REA no Plano Nacional de Tecnologia Educacional dos EUA

O governo dos EUA publicou um Plano Nacional de Tecnologia no final de 2010, no qual oficializa um interesse de suporte a iniciativas de educação online e à produção e utilização de recursos educacionais abertos. O documento deste ano reflete claramente uma dedicação superior do governo Obama à causa, trazendo perspectivas otimistas para os próximos anos de seu mandato.

O Plano também assume o compromisso de elaboração de políticas públicas adequadas para garantir inclusive a credibilidade desses recursos, facilitando a colaboração interestadual no país e o trabalho de quem cria ou se utiliza de novos modelos de negócio na área educacional. Afirma a importância do apoio à pesquisa acadêmica sobre REA, para que sejam reconhecidas as necessidades e os ganhos adquiridos nas comunidades estadunidenses por conta do uso desses recursos.

Para mais informações, acesse a reportagem da Education Week, que contém também um link para o pdf com o Plano completo (em inglês).

Perguntas e respostas sobre acesso aberto

Para quem começa a se familiarizar com REA, software e acesso livres e licenças abertas, uma boa forma de solucionar dúvidas é acessar a lista de perguntas e respostas organizada pelo blog da Research Communication Strategy (em inglês).

O conteúdo aborda desde uma introdução até referências acadêmicas sobre o tema, tratando de repositórios, direitos autorais, produção de livros abertos e benefícios institucionais, entre outros.

Decisão de Ana de Hollanda afronta lei de Lula

A decisão da ministra Ana de Hollanda de retirar as licenças Creative Commons do site do Ministério da Cultura não foi apenas um retrocesso em relação ao caminho já percorrido pelas gestões anteriores, mas também uma afronta ao que foi consolidado no governo Lula.

Pouco antes de deixar seu posto, no dia 2 de dezembro de 2010, o presidente Lula sancionou o Plano Nacional da Cultura, que foi transformado em uma lei, a 12.343. Com isso, foi feita a definição de direções que se estendem ao governo Dilma, e a atitude da nova ministra foge a elas, principalmente no que diz respeito a direitos autorais. Veja abaixo algumas das obrigações estabelecidas pelo Plano:

1.9  Fortalecer a gestão pública dos direitos autorais, por meio da expansão e modernização dos órgãos competentes e da promoção do equilíbrio entre o respeito a esses direitos e a ampliação do acesso à cultura.

1.9.1  Criar instituição especificamente voltada à promoção e regulação de direitos autorais e suas atividades de arrecadação e distribuição.

1.9.2  Revisar a legislação brasileira sobre direitos autorais, com vistas em equilibrar os interesses dos criadores, investidores e usuários, estabelecendo relações contratuais mais justas e critérios mais transparentes de arrecadação e distribuição.

1.9.3  Aprimorar e acompanhar a legislação autoral com representantes dos diversos agentes envolvidos com o tema, garantindo a participação da produção artística e cultural independente, por meio de consultas e debates abertos ao público.

1.9.4  Adequar a regulação dos direitos autorais, suas limitações e exceções, ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação.

1.9.5  Criar marcos legais de proteção e difusão dos conhecimentos e expressões culturais tradicionais e dos direitos coletivos das populações detentoras desses conhecimentos e autoras dessas manifestações, garantindo a participação efetiva dessas comunidades nessa ação.

1.9.6  Descentralizar o registro de obras protegidas por direitos autorais, por meio da abertura de representações estaduais dos escritórios de registro, e facilitar o registro de obras nos órgãos competentes.

1.9.7  Regular o funcionamento de uma instância administrativa especializada na mediação de conflitos e arbitragem no campo dos direitos autorais, com destaque para os problemas relacionados à gestão coletiva de direitos.

1.9.8  Estimular a criação e o aperfeiçoamento técnico das associações gestoras de direitos autorais e adotar medidas que tornem suas gestões mais democráticas e transparentes.

 

Governo fortalece o modelo do software público

O Portal do Software Público brasileiro agora tem seu sistema institucionalizado. O Governo Federal publicou no Diário Oficial do dia 19 de janeiro a primeira Instrução Normativa referida a ele, fortalecendo-o e trazendo vários benefícios a desenvolvedores e aos mais de 100 mil usuários no Brasil e no exterior.

Será mais fácil a disponibilização de soluções no site, já que o processo burocrático se tornará mais ameno. Além disso, os softwares ganharão uma licença pública de marca, e consequentemente mais credibilidade. Se o MEC seguisse o mesmo caminho, os softwares encomendados por ele poderiam se tornar REA.

Veja a notícia completa no site do Ministério do Planejamento. A Instrução Normativa, na íntegra, está publicada no Portal do software público.

MinC na contramão

Em entrevista à Carta Maior, o deputado Paulo Teixeira (SP), novo líder do PT na Câmara Federal, avalia o episódio da retirada da licença Creative Commons do site do Ministério da Cultura. Crítico da decisão, Teixeira afirma que a licença “está dentro de uma política de governo, de democratização do acesso ao conhecimento e à cultura” e que “sua retirada contrasta com decisões anteriores que vêm do governo Lula”. O parlamentar considera que a medida vai gerar um debate dentro
do governo, mas não acredita em retrocesso na área.

Em seus comentários, ele aponta a importância dessa política de acesso ao conhecimento do governo para o desenvolvimento de recursos educacionais abertos. Lei a entrevista completa aqui.

Deputado propõe projeto de lei que permite cópia de livros

Um deputado federal do Partido Verde de São Paulo (PV-SP) propôs, em dezembro de 2010, um Projeto de Lei (7458/10) que altera a Lei do Direito Autoral (9610/98) vigente. Dr. Talmir sugere que alunos de mestrado e doutorado tenham o direito de fazer cópias integrais de livros, sem necessidade da autorização expressa pelos autores. A exigência seria apenas uma declaração do orientador do trabalho, documentada pela instituição de ensino responsável.

A proposta ainda está em análise na Câmara. Você pode acompanhar o andamento da avaliação no site da Câmara: http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=480246.

 

EUA investe 2 milhões de dólares em Ensino Superior e menciona REA como ferramenta essencial

O governo americano anunciou um investimento de 2 bilhões de dólares em programas de formação superior. O valor deve ser aplicado já em 2011 e durante os próximos quatro anos em programas de no máximo 2 anos de duração que promovam o aumento do número de pessoas com nível superior de ensino nos Estados Unidos. A ideia é que esses programas sejam inovadores, e é neste ponto que se fala em REA no release oficial da medida:

“O incentivo proporcionará a instituições de ensino superior uma oportunidade de desenvolver formas inovadoras de materiais educacionais, incluindo (…) recursos educacionais abertos. Esses recursos ficariam disponíveis online gratuitamente, aumentando as oportunidades de aprendizagem para estudantes e trabalhadores”.

O anúncio foi feito pelo U.S. Department of Labor (o Ministério do Trabalho de lá), que trabalhará em parceria com o Ministério da Educação dos Estados Unidos, e o texto integral pode ser lido no site oficial do Dol (em inglês): http://www.dol.gov/opa/media/press/eta/eta20101436.htm.

Curso online sobre aplicação e uso de REA

A Curriki tem uma página com um curso online (em inglês) que ensina professores a usar REA em sala de aula. Estão disponíveis conteúdos em texto e vídeo, que começam introduzindo o tema e apresentando o conceito de recursos educacionais abertos. Também são exploradas as licenças abertas, incentivadas as produções de conteúdo e o remix de material já disponível para que se adeque à realidade de cada sala de aula.

O curso é de autoria do OERI, um grupo de professores universitários comprometidos com a causa.

Para baixar o curso, acesse: http://www.curriki.org/xwiki/bin/view/Coll_Group_OERi-OpenEducationalResourcesintegration/IntegratingOpenEducationalResourcesintheClassroomACourseforTeachers?bc=

Conferências REA em 2011

Veja o calendário de eventos REA deste ano já divulgados:

http://conference.cnx.org/

* OPEN EDUCATIONAL RESOURCES 2011 Manchester Conference Centre, Wednesday 11 – Friday 13 May 2011 – http://www.ucel.ac.uk/oer11/http://net.educause.edu/content.asp?SECTION_ID=523&bhcp=1 (para se inscrever acesse:http://net.educause.edu/Registration/1027744)* OCWC Global 2011: Celebrating 10 years of OpenCourseWare Cambridge, Massachusetts, USA, May 4, 2011 – May 6, 2011 –http://conferences.ocwconsortium.org/index.php/2011/cambridge

* June 7-11, 2011 International Conference on Open Repositories, 6th, Austin, Texas, USA. http://www.openrepositories.org/ or http://conferences.tdl.org/0R2011/OR2011main

* June 28-30, 2011 International Conference on Open Learning and Distance Education, Paris, France. http://www.waset.org/events.php

* September 25-28, 2011 The Cambridge International Conference on Open, Distance and e-Learning, presented with the Open University and the Commonwealth of Learning, St. Edmund’s College, Cambridge, United Kingdom. http://www2.open.ac.uk/r06/conference/

* others on education and technology (ICTs/mobile/etc): http://elearningtech.blogspot.com/2010/11/elearning-conferences-2011.html

Um semestre de vitórias para REA nos EUA

Nicole Allen, da Student PIRGs (Public Interest Research Groups), organização de estudantes universitários dos Estados Unidos, produziu uma lista de atualizações sobre o que aconteceu nos EUA no segundo semestre de 2010 em relação aos livros didáticos abertos e com preços de impressão acessíveis aos estudantes:

  • A nova lei federal, em vigor desde julho de 2010, prevê que as editoras liberem informações acerca dos verdadeiros preços dos livros dos estudantes ao se matricularem nos cursos. Nos Estados Unidos, antes da lei, isso não era divulgado, já que o aluno pagava um preço fechado por todo o conjunto de materiais e o próprio curso. E os valores são altíssimos: um livro de Física, por exemplo, pode custar até 225 dólares. Conhecendo os verdadeiros preços, os alunos podem buscar o mais barato e, tanto eles quanto seus professores, passam a ter mais consciência do abuso que isso representa. Além disso, as editoras devem explicar detalhadamente as mudanças ocorridas nas revisões das novas edições.
  • Ao longo do semestre, foram mais de 1300 adoções de livros didáticos abertos. Segundo pesquisa do PIRGs, o uso dessas publicações pode reduzir em até 80% os custos de um estudante universitário.
  • Foram ainda mais fortalecidos exemplos promissores de projetos que sustentam a possibilidade de publicação de livros didáticos abertos com qualidade: Flat World Knowledge, Writing Spaces, The Open Course Library.
  • Mais de 1500 lojas de campus universitários desenvolveram programas de empréstimo de livros, o que representa em média 60% de economia aos estudantes. As opções digitais de e-readers também contribuem com essa redução de gastos, mas levará mais tempo para ser signifcativa porque a maior parte das pessoas ainda prefere ler textos impressos. Além disso, os e-books ainda são caros.