Recursos Educacionais Abertos promovem inclusão e economia de gastos

Facilitar o acesso das pessoas ao conhecimento, garantir a liberdade e a criatividade de produção de materiais didáticos e incentivar práticas de colaboração e de compartilhamento. Esses são alguns diferenciais dos chamados Recursos Educacionais Abertos (REA) na promoção da inclusão educacional. Essas características têm motivado vários países e universidades de ponta a disponibilizarem sua produção – especialmente aquela desenvolvida com recursos públicos – a todo e qualquer interessado.

Os REA são todo e qualquer tipo de material utilizado em educação – desde que esteja disponível sob licença flexível de direito autoral e num formato aberto (um formato editável, ou seja, textos, layout e diagramação, por exemplo, podem ser ajustados)

Cursos completos, módulos de cursos, livros didáticos ou artigos de pesquisa, dentre outros tipos de materiais, podem ser classificados como REA, se atenderem a essas duas características.  “O acesso a materiais de qualidade é essencial para quem quer aprender sozinho, para quem quer montar um grupo de estudos fora da escola, pra quem estuda em colégios privados e quer acessar material didático de qualidade”, explica Bianca Santana, diretora do Instituto Educadigital.

Em meio a esse cenário, São Paulo correria o risco de andar na contramão, dizem os críticos, em consequência do veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao projeto de lei que instituiria a política de REA no estado. O projeto vetado integralmente pelo governador em fevereiro havia sido aprovado pela Assembléia Legislativa.

O texto, de autoria do deputado Simão Pedro (PT), estabelece que todo conhecimento produzido ou comprado pela administração pública estatal, direta ou indireta, seja licenciado como REA e disponibilizado na internet. Dessa forma, qualquer pessoa que quisesse teria acesso e poderia usar livremente essa produção. O objetivo é fomentar o acesso e a difusão de conhecimento.

“Perdemos a oportunidade de tornar a publicação aberta uma regra, uma política pública permanente”, analisa a diretora de Educação do Instituto Educadigital.

O veto se apoiou, de um lado, no argumento de que somente o Executivo teria competência para propor medidas relacionadas ao uso de informática e da internet no seu âmbito de atuação. De outro, o texto do veto chamou a atenção para iniciativas voltadas para a democratização do acesso ao conhecimento já existentes, tais como a biblioteca eletrônica SciELO e o Portal do Pesquisador.

“Os benefícios principais dos REA são a ampliação do direito à educação e um maior aproveitamento, gerando economia dos recursos públicos. Hoje, só quem estiver matriculado nas escolas têm acesso ao material didático pago com dinheiro público”, argumenta Santana. Mas se o material for oferecido como REA na internet, qualquer pessoa que domine a língua portuguesa pode ter acesso a ele.

O conceito de REA se sustenta no pressuposto de que material didático pago com dinheiro público deve pertencer ao público. “Uma vez que o governo pagou pela produção de um material educacional – remunerando autoras, editores, revisores e toda a cadeia de produção do material – ele passa a ser público. Não faz sentido pagar mais de uma vez pelo mesmo conteúdo como acontece hoje em dia”.

No Brasil, já existem várias iniciativas nesse campo, voltadas tanto para professores quanto para alunos. A cidade de São Paulo foi pioneira na regulamentação de REA, por meio de um decreto municipal que oficializa que toda a produção de material didático financiada e produzida no município deve estar disponível na internet sob licença livre e em formato aberto. Outros exemplos são o Portal do Professor, do Ministério da Educação (MEC), que contém aulas, cursos e diversos tipos de materiais didáticos destinados à educação básica.

Nos Estados Unidos, há investimentos do governo federal na produção de REA e estados como o da Califórnia passaram a comprar somente materiais digitais para os estudantes. O site da comunidade REA-Brasil disponibiliza uma lista de iniciativas no Brasil e no mundo.

*Texto publicado em Com Ciência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico

Chamada de trabalhos abertas: vamos falar sobre REA?

Dois grandes eventos que serão realizados em São Paulo, abrem oportunidade para todos os interessados e estudiosos dos Recursos Educacionais Abertos, levarem a temática ao conhecimento de mais pessoas! Vamos participar?

O II Congresso de Recursos Digitais na Educação está com chamada aberta para submissão de artigos, minicursos e comunicação oral. O evento ocorrerá na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre os dias 23 e 25/05. O congresso é dedicado à reflexão e troca de conhecimentos sobre o uso de Tecnologias no Ensino Fundamental, Médio e Superior, bem como em outras situações de Ensino e Aprendizagem, tais como Treinamento Corporativo, Educação de Jovens e Adultos, etc. Entre os diversos eixos temáticos estão os REAs e software livre no ensino. Fique atento as datas! A submissão de artigos e minicursos vai até 05/04/2013.

A 4ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (CONFOA 2013) também está com chamada aberta para posters e comunicações. O evento será realizado no Brasil, na Universidade de São Paulo, no período de 6 a 9 de outubro de 2013 e pretende reunir interessados em atividades de pesquisa, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso aberto à produção científica produzida em instituições luso-brasileiras de pesquisa e ensino superior. O objetivo é promover o compartilhamento, a discussão, a geração e a divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisas sobre o acesso aberto em todas as suas dimensões e perspectivas, servindo de catalisador à disseminação de políticas, pesquisa e desenvolvimento na área. As submissões podem ser feitas até 10/05/2013.

Para mais informações:

II Congresso de Recursos Digitais na Educação

 4ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto

Coleção de Obras Raras é disponibilizada

A Biblioteca Digital da Unicamp acaba de disponibilizar para consulta pública 43 títulos da Coleção de Obras Raras da Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL). Dentre os volumes digitalizados, o mais antigo foi publicado em 1559. Outro destaque é uma obra que trata da história natural do Brasil, publicada em 1648 e que traz diversas ilustrações de plantas, animais e cenas de trabalho no campo. “Estamos muito satisfeitos em colocar esse material à disposição de um público mais amplo. Por serem raros, esses livros eram acessíveis a um número muito restrito de pessoas. Agora, qualquer interessado, a despeito do lugar do mundo onde ele esteja, poderá consultá-los gratuitamente”, comemora o coordenador da BC-CL, Luiz Atilio Vicentini.

De acordo com ele, a digitalização dos 43 volumes é resultado de uma parceria entre os sistemas de bibliotecas da Unicamp, USP e Unesp, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O trabalho foi realizado no Laboratório de Digitalização do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. “A digitalização desses 43 livros é o primeiro passo para a estruturação de um laboratório de digitalização na Unicamp, dentro do projeto de implantação da Biblioteca de Obras Raras [Bora]. Graças ao apoio da Fapesp, nós já adquirimos dois scanners, no valor de 83 mil euros, que devem entrar em operação em março e dar continuidade à digitalização das cerca de 4 mil obras raras do nosso acervo”, estima Vicentini.

Segundo ele, o trabalho feito pelos profissionais do Laboratório de Digitalização da USP foi de altíssima qualidade. Tanto é assim que é possível ao observador analisar detalhes das ilustrações presentes no livro, como as ranhuras das folhas de um cajueiro ou as “estampas” da pele de uma jararaca. “Quero agradecer à colaboração dos colegas da USP, que fizeram um serviço irretocável”, atesta Vicentini.

Entre as obras raras que já estão disponíveis para consulta na Biblioteca Digital da Unicamp, a “Coleção Brasiliana”, composta por volumes escritos por viajantes dos séculos XVI ao XIX, chama a atenção pela riqueza de detalhes das ilustrações. Segundo o coordenador da BC-CL, essas obras certamente gerarão grande interesse por parte de pesquisadores das áreas das artes, história, economia, política e sociologia, entre outras. “Com essa iniciativa, a Unicamp supre a comunidade científica nacional e internacional de mais um instrumento capaz de criar e disseminar o conhecimento”, define.

*Texto publicado em Unicamp Notícias em 22/02/2013

Agenda da Semana: Open Education Week e Dia do Bibliotecário 2013

Essa semana está repleta de eventos que tem Recursos Educacionais Abertos como pauta! Vamos participar?

A Open Education Week, semana voltada para a disseminação dos REAs no mundo, ocorre de 11 a 15/03. Em 2012, o Projeto REA Brasil participou do evento, com intervenções de Carolina Rossini e Débora Sebriam, falando respectivamente sobre políticas públicas no Brasil e REAs na educação (relembre aqui). Em 2013, o diretor executivo do FGV Online, Stavros Xanthopoylos, fará o webinar  “Os REAs no Brasil como Instrumentos de Acesso a Qualificação, o Papel do Poder Público na geração de REAs e Estudos de Casos: FGV e Estado de São Paulo”, no próximo dia 14. O webinar será transmitido via internet, a partir das 18 horas (horário de Brasília), pelo link http://migre.me/dAmiC.

No dia 15/03, a convite do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, o Projeto REA Brasil participará do evento em Comemoração ao Dia do Bibliotecário 2013. O seminário terá intervenções da Profa. Dra. Sueli Mara Ferreira – Universidade de São Paulo,  Profa. Dra. Gema Bueno de la Fuente – Universidad Carlos III de Madrid e Profa. Mestre Débora Sebriam – Projeto REA Brasil.  O evento ocorrerá no auditório da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, das 14h às 17h. As pré-inscrições podem ser realizadas aqui. A IPTV/USP fará a transmissão ao vivo do evento, acesse o link aqui.

Para estar sempre informado sobre os eventos que ocorrem no Brasil e no mundo, consulte o nosso calendário.

Mapeamento e Análise Colaborativa de Projetos. Vamos participar?

Convidamos todos os interessados à participar de um mapeamento e análise colaborativa dos projetos citados no texto do veto ao PL 989/2011 (PL REA do Estado de São Paulo), veja aqui.

Essa ação faz parte da estratégia definida pelos contribuintes na reunião aberta de encaminhamento de Política Pública de REA no Estado de SP – realizada na Ação Educativa em 22/01/2013 (http://rea.net.br/site/proximos-passos-e-acoes-para-politica-publica-de-rea-no-estado-de-sao-paulo), e também, pelas propostas enviadas posteriormente por pessoas que não puderam estar presencialmente. Nosso prazo é 05/2013.

 Nosso objetivo é entender em que medida cada projeto citado se enquadra na perspectiva de Recursos Educacionais Abertos ou não.

 Projetos citados como REA no texto do veto:

 1 – Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP

2 – Portal do Pesquisador

3 – Bases de Dados que compõem a Rede de Informação e Conhecimento

  • “reúne e organiza fontes de informação de 12 Institutos e Centros de  Documentação da instituição, além de oferecer recursos como Periódicos  online (CAPES), SCAD, Biblioteca Cochrane, SciELO, Diretório de Eventos,  Localizador de Informação em Saúde, Legislação em Saúde, e outros  serviços, facilitando a localização e o acesso à informação.”

  • Perfil dos Acervos Integrados a Biblioteca do Instituto Adolfo Lutz

  • Centro de Documentação/CCD/SES-SP

  • Programa de Pós-Graduação/CCD/SES-SP e Núcleo de Documentação Técnico-Científica/CVS

Pontos para Mapeamento e Análise – (sugestões abaixo, insiram as suas também)

  • Nome do projeto e link de acesso
  • Objetivo do projeto
  • Perguntas para ter em mente: qualquer pessoa pode ter acesso a esse material mediante login ou não? Eu consigo fazer download desse material? Quais o formatos oferecidos para download? Eu posso distribuir esse material? Eu posso remixar esse material?
  • Termos de uso
  • Tipo de licença adotada
  • O que mais seria interessante adicionar ou mesmo deletar???

Para realizar esse trabalho usaremos o Public Pad. Acesse, participe, guarde no seus favoritos, convide mais pessoas para participar: http://okfnpad.org/ze88DG1hxc

Esse espaço é de todos nós! Vamos fazer juntos?

Conferência realizada na FAPESP fala sobre a abertura da ciência

Texto publicado em Agência FAPESP

Quando se trata de abertura da ciência, é fácil defender o livre acesso aos artigos científicos e dados de pesquisas. Mais difícil é colocar isso em prática. Em linhas gerais, essa foi a posição dos três palestrantes que participaram da conferência “Science as an open enterprise: open data for open science”, realizada na sede da FAPESP, em São Paulo, reunindo o editor-chefe da revista Nature, Philip Campbell, o químico Martyn Poliakoff, secretário de Relações Exteriores da Royal Society (a academia de ciências britânica), e o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz.

“É muito fácil falar em ciência aberta”, afirmou Campbell, o sétimo editor da história da influente revista científica britânica, criada em 1869. “Mas é preciso pensar também nos custos, no crescimento do número de dados e publicações, na manutenção desses dados e em como melhorar a confiança na ciência”, complementou o editor.

Campbell é um dos integrantes do grupo de trabalho que preparou o relatório Science as an open enterprise: open data for open science, um documento de 105 páginas da Royal Society, lançado em junho de 2012, analisando os desafios e as oportunidades trazidas pelas novas formas de reunir, armazenar, manipular e transmitir os dados e informações sobre pesquisas científicas.

O relatório aborda como os cientistas precisam se adaptar às mudanças nos cenários tecnológico, social e político e reúne recomendações a pesquisadores, universidades e institutos de pesquisa, agências de fomento, governo, editoras de revistas científicas, associações e organismos profissionais.

Para Campbell, que é graduado em engenharia aeronáutica pela Universidade de Bristol, com mestrado em astrofísica e doutorado em física atmosférica, não basta apenas deixar os dados disponíveis para todos na internet. É preciso torná-los acessíveis, inteligíveis e reutilizáveis. E isso tem custo.

Ele citou, entre outros, o exemplo do Worldwide Protein Databank, repositório mundial com informações sobre as estruturas em três dimensões das grandes moléculas biológicas, incluindo proteínas e ácidos nucleicos, cujo projeto tem um custo total de cerca de US$ 12 milhões por ano e emprega 69 funcionários.

A própria Nature não tem todo o conteúdo aberto e para ler os seus artigos é preciso ser assinante – Campbell contou que o número de assinantes caiu do pico de 72 mil para cerca de 50 mil e aponta que no futuro a versão impressa provavelmente deixará de existir.

A revista adota o chamado padrão de acesso “verde”, nas quais as versões finais dos autores dos artigos ficam disponíveis (para os autores publicarem em qualquer outro lugar, incluindo em blogs próprios) apenas depois de um determinado prazo após a publicação original na revista. Em geral, segundo Campbell, o prazo exigido pelas publicações é de 12 meses. A Nature pede seis meses.

Há também o chamado acesso “ouro”, segundo o qual a versão final de um artigo fica totalmente disponível a todos a partir do momento da publicação e não há barreiras de assinaturas – pode ser reusável por qualquer pessoa em qualquer circunstância.

“Existe ainda o modelo híbrido, que são as revistas que combinam as assinaturas com uma opção de acesso ouro aos autores que pagam para deixar o acesso livre ao seu artigo, como ocorre na Nature Communications, afirmou Campbell. Segundo ele, o preço cobrado ao autor era de US$ 5 mil em 2012.

O editor indica que a tendência das revistas do grupo Nature é se tornarem híbridas. “Os editores querem isso, mas estão sujeitos à viabilidade financeira”, disse.

A conferência contou com a presença do presidente da FAPESP, Celso Lafer, e de José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação. Varela e Poliakoff foram os moderadores do evento.

Artigos de pesquisas apoiadas

Brito Cruz comentou que várias iniciativas no Brasil têm avançado no sentido da abertura dos dados do mundo da ciência, mencionando os bancos de dados brasileiros já disponíveis gratuitamente na internet. “Acesso aberto não é algo completamente novo para nós aqui”, afirmou.

O diretor científico da FAPESP citou as informações abertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do currículo Lattes, da Biblioteca Virtual e do programa SciELO (FAPESP/Bireme), “um dos maiores repositórios de publicações científicas do mundo”.

“Não há muitos países com esses tipos de dados completamente abertos para qualquer um em qualquer parte do mundo. Nós, no Brasil, pensamos que é a norma, mas não é”, disse.

Brito Cruz também falou sobre a política de acesso aberto já aprovada pelo Conselho Superior da FAPESP, que estabeleceu a criação de um repositório para a publicação de todos os artigos de pesquisas que receberam apoio da FAPESP.

“Os resultados de auxílios e bolsas financiados pela FAPESP terão de estar lá, seguindo as normas de cada revista científica onde o artigo foi publicado originalmente. Se o artigo tiver sido publicado na Nature, por exemplo, terá de aguardar seis meses”, disse. Segundo ele, o repositório deverá ficar pronto no segundo semestre de 2013.

Continue lendo aqui.

Seminário Internacional “Sistemas de Informação e Acervos Digitais de Cultura”

O ‘Seminário Internacional: Sistemas de Informação e Acervos Digitais de Cultura’ propõe reunir gestores públicos e privados, pesquisadores e comunidade académica interessados em sistemas de informações culturais com interfaces colaborativas e arranjos de integração para acervos digitais de bibliotecas, arquivos e museus.

O objetivo é fomentar o debate e apresentar os resultados da parceria entre o Ministério da Cultura e a União Europeia, realizada por meio do programa de cooperação “Diálogos Setoriais UE-Brasil“, que envolveu a realização de missões técnicas a instituições europeias que trabalham com sistemas de informações e/ou são mantenedoras de acervos culturais e de património.

O tema é da maior importância para todos que se preocupam com a memória nacional (preservação), com o acesso à cultura em meio digital (democratização), e com a presença qualificada dos conteúdos do património cultural da língua portuguesa na rede mundial. Diagnósticos vários e recentes apontam o elevado grau de fragmentação dos repositórios digitais em universidades e em outras organizações que lidam com conhecimento em todo o mundo. Da mesma forma, no campo dos acervos culturais, as políticas públicas ainda não avançaram no sentido de prover a necessária articulação e sustentabilidade aos projetos de digitalização em curso.

O evento ocorrerá nos dias 11, 12 e 13 de março de 2013, no auditório da Biblioteca Brasiliana-USP, localizado no Campus da Universidade de São Paulo – USP. A mesa de abertura contará com a presença da ministra Marta Suplicy.

Saiba mais sobre o evento e consulte a programação aqui.

Políticas de Recursos Educacionais Abertos no Mundo

Em tempos de veto ao Projeto de Lei que previa REA no Estado de São Paulo, é interessante analisarmos o inquérito realizado pela UNESCO e Commonwealth of Learning (COL) e financiado parcialmente pelo William e Flora Hewlett Foundation, preparado durante o Congresso Mundial de REA (ver aqui e aqui) em junho/2012, para verificar o andamento de iniciativas e políticas públicas de REA pelo mundo.

Os questionários foram enviados aos Ministérios de Educação dos países da OCDE e da Commonwealth e também aos 195 estados membros da UNESCO.

Na América Latina e Caribe, participaram os seguintes países: Argentina, Bahamas, Belize, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, El Salvador, C. A., Grenada, Guatemala, Jamaica, Mexico, Paraguai, Peru, Saint Vincent and the Grenadines, St. Kitts and Nevis, Trinidad e Tobago, Uruguai.

 Na análise do relatório, o Brasil apresenta uma série de iniciativas:

  • Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE): armazena os objetos de acesso aberto produzidos pelo Ministério e por parceiros em todo o mundo. A maioria deles são liberados sob licenças Creative Commons.
  • Portal do Professor: permite aos professores criar e sugerir conteúdos que podem ser livremente acessados ​​e distribuídos. Existem incentivos para que o conteúdo seja reproduzido por outros professores e republicado no portal como um novo conteúdo.
  • TV Escola: cria e licencia material multimídia aberto dirigido a professores e alunos, embora não seja possível editar esses materiais.
  • Condigital: centra-se na produção de conteúdos digitais para as escolas de educação básica. O conteúdo está licenciado sob a Creative Commons como exigido pelo edital, que permite a tradução, edição e distribuição. O Ministério tem uma política de distribuição que beneficia os sistemas público e privado, como o conteúdo é armazenado em plataformas abertas.

Carolina Rossini, analisou alguns dos projetos listado em seu “Green-­Paper: The State and Challenges of OER in Brazil: From Readers to Writers?” publicado em 2010 e já chamava atenção para certa confusão sobre o entendimento do conceito e potencialidades dos Recursos Educacionais Abertos. O relatório da Unesco evidenciou o mesmo fenômeno, muitos projetos são orientados para permitir o acesso online a conteúdos educativos digitais, mas os próprios materiais  não estão explicitamente declarados como REA.

A pesquisa demonstra não parecer haver grande interesse em REA em todas as regiões do mundo, entretanto, a própria pesquisa despertou o interesse e a consciência dos REA em países que não conheciam o conceito.

Dadas as conclusões deste relatório, foram feitas as seguintes recomendações para serem consideradas em relação ao trabalho nessa área:

  • A Unesco e COL, reconhecem que é necessário um estudo mais aprofundado com os países. Principalmente, porque alguns países enviaram resposta após o prazo de fechamento desse relatório.
  • Vários países têm expressado explicitamente seu desejo de tornar-se mais envolvidos no movimento REA e desenvolver políticas públicas. Consequentemente, é útil estimular esse interesse enfatizando as experiências existentes em países que permitem aos usuários usar e acessar livremente materiais.
  • Pode ser útil realizar estudos sobre o panorama de REA em várias regiões, especialmente observando a sua eficácia, custo-efetividade e impacto para motivar e incentivar os países a adotar políticas e práticas. Também pode ser útil a criação de um repositório de pesquisa REA para permitir aos decisores políticos consultar os resultados.

Acesse: Survey on Governments’ Open Educational Resources (OER) Policies

Estados Unidos: lei de acesso à pesquisa financiada pelo governo é apresentada

Deputados americanos apresentaram em fevereiro passado, legislação para aumentar a abertura, transparência e acessibilidade dos resultados de pesquisa científica com financiamento público.


A Fair Access to Science and Technology Research Act (FASTR) exige que as agências federais com orçamentos anuais de pesquisa na ordem de US$ 100 milhões ou mais, devem oferecer ao público o acesso online para pesquisas decorrentes da investigação financiada pelo governo no prazo de seis meses após a publicação.

Na opinião do deputado Mike Doyle, este projeto vai dar ao povo americano maior acesso aos resultados de pesquisas científicas que foram pagas pelos contribuintes, e ainda, uma maior colaboração entre os pesquisadores poderá acelerar a inovação científica.

Para o deputado Zoe Lofgren, a lei beneficia a comunidade científica que pode colaborar e compartilhar resultados impulsionando descobertas futuras e os contribuintes não deveriam ser obrigados a pagar duas vezes pela pesquisa financiada pelo governo federal.

Alguns pontos da lei:

  • Exigir de departamentos e agências federais, com um orçamento anual de pesquisa de US$ 100 milhões ou mais, se financiado total ou parcialmente por um departamento ou agência governamental, a apresentar uma cópia eletrônica do artigo final que foi aceito para publicação.
  • O artigo deve estar em um repositório digital mantido por essa agência ou em outro repositório adequado que permita o acesso público gratuito, interoperabilidade e preservação a longo prazo.
  • Exigir que cada artigo financiado pelo contribuinte seja disponibilizado online e sem custo para o público, no prazo máximo de seis meses após publicação.
  • Exigir das agências a verificação de opções de licenciamento aberto para trabalhos de pesquisa que disponibiliza ao público, como resultado da política de acesso público, iria promover a reutilização produtiva e análise computacional dos trabalhos de pesquisa.

Leia mais aqui.

Transformação 3.0: avaliando os 4 “erres” do REA

*Atualizado em 11/03/2013

O Transformação 3.0 é um curso destinado aos professores da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, que busca incentivar o uso das novas tecnologias em sala de aula. Esse curso e outros, estão disponíveis na plataforma Educopédia e está licenciado em CC-BY-NC-SA. A aula 23 do curso é toda dedicada a apresentar os recursos educacionais abertos aos professores.

Para ter acesso ao curso visite a Educopédia e bom aprendizado e remix a todos!