Menos tempo para preparar testes e provas

O FullMarks, criado pelo pesquisador sulafricano Mark Horner em outubro de 2009, é uma ferramenta que ajuda professores na geração de testes e provas. Por meio dele, os docentes trocam ideias e experiências online, sugerem questões para exames de diversas matérias e reúnem dados referentes aos resultados da aprendizagem para construir, juntos, análises do processo.



Mark também é co-fundador do OpenPress, criado em parceria com Steve Song, que oferece a impressão de conteúdo criado colaborativamente online por preços mais acessíveis.

Mark atua como pesquisador e idealizador de projetos em REA, e é apoiado pela Shuttleworth Foundation. Conheça os outros projetos dele aqui.

RoMEO tem versão em português

O RoMEO, base de dados que contém informações sobre a política de gestão de direitos autorais de editores e produtores de conteúdo em geral, tem uma versão em português desde o final do ano passado.

No sistema de busca do RoMEO é possível encontrar informações acerca da forma com que jornais, revistas e autores cadastrados licenciam seus conteúdos, além de uma lista de editores que possuem opções pagas de acesso aberto ao seu conteúdo, entre outros dados.



Acesse a página em português: http://www.sherpa.ac.uk/romeo/index.php?fIDnum=|&la=pt  

Maine, EUA: um modelo em tecnologia educacional com potencial em REA

O governo do estado do Maine, nos Estados Unidos, investe desde 2002 em um projeto que levou 33 mil laptops aos alunos de Ensino Fundamental. O contrato de 37 milhões de dólares assinado com a Apple na ocasião estendeu-se ao longo dos anos e ampliou-se em 2009 para suprir também o Ensino Médio. Hoje, quase todos os alunos desses níveis na rede pública têm seus laptops para uso individual.

Nesse contexto, o passo para o incentivo de recursos educacionais abertos não demorou a ser dado. Com mais dinheiro, proveniente então do governo federal, tornou-se possível para o Maine a dedicação a projetos em REA – tanto na pesquisa de recursos de qualidade quanto na criação de modelos para eles. Para fortalecer ainda mais esse cenário favorável, as escolas do Maine são livres para definir seu material educacional ao longo do ano – diferentemente das de outros estados, que devem seguir um modelo de planejamento padrão. E a equipe responsável por pensar em formas de inserir cada vez mais a tecnologia na escola tem ideias consistentes também no que diz respeito ao uso de REA.

Em entrevista dada ao Creative Commons dos Estados Unidos em dezembro, Jeff Mao e Bob McIntire, do Departamento de Educação do Maine, apresentaram parte de suas intenções nesse sentido, ainda não concluídas. Entre elas, estão a alteração do processo de troca de livros didáticos com a inclusão de recursos educacionais abertos online, que trazem uma dinâmica mais interessante à sala de aula, e o compartilhamento dos bons resultados (em REA) do Maine com outros estados.

Jeff ainda sugere que talvez as editoras de livros didáticos que aderirem à produção de recursos educacionais online passem por um desafio semelhante ao que encontrou a indústria fonográfica quando foi disponibilizado um sistema de compra de músicas avulsas: os alunos e professores podem se interessar apenas por um determinado capítulo – não mais pelo conteúdo completo produzido por elas.

Leia, na reportagem do Mashable (em inglês), uma lista completa de medidas necessárias para um projeto de sucesso como o do Maine:  http://mashable.com/2011/01/04/classroom-technology-education/

MIT disponibiliza cursos online

O Instituto de Tecnologia de Masachusetts (MIT), que tem um projeto de disponibilização de material educacional online há mais de dez anos (o MIT’s OpenCourseWare) publicou, no dia 12 de janeiro, cinco cursos em seu site.

O material é ideal não apenas para professores e interessados em observar como o Instituto prepara seu conteúdo (como se imaginou a respeito do público-alvo quando o projeto começou), mas para estudantes que podem, inclusive, aprender por conta própria e obter informações mais completas.

Serão 20 cursos até 2013, todos patrocinados com a verba de 2 milhões de dólares da Stantion Foundation.

REA no Plano Nacional de Tecnologia Educacional dos EUA

O governo dos EUA publicou um Plano Nacional de Tecnologia no final de 2010, no qual oficializa um interesse de suporte a iniciativas de educação online e à produção e utilização de recursos educacionais abertos. O documento deste ano reflete claramente uma dedicação superior do governo Obama à causa, trazendo perspectivas otimistas para os próximos anos de seu mandato.

O Plano também assume o compromisso de elaboração de políticas públicas adequadas para garantir inclusive a credibilidade desses recursos, facilitando a colaboração interestadual no país e o trabalho de quem cria ou se utiliza de novos modelos de negócio na área educacional. Afirma a importância do apoio à pesquisa acadêmica sobre REA, para que sejam reconhecidas as necessidades e os ganhos adquiridos nas comunidades estadunidenses por conta do uso desses recursos.

Para mais informações, acesse a reportagem da Education Week, que contém também um link para o pdf com o Plano completo (em inglês).

Perguntas e respostas sobre acesso aberto

Para quem começa a se familiarizar com REA, software e acesso livres e licenças abertas, uma boa forma de solucionar dúvidas é acessar a lista de perguntas e respostas organizada pelo blog da Research Communication Strategy (em inglês).

O conteúdo aborda desde uma introdução até referências acadêmicas sobre o tema, tratando de repositórios, direitos autorais, produção de livros abertos e benefícios institucionais, entre outros.

Decisão de Ana de Hollanda afronta lei de Lula

A decisão da ministra Ana de Hollanda de retirar as licenças Creative Commons do site do Ministério da Cultura não foi apenas um retrocesso em relação ao caminho já percorrido pelas gestões anteriores, mas também uma afronta ao que foi consolidado no governo Lula.

Pouco antes de deixar seu posto, no dia 2 de dezembro de 2010, o presidente Lula sancionou o Plano Nacional da Cultura, que foi transformado em uma lei, a 12.343. Com isso, foi feita a definição de direções que se estendem ao governo Dilma, e a atitude da nova ministra foge a elas, principalmente no que diz respeito a direitos autorais. Veja abaixo algumas das obrigações estabelecidas pelo Plano:

1.9  Fortalecer a gestão pública dos direitos autorais, por meio da expansão e modernização dos órgãos competentes e da promoção do equilíbrio entre o respeito a esses direitos e a ampliação do acesso à cultura.

1.9.1  Criar instituição especificamente voltada à promoção e regulação de direitos autorais e suas atividades de arrecadação e distribuição.

1.9.2  Revisar a legislação brasileira sobre direitos autorais, com vistas em equilibrar os interesses dos criadores, investidores e usuários, estabelecendo relações contratuais mais justas e critérios mais transparentes de arrecadação e distribuição.

1.9.3  Aprimorar e acompanhar a legislação autoral com representantes dos diversos agentes envolvidos com o tema, garantindo a participação da produção artística e cultural independente, por meio de consultas e debates abertos ao público.

1.9.4  Adequar a regulação dos direitos autorais, suas limitações e exceções, ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação.

1.9.5  Criar marcos legais de proteção e difusão dos conhecimentos e expressões culturais tradicionais e dos direitos coletivos das populações detentoras desses conhecimentos e autoras dessas manifestações, garantindo a participação efetiva dessas comunidades nessa ação.

1.9.6  Descentralizar o registro de obras protegidas por direitos autorais, por meio da abertura de representações estaduais dos escritórios de registro, e facilitar o registro de obras nos órgãos competentes.

1.9.7  Regular o funcionamento de uma instância administrativa especializada na mediação de conflitos e arbitragem no campo dos direitos autorais, com destaque para os problemas relacionados à gestão coletiva de direitos.

1.9.8  Estimular a criação e o aperfeiçoamento técnico das associações gestoras de direitos autorais e adotar medidas que tornem suas gestões mais democráticas e transparentes.

 

Governo fortalece o modelo do software público

O Portal do Software Público brasileiro agora tem seu sistema institucionalizado. O Governo Federal publicou no Diário Oficial do dia 19 de janeiro a primeira Instrução Normativa referida a ele, fortalecendo-o e trazendo vários benefícios a desenvolvedores e aos mais de 100 mil usuários no Brasil e no exterior.

Será mais fácil a disponibilização de soluções no site, já que o processo burocrático se tornará mais ameno. Além disso, os softwares ganharão uma licença pública de marca, e consequentemente mais credibilidade. Se o MEC seguisse o mesmo caminho, os softwares encomendados por ele poderiam se tornar REA.

Veja a notícia completa no site do Ministério do Planejamento. A Instrução Normativa, na íntegra, está publicada no Portal do software público.

MinC na contramão

Em entrevista à Carta Maior, o deputado Paulo Teixeira (SP), novo líder do PT na Câmara Federal, avalia o episódio da retirada da licença Creative Commons do site do Ministério da Cultura. Crítico da decisão, Teixeira afirma que a licença “está dentro de uma política de governo, de democratização do acesso ao conhecimento e à cultura” e que “sua retirada contrasta com decisões anteriores que vêm do governo Lula”. O parlamentar considera que a medida vai gerar um debate dentro
do governo, mas não acredita em retrocesso na área.

Em seus comentários, ele aponta a importância dessa política de acesso ao conhecimento do governo para o desenvolvimento de recursos educacionais abertos. Lei a entrevista completa aqui.

Deputado propõe projeto de lei que permite cópia de livros

Um deputado federal do Partido Verde de São Paulo (PV-SP) propôs, em dezembro de 2010, um Projeto de Lei (7458/10) que altera a Lei do Direito Autoral (9610/98) vigente. Dr. Talmir sugere que alunos de mestrado e doutorado tenham o direito de fazer cópias integrais de livros, sem necessidade da autorização expressa pelos autores. A exigência seria apenas uma declaração do orientador do trabalho, documentada pela instituição de ensino responsável.

A proposta ainda está em análise na Câmara. Você pode acompanhar o andamento da avaliação no site da Câmara: http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=480246.