA-Brasil enviou 13 contribuições no início desse processo. Finalmente, em 13/06/2012 depois de discussões, alterações, reformulações o PNE (2011-2020) foi aprovado na Câmara dos Deputados e segue para o Senado Federal.

Das treze sugestões iniciais, três contribuições da comunidade REA-Brasil entraram na versão final do documento. O Marcelo Akira pontuou lá na lista de emails da comunidade:

Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano do ensino fundamental.

 5.3) Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, preferencialmente, como recursos educacionais abertos.

Meta 7:  Fomentar  a  qualidade da  educação  básica  em  todas  etapas  e modalidades,  com melhoria  do  fluxo  escolar  e da aprendizagem  de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB:

7.11) Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas.

7.13) Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovação das práticas pedagógicas nos sistemas de ensino, inclusive a utilização de recursos educacionais abertos, que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as).

Acesse o documento na íntegra.

 

Parabéns a todos que contribuíram e que acompanharam! E vamos em frente.

A Cultura Digital: quando a tecnologia se enreda aos usos e fazeres do nosso dia-a-dia

O Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, lançará o caderno pedagógico “Cultura Digital” como parte de uma série de cadernos vinculados ao programa Mais Educação.

Essa publicação, (texto final pré-impressão já pode ser lido em pdf aqui), tem por objetivo apresentar alguns exemplos e informações aos monitores, professores e gestores de escolas públicas no sentido de oferecer possibilidades de tensionar uma prática escolar refratada pela Cultura Digital em todos os campos da vida, sejam do espaço escolar ou não.

O Caderno Cultura Digital Mais Educação é também, conforme apontam seus autores, destinado aos que se interessam em pensar a escola integral nas suas múltiplas formas de ser e habitar a contemporaneidade, na tentativa de problematizar formas de pensar as comunidades hoje, na relação de todos para todos, considerando o compartilhamento de experiências, se expandindo do mais próximo e enraizado para o mais distante e virtual.

Aos mais imersos no tema, isto é, para aqueles que se dedicam cotidianamente à construção de conceitos e valores de uma Cultura Digital Livre, a proposta contida neste material pode parecer primária no sentido de não abarcar uma centena de novas prioridades e valores envolvendo práticas de Estúdio Livre, Recursos Educacionais Abertos, Hackativismo, Lixo Eletrônico, Inclusão Digital, Licenças Flexíveis, entre outras temáticas em voga nos dias atuais.

Entretanto, se pensarmos que a escola pública brasileira da atualidade é palco de imensa heterogeneidade de cores, recursos, saberes, curriculos e projetos político-pedagógicos, podemos encarar essa publicação como a primeira tentativa de inserir algumas discussões a respeito de Cultura Digital dentro do ambiente escolar, sendo portanto, um convite a problematização dessa temática na interface entre Cultura e Educação.

Inserir saberes da Cultura Digital nas práticas da Educação na Escola é um desafio do tamanho do Brasil.

Fonte: Movimento Cultura Digital

REA no II Fórum da Internet no Brasil

A comunidade REA Brasil está organizando um momento de conversa sobre o livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas e sobre REA em geral no dia 5/07 às 9h durante o II Fórum da Internet no Brasil em Olinda-PE, que acontece entre 3-5 /07/2012.

O livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, tendo por organizadores a Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson Pretto foi lançado em maio passado, está disponível para download ou leitura online no link http://livrorea.net.br e possui licença CC-BY.

Estarão presentes os autores Nelson Pretto, Lilian Starobinas e Sérgio Amadeu. Quem estiver por lá e quiser estar conosco, será muito bem-vindo.

A inscrição para o Fórum é gratuita e deve ser feita até as 12h00 do dia 29/06.

Declaração REA de Paris 2012

Aconteceu em Paris entre 20 e 22/06, o Congresso Mundial de Recursos Educacionais Abertos. O evento teve como objetivo incentivar os governos a adotar políticas que incluam REA .

A delegação brasileira contou com o representante do governo Angelo Vanhoni, com o deputado Simão Pedro (autor do PL REA do Estado de São Paulo), Priscila Gonsales (representando o REA Brasil), Tel Amiel (UNICAMP), Nelson Pretto (UFBA), Andreia Inamorato (UFF) e Rafael Parente (Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro).

Acesse o documento final (versão em inglês) abaixo. A versão em francês também já está disponível e em breve traduções para outros idiomas estarão disponíveis.

Acesse as apresentações dos representantes brasileiros que discursaram no evento no dia 21/06/2012.

Angelo Vanhoni – Deputado Federal (arquivo)

Simão Pedro –  Deputado Estadual (arquivo)

Priscila Gonsales – Instituto Educadigital/REA Brasil (arquivo)

Tel Amiel – Universidade Estadual de Campinas (arquivo)

Nelson Pretto – Universidade Federal da Bahia (arquivo)

Andreia Inamorato – Universidade Federal Fluminense (arquivo)

Rafael Parente – Subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro  (arquivo)

Algumas fotos do congresso você encontra em nosso canal do Flickr.

RIPE: Rede de Intercâmbio de Produção Educativa

RIPE: software livre, formatos e licenças abertas de “cabo a rabo”!

Na oportunidade do Simpósio REA, o Prof. Nelson Pretto mencionou em sua intervenção uma iniciativa muito interessante, o RIPE – Rede de Intercâmbio de Produção Educativa, um projeto de produção colaborativa e descentralizada de imagens e sons para a educação básica.

O projeto vem desenvolvendo e implantando um processo de produção colaborativa e de circulação de produtos multimídia nas escolas e um sistema (plataforma em software livre) para disponibilização dos vídeos produzidos, em formato digital e com licenciamento aberto.

Para a produção e remix dos áudio e vídeos, o que demanda o manuseio dos equipamentos necessários para a gravação e edição, foram realizadas formações com os professores, alunos e comunidade visando articular os saberes e os conhecimentos locais com os das ciências. O que se buscou foi a produção de material em vídeo que refletisse o currículo real da escola e não apenas o formal e instituído.

Na atual fase piloto, a administração e alimentação do sistema se dá através das quatro escolas participantes do projeto. O que se busca é sua ampliação de forma a possibilitar a produção e o uso de vídeos produzidos localmente em todo o sistema de educação brasileiro.

Para a continuidade da produção, os vídeos postados no RIPE podem ser baixados e remixados em novas produções, licenciadas também em creative commons, de forma a se instalar um processo permanente e dinâmico de produção e utilização da linguagem audiovisual digital, articulando educação, comunicação, cultura ciência e tecnologia.

Sobre o futuro, a ideia é ter uma “tv” da educação, feita diretamente por professores e alunos do sistema público de educação.

Conversei com a Luciana Oliveira, integrante do projeto durante o Simpósio REA, veja a entrevista abaixo.

Conheça e saiba mais sobre o projeto aqui.

Dez anos de Recursos Educacionais Abertos (REA)

O termo Recursos Educacionais Abertos (REA) comemora seus dez anos de existência! No Brasil, o movimento começou em 2008 com a visita de uma delegação internacional ao Ministério da Educação e com a realização de uma série de eventos de sensibilização em São Paulo e Brasília.

Nos últimos meses, Recursos Educacionais Abertos (REA) tem ganhado cada vez mais espaço na chamada grande mídia e muitas pessoas que nunca haviam ouvido falar do termo começam a se apropriar. A boa notícia é que a comunidade REA Brasil cresce a cada dia, compartilhando e se comunicando através da lista de emails da comunidade e das mídias sociais no Twitter e Facebook!

Para saber mais sobre REA, vale a pena assistir as entrevistas concedidas por Carolina Rossini e Tel Amiel ao Encontro Internacional Educarede 2011, por Bianca Santana para a TV Univesp e por Andreia Inamorato a TV UEM.

Palestra REA e discussão sobre o livro Memórias em Ilhéus

Estive no pontão de cultura verde Esperança da Terra em Ilhéus-BA a convite da ONG Thydêwá para uma palestra sobre Recursos Educacionais Abertos e uma reunião com os representantes das comunidades indígenas participantes do projeto do livro Memórias.

A palestra que se transformou em um bom debate tratou principalmente do uso de ferramentas e formatos abertos e licenças flexíveis para disponibilizar o livro. Da palestra e do melhor entendimento sobre Recursos Educacionais Abertos e suas vantagens, na reunião com os indígenas participantes do livro” Memórias” nasceram sugestões de ampliar o projeto do livro, adicionando vídeos relatando o processo, galeria de imagens, disponibilização em distintos formatos (como pdf, odt, epub), a construção de um site próprio como o adotado pelo recém-lançado Livro Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas.

Continuaremos acompanhando o andamento desse projeto e convidamos os leitores a conhecer outros projetos que nasceram com apoio da Thydêwá, como o Índios Online, Índio Educa, Oca Digital, Celulares Indígenas, Arco Digital e outros.

Veja depoimento de alguns dos presentes sobre o processo de construção do Livro “Memórias”, mais uma obra que fará parte do acervo Índios na Visão dos Índios.

A apresentação você encontra disponível para download abaixo e algumas fotos do encontro você encontra no nosso canal do Flickr.

Formação REA em Ilhéus

Congresso Mundial REA

Acontece em Paris entre 20 e 22/06, o Congresso Mundial de Recursos Educacionais Abertos. O Congresso visa incentivar os governos a adotar políticas que incluam REA e reunirá Ministros da Educação, políticos, profissionais especializados, pesquisadores, estudantes e outras partes interessadas no tema.

Os objetivos do Congresso são:

  • Apresentar a declaração REA de Paris, resultado do conjunto de contribuições dos eventos regionais organizados pela UNESCO e a Commonwealth of Learning (COL),
  • Apresentar as melhores práticas mundiais em políticas de Recursos Educacionais Abertos,
  • Celebrar o 10 º aniversário do Fórum UNESCO de 2002, que cunhou o termo Recursos Educacionais Abertos (REA).

O evento terá dois focos, o primeiro com discussões com representantes dos governos e por todos os interessados ​​sobre a Declaração REA de Paris voltada para ações governamentais em REA, o segundo com um seminário aberto e exposição de melhores práticas REA no mundo envolvendo a sociedade civil.

Abel Caine anuncia o Congresso e a experiência brasileira é lembrada, veja abaixo.

A delegação brasileira contará com o representante do governo Angelo Vanhoni, com o deputado Simão Pedro (autor do PL REA do Estado de São Paulo), Priscila Gonsales (representando o REA Brasil), Tel Amiel (UNICAMP), Nelson Pretto (UFBA), Andreia Inamorato (UFF) e Rafael Parente (Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro), veja programação completa abaixo.

Haverá transmissão online, os links para acompanhar o congresso direto de Paris você encontra na página da UNESCO. A transmissão será em inglês e francês.

Acompanhe também pelo twitter usando a tag #oercongress ou acompanhando o perfil @unescoNOW.

Processo de abertura dos cursos livres do SERPRO

Ano passado o  Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) anunciou a disponibilização de 14 cursos elaborados pela Universidade Corporativa do Serpro licenciados em Creative Commons. Inicialmente, os conteúdos foram licenciados sob a licença (CC-BY-NC-ND), Creative Commons “Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0″.

Conversamos com o “China” (Chefe da Divisão de Metodologias e Tecnologias Educacionais) durante o Simpósio REA em São Paulo e ele conta um pouco sobre esse processo de abertura, a escolha da licença, os próximos passos e as dificuldades encontradas no caminho.