Grande Prêmio Wikimedia Brasil: a qualidade contra o tempo

Foi durante a Wikimania 2011, evento que reúne centenas de voluntários dos projetos da Wikimedia Foundation, como a Wikipédia, num pequeno restaurante em Haifa, que surgiu a notícia. A maior fabricante de computadores populares do Brasil, o Grupo Positivo, está interessado em instalar uma versão da Wikipédia offline instalada em seus produtos. Todos nós da Wikimedia Brasil que estavam presentes se entusiasmaram, pois era sabida a importância deste fato para difusão da enciclopédia e de sua missão. Em outras palavras, isso significava versões da Wikipédia em aproximadamente 13% do mercado nacional de computadores pessoais e com maior representatividade nas camadas de menor renda.



Apesar da boa notícia, começou uma corrida contra o tempo. Era necessário preparar a versão offline da Wikipédia em português, com 5.000 mil artigos de boa qualidade, num prazo de tempo muito curto, março de 2012. O desafio era enorme e para superá-lo precisaríamos pisar fundo no acelerador.

A lista dos 5.000 artigos que deveriam compor a versão offline foi preparada em apenas três meses, com grande ajuda dos voluntários da Wikimedia Brasil, mas a qualidade ainda não era suficiente e seria preciso melhorá-los. Foi então que surgiu a ideia de um grande prêmio, como as grandes corridas automobilísticas. Sem carros e sem voltas, mas com artigos para serem melhorados e muitos prêmios para os “pilotos” que aceitarem esse desafio. Assim começou o “I GP Wikimedia Brasil“, onde cada artigo melhorado é uma volta completada.

A largada será dada em janeiro de 2012 e para participar é muito fácil. Basta se inscrever em uma das equipes existentes ou formar uma equipe nova. As inscrições vão até o dia 07 de janeiro de 2012 e no momento há 71 inscritos divididos em 22 equipes, porém a previsão é chegar aos 100 participantes. Afinal, esse é um Grande Prêmio onde todos ganham.

Os prêmios serão distribuídos conforme as equipes melhorarem a qualidade dos artigos que integram a lista. São botons, adesivos, cadernos e camisetas com a marca da Wikipédia, além de troféus e medalhadas nas páginas dos usuários participantes. As regras da premiação serão divulgadas logo após a formação das equipes, mas sabemos que o prêmio maior é a versão offline da Wikipédia em língua portuguesa!

Imagine um mundo onde cada ser humano compartilhará livremente a soma de todo o conhecimento. Imagine, agora, um Brasil onde milhares de pessoas – algumas sem acesso à Internet – compartilharão uma pequena soma deste conhecimento. É isso que vamos fazer. Integre uma equipe e também participe desse Grande Prêmio!

(Texto escrito colaborativamente pela comunidade Wikimedia Brasil)

Ver também

Portal Índio Educa – Festival da Cultura Digital

O que é ser índio no Brasil? Imagine essa história contada pelo povo indígena e usando todo o potencial da internet para compartilhar e construir a cultura colaborativamente?

Sebastian Gerlic, coordenador do projeto Índio Educa, esteve presente na Desconferência REA no Festival de Cultura Digital e compartilhou conosco este interessante projeto. “O Índio Educa tem o compromisso de levar a verdadeira história e cultura dos povos indígenas a todas as pessoas e através das mais variadas formas, especialmente via internet.”

Abaixo o depoimento de Sebastian Gerlic ao Blog REA.



Atualmente, o portal adota a licença BY-NC-ND, mas após a desconferência e o entendimento sobre o que é REA,  a possibilidade de oferecer uma licença mais flexível que permita obras derivadas está sendo discutida.

Veja todas as fotos da Desconferência REA no Festival de Cultura Digital.

Recursos Educacionais Abertos no relatório do PNE

Recursos Educacionais Abertos entram como recomendação no relatório do  Plano Nacional de Educação, que determina as prioridades educacionais para os próximos 10 anos no Brasil.

Meta 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB:

7.10) Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas.
7.12) Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovação das práticas pedagógicas nos sistemas de ensino, inclusive a utilização de recursos educacionais abertos, que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos alunos.

Desconferência REA no Festival de Cultura Digital

Passaram pela desconferência REA, no Festival de Cultura Digital no último dia 03/12, pelo menos 40 pessoas. Educadores, psicólogos, advogados, curiosos e pessoas realmente engajadas com a causa trouxeram seus apontamentos e experiências.

Reflexões acerca do próprio conceito de REA, licenças abertas, produção de REA dentro dos espaços educativos, professor autor, aluno autor, direito autoral, projetos de lei e experiências práticas de alguns dos presentes foram destaque.

Um relato muito interessante, foi o da profª Juliana Bastos da UniRio. Ela conta sobre o projeto Wikipédia na Universidade, voltado para que o aluno trabalhe com edição crítica na Wikipédia através de elaboração de conteúdo em História Antiga.

Para Juliana, usar a Wikipédia com os alunos é uma excelente oportunidade para que eles trabalhem habilidades e competências importantes, como leitura crítica, redação acadêmica, adequação a audiências específicas, criação de material didático e diálogo com o ambiente fora da academia.

Confira o depoimento de Juliana Bastos ao blog REA.



Nossa petição pública online também foi divulgada na desconferência, se você ainda não manisfestou o seu apoio não deixe de assinar.

Em breve mais relatos dos participantes e todas as fotos da desconferência aqui no blog.

REA no Festival da Cultura Digital

De 02 a 04 de dezembro, acontece a 3ª edição do Festival da Cultura Digital. O MAM Rio e o Odeon Petrobras, no Rio de Janeiro, serão ocupados por palestras, debates, encontros, atividades laboratórios, exibições e performances artísticas. A proposta é articular referências mundiais e redes expressivas, a partir de questões relevantes da conjuntura nacional e global – como a função da propriedade intelectual na era do conhecimento e os avanços do movimento software livre, que integram a essência da cultura digital.



O Projeto REA Brasil realizará uma Desconferência REA no dia 03/12, das 10h às 12h no espaço Encontro de Redes. Nossa proposta é realizar um batepapo aberto sobre a causa REA e buscar apoio da sociedade para os Projetos de Lei propostos no Estado de São Paulo e o Projeto de Lei Federal. Uma equipe de voluntários da Comunidade REA-Brasil e comunidades irmãs, como a Wikimedia, a Software Livre, Hackers, entre outros, estarão circulando durante todo o Festival divulgando REA.

Especificamente, entre nossas ações, estaremos focados em integrar o público do Festival a pensar projetos e as políticas públicas de REA. Também lançaremos e abriremos para assinaturas uma petição pública online de suporte a causa REA, que posteriormente, será enviada ao Congresso Brasileiro e ao Ministério da Educação. Os participantes do Festival também poderão deixar sugestões, críticas e manifestações de apoio nos cartazes sobre REA que espalharemos no MAM.

Acompanhe tudo o que acontece no Festival através do Blog REA, do @reanetbr no Twitter, do nosso grupo no Facebook e ajude-nos a divulgar a desconferência nas suas redes de relacionamento.

Se você estiver no Rio de Janeiro não deixe de aparecer e junte-se a nós!

Confira a programação em Festival da Cultura Digital

Publicado no DOE: “Projeto defende acesso gratuito de recursos educacionais”

Por Daniela Arbex • Link para publicação oficial aqui. 

O Projeto de Lei 989/2011, do deputado Simão Pedro (PT), institui política pública para a democratização do acesso a recursos educacionais desenvolvidos, e/ou adquiridos por subvenção pública.



De acordo com o parlamentar, conforme justificativa que acompanha o texto do PL 989, disponibilizar o acesso aos recursos educacionais existentes, podendo alterá-los com novas contribuições, amplia o direito à educação. Simão Pedro explica que o entendimento sobre o que sejam recursos educacionais é muito amplo, pois o acesso
a quaisquer obras intelectuais sujeitas a utilização na educação deve ser condiderado direito de todos.

A proposta prevê também que os recursos sejam disponibilizados nos sites das instituições administradas direta ou indiretamente pelo Estado, no portal do governo e licenciados para livre utilização, compreendendo cópia, distribuição, download e redistribuição, desde que se preserve a autoria e a não utilização para fins comerciais.

Segundo Simão Pedro, o projeto pretende ainda otimizar recursos públicos de educação, um dos princípios da administração pública, a fim de garantir inclusão social através da educação aberta.”

REA no Seminário “Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações”

O REA-Brasil participou no dia 25/11 do evento Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações promovido pelo PT.

Além do tema principal do evento, foram levantados tópicos de interesse da sociedade e, mais especificamente a Comunidade REA-Brasil, como o acesso à informação e ao conhecimento por todos e a contribuição dos cidadãos como novos produtores de conhecimento.

O Projeto REA apresentou documento de contribuição às discussões e contou com a intervenção de Débora Sebriam na plenária de entidades, que comentou sobre a causa REA e sua relevância para promover o direito de acesso à educação, principalmente aos bens educacionais desenvolvidos com financiamento público ou comprados pelo Estado com dinheiro público. Neste momento, foi reiterado o pedido de apoio da sociedade e dos decisores políticos para a aprovação dos projetos de lei propostos no Estado de São Paulo e também o Projeto de Lei Federal sobre REA, que determinam que todos os materiais devam ser acessíveis a todos por meio de licenças abertas.

Na cidade de Sao Paulo já existe uma política publica de REA em vigor, por meio do Decreto 52.681/2011. Esperamos que mais ações como essas sejam adotadas pelo Governo Federal, MEC e governos locais.

Obstáculos para o Acesso a Dados de Pesquisa

Aconteceu em Bruxelas, o Seminário “Legal Status of Research Data”. O objetivo do Seminário foi discutir o relatório “The Legal Status of Research Data in the KE Partner Countries”. Este relatório foi encomendado pelo Knowledge Exchange (KE) e escrito pelo Centre for Intellectual Property Law  (CIER). O objetivo foi proporcionar clareza ao analisar os regimes de propriedade intelectual nos quatro países parceiros KE (Reino Unido, Alemanha, Dinamarca e Holanda).

É difícil para os pesquisadores e seus financiadores entenderem como promover o acesso aos dados de pesquisa legalmente e para reutilização. Isto acontece devido ao fato de que as leis europeias variam, tornando difícil o trabalho entre pesquisadores de diferentes países. Uma abordagem possível para fornecer clareza a este processo seria a adoação de licenças para reutilização.

O debate revelou que as pesquisas que contam com financiamento público e privado representam um desafio complexo e requerem um equilíbrio de interesses. A harmonização das leis de direitos autorais foi considerado um assunto muito complexo e não viável a curto prazo.

Acesse o relatório completo aqui.

Acesse o relatório sobre o seminário aqui.

Coréia do Sul irá substituir livros didáticos impressos por digitais

Em setembro de 2011, a Coréia anunciou sua estratégia para a educação online.  O país pretende implementar o sistema digital em todas as escolas do país até 2015, visando modernizar o sistema educacional e facilitar o acesso.

A modernização do sistema educacional ocorrerá em 3 direções:

  • Adoção de livros didáticos digitais, conteúdo multimídia, aulas e avaliações online.
  • Formação de professores.
  • Construção um sistema de computação em nuvem entre todas as escolas, para facilitar o acesso a biblioteca de livros digitais de qualquer ponto.

Para promover o desenvolvimento e o uso de conteúdos digitais, as leis de direitos autorais serão revistas e um novo conteúdo nacional de educação e sistema de gestão de direitos autorais será construído. A cultura de “dar e compartilhar para professores e alunos” será criada por meio da adoção de licenças Creative Commons.

Saiba mais: FutureGov1 e FutureGov2

Serpro licencia 14 cursos EAD em Creative Commons

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) anunciou a disponibilização de 14 cursos licenciados em Creative Commons para instalação em ambiente Moodle.

O conteúdo dos cursos foi elaborado pela Universidade Corporativa do Serpro (UniSerpro) e compõem a grade de treinamento dos empregados e clientes, na modalidade Educação a Distância. Uma das vantagens para o Serpro em liberar esse material é aproveitá-lo nos telecentros do Programa Serpro de Inclusão Digital (PSID).

Os temas dos cursos são variados, vão desde sensibilizações até introdução a tecnologias conhecidas. Confira a relação:

  • Administração do Tempo,
  • Água para Todos,
  • Correio Expresso,
  • Desvendando a Informática,
  • Ética na Escola Pública,
  • Fundamentos da Linguagem PHP5,
  • Introdução à Gerência de Projetos,
  • Introdução à Linguagem Java,
  • Introdução à Programação Orientada a Objetos,
  • Primeiro Emprego,
  • Sensibilização para Uso do Software Livre,
  • Ubuntu,
  • UML e
  • Usando o Mozilla Firefox.

Nesse primeiro momento, os conteúdos foram licenciados sob a licença (BY-NC-ND), Creative Commons “Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0”. O objetivo do Serpro é avaliar os conteúdos e adequá-los a uma licença mais permissiva, como a CC-BY-SA ou a CC-BY-SA-NC.

Fonte: Portal SERPRO

Agradecemos ao Paulo Pastore por divulgar na lista da Comunidade REA-Brasil e aguardamos as novidades.