REA avança em ações no MEC

Recursos Educacionais Abertos começam a fazer parte da agenda de ações da Secretaria de Educação Básica (SEB) e Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi)


Na segunda quinzena de junho, o MEC lançou minuta do edital do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) para o ano de 2019 que traz, pela primeira vez, uma cláusula pedindo licença aberta no material didático do professor que será adquirido por compra pública e distribuído a escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental I.

O PNLD é o maior programa de compra e distribuição de livros didáticos da América Latina e do mundo, segundo estudo apresentado no XII Congresso Latino-Americano de Humanidades, em outubro de 2016, no Rio de Janeiro. Os valores envolvidos ultrapassam 1 bilhão de reais por ano, como mostra a tabela disponível no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).


A minuta do PNLD 2019 teve repercussão nacional e internacional. Diversas instituições atuantes na área se manifestaram e enviaram cartas de apoio no dia da audiência pública (ver reprodução abaixo), pois o ano de 2017 foi denominado Year of Open (Ano da Abertura), marco de celebrações no mundo todo para a causa da Educação Aberta e dos Recursos Educacionais Abertos (REA) e ano do 2º Congresso Mundial de REA da UNESCO, a ser realizado na Eslovênia em setembro. As declarações UNESCO de Paris 2012 e Quigndao 2015 trazem recomendações aos governos dos países para a utilização de licenciamento aberto de recursos educacionais adquiridos com fundos públicos, posicionando os REA como um dos pilares para uma Educação de Qualidade (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável #4).

Desde o lançamento do Compromisso #6 da Parceria Governo Aberto (OGP-Brasil), no final de 2016, o tema dos Recursos Educacionais Abertos (REA) na política pública educacional brasileira vem avançando consideravelmente nas principais agendas do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB). O Compromisso estabeleceu como o objetivo principal o fomento à autonomia de professores e estudantes para usarem, re-usarem e adaptarem recursos educacionais digitais, de forma a valorizar a pluralidade e a diversidade da educação brasileira.

Iniciativa Educação Aberta, parceria entre Instituto EducadigitalCátedra UNESCO de Educação Aberta da Unicamp, vem realizando uma série de reuniões de acompanhamento da execução do Compromisso, que envolve o lançamento de um Portal Integrado de recursos digitais produzidos pelo MEC com a possibilidade de upload pelos usuários, fomentando uma rede de troca e compartilhamento de materiais entre educadores. Além disso, como ação integrante do projeto Guia Educação Aberta (parceria CGI.br) organizou formação presencial de gestores públicos do MEC e CAPES sobre a importância da adoção de REA como política pública, como vem sendo recomendado em diversos documentos regulatórios nacionais (PNE, Resolução do CNE) e internacionais (Declaração UNESCO de Paris, Declaração de Quingdão).

Recursos Educacionais Abertos (REA) são um dos elementos essenciais para a consolidação de uma educação aberta, inclusiva, democrática e que permita aos contribuintes brasileiros usufruir dos benefícios criados por agentes e órgãos públicos com base nos impostos recolhidos. Os REA são reconhecidos e incentivados pela UNESCO e outros organismos internacionais como a OCDE, o Banco Mundial e a Comissão Europeia, como uma oportunidade estratégica para melhorar as práticas de qualidade na educação, bem como para facilitar o diálogo institucional e político sobre reforma educacional e metodologias, além de fomentar o compartilhamento de conhecimento e a formação continuada de docentes.

No dia 22 de junho, o FNDE promoveu audiência pública para apresentar o detalhamento do edital do PNLD 2019. A diretora-executiva do Instituto Educadigital esteve presente e, ao solicitar a palavra, pode explicar melhor às editoras presentes o que significa uso de licença aberta previsto no edital, com permissão para uso, reuso, adaptação e distribuição sem finalidade comercial, pois o MEC planeja disponibilizar as obras no portal público que está sendo desenvolvido dentro das ações de execução do Compromisso #6 do OGP-Brasil. Priscila também aproveitou a oportunidade para distribuir alguns exemplares do estudo Inovação Aberta em Educação: Conceitos e Modelos de Negócio, elaborado com apoio do CIEB.

O edital do PNLD 2019 trouxe outras novidades, como a possibilidade de receber e analisar materiais estruturados e não apenas livros. O documento solicita, ainda, que o conteúdo a ser apresentado nas obras esteja em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este último ponto, no entanto, vem sendo criticado por boa parte dos movimentos sociais na área, como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, porque a BNCC ainda depende de aprovação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Outras ações estão previstas no âmbito do MEC em relação ao melhor entendimento de REA, como a criação de um Grupo de Trabalho reunindo servidores das várias diretorias, assim como gestores da CAPES e FNDE, para compreenderem os documentos oficiais que já relacionam REA na política pública educacional, como também para planejar outras possibilidades de implementação e expansão do tema dentro da pasta.

Saiba mais sobre os REA

REA incluem diversos tipos de materiais licenciados abertamente: planos de aulas, livros, jogos, softwares e outros materiais de apoio ao ensino e aprendizagem – digitais ou analógicos. Eles contribuem para tornar a educação mais acessível, especialmente quando o dinheiro para aquisição de materiais de aprendizagem é escasso. Eles também incentivam a cultura de participação, desenvolvimento, compartilhamento e cooperação para boas práticas abertas, que constitui a base da sociedade do conhecimento e possibilita sua rápida e constante evolução. É importante ressaltar que essa cultura que vem se fortalecendo por meio dos REA não representa valores abstratos; longe disso, é traduzida em habilidades práticas que são essenciais para a renovação e qualificação para o trabalho em uma sociedade em constante transformação.

APOIE A CRIAÇÃO DO RELIA –  PLATAFORMA QUE VAI INDICAR REA EM DIFERENTES ÁREAS DO CONHECIMENTO: www.catarse.me/relia

REA ganha espaço no material da Semana de Ação Mundial

Evento mundial de mobilização em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) é promovido no Brasil pela Campanha pelo Direito à Educação


Vem aí a Semana de Ação Mundial (SAM), uma iniciativa realizada simultaneamente em mais de 100 países e que no Brasil mobilizará milhares de pessoas em torno do Plano Nacional de Educação (PNE), em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação há 13 anos, a SAM brasileira acontece, em 2017, entre os dias 4 e 11 de junho em todo o território nacional. Ela precede a data de aniversário do Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei n°13.005/2014). Assim, a SAM brasileira está dedicada ao monitoramento do terceiro ano de implementação do PNE.

Sob o mote, “Não vamos inventar a roda!”, a SAM lançará um olhar crítico e reflexivo sobre a implementação dos ODS, reforçando a necessidade de cumprimento pleno dos marcos legais já existentes no tocante ao direito à educação e à necessidade de um chamamento nacional por nenhum retrocesso em termos de direitos humanos.

O kit de orientação lançado recentemente com licença CC BY reforça que o PNE aprovado em 2014, pela primeira vez, contempla o incentivo a REA dentro de duas metas. A meta 5, sobre alfabetização e a meta 7, sobre melhoria da qualidade por meio do aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O conteúdo sobre REA do material da SAM foi elaborado com apoio do Educadigital.

Para participar da SAM 2017, qualquer pessoa, grupo ou organização pode discutir o tema realizando atividades em creches, escolas, universidades, sindicatos, praças, bibliotecas, conselhos, e secretarias, envolvendo todas e todos os que se interessam pela defesa da educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil.


Iniciativa IEA realiza formação em REA no MEC e CAPES

Ação integrou o processo de elaboração da publicação sobre políticas de Educação Aberta para gestores públicos, financiada pelo CGI.br


Cerca de 50 gestores técnicos das distintas secretarias do MEC (Educação Básica, Diversidade, Articulação com Sistemas de Ensino, dentre outras) e também de diretorias da CAPES, além de representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Controladoria Geral da União, participaram da formação presencial organizada pela Iniciativa Educação Aberta (Educadigital e Cátedra UNESCO de Educação Aberta), como parte da publicação Guia Educação Aberta para Gestores Públicos, que está sendo elaborada com financiamento do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br).

Realizada na CAPES no dia 19 de maio, a atividade também integrou o processo de implementação do Compromisso #6 do 3º Plano de Ação da Parceria Governo Aberto do Brasil, que tem como objetivo implementar uma política de recursos educacionais digitais que fomente autonomia dos usuários para uso, reuso e adaptação dos recursos, valorizando a pluralidade e a diversidade da educação brasileira.

A oficina foi ministrada por Priscila Gonsales (IED) e Tel Amiel (Unicamp) e pelo professor convidado, Sergio Branco (ITS-Rio). Apresentou um panorama geral sobre o contexto da sociedade digital em rede e como isso tem se tornado um cenário favorável para a ampliação do movimento em torno dos Recursos Educacionais Abertos (REA) e da Educação Aberta. Foram abordadas questões sobre novos modelos na produção, disseminação e uso de recursos didáticos digitais e impressos, considerações sobre direitos autorais, domínio público, e a contribuição de licenças abertas como Creative Commons. Também foi tema de discussão as diferenças entre o grátis e o aberto, e suas implicações para os serviços oferecidos de maneira gratuita por grandes empresas de mídia e conteúdo ao setor público.

O evento que levou, ao todo, 3h30, foi transmitido online e gravado. Em breve, os vídeos serão compartilhados por temas tratados. Confira também o registro no site da CAPES.

Para ver todas as fotos clique aqui.

3º Plano de Ação OGP-Brasil destaca princípios de REA

Elaborado em cocriação com entidades não-governamentais, representantes de governo e de fundações privadas, Compromisso 6 trata de incorporar na política educacional fomento ao uso, reuso e adaptação de recursos educacionais digitais


O dia 29 de março de 2017 foi uma data histórica para o Brasil e os 75 outros países participantes do Open Government Partnership (OGP), em Português, Parceria Governo Aberto. Em audio-conferência global, que ocorre mensalmente entre países membros, o Brasil apresentou pela primeira vez um compromisso baseado nos princípios de REA (Recursos Educacionais Abertos), que foi elaborado em cocriação com representantes da sociedade civil e governos. Marlucia Amaral, coordenadora-geral de Mídias e Conteúdos Digitais do MEC, Aureliano Vogado Rodrigues Junior, coordenador-geral de Governo Aberto e Transparência do Ministério da Transparência e Priscila Gonsales, diretora-executiva do Instituto Educadigital, foram convidados para relatar a experiência de cocriação e apontar os caminhos já planejados para implementação do compromisso.


Audio-conferência do OGP-Global convida Brasil para apresentar Compromisso 6 que ressalta princípios de REA

Você sabe o que é o OGP? É uma iniciativa multilateral, formalmente lançada em 20 de setembro de 2011 por 8 países signatários fundadores: Brazil, Indonesia, México, Noruega, Filipinas, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Tem como missão difundir e incentivar globalmente práticas governamentais relacionadas à transparência, acesso à informação pública e participação social.


Grupo de co-criação do Compromisso 6 sobre recursos educacionais digitais – trabalhos aconteceram em 2016

No 3º Plano de Ação, lançado pelo OGP-Brasil, o Compromisso 6 visa estabelecer um novo modelo de avaliação, aquisição, fomento e distribuição de recursos educacionais digitais no contexto da cultura digital. O tema do compromisso foi escolhido por chamada pública realizada em janeiro de 2016.

De abril a junho, foram realizados encontros de cocriação liderados pela equipe do OGP-Brasil com representantes da sociedade civil e diversos órgãos de governo para elaboração do objetivo principal e para detalhamento do processo de implementação pelo órgão coordenador, no caso, o Ministério da Educação.

Dentre os destaques do Compromisso, estão os principais princípios de REA —uso, reuso e adaptação pelos usuários— além da proposta de estruturação de uma curadoria coletiva descentralizada, ampliando a participação de pessoas e entidades interessadas.

O Compromisso 6 será destaque na Consulta Regional Américas da UNESCO, nos dias 3 e 4 de abril em São Paulo. O evento é preparatório para o 2º Congresso Mundial de REA da UNESCO, que vai ocorrer em setembro, na Eslovênia.

Para saber mais sobre como foi o processo de cocriação do compromisso, clique aqui.

Apoie a criação da plataforma RE-li-A

Iniciativa Educação Aberta lança campanha de financiamento coletivo para construir ambiente online que vai indicar Recursos Educacionais com licenças Abertas


Não basta ser um recurso gratuito disponível online. Para ser indicado no RE-li-A, é preciso ter uma licença de uso aberta, permitindo o uso, reuso, adaptação e remix pelos usuários. Essa é a ideia da Iniciativa Educação Aberta, uma parceria entre Instituto Educadigital e Cátedra UNESCO de Educação Aberta para criar a primeira plataforma  para reunir sugestões de Recursos Educacionais Abertos (REA), evidenciando a licença do material.  Os materiais e objetos digitais disponíveis online serão organizados por tipo de mídia, área do conhecimento, disciplina, nível escolar, idioma e, claro, as condições da licença!

REA são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, disponíveis em qualquer suporte ou mídia, preferencialmente em plataformas ou formatos livres (software livre), que estejam sob domínio público ou licenciados de maneira flexível, permitindo que sejam utilizados, distribuídos ou adaptados por terceiros.

O RE-li-A vai ser criado em wordpress, um software livre, e será um remix da primeira versão da plataforma Escola Digital,  elaborada em 2013 pela empresa Digimag – Criação e Desenvolvimento dentro da parceria —Instituto Educadigital – Instituto Natura – Instituto Inspirare —na época. O Educadigital deixou de executar o Escola Digital a partir de 2014.

“Quando cocriamos o Escola Digital já implementamos, na etapa inicial do projeto, a possibilidade de busca de objetos por licenças de uso, mas o foco do Escola Digital sempre foi oferecer uma oferta variada de recursos, preferencialmente gratuitos, mas não exatamente abertos”, explicou Priscila Gonsales, diretora-executiva do Educadigital. Segundo Priscila, a experiência de formação sobre REA e Educação Aberta para educadores e gestores, evidenciou a necessidade de um ambiente que facilite a busca dos usuários, isto é, um local de referência em que seja possível encontrar REA. Como inspiração para o projeto, o grupo envolvido escolheu o OER Commons, repositório de REA desenvolvido pelo ISKME, uma ONG da Califórnia que atua na área há 10 anos e cuja fundadora, Lisa Petrides, é conselheira consultiva do Educadigital.

Para poder construir o RE-li-A, está no ar uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. Trata-se da modalidade “flex”, isto é, o projeto vai ser elaborado independentemente da quantia que for arrecadada. “O RE-li-A vem ao encontro do Compromisso 6 do 3o Plano de Ação da Parceria Governo Aberto do Brasil, que trata da disponibilização de recursos digitais pelo Ministério da Educação “, lembra Priscila. No futuro, queremos que o RE-li-A seja incorporado pelo MEC e funcione como um repositório para que professores da educação básica compartilhem suas produções REA.

Para apoiar o projeto, faça uma doação, clique aqui

Produzir e compartilhar é só começar!

Voltam as aulas e, junto com elas, o desafio de trazer para a escola a cultura digital, tão presente na sociedade. Como as tecnologias digitais podem de fato estimular a inovação de espaços, tempos e formas de comunicação no ambiente educativo, motivando estudantes e educadores? Trata-se de uma questão não só do Brasil, mas de muitos países compromissados com a melhoria dos processos pedagógicos e com a qualidade da aprendizagem.

Segundo a pesquisa TIC Educação 2013,  46% dos professores da rede pública declararam utilizar computador e internet em atividades com os alunos na sala de aula – um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2012.  Esse dado contradiz aquele velho discurso da “resistência” dos professores. Ao contrário, mostra que o educador percebe cada vez mais a relevância do uso pedagógico das tecnologias digitais e, indo mais além, podemos supor que existe uma vontade de inovar, de romper paradigmas, apesar de todas as dificuldades cotidianas.

É importante frisar que o desejo por inovação não é de agora. Há mais de 25 anos, as primeiras pesquisas e iniciativas brasileiras na área já tinham esse objetivo. O Brasil, na vanguarda de muitos países na época, se destacou justamente por ter focado seus estudos iniciais em analisar as transformações cognitivas e estruturais que as tecnologias digitais poderiam proporcionar. Pesquisadores de universidades como a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Unicamp foram pioneiros em trazer a linguagem LOGO que estava sendo desenvolvida no Massachusetts Institute of Technology MIT (EUA), baseada na aprendizagem de programação pelas crianças. Para saber mais sobre esse contexto histórico, vale conferir as entrevistas com a educadora gaúcha Lea Fagundes, 84 anos, fundadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS, realizada pelo Instituto Educadigital.

Com o passar do tempo, algumas ideias desse período inicial se perderam. A maioria dos investimentos públicos em educação foi direcionada para compra de equipamentos (computadores, projetores e agora tablets) e de materiais educativos prontos baseados na mera transmissão de conteúdos, em detrimento de propostas de formação de docentes que pudessem estimular o trabalho colaborativo entre professores para refletir sobre o desenvolvimento de competências e habilidades para refletir, planejar e criar com tecnologias digitais.

Colaboração e a cooperação são valores cada vez mais fundamentais para a sociedade do século 21. A internet evidenciou uma rede de informação, conhecimento e cultura na qual cada indivíduo passa a ser potencial produtor. E, ao ser produtor, torna-se também autor. Uma produção educativa antes restrita à comunidade específica de uma escola agora pode estar disponível para o mundo, fazendo parte de uma construção coletiva de conhecimento que evidencie e valorize a diversidade cultural da humanidade.

Nesse contexto, a mesma pesquisa TIC Educação trouxe pela primeira vez um dado muito interessante sobre uso de conteúdos digitais que mostra uma tendência de conquistar autonomia na preparação de aulas e atividades. Na rede pública, 96% dos professores usam recursos educacionais disponíveis na internet para preparar aulas ou atividades com os alunos. Os tipos de recursos mais utilizados são imagens, figuras, ilustrações ou fotos (84%), textos (83%), questões de prova (73%) e vídeos (74%). O uso de jogos chega a 42%, apresentações prontas, 41%, e programas e softwares educacionais, 39%.

A pergunta que fica é: será que esses recursos digitais estão sendo usados em novas metodologias e práticas ou ainda reproduzem o formato de transmissão centralizada? Um ponto que a pesquisa destaca é a baixa quantidade de publicações de recursos educacionais por professores, ou seja, profissionais que são autores de conteúdos educacionais e que compartilham na rede. Apenas 21% dos professores de escolas públicas já publicaram na internet algum conteúdo educacional produzido para utilizar em suas aulas ou atividades com os alunos.

Se a criação já acontece, o próximo passo é compartilhar na rede e, de preferência como um Recurso Educacional Aberto (REA), usando uma licença livre, que permita reusos e adaptações por outros educadores. Dois ambientes abertos e gratuitos podem estimular essa atividade. Um deles é o site Escola Digital, de busca de objetos digitais disponíveis online, que oferece uma busca por licenças de uso, e na seção “Para Criar” reúne uma série de links para os usuários criarem seus próprios vídeos, jogos, infográficos, entre outros itens multimídia.

Agora, quem quiser participar de uma rede online de aprendizagem, aberta e gratuita, que conecta professores e alunos de todo o Brasil, precisa conhecer o Edukatu,  focado no consumo consciente, que traz trilhas lúdicas e espaço para escolas publicarem suas produções.
No próximo post, vamos falar mais sobre o que são os REA.

Para saber mais, acesse a nova edição do Panorama Setorial da Internet que discute as possibilidades trazidas pelos REA, explorando os dados da TIC Educação 2013.

Fonte: ARede.educa, coluna Livre Saber

Seminário em Educação Aberta, Sociedade e Tecnologia

Cenário

As tecnologias de informação e telecomunicações tem alterado o modo de vida das pessoas e criado novos costumes e facilidades que estão resolvendo muitos dos problemas do dia a dia, mas tem trazido em seu bojo novos problemas como os ligados à segurança das pessoas e negócios, à privacidade, à propriedade intelectual etc. O Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia (CEST) foi criado na Universidade de São Paulo em Dezembro de 2013 a partir de doações da Microsoft para discutir essas questões complexas e propiciar encontros, envolvendo os desenvolvedores, os pesquisadores, a sociedade e o governo de forma a estruturar essas e outras questões importantes e gerar respostas ou propostas adequadas, pavimentando o caminho para soluções que passem pelos costumes, pelas normas ou pelas aplicações desenvolvidas. Alguns conceitos transversais a todos esses temas como as aplicações em educação online, moedas criativas, Internet das Coisas, etc. são, todos, temas com potencial de serem problemas ou soluções de grande abrangência e complexidade além de serem, também, de interesse geral do corpo social.

Objetivos e participantes

O CEST esta iniciando suas atividades num evento que congrega a academia internacional e outros agentes envolvidos na educação aberta considerado tema chave para os avanços societários tanto em termos de desenvolvimento econômico quanto de inclusão social.

O evento visa:

  • Lançar o projeto eMundus (www.emundus-project.eu) no Brasil, compartilhando desde o início os planos do Projeto com a comunidade de Educação Aberta do Brasil.
  • Discutir o estado da arte da Educação Aberta no Brasil em termos de políticas, práticas e desenvolvimento inovador.
  • Dar início à preparação de um artigo que representa a posição brasileira na Educação Aberta internacional e nos debates sobre Recursos Educacionais Abertos que é adotado pelo eMundus.

Tomando parte no evento, especialistas brasileiros de REA (Recursos Educacionais Abertos), assim como uma equipe de pesquisadores do projeto eMundus, financiado pela Comunidade Europeia em seu programa Erasmus Mundus que congrega pesquisadores numa rede internacional representativa das diversas regiões do mundo. Através do projeto eMundus haverá a participação dos parceiros: MENON Network (Bélgica), Universidad Autonoma Metropolitana (México), OER Foundation (Nova Zelândia).

Como resultado desse evento inicial, serão gerados artigos de posicionamento e abertas linhas de discussão em fóruns com a participação internacional. 

Agenda

Quinta-feira, 15 de maio de 2014

08.00 – Registro e café da manhã

09.00 – Boas-vindas e Abertura dos Trabalhos, Jose Roberto Piqueira, Diretor da Escola Politécnica da USP

Apresentação do Seminário, Edison Spina, USP

Apresentação do projeto eMundus, Fabio Nascimbeni, MENON, Bélgica

09.30 – Painel: Educação Aberta na América Latina  (Moderação: Romero Tori)

  • Mapeamento de iniciativas REA no Brasil e na América Latina, Tel Amiel e Everton Alvarenga (uma parceria da Open Knowledge Brasil, Unicamp e Insituto Educadigital)
  • Recursos educacionais abertos no Brasil: o campo, os recursos e sua apropriação em sala de aula, Jamila Venturini, Programa Catalisador da Wikimedia no Brasil.
  • Política pública de educação para REA no Brasil, Débora Sebriam e Priscila Gonsales – Instituto Educadigital

11.00 – Coffee Break

11.30 – A Experiência da Escola do Futuro da USP, Fredric Litto (fundador da Escola do Futuro e Presidente da ABED), Brasilina Passarelli (coordenadora cientítifica da Escola do Futuro) (A CONFIRMAR)

12.30 – Almoço

14.00 – Painel: Barreiras e Soluções para Adoção de Educação Aberta (moderacao: Priscila Gonsales)

  • Plataformas de recursos abertos Teresa Cristina Jordão,   Tic Educa  (a confirmar)
  • Openness as a Tool, Xavier Ochoa, Escuela Superior Politécnica del Litoral, Ecuador
  • Open Education developments in Mexico. Celso Garrido, UAM, Mexico

16.00 – Coffee break

16.30 – Keynote speeches (videoconference):

  • Iniciativas de Educacion Aberta e política pública nos vários países,  Carolina Rossini – Public Knowledge
  • Issues at stake for OER and Open Education,  Wayne Mackintosh OER Foundation, New Zealand
  • Questions & answers

18.00 – Cerimônia de Abertura. Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia

  • Edison Spina
  • Luiz Natal Rossi
  • Maristela Bassos
  • Paulo Roberto Feldmann
  • Fabio Nascimbeni

 Sexta-feira, 16 de maio de 2014

8.00 – Café da Manhã

9.00 – Painel dos “Experts”:  Perspectivas para a Educação Aberta (moderação:  Romero Tori)

  • A Educação Aberta na Europa e no Brasil: perspectivas políticas e práticas  (Open Education in Europe and Brazil: political and practical perspectives), Andreia Inamorato, IPTS, European Commission (videoconference)
  • MOOCs: de onde viemos e para onde estamos caminhando, João Mattar –  PUC-SP e Universidade Anhembi Morumbi
  • A Educação Aberta na perspectiva da  ABED  – Stavros P. Xanthopoylos,  FGV, ABED
  • A Educação Aberta na perspectiva da  Veduca  Carlos Souza, Veduca
  • A Educação Aberta na perspectiva da Akatu Silvia Sá, Akatu

11.00 – Coffee Break

11.30 – 12.30 Conclusões e próximos passos

  • A perspectiva Acadêmica:  Romero Tori
  • A perspectiva  eMundus: Fabio Nascimbeni
  • A perspectiva CEST: Edison Spina

12.30 – Encerramento do evento público

14.00 – 18.00 Reunião do Projeto eMundus (PMB – Project Meeting Board Meeting).

Como participar?

Inscrições gratuitas, reserve sua vaga pelo e-mail cest@usp.br
Local: Av. Professor Luciano Gualberto, 71, tv. 3,
Cidade Universitária, Butantã, São Paulo – SP – CEP 05508-010

Fonte: Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia – USP

Roda de conversa: REA em sala de aula

A Ação Educativa, com o apoio da Wikimedia Foundation, está promovendo uma pesquisa sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil, com o objetivo de identificar oportunidades e obstáculos para o uso e apropriação de materiais abertos em língua portuguesa nas salas de aula.

Neste contexto, será promovida uma roda de conversa como parte da pesquisa, com o objetivo de entender como educadores e educadoras da educação básica se apropriam de vídeos, jogos, textos ou qualquer outro tipo de material encontrado na Internet durante suas aulas.

Roda de Conversa com Educadores e Educadoras sobre Uso de Recursos Educacionais em Sala de Aula
Data: dia 7 de maio (quarta-feira)
Horário: das 14h às 17h
Local: Ação Educativa – Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque – São Paulo/SP
Vagas: 15
Inscrições: aqui ou no site da Ação Educativa
Mais informações: observatorio@acaoeducativa.org / (11) 3151-2333, ramais 185 e 170

The Open Education Consortium

 Educação aberta impulsiona inovação na educação superior em nível mundial


O OpenCourseWare Consortium anuncia seu novo nome: The Open Education Consortium. O novo nome abraça as tendências mundiais no ensino superior para compartilhamento aberto e ampliação do acesso por meio das tecnologias, ferramentas e conteúdos abertos.

“A Educação Aberta apresenta muitas oportunidades para desenvolver o ensino e a aprendizagem do Século XXI”, disse Mary Lou Forward, Secretária Executiva do Open Education Consortium. “Estamos muito animados ao ver que governos, instituições, educadores e aprendizes ao redor do mundo vêm demonstrando interesse crescente na pela Educação Aberta e comprometendo-se a ajudar a construir um futuro em que o compartilhamento aberto torne-se uma prática padrão e cotidiana.”

A conferência anual do Open Education Consortium aconteceu na semana passada, em Ljubljana, Eslovênia. A conferência foi aberta pelo Ministro da Educação da Eslovênia, Jernej Pikalo, que anunciou o programa Opening Up Slovenia, uma iniciativa prioritária daquele país para incorporar a Educação Aberta em todos os níveis do sistema educacional esloveno. A iniciativa nacional em Educação Aberta da Eslovênia servirá de exemplo para estimular conversas internacionais e colaborações que levem à construção do futuro da educação européia. Na seqüência, o Comissário Europeu Androulla Vassiliou descreveu a importância do programa Opening Up Education para a Comissão Européia, afirmando que maior igualdade, acesso e eficácia na educação são essenciais para o futuro da Europa.

“A Open Education Consortium Global Conference tem o prazer de ser o fórum em que uma iniciativa tão importante é anunciada”, disse Larry Cooperman, Presidente do quadro de diretores do Open Education Consortium. “Estamos ansiosos para colaborar em projetos transformadores que tragam maiores oportunidades educacionais para todos”.

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Sobre o Open Education Consortium

O Open Education Consortium (www.openedconsortium.orgvislumbra um mundo em que o desejo de aprender seja realizado em sua completude através de oportunidades para que o aprendizado ocorra em qualquer lugar e que todas a pessoas possam acessar oportunidades educacionais que sejam economicamente acessíveis e culturalmente adequadas para obter o conhecimento e a formação que buscam. O Open Education Consortium atua de forma a expandir o acesso à educação e promover o compartilhamento aberto do conhecimento por meio de suas fontes de informação de especialistas, sua rede global e sua posição como a principal voz da Educação Aberta.

#ArenaNETmundial ParticipaBR

Começa hoje o #ArenaNETmundial ParticipaBR! O evento está sendo promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República em parceria com a Prefeitura do Município de São Paulo e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), será realizado no Centro Cultural São Paulo de 22 a 24 de abril e vai abrigar discussões fundamentais para garantir uma internet livre, colaborativa, democrática e plural.

O evento ocorre em paralelo com o Encontro Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet (NETmundial). Em ambos serão discutidos os princípios da governança da internet – mas é na ArenaNETmundial que a sociedade civil poderá participar com suas ideias, que depois serão organizadas em uma Carta Proposta para os coordenadores do NETmundial.

O evento contará com a presença e participação de Manuel Castells, Tim Berners-Lee, Gilberto Gil, Demi Getschko, Deputado Alessandro Molon, Ministro José Eduardo Cardozo, Leonardo Sakamoto, Beá Tibiriçá, Daniela Silva, Joana Varon, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, Sérgio Amadeu da Silveira, Simão Pedro, entre outros. Entre os debatedores brasileiros e também do exterior temos diversas pessoas ligadas a comunidade REA Brasil.

A participação em todas as atividades da #ArenaNETmundial é gratuita. Além de livre acesso ao Centro Cultural São Paulo, pessoas de todo o mundo poderão acompanhar a transmissão ao vivo pela internet.

Para que muito mais gente possa acompanhar o evento e influenciar o futuro da Internet, o site REA transmitirá as atividades em português direto aqui no site.

ArenaNETmundial em português

Hub Brasil em português

Crédito Imagens

1. flic.kr/p/nf64WQ

2. flic.kr/p/nbFsFL