Como ficam os repositórios do MEC com a extinção da SEED?

A Secretaria de Educação a Distância (SEED) foi extinta pelo MEC neste novo governo. A medida faz parte de um processo de reestruturação ainda em andamento, segundo a assessoria do próprio Ministério. Não se sabe, ainda, o que ocorrerá com os projetos desenvolvidos por essa secretaria, apesar de a matéria publicada na Folha Dirigida anunciando o corte conter a informação de que nada será interrompido, mas sim remanejado.

Vários projetos dessa pasta – como o Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br)- estavam a caminho de uma configuração REA. Por isso, tentamos contato com o MEC para descobrir se esse caminho será prejudicado, que planos existem para a educação a distância no país, como está sendo feita a avaliação para a escolha de licenças abertas dos projetos sob tal pasta e a serem contratados no futuro pelo governo etc. Por conta da reestruturação em andamento, segundo representantes do MEC que estavam vinculados à SEED, não há ainda respostas claras para essas questões.

Especificamente, na data de publicação deste post,  existiam 7932  objetos educacionais publicados no Portal do Professor (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/recursos.html). O guia do usuário destes objetos afirma que “Todos os recursos publicados no Portal do Professor podem ser baixados – em seu computador, pendrive, CD, DVD ou outros – copiados e distribuídos, sendo vedada qualquer utilização com finalidade lucrativa”. Contudo, cada material possui sua própria licença, e nem todas estão em Creative Commons.

Desde 2008, o projeto REA vem conversando com o MEC (houve, inclusive, uma reunião com o Ministro Haddad: http://rea.net.br/2010/08/19/audiencia-sobre-rea-no-ministerio-da-educacao/) para tentar ajudar no processo de licenciamento aberto e na estruturação de uma política de propriedade intelectual aberta para projetos e compras realizadas por eles. Esperamos seguir colaborando com o Ministério na nova configuração.

Nós do projeto REA estamos à disposição do MEC para auxiliar neste caminho rumo à educação aberta, inclusiva, e que se desenvolva claramente sob a bandeira de que recursos educacionais pagos com investimento público devem ser licenciados abertamente para a sociedade – que, no final, é quem paga os impostos que sustentam tal ciclo de criação

Universidade africana lança portal com REA

African Virtual University (AVU) pôs no ar, em janeiro, um portal interativo de recursos educacionais abertos. São 219 cursos de várias disciplinas (como matemática, química, biologia etc), com mais de 100 vídeos disponíveis. O material contempla três idiomas: francês, inglês e português, e a iniciativa foi financiada pelo African Development Bank. 12 universidades de 10 países africanos participaram do desenvolvimento dos recursos.

A AVU existe desde 1997 e já formou 40 mil estudantes africanos.

Conferência mostra iniciativas REA nos EUA

Casos exemplares de REA foram apresentados e comentados por especialistas na área em uma web conferência no dia 22 de fevereiro. A Sharing Open Educational Resources: State Projects foi promovida por uma coalizão de instituições: a International Association of K-12 Online Learning, o Council of Chief State School Officers, a State Educational Technology Directors Association, e a EducationCounsel.
Participaram das discussões nomes reconhecidos no universo REA: Cable Green, da Washington State Board for Community and Technical Colleges, Gary Lopez, do Monterey Institute for Technology and Education e Jeff Mao,  diretor do Maine Learning Technology.

Concurso da SaferNet premia iniciativas em REA

O Concurso InternÉtica 2011, organizado pela SaferNet Brasil, premiará educadores e estudantes que elaborarem os melhores recursos educacionais abertos – entre outras produções. A proposta do edital é a de mostrar o que tem sido feito “pelo uso ético e seguro da internet”: os professores podem contribuir com planos de aula e os estudantes, com “a aula que gostariam de ter”, como aparece no vídeo explicativo abaixo:[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ucsW4X5lQC8]

Rodrigo Nejm, diretor de Prevenção da SaferNet (que acompanha a lista de discussão REA), nos concedeu uma pequena entrevista sobre a importância da contemplação de REA no edital.

Qual a importância, para vocês, de os resultados serem REA? E quais os objetivos que esperam alcançar com eles?

Para nós os temas cidadania, ética e segurança na Internet são considerados de grande interesse público na sociedade da informação. Como a proposta de REA é diretamente ligada aos Direitos Humanos e à educação, consideramos que precisamos concentrar esforços em materiais de amplo acesso e com mínimas restrições para compartilhamento, distribuição e adaptações. Para nós é vital que materiais educativos sejam gratuitos, e que possam ser adaptados aos mais diferentes contextos sócio-culturais brasileiros, o que já não é nada fácil mesmo com direito à derivação nos materiais. O fato de estimularmos as produções dos concursos em REA e CC ajuda a fortalecer esse espírito colaborativo e solidário das discussões em torno do REA e dos Direitos Humanos, que devem passear muito além dos interesses financeiros, da competitividade e da exclusão.

É a primeira vez que vocês emitem um edital contemplando REA?

Passamos a nos envolver mais diretamente com as discussões da comunidade REA no início de 2010. Como este é o primeiro concurso organizado e coordenado pela própria SaferNet, é sim a primeira vez que fazemos um edital com estes termos, mas certamente manteremos esta abordagem nas iniciativas futuras. Vale destacar que temos estimulado organizações parceiras a fazerem o mesmo.

Por que a escolha da licença CC-NC-SA?

A SaferNet licencia seus materiais de forma aberta desde sua fundação. Todos os conteúdos de http://netica.org.br/educadores e as cartilhas em http://www.safernet.org.br/cartilha estão em CC para facilitar a criação de derivados e a distribuição dos conteúdos em ações educativas.
Nós também desenvolvemos alguns softwares livres para operar nossos canais e a própria estrutura da Rede Nética é em SL (Noosfero), criação de nossos parceiros da Colivre –  Cooperativa de Tecnologias Livres.

As inscrições no concurso podem ser feitas até o dia 11 de abril. Acesse aqui o edital.

Workshop sobre conteúdo aberto

Voluntários das organizações OER Foundation, Wikieducator, OpenCourseware Consortium e Creative Commons prepararam um workshop sobre licenciamento aberto de conteúdo, que ocorrerá entre os dias 21 e 25 de março. Licenças livres, produção e remixagem de conteúdo educacional são as bases do curso, dirigido principalmente a educadores e financiado pela UNESCO.

Para se inscrever, clique aqui.

 

Uma revista em copyleft desde 2001

A revista Fórum, que nasceu em 2001 para cobrir a primeira edição do Fórum Social Mundial, completa dez anos em 2011. Desde a sua fundação, ela dispõe seus textos para reprodução livre. Em seu blog, o editor da revista, Renato Rovai, contou a história da publicação, paralelamente à do processo de discussão dos direitos autorais, da cessão de material em commons e da importância de uma visão ampla acerca do tema.
Leia aqui o texto completo.

Migrando para o software livre

O jornalista Luis Nassif publicou em seu blog um texto (de autoria de André Felipe) indicando links que apontam itens relevantes a serem considerados para uma migração tranquila do uso de softwares proprietários para livres.

Há indicações interessantes de casos de sucesso e de possíveis obstáculos, além de dicas específicas de medidas que empresas e órgãos públicos podem adotar no processo.

Texto de Lilian Starobinas sobre Direitos Autorais

A professora Lilian Starobinas, membro da comunidade REA, publicou em seu blog uma ótima reflexão sobre direitos autorais e a reforma da legislação que cuida disso no Brasil. Leia um trecho:

“(…) Alguém tem dúvida que Manuel Bandeira pertence à cultura brasileira? Pois há sobrinhos-netos que seguem atuando para serem regiamente remunerados a cada imagem ou poema seu que seja incluído numa nova obra – o que fez o poeta Lêdo Ivo, de 86 anos, membro da Academia,chamá-los de “herdeiros famélicos” e declarar que acredita que essas obras deveriam ser consideradas de “utilidade pública”.
Alguém acha que faz sentido a União da Ilha precisar pagar R$800 milpara cantar “Parabéns à você” na Marquês de Sapucaí?(…)”

Acesse o blog Discurso citado e leia o texto na íntegra.

80 ferramentas REA

Encontramos no site da Online Education Database uma lista com 80 ferramentas REA. Os links contém recursos disponíveis para utilização de qualquer pessoa, sendo que alguns possuem fóruns para que os usuários indiquem e produzam ferramentas, e todos permitem que sejam feitos ajustes nos recursos para adequação a determinada realidade. Recursos que não permitem nenhum tipo de colaboração ficaram de fora.

Aqui, você acessa a lista completa de ferramentas.