SciELO participa da Coalisão global em defesa das licenças Creative Commons de acesso aos artigos científicos

A Associação Internacional STM (acrônimo inglês de Scientific, Technical and Medical Publishers), que reúne os principais publishers privados, lançou recentemente um conjunto de modelos de licenças para artigos científicos que se sobrepõem às estabelecidas pelo Creative Commons. As novas licenças propostas tornam mais complexo o sistema de atribuições de acesso aos artigos e privilegiam a sua comercialização, limitam o acesso, uso, interoperabilidade e exploração dos resultados publicados. No fundo, contrariam o princípio de que o conhecimento científico derivado da pesquisa acadêmica é um bem público da humanidade que deve ser disponibilizado de forma aberta.

O movimento do acesso aberto aos artigos científicos surgiu no final dos anos 90 e se consolidou mundialmente nos anos 2000 como uma forma justa e coerente de disponibilizar resultados de pesquisa online, de forma gratuita e livre da maioria das restrições de copyright e outras licenças. Em paralelo, surge a Organização Creative Commons (CC) em 2001 com o suporte do Center for Public Domain, que lança em 2002 a primeira formalização de licenças sobre direitos autorais.

As licenças CC estabeleceram uma solução de transição entre “todos os direitos reservados” e “alguns direitos reservados”, e por meio de diferentes opções de atribuições de acesso flexibilizam as proteções e promovem a liberdade para autores, publishers, e usuários em geral. Usar uma das licenças CC é a forma mais fácil e usual para os detentores do direito autoral para manifestar seu consentimento ao uso do acesso aberto. Existem seis tipos de licenças Creative Commons (CC) com diferentes graus de flexibilidade. A mais ampla é a CC BY, que permite distribuição, adaptação e modificação de conteúdos, mesmo para fins comerciais, desde que seja atribuído o crédito ao autor original. A mais restrita é a CC BY-NC-ND, que permite apenas fazer download dos trabalhos e compartilhamento, desde que o crédito seja atribuído ao autor, porém não autoriza sua alteração e nem uso para fins comerciais. A missão da iniciativa Creative Commons é “desenvolver, apoiar, e prover infraestrutura legal e técnica para maximizar a criatividade digital, o compartilhamento e inovação”. Em contraposição, as três licenças principais e duas suplementares, propostas pela Associação Internacional STM, propõe graus decrescentes de restrições. A licença padrão autoriza reprodução para fins não comerciais, e restringe o uso derivativo; a licença intermediária autoriza reprodução, text e data mining, e traduções para fins não comerciais; e por fim a licença mais ampla que autoriza reprodução, text e data mining e tradução para fins comerciais e não comerciais. As licenças suplementares têm por finalidade prover proteção para finalidades não comerciais a licenças já existentes, inclusive CC.

Uma coalisão formada por organizações governamentais, representantes da sociedade civil, publishers e diretórios de acesso aberto e provedores de plataformas tecnológicas elaborou uma declaração que contesta os modelos de licença divulgados pela Associação STM. A declaração foi divulgada simultaneamente em vários blogs em 14 de agosto de 2014, entre eles, PLoS open Blog, Creative Commons, Sparc, Association of Research Libraries, Copyright for Creativity, Wellcome Trust, ScienceOpen, e outros. O SciELO é um dos signatários com apoio unânime das coordenações das coleções da Rede SciELO. No caso do SciELO Brasil o Comitê Consultivo reafirmou unanimemente o uso das licenças CC pelos periódicos como condição para a sua indexação.

O texto da carta¹, assinada até o momento por 83 organizações, faz um apelo à Associação STM para que abandone a sua proposta de licenças para artigos de pesquisa publicados em acesso aberto. Estas licenças, de acordo com os signatários, “limitam o uso dos resultados de pesquisa, além de tornar difícil, confuso ou impossível combinar estes resultados com outros recursos públicos e fontes de conhecimento para o benefício da ciência e da sociedade” (tradução livre). Ademais, estas licenças não são compatíveis com nenhuma das licenças CC disponíveis, consideradas pelos signatários como o padrão efetivo da literatura científica, adotado, entre outros, por governos da Europa, Estados Unidos e Austrália. O SciELO foi pioneiro na adoção do acesso aberto em 1998, antes mesmo da consolidação do Movimento de Acesso Aberto, que ocorreu em 2002-2003, e desde 2009² adota as licenças CC para os artigos dos periódicos de suas coleções nacionais e temáticas. Mais uma vez, o SciELO se alinha com as principais organizações mundiais em defesa do acesso aberto e do amplo uso, compartilhamento, armazenamento e interoperabilidade dos resultados de pesquisa.

A principal crítica dos signatários da Coalisão contra as licenças STM refere-se à disponibilidade e interoperabilidade dos resultados de pesquisa. De acordo com post de Timothy Vollmer (2014) no blog Creative Commons, “a chave para um conjunto de licenças abertas são a simplicidade e a interoperatividade”; “[…] nós acreditamos que as novas licenças possam introduzir complexidade desnecessária e atrito, ferindo a comunidade do acesso aberto mais do que ajudando” (tradução livre). A carta afirma que os signatários “compartilham uma visão positiva sobre o fluxo do conhecimento para o bem de todos, o que inclui a adaptação e tradução de conteúdos destinados a diferentes audiências” (tradução livre). A carta ainda considera que “há muito trabalho a fazer, mas as licenças CC já preveem instrumentos legais fáceis de entender, adequados à era digital, legíveis por máquinas e aplicadas de forma consistente em todas as plataformas de conteúdo” (tradução livre). De fato, as licenças CC têm sido utilizadas por publishers em todo o mundo para compartilhar centenas de milhares de artigos científicos que permitem a evolução da ciência a partir do conhecimento prévio.

O texto disponível na página da STM³ tem como subtítulo “Operacionalizando as Licenças de Acesso Aberto” (Making Open Access Licensing Work). O que, especificamente, há de errado nestas licenças? Segundo Vollmer (2014), primeiramente, não está claro a que se destinam as licenças e como o STM recomenda que sejam usadas. Em segundo lugar, nenhuma delas é compatível com a Open Definition⁴, uma vez que todas elas restringem o uso comercial e derivativos, e também ignoram a licença CC mais utilizada e recomendada por publishers na modalidade acesso aberto, CC BY, de acordo com recomendação da Budapest Open Access Initiative. Em terceiro lugar, as notações das licenças e condições do STM causam incerteza no cenário da publicação em acesso aberto, onde os termos CC são familiares e bem aceitos. Em quarto lugar, as licenças STM alegam permitir muitas coisas para as quais não há necessidade de dar permissão, tais como descrever ou estabelecer links para artigos licenciados, e atividades como text e data mining. Finalmente, as licenças STM suplementares, destinadas para uso com licenças existentes só fazem sentido com as licenças CC mais restritas, como a CC-NY-ND, e ainda assim, o efeito seria mínimo, pois a maior parte do efeito legal já está coberto pelas licenças CC. Nas palavras de Vollmer, “não será preciso reinventar a roda” (tradução livre).

A lista de organizações signatárias vem crescendo desde a data da publicação da carta da Coalisão, em 7 de agosto último. Este fato mostra que instituições, publishers, provedores de plataformas tecnológicas e organizações da sociedade civil decidiram se unir em prol de ferramentas legais estabelecidas, consistentes e efetivas que permitam o compartilhamento e reutilização de conteúdos de pesquisa científica.

Notas

¹ Global Coalition of Access to Research, Science and Education Organizations calls on STM to Withdraw New Model Licenses. PLOS. 2014. Available from: http://www.plos.org/global-coalition-of-access-to-research-science-and-education-organizations-calls-on-stm-to-withdraw-new-model-licenses/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_content=full%20letter& utm_campaign=ARL%20Opposes%20STM%20Model%20Licenses

² SciELO adota Creative Commons para atribuição de acesso e uso – http://espacio.bvsalud.org/boletim.php?articleId=10162715200903

³ Open Access Licensing. Making Open Access Licensing Work. International Association of Scientific, Technical & Medical Publishers. Available from: http://www.stm-assoc.org/open-access-licensing/

⁴ Open Definition. Available from: http://opendefinition.org/

Referências

Global Coalition of Access to Research, Science and Education Organizations calls on STM to Withdraw New Model Licenses. PLOS. 2014. Available from: http://www.plos.org/global-coalition-of-access-to-research-science-and-education-organizations-calls-on-stm-to-withdraw-new-model-licenses/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_content=full%20letter& utm_campaign=ARL%20Opposes%20STM%20Model%20Licenses

VOLLMER, T. Dozens of organizations tell STM publishers: No new licenses. Creative Commons Weblog. 2014. Available from: http://creativecommons.org/weblog/entry/43450

Links externos

STM – International Association of Scientific, Technical & Medical Publishers – http://www.stm-assoc.org/

Creative Commons – http://creativecommons.org/

Budapest Open Access Initiative – http://www.budapestopenaccessinitiative.org/boai-10-recommendations

Fonte: SciELO participa da Coalisão global em defesa das licenças Creative Commons de acesso aos artigos científicos. SciELO em Perspectiva. [viewed 02 September 2014]. Available from: http://blog.scielo.org/blog/2014/08/29/scielo-participa-da-coalisao-global-em-defesa-das-licencas-creative-commons-de-acesso-aos-artigos-cientificos/

Portal do Livro Aberto

O Portal do Livro Aberto tem por objetivo reunir, divulgar e preservar as publicações oficiais do Governo dos mais variados temas: Tecnologias da Informação e Comunicação, Fármacos e Complexo Industrial da Saúde, Petróleo e Gás, Complexo Industrial da Defesa, Aeroespacial, Nuclear, Biotecnologia, Nanotecnologia, Energia Renovável, Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Oceanos e Zonas Costeiras, Popularização da CT&I, Melhoria e Ensino de Ciências, Inclusão Produtiva e Social, e Tecnologias para Cidades Sustentáveis. São textos completos para acessar e baixar!

O Portal é um serviço do IBICT, criado com o apoio financeiro Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e conta com a parceria de diferentes órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo Federal.

Para tornar o Portal do Livro Aberto possível, o Ibict investiu na tecnologia de digitalização de livros publicados em versão impressa e há muito tempo esgotados. Desta forma, o Ibict torna disponível, por meio da Internet, documentos muitas vezes desconhecidos pela sociedade e que podem servir de base para elaboração de políticas e pesquisas.

Assegurando os direitos de autoria, o Portal visa contribuir para dar visibilidade à publicação oficial brasileira, conforme os preceitos do Manifesto de Acesso Aberto do IBICT, com vista à democratização do acesso à informação pública.

Entre os critérios para seleção das publicações estão: (a) obras publicadas pelas unidades de pesquisa, vinculadas ou sob a supervisão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação; (b) obras publicadas pelos demais Ministérios, Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado Federal, que reflitam a estrutura temática do Portal; (c) obras cujos autores permitam a divulgação e assinem o Termo de Licença da Creative Commons.

O Portal do Livro Aberto traz como benefícios:

  • Pesquisar em um só lugar as publicações oficiais relevantes para a CT&I brasileira;
  • Dar visibilidade às publicações oficiais brasileiras;
  • Promover uma maior visibilidade institucional;
  • Preservar as publicações oficiais;
  • Ter acesso, por meio da Internet, aos documentos em textos completos e nos formatos PDF e EPUB.

Para saber mais e acessar materiais informativos, acesse aqui.

FioCruz cria Política de Acesso Aberto

A Fiocruz cria sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, na qual reafirma seu compromisso com a democratização do conhecimento e do acesso à informação científica.

Essa política contribuirá para fortalecer os mecanismos de preservação da memória institucional e aumentar o acesso e o impacto da produção intelectual da Fiocruz, constituindo-se em um importante instrumento que promoverá, de forma organizada e reunida, a disseminação, acessibilidade e, consequentemente, visibilidade do conhecimento gerado na Instituição.

Seu Repositório Institucional (Arca) é o principal instrumento de realização dessa Política, atendendo ao objetivo de: reunir, hospedar, preservar, tornar disponível e dar visibilidade à produção científica da instituição. Dessa forma, é obrigatório o depósito no Repositório Institucional Arca das dissertações e teses defendidas nos Programas de Pós-graduação da Fiocruz e dos artigos produzidos no âmbito da Fiocruz publicados em periódicos científicos. Além de texto, o repositório pode conter imagem e áudio.

O Arca deverá ter capacidade de integração com sistemas nacionais e internacionais que possibilite automaticamente a inclusão e coleta da produção intelectual pertinente, observando em especial os protocolos e padrões definidos no modelo Open Archives Iniciative (OAI).

Em relação ao envio de arquivos, será adotado preferencialmente o autoarquivamento, quando os autores preencherão os metadados e farão o depósito do objeto digital. As bibliotecas e os gestores das comunidades atuarão como facilitadores no autoarquivamento.

Com a adoção da Política, a Fiocruz está sintonizada com o Movimento Internacional de Acesso Aberto ao Conhecimento, que conta hoje com o apoio de inúmeras universidades e institutos internacionais – tais como MIT, Harvard, Cornell, Universidade do Minho, University of California, Universidade de Lisboa, entre outras -, além de várias instituições no Brasil, como Ibict, USP, UNB, Bireme, UFBA, etc.

O debate sobre o acesso aberto no mundo amplia seu alcance, incluindo questões importantes como as tecnologias abertas, que facilitam a aprendizagem colaborativa e flexível, bem como ao compartilhamento das práticas de educação e de recursos educacionais abertos, importante ferramenta para a produção de conhecimento para o SUS.

MOOC, REA, o gratuito e o aberto: em que pé (não) estamos?

*Atualizado em 13/10 com as sugestões do Ranieri

A notícia de mais um MOOC (cursos on-line gratuitos e massivos, em livre tradução) em português pipocou nos últimos dias. O App Inventor visa dar uma visão geral dos fundamentos do desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, incluindo uma análise do mercado para descobrir seus modelos de negócio, os pontos críticos e melhorias possíveis. É um curso desenvolvido em colaboração entre a Fundação CSEV, Telefonica, UNED e MIT e será ministrado pela plataforma UnX, uma plataforma latino-americana de MOOCs especializada em empreendedorismo.

Em junho, a USP (pública) em parceria com o Portal Veduca (privado) anunciaram o primeiro MOOC da América Latina (aqui e aqui). O curso oferece duas disciplinas do ciclo básico da engenharia — Probabilidade e Estatística e Física Mecânica Básica. O conteúdo é o mesmo que se espera encontrar nas cadeiras análogas da universidade e serão ministrados por professores da instituição.

A barreira do idioma certamente é uma das questões que separa os brasileiros desse movimento mundial que visa tornar o conhecimento acessível a um número cada vez maior de pessoas, portanto, ter conteúdo em português ou ao menos traduzido é positivo. Entretanto, é importante fazermos algumas considerações e termos olhar atento para não confundir gratuito com aberto e público com privado.

A maioria dos MOOCs são cursos gratuitos, normalmente ministrados em plataformas proprietárias e os conteúdos são copyright. Por exemplo, para ter acesso ao App Inventor, você PRECISA ter uma conta Google. Quem não deseja ter uma conta Google fica impossibilitado de acessar o curso aberto, ops, gratuito. Percebem?

O movimento REA apoia que o conhecimento (principalmente em português) esteja de fato acessível, que atinja verdadeiramente cada cidadão brasileiro e que seja possível ser protagonista frente a isso e não somente um mero um consumidor de informação. Se considerarmos as nossas instituições públicas e as suas iniciativas de ensino online massivo ou não, com certificação ou não, é necessário começar a debater essas questões, o que perdem (ou como bem pontuou o Ranieri, o que ganham?) em oferecer cursos com licenças abertas e em plataformas abertas?

Estamos na onda dos massivos, faz pouco tempo alguém anunciou o “revolucionário” SPOC (Small Private Online Courses) e sem entrar na discussão do contexto de todos esses nomes bonitos que inventam pra coisas que já existem significam pra EAD, acredito que seria bom jogar na roda o debate sobre o aberto e fechado, sobre o público e o privado. A onda do REA ou da liberdade ainda é muito discreta nesse cenário.

Argentina aprova lei de acesso aberto à informação científica

O Senado Argentino aprovou por unanimidade uma norma que obriga as instituições científicas que recebem financiamento público a facilitar o acesso aberto às pesquisas científicas com a criação de repositórios institucionais de acesso aberto.

Deverão ser disponibilizados trabalhos técnico-científicos, teses acadêmicas, artigos, entre outros, que são o resultado das atividades de pesquisas financiadas com dinheiro público, através de seus pesquisadores, tecnólogos, professores, doutores, mestres e estudantes. A lei também prevê a publicação obrigatória dos dados preliminares da pesquisa após cinco anos de seu início que poderão ser usados ​​por outros pesquisadores.

De acordo com o Secretário de Articulação Técnico-Científica do Ministério, Alejandro Ceccatto, “a sanção da lei é uma resposta à posição de monopólio das grandes editoras internacionais que concentram a publicação de pesquisas científicas” e acrescentou que “o objetivo é que a produção científica financiada pela sociedade seja acessível”. Para ele, é inaceitável que o governo financie a pesquisa nacional e depois a sociedade não possa acessar esse conhecimento.

A lei garante o modelo de acesso aberto à produção científica e tecnológica e permite que os usuários possam de forma gratuita, ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar os links de textos completos dos artigos científicos e usá-los com propósitos legítimos de investigação científica, na educação ou na gestão de políticas públicas, sem barreiras econômicas, legais ou técnicas.

Rede de Repositórios Institucionais

Autoridades científicas concordaram com a criação de “LaReferencia”, um projeto para desenvolver uma rede de repositórios institucionais de publicações científicas. Ele é projetado para armazenar, compartilhar e dar visibilidade à produção científica da América Latina.

O projeto prevê a criação e funcionamento de repositórios de publicações científicas interoperáveis ​entre Argentina, Brasil, Colômbia, México, Chile, Equador, Peru, Venezuela e El Salvador. Os membros se comprometem a:

  • que os pesquisadores e beneficiários de fundos públicos publiquem os resultados da investigação de acordo com os princípios de acesso público
  • desenvolver ferramentas e mecanismos para avaliar as contribuições no campo do acesso aberto
  • criar instrumentos para medir a produção científica dos repositórios na região

Desta forma, apoiarão e facilitarão o acesso equitativo à produção científica da América Latina como um bem público regional, apoiando a sua circulação através da internet. Estimativas do Banco Interamericano de Desenvolvimento, instituição que financia o projeto, as estratégias regionais para o acesso aberto poderia beneficiar mais de 700 mil professores, 70 mil pesquisadores e 15 milhões estudantes da América Latina.

Vídeos do Encontro pelo Conhecimento Livre e Grupo de Trabalho em Ciência Aberta

Participamos em junho de um encontro que consolidou um grupo de trabalho em Ciência Aberta. O evento reuniu pesquisadores, estudantes e interessados em geral de várias universidades brasileiras que debateram sobre temas como educação aberta e recursos educacionais abertos, acesso aberto e revisão de publicações científicas, dados científicos abertos, wikipesquisas, ciência cidadã e ferramentas científicas abertas.

Os vídeos estão disponíveis. Se você se interessa pelo tema e quer participar, entre em contato com o Ciência Aberta.

Veja a trilha de Educação Aberta e REA.

4ª Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto

A 4ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto tem como objetivo promover o compartilhamento, a discussão, a geração e a divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisas sobre o acesso aberto em todas as suas dimensões e perspectivas, servindo de catalisador à disseminação de políticas, pesquisa e desenvolvimento na área.

O evento será realizado na Universidade de São Paulo, no período de 6 a 9 de outubro de 2013 e pretende reunir interessados em atividades de pesquisa, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso aberto à produção científica produzida em instituições luso-brasileiras de pesquisa e ensino superior.

Temas a serem tratados no âmbito da Conferência :

  • Políticas públicas de acesso aberto, mandatos em instituições de ensino, de pesquisa e desenvolvimento e em agências financiadoras de ciência
  • Softwares abertos, protocolos de interoperabilidade entre repositórios e outros sistemas de informação de apoio à atividade científica e acadêmica
  • Repositórios de publicações e dados científicos, revistas científicas e outros
  • Impacto do acesso aberto na comunidade científica e nos rankings tradicionais e alternativos
  • Acesso aberto para uma ciência e uma pesquisa aberta
  • Auto-arquivamento e envolvimento da comunidade científica na construção de repositórios
  • Direitos de autor

No dia 09/10, ocorrerá a oficina Gestão de Propriedade Intelectual para o Acesso Aberto ao Conhecimento Científico, em que pessoas do REA Brasil irão colaborar.

Ministrantes: Carolina Rossini– SPARC/ARL e conselheira OKFN Brasil e Projeto REA-Brasil (coordenação), John Wilbanks – Sage Bionetworks, Everton Zanella – OKFN Brasil, Alexandre Hannud Abdo – OKFN Brazil e USP, Debora Sebriam – Projeto REA Brasil e Instituto Educadigital

Carga horária: 03 horas

Programa:

Este workshop tem como objetivo proporcionar um espaço de debate e reflexão sobre o acesso aberto, recursos educacionais abertos e dados abertos como formas primordiais para publicação e gestão do conhecimento gerado na universidade pública.

Partindo de um mapeamento do atual estado de acesso aberto no Brasil, de exemplos de políticas implementadas em algumas universidades/países e da solidificação de conceitos sobre o acesso aberto e interoperabilidade legal e técnica, este workshop irá fornecer dicas e instruções sobre como divulgar seu trabalho por meio de estratégias de Acesso Livre, assim como proteger seus direitos de autor na cultura digital. O debate tratará de questões institucionais relacionadas a transferência de tecnologia e respectivas estratégias de embargo de depósito e publicação.

Também englobará exercícios práticos e guiados para que os participantes compreendam melhor sobre as licenças do Creative Commons, GPL e outras licenças em geral, e aprendam como escolhê-las, implementá-las, como interoperam com outras licenças e como medir seu impacto.

Informações complementares

Verifique a programação completa no site oficial.

Relato do Encontro pelo Conhecimento Livre

Encontro na USP, uniu pesquisadores, estudantes e interessados em geral de várias universidades brasileiras para discutir as tendências em ciência aberta e para divulgar e consolidar a formação do grupo de trabalho em Ciência Aberta, que contou também com cerca de 150 acessos ao vivo pela IPTV da USP.

A gravação de todas as sessões estará disponível em breve.

Educação aberta

Debora Sebriam (REA-BR) falou sobre projetos que testemunham a adoção crescente de Recursos Educacionais Abertos pela sociedade e em instituições de ensino, a formação da comunidade “REA-BR” no Brasil e o trajeto de algumas políticas públicas, inclusive o veto do governador Alckmin, em São Paulo, ao projeto de lei aprovado pela assembléia.

Tel Amiel (Unicamp) abordou a questão mais ampla de Educação Aberta, de experiências diversas de experimentação que ganham visibilidade na atual onda de Cursos Online Massivos (MOOCs).

Acesso aberto

Cameron Neylon (PLOS) falou por videoconferência, de Londres, sobre a experiência da PLOS, uma das maiores revistas de acesso aberto da atualidade, ressaltando seu interesse no potencial de outras formas de abertura da comunicação científica ainda mais radicais e inovadoras.

Sueli Ferreira (USP) comentou sobre o esforço para a criação dos repositórios institucionais com uso de metadados, a importância das instituições assumirem a guarda de sua produção, algumas propostas de mandatos institucionais, como a da FAPESP, e o quanto a colaboração entre as universidades paulistas nesse esforço será vantajosa.

Marcos C. Visoli (Embrapa) relatou iniciativas da Embrapa para estruturar e facilitar o acesso de pesquisadores e produtores a publicações e informações agropecuárias ou associadas à atividade, como também o uso e produção de software livre por essa empresa pública.

Continue lendo em Ciência Aberta.

Encontro na USP discute tendências em ciência aberta e forma grupo de trabalho nacional

Pesquisadores de várias universidades brasileiras discutirão nos dias 7 e 8 de junho em São Paulo inovações na prática científica que aumentam as possibilidades de participação pública na produção, acesso e difusão de conhecimento.

O encontro acontecerá dia 7 de junho, no auditório Abrahão de Moraes do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Rua do Matão, Travessa R, 187, Cidade Universitária, São Paulo), das 10h às 18h40.

As sessões do encontro organizam-se nos seguintes eixos:

  • Acesso aberto e revisão de publicações científicas
  • Dados científicos abertos
  • Ferramentas científicas abertas
  • Educação e recursos educacionais abertos
  • Ciência cidadã
  • Wikipesquisas

Cada eixo será orientado por pesquisadores com experiência em aplicá-lo ao seu trabalho, que farão breves apresentações seguidas de debate entre todos os presentes.

Já estarão representadas iniciativas da UFMG, UFRGS, UnB, UNESP, UNICAMP, UNIFESP e USP. E há abertura para relatos de outras experiências, com subsídios para transporte no país – para mais informações, escreva para o facilitador do grupo, Dr. Alexandre Hannud Abdo (FMUSP).

O evento também consolidará a formação de um grupo de trabalho nacional em Ciência Aberta, que conta com o apoio inicial de diversas organizações e grupos de pesquisa nacionais e internacionais, como a Wikimedia Foundation, a Open Knowledge Foundation (Brasil e global), a Public Library of Science (PLOS) e outros como SPARC e IDRC.

Como parte das atividades do grupo de trabalho, no dia 8 de junho haverá um workshop para pesquisadores ingressantes e integrantes, a fim de promover maior familiaridade e experiência com práticas representativas das tendências discutidas no dia anterior.

A participação é gratuita e aberta a todos, sem necessidade de inscrição. Interessados no encontro e no grupo de trabalho podem obter mais informações em: http://www.cienciaaberta.net/

Fonte: OKFN Brasil – Rede pelo Conhecimento Livre

UNESCO adota nova política de acesso aberto

A UNESCO vai passar a disponiblizar as suas publicações digitais gratuitamente e com a adoção de uma licença aberta.

Após a decisão do Conselho Executivo da Organização, em abril, a UNESCO tornou-se o primeiro membro da Organização das Nações Unidas a adotar tal política de acesso aberto para as suas publicações. A nova política significa que qualquer pessoa será capaz de transferir, traduzir, adaptar, distribuir e compartilhar publicações e dados da UNESCO.

Segundo Janis Karklins, Diretor Geral de Comunicação e Informação da UNESCO, os pesquisadores de todo o mundo, mas especialmente dos países menos desenvolvidos e em desenvolvimento se beneficiarão dessa política de acesso livre ao conhecimento. “A nossa nova política permitirá aumentar a visibilidade, acessibilidade e distribuição rápida de nossas publicações”,  completa ele.

Ao adotar esta nova política editorial, a UNESCO alinha a prática para o seu trabalho de política em favor do acesso aberto e reforça o seu compromisso com o acesso universal à informação e ao conhecimento.

A partir de julho de 2013, centenas de publicações da UNESCO estarão disponíveis para os usuários através de um novo repositório de acesso aberto com uma interface multilíngue. Todas as novas publicações serão lançadas com uma licença aberta. A UNESCO também vai buscar formas de aplicar a nova política para as obras já publicadas.

Ao defender o acesso aberto para as suas publicações, a UNESCO reforça o objetivo fundamental de uma organização intergovernamental – garantir que todo o conhecimento que ela cria seja disponibilizado para o público.

O texto completo da nova política está disponível no site da UNESCO.

Fonte: UNESCO to make its publications available free of charge as part of a new Open Access policy